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Definição, etiologia e epidemiologia ➤ Estenose mitral: resulta fundamentalmente de sequela reumatismal, caracterizando-se por espessamento, fusão comissural e calcificação dos folhetos valvares, com imposição de resistência ao deflúvio atrial esquerdo. Apresenta maior incidência nas mulheres (9:1); ➤ Insuficiência Mitral: regurgitação atrial de parte do volume sistólico ventricular esquerdo com decorrência de incompetência valvar de origem primária (valvopatia reumática, prolapso valvar mitral) ou secundária (funcional). ➤ Estenose aórtica: picos de prevalência na população jovem (etiologia reumática e bicúspide) e na população idosa (degenerativa / aterosclerótica). Há obstrução ao fluxo sistólico na via de saída do ventrículo esquerdo em 3-5% da população com idade > 75 anos. ➤ Insuficiência aórtica: incompetência valvar secundária à disfunção da raiz aórtica (aneurismas de aorta torácica, dissecção, etc) ou dos folhetos valvares (endocardite infecciosa, reumática, entre outros). Principalmente nos homens (3:1). Quadro clínico ➤ Sintomas e sinais de IC são pontos cardinais nas doenças valvares, servindo como determinantes da indicação cirúrgica; ➤ Classificação segundo Diretriz Norte-Americana de Valvopatias: → Estádio A: risco de/ou alteração valvar anatômica ainda sem repercussão hemodinâmica e sem sintomas; → Estádio B: valvopatia em progressão (espessamento de folhetos e fusão comissural), ainda de grau discreto ou moderado, sem complicadores nem sintomas; → Estádio C: valvopatia importante assintomática, pode ser classificada como C1 (sem complicadores) ou C2 (com complicadores; → Estádio D: valvopatia importante sintomática; ➤ Dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema periférico, estase jugular, tosse seca e fadiga; ➤ Pulsos: → Estenose aórtica: pulso parvus et tardus, com ascensão lenta e baixa amplitude; → Insuficiência aórtica: martelo d’agua, alta amplitude e curta duração indica insuficiência aórtica; ➤ Ausculta: → Estenose aórtica: sopro sistólico de formato ejetivo (crescendo/decrescendo) com irradiação para fúrcula esternal; → Insuficiência aórtica: sopro diastólico aspirativo, com timbre agudo característico, denotando gravidade quando ocupa toda a diástole (holodiastólico) → Estenose mitral: sopro diastólico do tipo ruflar, com hiperfonese de primeira bulha e estalido de abertura protodiastólico; na presença de ritmo sinusal ocorre, ainda, aumento do sopro ao final da diástole (reforço pré-sistólico); Exames Complementares e Diagnóstico ➤ ECG de 12 derivações deve ser solicitado sempre; ➤ Padrões de sobrecarga ventricular esquerda associam-se à valvopatia aórtica anatomicamente significativa. Sobrecargas atriais, associadas ou não a distúrbios do ritmo, podem indicar lesões mitrais; ➤ Rx de tórax: → Valvopatia Mitral: duplo contorno atrial, elevação do brônquio-fonte-esquerdo e abaulamento Estenose Mitral Cardiologia do arco médio (terceiro arco) indicam aumento atrial esquerdo; → Insuficiência aórtica: aumento do índice cardiotorácico ocorre em associação ao remodelamento ventricular por sobrecarga volumétrica; ➤ Ecocardiografia transtorácica em modo Doppler colorido deve ser solicitada para todos os pacientes com suspeita de doença valvar; → Classificação da estenose mitral: discreta (AV > 1,5cm²), moderada (1-1,5 cm²), importante (<1,0 cm²); ➤ Cateterismo em caso de dúvida diagnóstica ou discordância entre clínica/exames complementares. Tratamento Tratamento Farmacológico ➤ Estenose mitral sintomática: controle da frequência cardíaca. Principais drogas utilizadas: betabloqs, BCCs e não di-idropiridínicos e os digitálicos (especialmente se FA). Alívio dos sintomas de hipertensão venocapilar pulmonar usa diuréticos (furosemida); ➤ Estenose aórtica sintomática: uso de diuréticos de alça, sendo proscrita a utilização dos betabloqs em razão dos efeitos inotrópicos negativos; Tratamento intervencionista ➤ Mitral e tricúspide: cirurgias reparadoras (plásticas valvares) devem ser realizadas; ➤ Aórtica: troca da valva por prótese biológica ou mecânica;
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