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CIRROSE HEPÁTICA E SUAS CAUSAS HEPATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Causas da Cirrose Eu tenho que entender que fígado é vida!!! V: Vírus B e C (hepatites) I: Infiltração gordurosa (álcool ou não-álcool) D: Depósito (Cobre - Wilson / Ferro - Hemocroma.) A: Autoimune (Colangite biliar primária / hepatite). Doença Hepática Gordurosa Alcoólica Introdução Doença devido ao estímulo de álcool Consumo abusivo Limites seguros - Homem: 21 U/sem (12,35 latinhas) - Mulher: 14 U/sem (8,23 latinhas) Obs: 1 lata tem 1,7 U Abuso de Álcool Questionários → CAGE e AUDIT CAGE - C: Cut-down (diminuir a bebida ou parar?) - A: Annoyed (aborrecido com outras pessoas?) - G: Guilty (sentiu culpado?) - E: Eye-opener (beber pela manhã?). AUDIT Laboratório Não é patognomonico!!! ↑ GGT ↑ VCM Manifestação Esteatose Alcoólica Libação Hepatite Alcoólica Libação no bebedor crônico Bebe mediano e algum dia bebeu mais que o “ba- sal”. Cirrose Alcoólica Bebedor crônico (fibrose → cirrose). Hepatite Alcoólica Fisiopatologia O organismo desse paciente, já tem uma regene- ração mínima. Porque ele bebe todo dia, mas não em muita quantidade. Mas, quando ele estrapola em algum dia, ele faz uma libação, as enzimas do bebedor crônico não fun- ciona bem → Agressão ao fígado Tem aumento significante de acetaldeído que é o agressor do fígado. Clínica 1- Hepatite Febre Icterícia Dor TGO > TGP (AST > ALT): Pode ter 2x a TGP Obs: O bebedor crônico tem déficit de vitamina, por isso, que o ALT é baixo, porque ele precisa de vitamina B6. 1 CIRROSE HEPÁTICA E SUAS CAUSAS HEPATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira 2- Quimiotaxia Os leucócitos são atraídos para a corrente sanguí- nea causando uma leucocitose (Reação Leuce- moide). Tratamento Se caso grave, não adianta parar de beber (Índice de Maddrey ≥ 32 = grave). Conduta Corticoide por 4 semanas (prednisolona) O fígado que faz a conversão de prednisona em prednisolona, então, você administra o composto pronto porque o fígado está sofrendo. Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica Introdução Tem prevalência de 20% na população (esteatose) Resistência à insulina + Aumento de triglicerídeos Síndrome Metabólica Paciente muito obeso pode desencadear acúmulo de gordura no fígado. Fisiopatologia É multifatorial Mas o principal é a resistência insulínica - Com a falta de insulina o organismo começa a quebrar outras moléculas. - Lipólise → Liberação de triglicerídeos que vai acumula no fígado. Esteatose evolui para esteato-hepatite (NASH) em 3-5% dos pacientes e desses 1-3% vira cirro- se. É importante causa de hepatomegalia e aumento de transaminases em assintomáticos. Manifestações Maioria Assintomático Dor ↑ Transaminases (TGP > TGO) Diagnóstico Imagem USG Na maioria é usado Consegue detectar a esteatose *Excluir outras etiologias de hepatopatia e estea- tose (hepatite C e Wilson podem causar também). Biópsia Se houver algum indício de cirrose avançada. Tratamento Síndrome Metabólica Perda de peso Dieta + exercício Glitazona (↓ resistência insulínica - Metformina n) Vitamina E (↓ estresse oxidativo) Liraglutida Doença de Wilson Introdução Intoxicação por acúmulo excessivo de cobre. Esse excesso é eliminado através da bile, ou seja, através do fígado. Quem tem? É uma doença muito rara (1:30000) Predomina em jovens, sobretudo entre 5-30 anos Fisiopatologia É a mutação da ATP7B atrapalha a excreção de cobre através da bile → Acúmulo no fígado e outras regiões do corpo. Para excretar o cobre, ele é associado a uma en- zima, a ceruloplasmina. Dessa forma, como não tem excreção tem diminuição da enzima (dosagem). Manifestações Fígado Doença Hepática Dano hepático diverso: Fulminante x Crônica ativa x Cirrose 2 CIRROSE HEPÁTICA E SUAS CAUSAS HEPATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Aguda Crônica (quando ativa é a mais comum). Cirrose SNC Alterações neurológicas diversas. Prejuízo do Rendimento Escolar (crianças) Alteração de Movimento Parksonismo e/ou personalidade. Olho Quando acomete SNC é clássico ter acometimen- to ocular (98%). Anel de Kayser-Fleisher Anel amarronzado na iris Acúmulo na periferia. Dx → Lâmpada de fenda → Identifica É patognomônico!! Diagnóstico Se eu não consigo excretar cobre pelo fígado eu excreto pelo rim. Cobre Urinário ou Hepático (biópsia) Ceruloplasmina Diminuída É uma proteína que transporta cobre. Ou seja, o cobre acumula por 2 motivos distintos: menor excre- ção na bile e redução do seu transportador no orga- nismo. Confirmação → Aumento do cobre no organismo - Sérico livre - Urinário - Hepático (biópsia) - Ou pela presença de anéis de kayser-fleisher Tratamento Quelante de Cobre Trientina OU D-Penicilamina Transplante Cirrose avançada → Transplante → Cura Hemocromatose Introdução Fisiopatologia Acumula e deposita ferro. Mutação do gene HFE Com a mutação desse gene, o organismo passa a absorver muito ferro no intestino → Acúmulo. Predominância É uma doença relativamente comum (1:250) → Não tem faixa etária específica. Manifestações Cinética de Ferro ↑ Saturação de Transferrina ↑ Ferritina Deposito em Vários Locais → “6H” Hepatopatia (megalia/cirrose) Hiperglicemia (pâncreas - diabetes bronzeado) Hiperpigmentação (pele) Heart (acometimento cardíaco) Hipogonadismo (hipófise) Hartrite (articulações) Diagnóstico Triagem Aumento de ferritina e/ou saturação de transferrina 3 CIRROSE HEPÁTICA E SUAS CAUSAS HEPATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Confirmação Teste genético (mutação do C282Y e H63D) Tratamento Homem e mulher podem ter hemocromatose. Principalmente homem, porque a mulher perde ferro pela menstruação mensalmente. Obs: Não precisa dar medicação, porque ele pre- cisa é retirar esse ferro do sangue. Flebotomia Ferritina → 50 ng/ml IST < 50% *Quando atingir, aumentar intervalo entre as ses- sões. Refratários Quelantes de Ferro (Desferoxamina) Transplante de Fígado Não cura o paciente. Alteração genética se expressa no intestino. Colangite Biliar 1ª Introdução Também chamado de cirrose biliar primária. Geralmente mulher de 40-60 anos (90-95%) Fisiopatologia É uma doença autoimune O que apresenta são anticorpos IgM. Eles atacam espaços porta que leva à inflamação do ducto biliar (microscópica → Início da doença). Se inflamação no ducto não tem eliminação corre- ta de bile - ↑ Colesterol - ↑ Sal biliar (tóxico) → Lesão crônica → Cirrose Manifestações Maioria Assintomático Prurido Devido ao sal biliar Xantelasma Colesterol Icterícia Fígado Obs: As manifestações são associadas à Sjogren e Tireoidite de Hashimoto. Diagnóstico Laboratorial Lesão inicial é via biliar → ↑ FA + Anticorpo antimi- tocôndria (AMA) → Dx Tratamento Terapia de Imunossupressão Estudos mostraram que seu benefício é muito pe- queno. Conduta Ácido Ursodesoxicólico Sal biliar não-tóxico Transplante Cirrose hepática 4 CIRROSE HEPÁTICA E SUAS CAUSAS HEPATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Hepatite Autoimune Introdução Mais comum nas mulheres jovens Fisiopatologia Imunoglobulina principal IgG Agressão autoimune contra o fígado Subdivisão - Tipo 1: FAN, Antimúsculo liso - Tipo 2: Anti-LKM1 Manifestações Doença Hepática Aguda Crônica Cirrose Tratamento Imunossupressão Responde bem Associar corticoide → Prednisona + Azatioprina Hepatite B Crônica Quando Tratar? Provar que existe replicação + lesão hepática Replicação HBeAg (+) OU HBV-DNA > 2000 cópias (carga viral) Lesão hepática ALT > 2x VR ou Biópsia ≥ A2 e/ou F2 (Escore Me- tavi = A0-A3, F0-F4). Elastografia É um método não-invasivo de estudar fibrose he- pática. Escore de Metavir: - A2 (inflamação moderada) - F2 (fibrose portal com septos) Manifestações Extra-Hepáticas Poliartrite nodosa (PAN Clássica)Nefropatia membranosa Paciente com imunossupressão HIV, QMT Tratar de forma profilática Como Tratar? Opções Tenofovir Entecavir Interferon-peguilado (PEG-INF) Sem Cirrose Tenofovir - Variação de temperatura indeterminado e se HBeAg - OU - PEG-IFN s/ variação de temperatura, se HBeAg + Cirrose Doença renal ou imunossupressão → Entecavir - Variação de temperatura indeterminado - Não utilizar os acima. Objetivos Zerar o vírus → HBsAg negativo Se não conseguir, deve ter pelo menos Anti-HBe + Para os casos em que não foi indicado tratamento, deve monitorar transaminases de 3 em 3 meses. Hepatite C Crônica Quando Tratar? Provar que existe replicação + lesão hepática Replicação Triagem com Anti-HCV positivo → Sempre confir- mar por PCR: HCV-RNA alto Lesão Hepática Biópsia ≥ F2 por 3 anos ou ≥ F3 (fibrose em ponte, sem cirrose). 5 CIRROSE HEPÁTICA E SUAS CAUSAS HEPATOLOGIA 2 Eduardo Siqueira Manifestações Extra-Hepáticas Crioglobulinemia OU Glomerulonefrite Mesângio-Capilar Paciente com Imunossupressão HIV, DRC, QMT, Pós-Transplante Tratar de forma profilática. Como Tratar? Depende do Genótipo (7) Gen-1 É o mais comum e é pior preditor de resposta ao tratamento. Conduta: - Sofosbuvir +/- - Daclatasvir (1ª opção) OU - Simeprevir (2ª opção) - 12 semanas de tratamento. Objetivo HCV-RNA negativo Tratamento Fase Aguda da HCV Assintomáticos Iniciar tratamento de maneira IMEDIATA (maior chance de cronificar). Sintomáticos Não indicam tratamento de forma imediata. Deve tratar apenas os pacientes com HCV-RNA detectável após 12 semanas no início do quadro (isto é, que não atingiram “clareamento viral” espontâneo; esse fato, quando ocorre (20%) é nas primeiras 8-12 semanas). Opções Interferon Convencional Em monoterapia por 24 semanas (6 meses) Interferon Em doses baixas + Ribavirina durante 24 semanas Deficiência de æ-1-antitripsina Introdução Alfa-1-antitripsina é uma enzima sintetizada pelo fígado. Doença autossômica recessiva, com carência par- cial dessa enzima, que é inibidora de proteases. Quadro Clínico História familiar + Criança + Cirrose e/ou enfisema pulmonar. Cirrose Por polimerização e acúmulo de æ-1-antitripsina Maioria não tem hepatopatia clinicamente signifi- cativa Enfisema Pela destruição de tecido conjuntivo por proteases Diagnóstico Suspeita Eletroforese de proteínas (redução da fração æ-1- antitripsina) OU Dosagem sérica de æ-1-antitripsina Confirmação Fenotipagem de æ-1-antitripsina com biópsia he- pática. Tratamento Não há tratamento específico. Reposição enzimática pode retardar progressão do enfisema. 6 Abuso de Álcool Esteatose Alcoólica Hepatite Alcoólica Cirrose Alcoólica Fisiopatologia Clínica Tratamento Maioria Imagem Biópsia Síndrome Metabólica Fígado SNC Olho Cobre Urinário ou Hepático (biópsia) Quelante de Cobre Transplante Fisiopatologia Predominância Cinética de Ferro Triagem Confirmação Flebotomia Transplante de Fígado Fisiopatologia Maioria Prurido Xantelasma Icterícia Laboratorial Terapia de Imunossupressão Conduta Fisiopatologia Doença Hepática Imunossupressão Provar que existe replicação + lesão hepática Manifestações Extra-Hepáticas Paciente com imunossupressão Sem Cirrose Cirrose Provar que existe replicação + lesão hepática Manifestações Extra-Hepáticas Paciente com Imunossupressão Depende do Genótipo (7) Assintomáticos Sintomáticos Opções Cirrose Enfisema Suspeita Confirmação
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