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CESARIANA Laparotomia com histerotomia para a retirada do feto Classificada de acordo com a urgência: – Cirurgia de emergência: ruptura da membrana corioalantoidiana ocorreu há mais de 60 min ou condição potencialmente fatal (ex. torção uterina) – Cirurgia de semi-emergência: ruptura do corioalantoide ocorreu há mais de 4 h e o potro está morto – Cirurgia semi-eletiva: égua em decúbito resultante de alterações neurológicas, laminite e em casos de eutanásia planejada ENFERMIDADES DO PUERPERIO EM GRANDES ANIMAIS Puerpério: Período pós-parto, que se inicia com a expulsão dos envoltórios fetais até a total involução uterina e capacitação para uma nova gestação Fisiologia do pós-parto Regeneração endometrial Involução uterina Desaparecimento da contaminação Lactação Reinício da função ovariana Vulva, vagina, ligamentos pélvicos, músculos abdominais regridem à tensão primitiva Regeneração pós-parto Diminuição da superfície do endométrio Formação de pregas da mucosa Acúmulo de secreção na cavidade uterina Reabsorção e dissolução tecidual Involução uterina Liberação de PGF2α Contrações do miométrio Eliminação dos lóquios: muco, sangue, restos placentários, endométrio e líquidos fetais Evidente diminuição de volume, espessura e peso do útero PUERPÉRIO – BOVINOS Eliminação de lóquios – 12 dias Lóquios – no início ensanguentado e posteriormente branco acizentado Involução uterina – 45 dias Cio pós-parto – 45 dias PUERPÉRIO – EQUINOS Eliminação dos lóquios – 7 dias Lóquios – cor amarelo claro até marrom avermelhado Involução uterina – 15 a 20 dias Cio pós-parto- 7 a 30 dias (“cio do potro”) PUERPÉRIO – OVINOS Eliminação dos lóquios – 7 dias Lóquios – cor sanguinolenta Involução uterina – 15 a 20 dias Cio pós-parto - ovulação ocorre 10 a 12 dias após involução uterina PUERPÉRIO – CABRAS Eliminação dos lóquios – 7 dias Lóquios – cor sanguinolenta Involução uterina – 15 a 20 dias Cio pós-parto – 90 dias DOENÇAS DO PUERPÉRIO Traumáticas, infecciosas, involução, lactação, metabólicas · Traumáticas Etiologia: Manobras obstétricas inadequadas Extração forçada da placenta e fetos grandes Contrações uterinas intensas Distocias Consequências: hematomas, hemorragias, abcessos, ruptura de via fetal mole, períneo, útero, reto e prolapsos · Traumas As lacerações perineais e as fístulas retovaginais estão entre os principais traumas Causas: força excessiva realizada pela égua para expulsão do feto, geralmente em distocias, éguas nervosas, auxílio inadequado ao parto, éguas primíparas e também fetos grandes · Lacerações perineais Classificação: Grau I: são lesionadas apenas as mucosas do vestíbulo vaginal e da porção superior da vulva e pele Grau II: são as que geram trauma na mucosa e submucosa vulvovestibular e ruptura dos músculos do corpo perineal não há envolvimento do reto e do ânus Grau III: rompimento da parede dorsal da vagina, do assoalho retal, esfíncter anal e corpo perineal Nas fístulas retovaginais ocorre ruptura parcial do assoalho retal e teto vaginal ABORDAGENS CIRURGICAS Lacerações de grau I são geralmente autolimitantes, sem necessidade de cirurgia, porém pode-se realizar a técnica de Caslik para vulvoplastia Lacerações de grau II podem ser corrigidas por vulvoplastia e reconstrução do corpo perineal Lacerações de grau III necessitam restauração do vestíbulo, reto e corpo perineal Lacerações de grau III com menos de 12 horas podem ser reparadas cirurgicamente, já lesões mais antigas devem ser tratadas como ferida aberta, com higienização diária com água e sabão neutro Cortes na parede vaginal devem ser reparados imediatamente, evitando tecidos de granulação ou cicatrização. Uma sutura contínua nas camadas mucosa e submucosa é feita usando fio absorvível A extensão da lesão deve ser determinada e havendo suspeita de envolvimento do peritônio, analisar o líquido peritoneal. Tratar possível peritonite. HEMORRAGIA PÓS PARTO Etiologia: Lesões uterinas por instrumentos obstétricos ou membro fetal Fetotomia Manobras inadequadas Extração forçada da placenta Sinais: taquicardia, taquipneia, cólica · Tratamento: Anti-hemorragico Ocitócicos Calcio Fluidoterapia Transfusao Laparotomia: ligadura dos vasos PROLAPSO UTERINO Predisposição hereditária Idade Tração forçada Atonia uterina com contrações abdominais Dor no canal do parto (parto distócico) Sinais: desconforto abdominal/dor, tenesmo, exteriorização do útero em graus variáveis pela rima vulvar PROLAPSO UTERINO NA ÉGUA Condição rara Ocorre em seguida ao parto ou dias depois Complicações: choque hipovolêmico, laceração uterina e encarceramento de vísceras no útero Tratamento = sem for sem complicações: redução; com complicações: laparotomia · Tratamento: Redução manual: limpeza com solução fisiológica, anestesia epidural, aplicação de compressa com gelo, lubrificação e recolocação manual (útero mais elevado que a vulva) com sutura da vulva Redução cirúrgica PROLAPSO DE RETO Tratamento: Anestesia geral ou local Amputação da parte prolapsada Reintrodução manual Sutura em bolsa de fumo Lavagem ATONIA UTERINA Causas primárias – fatores hormonais, distúrbios metabólicos, número de receptores Causa secundárias - distensão uterina (gestação gemelar, múltipla, hidropsia) = fadiga e lesão da parede uterina · Sinais clínicos Ausência de involução Retenção de placenta Eliminação precária de lóquios · Tratamento Atb Ocitócicos + cálcio + glicose HIPERTONIA UTERINA Estímulo das terminações nervosas regionais, ocorrendo reflexos de contração da musculatura uterina e abdominal Etiologia: Uso local de medicamentos irritantes Extração imprópria da placenta Palpação vaginal e retal traumática Consequências: prolapsos, contrações exarcebadas Tratamento: analgésicos, anestesia epidural, inibidores da contração uterina, tratar causas e consequências RETENÇÃO DE PLACENTA Falha na expulsão da membrana alantocoriônica · Etiopatogenia – desconhecida. Hipóteses: Abortamento e partos prematuros Inércia uterina Nutricional – Ca, Se, Mg, Vit. A Hormonal - diminuição Estrógeno, PRL, PG – Aumento progesterona Distúrbios nos placentomas · Tratamento NUNCA TRACIONAR De 3 – 8 horas após o parto: ocitocina (20 UI IM a cada 2 horas) Mais de 8 horas após o parto: infusão lenta de ocitocina (100 UI em 1 L SF em 30 minutos) Se a ocitocina falhar: manobra de Burns = preencher o saco alantoidiano com solução fisiológica aquecida (± 12 L). O estiramento do endométrio induz a liberação de citocina endógena e facilita o descolamento dos microvilos das criptas endometriais. As contrações do miométrio expulsam as membranas. Depois da expulsão das membranas: lavagem uterina com solução aquecida ATB amplo espectro + metronidazol AINE (fenilbutazona 4,1 mg/kg/IV/SID + flunixin meglumine 0,25 mg/kg/IM/QID) Complicações: laminite e metrite puerperal endotóxica Tratar a laminite e a metrite METRITE ENDOTÓXICA Consequência da retenção de placenta Contaminação pós-parto Streptococcus spp., E. coli, Corynebacterium spp., Staphylococcus spp., Pseudomonas aeroginosa e Klebsiela pneuminiae REFERÊNCIAS BOJRAB, M. J. Técnicas Atuais em Cirurgia de Pequenos Animais. 3 ed. São Paulo: Roca, p.381-384, 2005. FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. 1. ed. São Paulo: Roca, 2001, 1335p.
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