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Gabriel Calegari Dias Herpes Zoster · O vírus varicela-zoster (VVZ – DNA VÍRUS) é um herpes vírus que causa a varicela e persiste de forma latente no sistema nervoso após um quadro de infecção primária. A reativação do VVZ em um nervo craniano ou no gânglio dorsal da raiz, com propagação ao longo do nervo sensorial para o dermátomo, gerando manifestações cutâneas dolorosas – condição denominada herpes zoster. · Herpes zoster é uma doença relativamente comum, onde o principal fator de risco é o aumento de idade. Pessoas não vacinadas, que viverão até os 85 anos tem risco de 50% de desenvolver a doença ao longo da vida. · Quando a infecção pela varicela ocorre intraútero ou no primeiro ano de vida, o sistema imunológico ainda não está maduro, aumentando as chances de desenvolver herpes zoster. · Outros fatores de risco: - Sexo feminino. - Raça negra. - Histórico familiar. - Pessoas com imunidade diminuída das células T (Infectadas por HIV). · As complicações mais conhecidas são: - Afecções neurológicas: Ataques isquêmicos (consiste numa alteração da função cerebral que, normalmente, dura menos de uma hora e é causada por um bloqueio temporário do fornecimento de sangue ao cérebro; paralisia facial e Síndrome de Ramsey Hunt (herpes-zoster acometendo o ouvido - otalgia). - Afecções oftalmológicas: Ocorrem principalmente na distribuição do nervo trigêmeo, podendo incluir ceratite, esclerite, uveíte, necrose aguda da retina, conjuntivite, glaucoma, pupila de Argyll-Robertson. - Neuralgia pós-herpética: Dor que persiste após a resolução da erupção cutânea, pode pendurar por meses ou anos, interferindo no sono e no cotidiano. Ocorre em 30% dos pacientes com mais de 40 anos e é mais frequente quando o nervo trigêmeo é envolvido. · As manifestações clínicas são divididas em três fases: 1. Fase pré-ruptura (neuralgia pré-herpética): - Fenômenos sensoriais ao longo de 1 ou mais dermátomo da pele, duração média de 48h - Os fenômenos geralmente notados são dor, menos comumente, prurido e parestesia (formigamento). - A dor pode simular dores de cabeça, irite (inflamação da íris), pleurisia (inflamação da pleura que reveste os pulmões), dor cardíaca. - Pode surgir outros sintomas como mal-estar, mialgia (dor muscular). 2. Fase eruptiva aguda: - Marcado por eritema irregular (manchas vermelhas irregulares), acompanhado de endurecimento da área dermatomal afetada. - Linfadenopatia regional (aumento dos linfonodos - nessa fase ou posteriormente). - Um achado clássico são as vesículas herpetiformes agrupadas em desenvolvimento na base eritomatosa. - Achados cutâneos que aparecem unilateralmente, parando abruptamente na linha média do limite de cobertura sensorial do dermátomo envolvido. CUIDADO: Em indivíduos imunocomprometidos, podem ocorrer lesões fora do dermátomo afetado. - Involução vesicular: as vesículas inicialmente são claras, mas eventualmente nublam, rompem, crustam e involuem. - Os adultos experimentam dor intensa, alguns outros experimentam dor intensa sem erupção vesicular (zoster sine herpete). - Sintomas resolvem em 10-15 dias e a cura completa das lesões pode exigir até um mês. 3. Neuralgia pós-herpética: - Dor que persiste após a resolução da erupção cutânea (dura 30 dias ou + após a infecção aguda ou após a crosta de todas as lesões); - Pouco comum em crianças, sua incidência, gravidade e duração aumentam com a idade. Ocorre em 30% dos pacientes com mais de 40 anos e é mais frequente quando o nervo trigêmeo é envolvido; · Diagnóstico: - Os casos são diagnosticados clinicamente, sem a necessidade de exames complementares (baseando-se na história e nos achados físicos). - O diagnóstico tem maior probabilidade de ser herpes zoster em pessoas com histórias prévia de varicela e com TODAS as manifestações clássicas. · Diagnósticos diferenciais: · Tratamento: - Para pacientes imunocomprometidos, com idade igual ou superior a 50 anos, com dor moderada ou grave, erupção cutânea severa, é aconselhado a terapia antiviral com aciclovir - Tais medicamentos têm eficácia comprovada quanto a redução da formação de novas lesões, aceleração da resolução das lesões já existentes e diminuição da dor aguda. - CUIDADO: Aciclovir oral é ineficaz para reduzir a incidência de neuralgia pós-herpética. · Exames complementares para Herpes zoster: • Teste direto de anticorpo fluorescente (DFA) do líquido vesicular ou lesão da Córnea. • Teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) de líquido vesicular, lesão da córnea ou sangue. • Esfregaço de Tzanck do líquido vesicular (menor sensibilidade e especificidade que DFA ou PCR) · Prevenção: - Orientações para evitar transmissão e vacina em pacientes acima dos 60 anos (é composta pelo mesmo vírus atenuado presente na vacina contra varicela em concentração 14 vezes superior e é administrada em dose única). Herpes Simples · A infecção pelo vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1) ocorre em todo o mundo. A infecção ocorre igualmente entre os sexos e sem a variação sazonal. · Existe maior prevalência em países de baixa e média renda. · A transmissão do HSV-1 ocorre quando alguém sem infecção prévia entra em contato com lesões herpéticas ou secreções orais que contenham o HSV-1. · A transmissão por contato oral-genital ou genital-genital resultou em um aumento de casos de infecções por herpes genital por HSV-1. · A gengivostomatite e a faringite são as manifestações clínicas mais frequentes da infecção primária pelo HSV-1, enquanto a herpes labial é um sinal da doença de reativação. · As complicações oftalmológicas mais comuns do HSV-1 são ceratite (inflamação da córnea) e necrose retiniana.
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