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DECISAO JUDICIAL

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Processo de Conhecimento 
 DECISÃO JUDICIAL 
⁕ NOÇÕES INICIAIS 
■ ART. 485 a 495, CPC 
 - sentença 
 - espécie de decisão judicial 
■ ART. 203, §1°, CPC 
 - sentença 
 - espécie de decisão judicial 
 
⁕ PRONUNCIAMENTO 
■ atos do juiz 
 
 • decide uma questão 
 - decisão lato sensu (sentença e 
interlocutória) 
 
 • impulsiona o procedimento 
 - despacho 
 ☺ decisões simples só pra impulsionar o 
procedimento. Ex: “intime-se o réu pra apresentar a 
contestação” 
 
☺ Questionamento: Ato do juiz que decide uma 
questão, decisão que no saneamento do processo 
defere ou indeferi as provas que eu quero produzir. 
É um despachou ou decisão em lato sensu? R: 
Interlocutória. Está tomando uma decisão (deferindo 
ou indeferindo) e como após ele deferi as provas o 
processo não chega ao fim, é interlocutória. 
 
⁕ DECISÕES DO JUIZO SINGULAR 
(1° GRAU/JUIZO DE BASE) 
☺ juízo de base toma contato com a causa em 
primeiro lugar 
 
■ ART. 203, CPC 
 - sentença 
 - decisões interlocutórias 
 - despachos 
☺ apenas os três (por agora) 
 
⁕ SENTENÇA 
■ §1° do art. 203, CPC 
■ fundamento no art. 485 ou 487 do CPC 
■ põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum (resolve o mérito ou não) 
■ importante ao efeito da decisão 
■encerrar uma fase do processo 
☺ Questionamento: O autor faz vários pedidos, só 
que um deles tá prescrito, então o juiz vai no art. 487 
e diz que esse pedido tá prescrito e sobre ele tem-se 
resolução de mérito e vai decidir com base no 487, 
II, só que existe dois pedidos que não estão prescrito. 
Essa decisão que julga um dos pedidos prescritos e 
dois não prescrito é sentença ou decisão 
interlocutória? R: Ainda é necessário fazer o 
julgamento dos outros dois pedidos, logo vai se dar 
procedimento no processo = INTERLOCUTÓRIA 
☺ se fosse o julgamento apenas do único pedido 
prescrito = SENTENÇA 
⁕ DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
■ §2° do art. 203, CPC 
■ pronunciamento com conteúdo decisório 
■ que não se enquadra no conceito de sentença 
■ o conteúdo não é importante 
■ também pode ser baseada nos arts. 485 ou 487 
☺ não se encerra a fase cognitiva do procedimento 
comum 
☺ o que diferencia a decisão interlocutória de 
sentença é os efeitos que aquela decisão causa no 
processo 
☺ decisão parcial de mérito é decisão interlocutória 
 
⁕ ART. 489, CPC 
■ relatório (histórico do processo, resumo do 
que aconteceu, principais fatos ocorridos) 
(requisito OBRIGATÓRIO) 
■ fundamentos (sentença não fundamentada é 
nula) 
■ dispositivo (finalização/conclusão: ex: 
“condeno”) 
 
☺ o 489 além de dividir os elementos da 
sentença (relatório, fundamentos e dispositivo) 
também exemplifica diversas situações em que 
a sentença apresenta defeito de fundamentação 
 
☺ AÇÃO NO JUIZADO que NÃO tinha relatório: 
juizado especial é regido pela lei n° 9.999 que 
dispensa relatório 
 
⁕ RELATÓRIO (OBRIGATÓRIO) 
■ histórico dos fatos relevantes 
■ orgão julgador demonstra que conhece a 
história do processo 
■ nome das partes, suma do pedido, causa de 
pedir e resposta apresentada pelo demandado 
■ principais fatos ocorridos 
⁕ FUNDAMENTAÇÃO 
■ direto fundamental (art. 93, IX, CF) 
■ sob pena de nulidade 
■ garantia do devido processo legal 
 
☺ fundamentação tem uma ordem: (i) questões de 
admissibilidade e (ii) mérito 
☺ questões de admissibilidade: litispendência, coisa 
julgada etc. 
☺ mérito: problema que foi levado ao poder 
judiciário 
 
⁕ CONTEÚDO DA FUNDAMENTAÇÃO 
■ questões de admissibilidade ou mérito 
 I – questão de fato 
 II – questões de direito 
☺ pra dizer a norma que se aplica ao caso concreto 
submete-se os fatos ao direito 
 
⁕ FUNDAMENTAÇÃO 
■ questão de fato – provas aportadas 
■ regras sobre ônus da prova (se por acaso quem 
tinha o ônus da prova, não comprovou, ele 
decide de formar desfavorável a quem tinha o 
ônus) (ele não pode deixar de julgar pq as 
provas não foram produzidas) 
■ questões de direito 
■ qual a norma jurídica aplicável ao caso 
concreto 
■ compatibilidade constitucional (o juiz pode 
declarar naquele caso concreto que a norma 
jurídica é inconstitucional, mas a decisão só 
vale para o caso concreto sendo julgado) 
 
■ fundamentação 
 
 • ausência de fundamentação 
 • fundamentação inútil ou deficiente = 
viciada 
 • vicia o ato decisório 
 • exemplos – art. §1°, CPC 
 • hipóteses exemplificados 
 • controle mais efetivo dos pronunciamento 
 • com conteúdo decisório 
 
☺ Questionamento: se o juiz APENAS indicar o 
artigo que se aplica, pode-se considerar como 
fundamentação? NÃO, 489, §1°, I, CPC. 
 
⁕ ART. 489, §1°, I, CPC 
■ decisão que se limita à indicação, reprodução 
ou paráfrase do ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou questão decidida 
 • necessidade de interpretação do texto 
 • extração da norma jurídica 
 
☺ quando o juiz diz qual norma jurídica se aplica ao 
caso concreto esta interpretando o texto, então não 
basta apenas citar o artigo é necessário explicar a 
relação dele com o caso concreto 
 
 
 
 
 
⁕ ART. 489, §1°, II, CPC 
■ decisão que emprega conceitos jurídicos 
indeterminados, sem explicar o motivo concreto 
da sua incidência no caso 
 • termos de interpretação aberta 
 • “tempo razoável”, “bem comum”, 
“interesse público”, “extrema vantagem”, 
 • juiz deve enfrentar a abertura do texto 
 
☺ as vezes o legislador coloca no texto conceitos 
aberto, por exemplo: 1) os bens móveis que estão na 
casa de uma pessoa são empenhoráveis, salvo, “se 
eles forem elevados ao valor acima do médio padrão 
de vida” - o que seria o médio padrão de vida? 2) No 
contrato você tem que atender ao interesse público – 
o que é o interesse público? 3) Se estiver com um 
contrato de extrema vantagem tem que indenizar – o 
que é de extrema vantagem? = não dá pra conceituar 
sem enfrentar o caso concreto pra dizer por qual 
motivo foi considerada “como vantajosa”, 
“penhorável” ou de “interesse público”. 
 
⁕ ART. 489, §1°, III, CPC 
■ decisão que invoca que se prestariam a 
justificar qualquer outra decisão 
 • “considerando a robusta prova nos autos”, 
“atendendo ao que disse as testemunhas”, 
“indefiro o pedido, por falta de amparo legal”, 
 • fundamentação genérica 
 • necessidade de ingressar no exame do caso 
concreto 
☺ decisão genérica – padronização de respostas nos 
casos. 
☺ utiliza essa fundamentações em vários casos, 
entretanto, não é viável, uma vez que, é necessário 
examinar cada caso concreto para dar a resposta ao 
que se pedi. 
 
 
⁕ ART. 489, §1°, IV, CPC 
■ decisão que não enfrenta todos os argumentos 
deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador 
 • não há necessidade de se manifestar sobre 
todas as alegações 
 • alegações com potencialidade de infirmar a 
conclusão alcançada 
 
☺ o juiz não é obrigado a decidir sobre todos os 
argumentos levantados pelas partes 
☺ só em argumento relevante ao ponto de ser 
decisivo para a decisão ser diferente 
☺ o juiz é obrigado a enfrentar os argumentos que 
podem infirmar a sua conclusão, por exemplo: um 
processo está cobrando algo, pelo qual o argumento 
dá defesa é “eu até devo mas já passaram-se 5 anos, 
já está prescrito”, o juiz na sentença julga como 
procedente e manda pagar, e sobre a prescrição ele 
fica silente. Questiona-se: Se ele considera-se o 
argumento, era capaz dele chegar em uma decisão 
diferente? R: Sim, pois se ele reconhece a prescrição, 
a sentença não seria procedente, uma vez que, não 
estava prescrito. 
 
⁕ ART. 489, §1°, V, CPC 
■ decisão que se limita a invocar precedente ou 
enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar 
que o caso em julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos 
 • pertinência da aplicação no caso concreto 
 • interpretaçãodo precedente 
 • precedentes persuasivos e obrigatórios 
 
☺ EUA - cultura de precedentes (common law): em 
casos parecidos utiliza-se a mesma decisão. 
☺ Brasil – trouxe a cultura dos precedentes no inciso 
V, assim se a decisão vai seguir o procedente tbm é 
necessário fundamentar. 
☺ todo poder judiciário de primeiro grau junto com 
outros tribunais, vão estar vinculados aquele 
procedente, a intenção é evitar que situações 
idênticas tenham decisões divergentes pelo poder 
judiciário. 
☺ quando ocorre o precedentes é necessário que o 
juiz indique o pq as situações são idênticas, ou seja, 
vai interpretar o procedente e aplica-lo. 
☺ súmula vinculante é procedente obrigatório 
☺ procedente obrigatório: é aquele entendimento 
fixado pelo tribunal aquele determinado caso, 
independentemente da divergência doutrinaria 
existente 
☺ o objetivo do procedente é uniformizar 
 
⁕ ART. 489, §1°, VI, CPC 
■ decisão que deixa de seguir enunciado de 
súmula, jurisprudência ou precedente invocado 
pela parte, sem demonstrar a existência de 
distinção no caso em que julgamento ou a 
superação do entendimento 
 • obrigação em relação aos precedentes 
obrigatórios 
 
☺ o caso não é igual ao procedente, mas é também 
necessário interpreta-lo, a fundamentação do juiz vai 
se dar, por exemplo: “eu não estou seguindo o 
procedente pq o caso é diferente” 
☺ procedente persuasivo: 
 
⁕ DISPOSITIVO 
■ conclusão (depois do relatório e 
fundamentação) 
■ conclui sobre a análise dos pedidos (julga 
procedente ou improcedente) 
■ suporte fático 
■ ausência do dispositivo – decisão inexistente 
 
⁕ CONGRUÊNCIA INTERNA 
■ requisitos 
 • certeza 
 • liquidez 
 • clareza e coerência 
 
⁕ CERTEZA 
■ ART. 492, parágrafo único, CPC 
■ necessidade de analisar o pedido 
■ definir a norma concreta 
■ retirar o estado de dúvida (resolve-se o litigio) 
■ certeza – conclusão do magistrado 
■ existência ou não do direito? 
 
⁕ LIQUIDEZ 
■ define integralmente a prestação da obrigação 
■ art. 491, CPC – pagamento de quantia 
■ quando não for possível determinar o 
montante 
■ apuração mediante prova demorada ou 
dispendiosa = ilíquidas 
■ liquidez – regra 
 
⁕ CLAREZA E COERÊNCIA 
■ linguagem – clara e direta 
■ sentença incompreensível – inexistente 
■ coerência – vinculação lógica 
■ relatório, motivação e conclusão (lógica 
interna entre eles, por exemplo: constrói o 
relatório e a motivação pra improcedência de 
um pedido e no final diz que é procedente = não 
é possível) 
 
⁕ DECISÕES DEFINITIVAS E 
PROVISÓRIAS 
■ “sentenças” definitivas 
 • põe fim ao processo 
 • com resolução de mérito 
 
☺ o juiz vai dar a resposta daquilo que foi 
questionado = vai resolver o mérito 
 
■ “sentenças” terminativas 
 • põe fim ao processo 
 • sem resolução de mérito 
 
☺ o mérito não vai ser resolvido por alguma questão 
processual 
 
 
⁕ OBSERVAÇÃO 
■ sentença definitiva 
 • nem toda decisão que aplica o art. 487 é 
sentença em sentido estrito 
 • ex: interlocutória que reconhece a 
prescrição de um dos pedidos (art. 487, II CPC) 
 
☺ nem tudo que está no 487 é sentença, por 
exemplo: o autor faz três pedidos “danos morais, 
danos materiais e lucros cessantes”, e o juiz diz que 
o pedido de danos materiais tá prescrito, mas os 
outros dois podem ser apreciados, sendo, uma 
decisão interlocutória que não vai pôr fim ao 
processo, vez que ainda vão ser analisados os outros 
pedidos. O fundamento vai ser no 487, II. Não vai 
ser sentença pois ainda vai decidir os pedidos que 
não estão prescritos. 
(FOQUEM NO EFEITO é mais importante que o 
conteúdo = palavras de XANDÃO) 
■ sentença terminativa 
 • há decisões baseadas no art. 485, CPC que 
não são sentenças 
 • ex: decisão que exclui um dos litisconsortes 
passivos (art. 485, VI, CPC) 
 
☺ ex: ajuizou uma ação que contratou três 
litisconsortes, o juiz diz que um dos três não é parte 
legitima e não que figurar no processo, mas os outros 
dois são aceitos = interlocutória 
 
⁕ CLASSIFICAÇÃO DAS DECISÕES 
■ quanto ao conteúdo 
 • condenatórias 
 • constitutivas 
 • declaratórias 
 
⁕ CONDENATÓRIAS 
■ reconhece o direito a uma prestação 
■ permitem a realização de atividade executória 
■ efetivação da prestação 
■ imposição de um dever ao réu 
 
☺ questiona-se: se a sentença condenatória 
estabelece uma obrigação a ser cumprida por 
alguém, o simples fato do juiz proferir essa decisão 
já satisfaz a parte? Imagine a situação: Cobra-se uma 
dívida, o juiz vai dar uma sentença condenatória que 
o réu vai ter que pagar trinta mil. Só essa decisão do 
juiz resolve o problema? R: Não, a sentença 
condenatória é a aquela típica que precisa da 
execução pelo Estado juiz, por que se não tiver 
cumprimento espontâneo o juiz vai ter que força o 
cumprimento 
 
☺ o cumprimento é forçado pela EXECUÇÃO 
☺ executar é fazer cumprir a obrigação que está na 
decisão 
☺ obrigação de fazer ou não fazer 
 
⁕ CONSTITUTIVAS 
■ certifica e efetiva um direito 
■ alteração, criação ou extinção de situações 
jurídicas 
■ rever cláusulas de um contrato (alteração de 
relação jurídica) 
■ adoção (cria relação jurídica que não existia 
antes) 
■ direito ao divórcio (extingue de relação 
jurídica) 
■ bem almejado – situação jurídica nova 
 
⁕ MERAMENTE DECLARATÓRIAS 
 
■ se restringem a certificar 
■ existência ou inexistência de situação jurídica 
■ autenticidade ou falsidade de um documento 
■ obter uma certeza jurídica 
■ eliminar a incerteza 
■ apenas reconhece o que já existe ou não 
 
☺ ex: imagine que você tinha uma união estável 
com uma pessoa que morreu e ai tem-se o direito ao 
benefício da pensão por morte, e você não teve filhos 
e nem tem uma prova documental para comprovar a 
união, assim ao ir no juízo utiliza a seguinte 
expressão na PI “ação declaratória de união estável”, 
isto é, o juiz vai certificar o direito de uma relação 
que já existia 
 
⁕ PUBLICAÇÃO E RETRATAÇÃO 
■ art. 494, CPC 
■ a publicação da decisão impede a alteração do 
conteúdo 
■ após ser proferida em audiência ou; 
■ após a juntada nos autos 
■ não se trata da publicação na imprensa oficial 
■ alteração após publicação 
 • erros materiais ou de cálculo (494, I, CPC) 
 • acolhimento de embargos de declaração 
 
☺ a publicação da decisão é quando ela se torna 
acessível as partes 
☺ o juiz se retrata, sobre o que ele não se manifestou 
= reconhece a emissão e altera o teor da decisão

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