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O SER PROFESSOR Por Priscila Machado Paulo Freire dizia que “Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às 4 horas da tarde... Ninguém nasce professor ou marcado para ser professor”. Acredito nisto, que ninguém nasce professor, assim como ninguém nasce arquiteto, tampouco já nasce enfermeiro. A profissão que iremos exercer no decorrer de nossa vida e que passará a nos identificar é simplesmente o reflexo de quem nos tornamos a partir da convivência com nossos familiares, amigos, professores... A aptidão ou o chamado dom tem seus méritos de fato, como o arquiteto que demonstra firmeza e ao mesmo tempo delicadeza nos traços de suas obras; o enfermeiro que cuida com profissionalismo e ternura de seus pacientes. O professor vai se formando um pouquinho por dia durante toda sua vida, observando, ouvindo, admirando, refletindo, questionando o outro e principalmente a si mesmo. De repente, sem que ao menos tivesse percebido, cresceu dentro de si uma vontade imensa de compartilhar com o outro tudo aquilo que viu, ouviu, aprendeu e refletiu. Ele quer que todos possam sentir a mesma alegria que ele a cada nova descoberta, a alegria do saber. Mas, ao compartilhar seus conhecimentos, sente uma alegria ainda maior, a alegria do ensinar. Eis aí o momento exato do nascimento de um professor! O professor carrega consigo a responsabilidade de ser o exemplo do ser humano, suas palavras, suas atitudes, suas roupas, tudo ficará retida na memória de uma criança que, um dia, desejará ser igual ou totalmente diferente daquele que participou de sua educação. Ninguém pode, ao menos não deveria, resolver de repente ser professor por falta de outras opções. Ser professor é amar, amar muito! Amar as palavras, os números, a leitura, a escrita, amar a si mesmo e, sem dúvidas, incondicionalmente, indiscutivelmente, amar ao próximo. Profª. Priscila Machado. Agudos, 2014.
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