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Assistência de enfermagem ao paciente submetido a Prostatectomia

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Assistência de enfermagem ao paciente 
submetido a Prostatectomia 
 A próstata produz um líquido alcalino que constitui entre 10% e 30% do sêmen. Durante a ejaculação, este líquido é 
acrescido ao esperma. A secreção prostática tem a função de proteger e nutrir os espermatozoides, contendo sais 
minerais e enzimas. Sua alcalinidade também ajuda a neutralizar a acidez da vagina, prolongando o tempo de vida dos 
espermatozoides. A próstata também tem músculos, que ao serem comprimidos ajudam a expelir o esperma. 
 
 O sistema reprodutor masculino inclui o pênis, o escroto, os testículos, o epidídimo, o canal deferente, a próstata e as 
vesículas seminais. O pênis e a uretra fazem parte dos sistemas urinário e reprodutor. O escroto, os testículos, o 
epidídimo, o canal deferente, as vesículas seminais e a próstata completam o sistema reprodutor. 
Próstata 
 Situa-se abaixo do colo da bexiga 
 Circunda a uretra 
 É atravessada pelo canal ejaculatório 
 
Glândula de Cowper 
São glândulas exócrinas do sistema reprodutivo masculino e que são responsáveis por lubrificar e neutralizar a acidez da 
uretra; 
 O líquido secretado pelas glândulas de Cowper é chamado líquido pré-seminal; 
 É muito difícil para o fluido pré-seminal alcançar a gravidez. 
 Alguns espermatozoides podem estar presentes nele, mas são inviáveis; 
 O líquido pré-seminal que é expelido no momento da ejaculação pode ser de 4 a 6 gotas; 
 Em baixos níveis de testosterona, essa lubrificação pode diminuir ou até desaparecer. 
Hiperplasia Prostática Benigna 
A hiperplasia prostática benigna (HPB), também conhecida como aumento prostático benigno, é um problema urinário 
comum que afeta os homens, especialmente aqueles com mais de 50 anos. E afeta cerca de 70% dos homens acima 
dos 70 anos. Ela dificulta o ato de urinar, piorando a qualidade de vida de milhões de homens no mundo todo. A HPB é o 
tumor não-canceroso mais comum no homem. É importante ressaltar que o homem que sofre de HPB não tem 
predisposição a desenvolver câncer de próstata. Por outro lado, é possível ter HPB e câncer de próstata ao mesmo 
tempo. 
 A próstata aumenta conforme o envelhecimento 
 Os homens podem ter dificuldade em urinar 
 O diagnóstico é feito com base nos resultados de exame retal, amostra sanguínea, urofluxometria, biópsia ou 
ressonância magnética (RM) 
 As causas são: alterações causadas por hormônios, incluindo a testosterona e, especialmente, di-
hidrotestosterona, além disso, anti-histamínicos e descongestionantes nasais podem aumentar a resistência ao 
fluxo de urina ou reduzir a capacidade de contração da bexiga; 
 Os sintomas podem ser: dificuldade para iniciar a micção, micção incompleta, urinas com mais frequência, noctúria 
e infecção; 
 Como consequência, temos câncer da próstata, bexiga hiperativa, comprometimento da função renal, ITUs, cálculos 
renais e retenção urinária. 
 
Câncer de Próstata 
 É o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele; 
 A segunda causa de morte por câncer em homens no Brasil, com mais de 14 mil óbitos; 
 Idade- o risco aumenta com o avançar da idade; 
 Histórico de câncer na família; 
 Sobrepeso e obesidade; 
Os sinais e sintomas da patologia são: dificuldade de urinar, demora em começar e terminar de urinar, sangue na urina, 
diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.vale salientar que na fase inicial, o 
câncer de próstata pode não apresentar sintomas. O câncer de próstata é estadeado com base no estágio da doença e 
no nível do PSA. 
 
 Escore de Gleason: 
Sistema que avalia o grau histológico do câncer de próstata. A escala classifica a citoarquitetura tecidual ao microscópio 
em pequeno aumento, baseado na diferenciação glandular, em 5 graus distintos, sendo nessa graduação as células do 
câncer comparadas às células prostáticas normais. Dessa forma, o grau 1 é o mais bem diferenciado e menos 
agressivo, possuindo melhor prognóstico, e o grau 5 é o menos diferenciado e mais agressivo, com pior prognóstico. 
O escore tem como objetivo identificar a provável taxa de crescimento e tendência à disseminação da doença. 
 
 
 Estagio 1: esses tumores são pequenos (T1 ou T2a) e não cresceram fora da próstata; possui baixa pontuação de 
Gleason (até 6) e nível de PSA baixo (menor que 10). Geralmente crescem lentamente e para diagnostico 
Radioterapia ou a prostatectomia radical. 
 Estagio II: estão contidos na glândula prostática. Os níveis do PSA são maiores do que os tumores do estágio I. para 
diagnóstico faz-se Radioterapia com ou sem hormônio. Todas as opções de radioterapia podem ser combinadas 
com a hormonioterapia, se existe uma chance de recidiva, baseado no PSA e/ou na pontuação de Gleason. 
 Estagio III: cresceram fora da glândula prostática; podem ter atingido a bexiga ou o reto (T4); não se disseminaram 
para os linfonodos ou outros órgãos. Esses tumores têm maior probabilidade de recidivar após o tratamento. Os 
homens mais velhos com outros problemas de saúde podem optar por um tratamento menos agressivo. 
 Estagio IV: disseminou para as áreas próximas, como linfonodos próximos ou para órgãos distantes, como os ossos. 
A maioria dos tumores em estágio IV não é mais curável, mas podem ser tratados. Manter a doença sob controle 
durante o maior tempo possível e melhorar a qualidade de vida do homem. 
Ressecção Transuretral 
É uma operação executada através da uretra, com instrumento endoscópico, que consiste na retirada da parte crescida 
da próstata. É um procedimento minimamente invasivo consolidado ao longo do tempo sendo, ainda hoje, considerado o 
“Padrão Ouro” para o tratamento das obstruções urinárias devido ao crescimento da próstata. 
Em casos brandos de HPB não há necessidade de qualquer 
tipo de tratamento, já que as funções do sistema urinário e 
da próstata não são comprometidas. Já quando o aumento 
de tecido adenomatoso prostático causa complicações na 
excreção e passa a interromper de forma mais acentuada 
a passagem de fluidos pela uretra, torna-se necessária a 
avaliação do médico urologista, para determinar o tipo de 
tratamento apropriado. Em casos extremos, e para 
pacientes idosos, indica-se a RTU. Estima-se que 90% dos 
homens acima dos 80 anos de idade apresentam HPB, por 
isso, são os que devem ter mais atenção aos sinais de 
crescimento anormal da próstata. 
Prostatectomia Suprapúbica 
O urologista realiza corte através da bexiga para ter acesso a próstata. 
Então, um pequeno corte é realizado próximo a interseção do colo da bexiga 
com a próstata. Na modalidade aberta a próstata é retirada através de 
dissecção com os dedos, já em casos de cirurgia robótica ou laparoscópica, 
as melhorias na visualização permitem a dissecção com instrumentos. 
 
 
Prostatectomia Retropúbica 
Nesta técnica o acesso à próstata é desenvolvido através de corte na parte inferior do abdome. A bexiga é então 
deslocada e a cirurgia é realizada no espaço retropúbico, ou seja entre bexiga e o osso púbico. Após a retirada de glândula 
é realizada novo junção entre a bexiga e uretra. Esse procedimento é chamado de anastomose. 
 
 
Incisão Transuretral da Próstata 
Durante a ITUP o médico faz incisões na próstata através do colo vesical com o ressectoscópio para melhorar o fluxo 
urinário. Após a cirurgia é colocado um cateter na bexiga para drenar a urina. O cateter também é utilizado para irrigar a 
bexiga com solução estéril para prevenir a formação de coágulos de sangue. Trata-se de uma técnica mais rápida e com 
menor risco de complicações, como hemorragia, e com uma menor incidência de ejaculação retrógrada, uma das 
consequências inevitáveis da maioria das cirurgias 
prostáticas, sejam endoscópicas ou abertas. 
 
 
 
 
 
Complicações 
 Infeção urinária 
 Pequenos sangramentos 
 Urgência miccional autolimitada 
 Ejaculação retrograda (ausência de ejaculação) 
Cuidados de Enfermagem 
Deve-se pautar nos principais problemas no pós-operatório: 
 Alívioda dor 
 Hemorragia 
 Infecção Trombose Venosa Profunda (TVP) 
 Obstrução do cateter 
 Retirada do cateter 
Condutas gerais no pré-operatório e pós-operatório 
 Fornecer informações escritas e orais ao paciente e familiares 
 Perceber a comunicação não verbal do paciente sobre preocupações 
 Fornecer impresso sobre os serviços de saúde disponíveis na comunidade 
 Levantar dados sobre a família e o ambiente para o cuidado domiciliar 
 Acompanhar a realização do autocuidado pelo paciente durante a hospitalização 
 Avaliar reações do paciente e familiares às orientações fornecidas 
Cuidados com o cateter vesical 
 Orientar o paciente/familiares quanto à necessidade do uso do cateter vesical e seu funcionamento 
 Ensinar os cuidados no esvaziamento da bolsa de drenagem e limpeza externa da bolsa e tubos 
 Orientar e posicionar a bolsa coletora na lateral da cama para maior conforto ao deitar 
 Fixar o cateter com fita adesiva à prova d'água no abdome ou na face ânterosuperior da coxa para prevenir 
tração ou o deslocamento 
 Informar sobre a retirada do cateter: quando, onde e por quem 
 Deve-se fazer irrigação contínua por meio do cateter de 3 vias 
 
Prevenção de infecção 
 Informar sobre sinais e sintomas de infecção do trato urinário 
 Ensinar medidas de redução do risco de infecção urinária 
 Interagir com o paciente, para que descreva os sinais e sintomas de infecção já ensinados 
 Orientar sobre cuidados com a incisão cirúrgica - curativo, remoção dos pontos, sinais de infecção e apoio da 
incisão quando necessário 
 Informar quanto à remoção do curativo da incisão cirúrgica, após 24h do recebimento da alta 
Cuidados com a nutrição e hidratação 
 Orientar sobre o volume de líquido a ser ingerido 
 Estímulo à ingestão de água enquanto a urina se apresentar sanguinolenta 
 Orientação quanto a importância da manutenção da frequência urinária 
 Informação sobre redução ou não ingestão de líquidos que podem causar irritação vesical 
 Orientação sobre o aumento da ingestão de fibras e líquidos para controle da constipação 
Retorno às atividades 
 Orientar sobre a restrição a exercícios vigorosos (dirigir veículos, subir degraus, levantar peso, fazer força e ter 
atividade sexual 
 Incentivar a caminhar o quanto tolerar em terreno plano 
 Orientar a não fazer força para evacuar 
 Informar a média de retorno ao trabalho após a cirurgia (3-6 semanas) 
Cuidados de higiene 
 Necessidade do banho diário 
 Recomendar banho de aspersão após 48h da cirurgia 
 Orientar realização da higiene perineal uma vez ao dia ou a cada evacuação, no caso de prostatectomia por via 
perineal 
 Ensinar cuidados de higiene e da pele, em caso de drenagem ao redor do cateter 
Cuidados na administração de medicamentos 
 Informar ao paciente o uso, se necessário, de emoliente fecal ou laxativo durante as primeiras duas semanas de 
recuperação 
 Discutir com o paciente o uso de analgésicos orais e antibióticos 
 Orientar sobre o uso e efeitos colaterais das medicações prescritas 
Ensino sobre sinais e sintomas esperados no pós-operatório 
 Informar o paciente sobre: retenção urinária ou sangramento que podem ocorrer após a remoção do cateter 
 Sintoma de irritação ao urinar após a remoção do cateter 
 Irregularidade no hábito intestinal 
 Presença de pequenos coágulos na urina 
 Queimação, urgência urinária e/ou frequência no primeiro mês 
 Incontinência urinária temporária, após a remoção do cateter vesical 
 Presença de sangue no sêmen 
Ensino sobre sinais e sintomas de complicação e conduta 
 Obstrução vesical 
 Contratura do colo vesical 
 Estreitamento uretral 
 Incontinência urinária 
 Instrução ao paciente para contatar imediatamente o urologista ou enfermeiro especializado, caso ocorra alguma 
complicação inesperada ou urina com sangramento excessivo, ou coágulos, dor aumentada que não alivia com 
medicações, edema nos testículos, febre, não drenagem de urina pelo cateter, incapacidade para urinar por mais 
de quatro horas, queimação aumentada para urinar, frequência urinária aumentada por uma semana e outros 
Ensino sobre exercícios para musculatura pélvica 
 Fisioterapia pélvica 
 Necessidade de exercícios para a musculatura pélvica e realização diária desses exercícios 
 Devem ser iniciados durante o período pré-operatório ou no pós-operatório, imediatamente, após a remoção do 
cateter 
 Ajuda no controle da incontinência urinária 
Cuidados para o controle da dor 
 Manejo farmacológico e não farmacológico da dor 
 Monitoração do cateter para a não obstrução, o que evita a distensão da bexiga 
 Realização do banho de assento morno ou aplicação de compressa morna na região suprapúbica para aliviar a dor, 
após a remoção de cateter

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