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INTRODUÇÃO O paciente espera diagnóstico e tratamento por parte do médico. Assim, a consulta é composta por Anamnese, Exame Físico e Propedêutica Isto posto, tem-se que a correlação clínico-laboratorial é essencial EXAME LABORATORIAL MOTIVOS PARA REQUERIMENTO I: Suspeita diagnóstica, diagnóstico diferencial, atividade e severidade da doença, guiar o curso terapêutico e sua efetividade II: Screening ou rastreio Assintomático que requerem confirmação III: Pré-operatório IV: A pedido do paciente É realizado mediante dependência da repercussão do exame e do tempo gasto neste V: Caminho escolhido pós-exame O que eu farei com o teste alterado ou normal? O exame que estou pedindo é útil? OBS: O teste precisa ser objetivo e não redundante UTILIDADE CLÍNICA DO EXAME PRÉ-REQUISITOS I: Sensibilidade Probabilidade de o teste estar alterado na presença de doença 𝑆 = 𝑎 𝑎 + 𝑏 EX: Caso S=90%, o teste deixará de confirmar a hipótese diagnóstica de 10 indivíduos dentre 100 efetivamente doentes II: Especificidade Probabilidade do teste está inalterado na ausência de doença 𝐸 = 𝑑 𝑐 + 𝑑 EX: Caso E=95%, o teste rotulará como doentes 5 entre 100 indivíduos que, efetivamente, não o são III: Precisão Capacidade do método de produzir resultados próximos entre si INTRODUÇÃO À MEDICINA LABORATORIAL É importante ao controle interno de qualidade, que é realizado a partir de uma amostra/soro controle IV: Exatidão Capacidade do método de produzir resultados próximos do valor verdadeiro É importante ao controle externo de qualidade DESVIO/BIAS/INEXATIDÃO Diferença entre a média de um conjunto de resultados e a do valor verdadeiro OBS: Embora um determinado exame possa ser dito como adequado, não é afirmado que ele é verdadeiro INTERPRETAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS CUT-OFF Estabelece-se um valor de corte, cujos valores acima estão alterados e aqueles abaixo estão na normalidade VALORES DE REFERÊNCIA Individuais Emprega valores do indivíduo, obtidos anteriormente, como referência Coletivos Baseados em um grupo de indivíduos em estado de saúde definido Limitações I: Generalização para a população II: Considerar fatores demográficos III: Cada laboratório deveria ter o seu exame de referência OBS: Os valores de referência devem ser vistos como orientação, e não como limites rígidos para justificar a tomada de decisão. Assim, um resultado dentro da faixa não significa ausência de doença, bem como um fora da faixa não significa a presença de doença Variação Biológica Variação entre o balanço metabólico e a regulação homeostática I: Biológica Intra-Individual Flutuação da concentração biológica à volta do ponto de regulação homeostático, de cada indivíduo II: Biológica Geral Representa a diferença da regulação homeostática dos componentes biológicos entre indivíduos 𝐶𝑉 = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑎 OBS: CV refere-se ao coeficiente de variação MEDIDAS DE EXATIDÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS VALOR PREDITIVO POSITIVO Probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente 𝑉𝑃𝑃 = 𝑎 𝑎 + 𝑐 VALOR PREDITIVO NEGATIVO É a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado negativo ser realmente normal 𝑉𝑃𝑁 = 𝑑 𝑏 + 𝑑 CURVA ROC É uma forma de representar a relação, normalmente antagônica, entre a sensibilidade e a especificidade de um teste diagnóstico quantitativo, ao longo de um contínuo de valores de cut-off points INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA INCIDÊNCIA Número de casos novos em determinado período de tempo PREVALÊNCIA Todos os casos existentes antes da realização do teste DIAGNÓSTICO É um processo de probabilidade e não de certeza RESULTADOS INCONSISTENTES X EXAME CLÍNICO Deve-se considerar: I: Analito livre ou ligado II: Doença Aguda ou Crônica III: Sexo, idade, peso, etnia, altura, superfície corporal, postura, gravidez e interação medicamentosa IV: Amostra analisada: soro, plasma, urina, fezes, líquidos cavitários, líquor e hora de coleta VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS Gênero Hormônios e diferenças metabólicas Idade Pediátricos: imaturidade fisiológica Geriátricos: variabilidade fisiológica aumenta com a idade, além de comorbidade Peso Massa muscular pode afetar certos componentes, como creatina e quinase. A obesidade pode elevar o colesterol Postura Oscilação de cerca de 600ml de sangue circulante em pé/deitado Etnia Talassmia e Anemia Falciforme são mais comuns na subsaara africana, no meio oeste asiático e no mediterrâneo Gestação I: Hemodiluição secundária ao aumento do volume plasmático Redução do HT, HB e plaquetas II: Aumento na taxa de filtração glomerular Aumento da depuração de creatinina em 50% ou mais Redução dos níveis de glicose, ureia, creatinina, albumina e proteínas III: Produção de hormônios antagonistas à insulina na segunda metade da gravidez Propensão à diabetes gestacional IV: Aumento da demanda metabólica Aumento da mobilização de lípides, com elevação dos níveis séricos de triglicérides, colesterol total e LDL Redução dos níveis de ferro e ferritina Hábitos de Vida I: Dieta Vegetarianos: Níveis reduzidos de LDL, VLDL, Colesterol, Triglicérides e Vitamina B12 Hiperprotéica: Aumento de Ácido Úrico, Uréia e Amônia Ricas em ácidos graxos saturados são lipogênicas Cafeína determina aumento da atividade de renina plasmática e níveis de catecolaminas II: Tabagismo Induz alterações nos perfis bioquímicos e celulares Aumento dos níveis de hemoglobina e contagem de hemácias Redução da concentração de HDL Elevação, à curto prazo, dos níveis de adrenalina, aldosterona e cortisol Elevação dos níveis de CEA e valores de referência distintos III: Atividade Física Efeito Transitório (12 a 24 horas): Mobilização de água e outras substâncias entre os diferentes compartimentos corporais Variações nas necessidades energéticas do metabolismo Aumento dos níveis séricos de enzimas musculares Elevação do Lactato, de Catecolaminas, de Glucagon, de Cortisol, de GH, de Prolactina e, transitória, dos níveis de PSA (48 horas) Assim, deve-se evitar atividade física intensa nas 24 horas que antecedem a coleta do material Medicamentos e Drogas O laboratório deve registrar os medicamentos que o paciente usa continuamente, bem como os que usou nas últimas 72 horas Anticoncepcional Oral: Aumento dos níveis de Ferro, Transferrina, TGB, T3 e T4 totais, Transaminases, GGT e Triglicérides Antineoplásicos: Aumento de Transaminases Anticoagulantes Orais ou Venosos: Prolongamento do tempo de Protrombina e/ou do tempo de Trimboplastina parcial ativado Maconha: Diminuição de Glicose, Creatinina e Ácido Úrico e Elevação de Insulina, Na+, K+ e Ureia VARIÁVEIS ASSOCIADAS À COLETA Jejum Habitualmente preconizado: Jejum de 8 a 12 horas Evitar jejum prolongado, já que este corrobora redução dos níveis de glicose, elevação dos níveis de triglicérides por mobilização periférica e aumento dos níveis de bilirrubina Variação Cronobiológica Alterações clínicas que ocorrem na concentração de alguns parâmetros biológicos em função do tempo AS FASES DO EXAME LABORATORIAL FASE PRÉ ANALÍTICA Observação das condições do paciente antes deste realizar o exame Estende-se desde a indicação e solicitação do exame à coleta, transporte e conservação da amostra Procedimento de Coleta I: Identificação da amostra O responsável pela coleta deve confirmar o nome do paciente, a requisição de coleta e as etiquetas de identificação, além de certificar de que os tubos da coleta estejam corretamente identificados II: Sistema de coleta a vácuo X Coleta com seringa e agulha III: Padronizaçãodos tubos pela cor da tampa IV: Acondicionamento, Preservação e Transporte da amostra Aplicação do Torniquete Habitualmente preconizado em tempo inferior a 1 minuto Determina aumento da pressão intravascular, o que facilita a localização do vaso a ser puncionado e o preenchimento dos tubos de coleta Resultados Inconsistentes X Exame Clínico Normal I: Hemólise Coloração avermelhada do soro ou plasma após a centrifugação, decorrente da liberação de hemoglobina II: Lipemia Hipertrigliceridemia às custas da elevação de quilomicrons, VLDL ou ambos Aspecto é turvo e leitoso OBS: Aspecto turvo-leitoso aumenta as chances de um falso-negativo em exames que medem a ligação antígeno-anticorpo III: Icterícia Coloração amarelo-alaranjada do soro ou plasma, após a centrifugação, decorrente do aumento da concentração de bilirrubina FASE ANALÍTICA Automação X Técnicas Manuais São realizados os controles de qualidade, tanto interno, com a monitorização da estabilidade do sistema analítico, quanto externo, com a monitoração da exatidão. Ainda, é feito o processamento da amostra Automação I: Identificação da amostra II: Pipetagem da amostra e reagentes III: Homogeneização IV: Incubação em temperaturas constantes V: Calibração do ensaio VI: Medida e leitura da reação VII: Liberação e interfaceamento dos resultados VIII: Armazenamento dos dados Pacientes, Controle da Qualidade e Calibrações FASE PÓS ANALÍTICA Período no qual se realiza a interpretação e emissão do resultado, junto à liberação e à assinatura do laudo Erros Laboratoriais Acreditação Laboratorial Independente desta, deve-se verificar o controle externo de qualidade I: ISO Para sua obtenção, deve-se realizar uma sistematização dos processos realizados II: PALC Para sua obtenção, deve-se realizar uma sistematização dos processos realizados de acordo com tópicos específicos. Assim, é melhor que o ISO III: PCNQ Semelhante ao PALC IV: ONA É o melhor parâmetro de acreditação laboratorial Deve-se realizar uma estrutura física e descrever cada componente desta EXERCÍCIOS EXERCÍCIO 1 Você recebe 1 paciente para consulta com 2 resultados de exames de colesterol total dosados com 1 semana de diferença, pois o médico assistente, após ver o primeiro “alterado”, pediu o segundo com recomendação de colher em outro laboratório específico Colesterol total 1º. Exame: 240 mg/dL Colesterol total 2º. Exame: 199 mg/dL Você, de posse desses exames, ligou para os laboratórios que informaram que realizaram o controle interno e que estava tudo certo. Perguntado sobre o controle externo, o primeiro laboratório informou que tinha performance excelente de 89%, mas não sabia informar sobre a performance do colesterol. O segundo laboratório informou que tinha desempenho excelente e que sua avaliação de dosagem de colesterol tinha sido adequada, enviando o comprovante do supervisor do programa. PERGUNTA Isto posto, qual deve ser o exame laboratorial de maior credibilidade nesta situação? Explique RESPOSTA Informar ao paciente que o resultado que corresponde à realidade é o de 199. Isso porque, de acordo com a história, possui o certificado de exatidão específico ao exame de colesterol, principal parâmetro utilizado à comparação de qualidade entre os laboratórios EXERCÍCIO II Você está fazendo Estágio em Miami pela FCMMG e atende um paciente que deseja realizar exame anti HIV, pois realizou uma tatuagem há 6 meses. PERGUNTA Sabendo que a prevalência de HIV nos EUA é de 0,003%. Informe as possibilidades de falsos positivo e negativo e de em cada um desses resultados qual a chance de ser portador ou não portador (vpn e vpp). Considerar sensibilidade de 95% e especificidade de 99% RESPOSTA Considerar que a população é de 100.000 e, portanto, 0,003%, referente à quantidade de pessoas que possuem a doença, corresponde a 300 pessoas Baseando-se na tabela, tem-se que A + B Considerar que a população é de 100.000 e, portanto, 0,003%, referente à quantidade de pessoas que possuem a doença, corresponde a 300 pessoas C + D 100.000 – 300 = 99.700 SENSIBILIDADE 95% = a /a + b = x / 300 Logo, a = 0,95 X 300 = 285 Logo, b = 300 (a+b) – 285 (a) = 15 ESPECIFICIDADE 99% = d / b + d = x / 99.700 Logo, d = 0.99 X 99.700 = 98.703 Logo, c = 99.700 (c+d) – 98.703 (d) = 997 VALOR PREDITIVO POSITIVO a / a + c = 285 / 285 + 997 = 22,23% VALOR PREDITIVO NEGATIVO d / b + d = 98.703 / 15 + 98.703 = 99,98%
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