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Propedêutica: Quadril parte 02 - Mecânica da lesão por esforços repetitivos: Associada a fatores como, fraqueza do complexo póstero lateral do quadril (musculatura que estabiliza o quadril ao realizar descarga de peso unipodal), existe uma tendência da cabeça femoral se deslocar para fora do acetábulo → Movimento abdutor do quadril e em decorrência disso, tem-se ativação do glúteo médio e do complexo póstero lateral do quadril, formado por → Glúteo Máximo e Trato Iliotibial, para ativar essa musculatura e manter a estabilidade do quadril. Se houver fraqueza de glúteo médio ou do complexo póstero lateral, há o Sinal de Trendelenburg que é a queda da pelve contralateral onde o paciente faz a descarga de peso. - Por que isso é significativo para dissipação de carga? Pois a hora que tem a queda da pelve, há um redirecionamento da descarga de peso, em geral, produzindo maior descarga na região antero medial do joelho e passada pronada, todos estes ajustes compensatórios, servem prioritariamente para manter estabilidade no centro de gravidade. Então, ao ter um deslocamento lateral do quadril, a compensação irá ser em deslocamento medial do joelho, ao ter deslocamento medial do joelho, irá ter compensamento lateral da descarga de peso na região plantar (passada pronada). Ajustes para manutenção do centro de pressão/manutenção do equilíbrio postural Então ao olhar essas condições, envolvem fatores mecânicos na produção da disfunção, por isso é importante olhar para força muscular do complexo póstero lateral, mecânica de movimentação do joelho (realiza-se: teste de descida do degrau→ Jump Teste, para verificar se o paciente realiza valgo dinâmico). Se o paciente faz valgo dinâmico, está descarregando peso na região do compartimento antero medial do joelho e está tendo uma distensão na região do complexo póstero lateral do quadril, resultando em bursite trocantérica, tendinopatia insercional do trato iliotibial ou disfunção patelo-femoral (condições de causas mecânicas). Quando paciente prona a passada, isso significa que o paciente faz descarga de peso lateralizada na região do pé, também resulta na produção do valgo dinâmico do joelho, distendo trato iliotibial e resulta em fraqueza do complexo póstero lateral do quadril. - Ao olhar para o tornozelo, é comum o paciente ter perca de mobilidade em dorsiflexão e acaba compensando com alterações no posicionamento de quadril e joelho, é preciso ganhar mobilidade em dorsiflexão para que o paciente melhore a mecânica e dissipação de carga em MMII. - Tudo associado a lesões por esforço repetitivo: bursite trocantérica e síndrome do trato iliotibial, são as condições mais comuns no quadril. Impacto Femoro Acetabular - IFA: condição comum, não é mecânica e sim estrutural; - Alteração estrutural na articulação coxofemoral, que acarreta um contato precoce do fêmur com o acetábulo, tendo impacto ósseo e resulta na redução de mobilidade e dor nos movimentos amplos do quadril. DISFUNÇÃO QUE ENVOLVE IMPACTAÇÃO NO QUADRIL (FEMUR E ACETÁBULO) - Impacto referido quando paciente realiza atividades esportivas em grandes amplitudes de movimento (Vôlei, corrida, cross fit); - Três diferentes alterações anatômicas ósseas, caracterizados como IFA: Tipos: • PINCER: a disfunção estrutural está na cabeça femoral, existe uma produção de osso em que a cabeça do fêmur é maior do que deveria ser (aumento de massa óssea na região da cabeça do acetábulo). Quando o atleta realiza movimentação, esse aumento produz impacto precoce na região do acetábulo. Comum em atletas de impactação: movimentos de salto, troca de direção rápida onde sempre há carga compressiva atuando. • CAM: o acetábulo é alongado/prolongado e isso promove impactação. • MISTO: alteração na cabeça femoral (proeminência óssea mais evidente) e no acetábulo (mais alongado), mistura dos dois. - Causas: Podem ser diversas Geralmente existe um componente hereditário/genético que vai gerar a produção do Impacto Femoro Acetabular. Existem também algumas doenças que irão facilitar a ocorrência do IFA, o Legg Calvé Perthes (é uma doença que promove necrose avascular na cabeça do fêmur em crianças, tendo perda de irrigação sanguínea, tendo uma perda de massa óssea e processo degenerativo) → Pode ser um fator que produz o IFA. Assim como, a Epifisiólise, doença que envolve o acometimento na produção de células ósseas na região do fêmur, também associada a irrigação sanguínea. É comum, olhando para essas doenças que o paciente tenha um impacto femoro acetabular, pelo processo degenerativo nessa região. Adolescentes com altos níveis de atividade física e praticantes de esportes que envolvem grandes amplitudes de movimento. O CAM ou PINCER podem ser adquiridos após fraturas de colo do fêmur ou acetábulo. Mais comum fratura por stress em mulheres, pela tríade de sintomas (amenorreia→ para de menstruar, baixo nível de gordura corporal, osteoporose) da mulher atleta, o alto desempenho resulta em perca de gordura corporal, diminuindo estrogênio e ocorre a presença de osteopenia e osteoporose. Deve realizar terapia de recomposição hormonal e acompanhamento nutricional, pela dificuldade na reabilitação pelas características de uma idosa osteoporótica. - SINTOMAS: O sintoma mais relevante da IFA é a dor localizada, há paciente que relata dor na virilha (o que pode acabar confundindo em dor inguinal), há paciente que relata dor na região lateral do quadril (pode confundir com dor na bursite trocantérica) e dor na região posterior do quadril no centro da nádega (o que confunde em sacroiliite, bursite isquiática). A principal característica da dor, é durante as atividades como: agachar, entrar e sair do carro, calçar sapatos e meias, andar de bicicleta, correr ou se sentar por tempo prolongado em locais baixos (flexões acima de 90 graus de quadril). Limitação na amplitude de movimento em rotação interna Pode ou não ter claudicação (descarregar menos peso na região afetada e fazer um passo mais curto e/ou rápido na região em que ele sente dor)→ Alterações nos padrões de marcha. Dificuldade/incapacidade em desempenhar atividades físicas. Lesões do tipo CAM ou de labrum (PINCER) que apresentam alterações intra-articulares diagnosticadas por meio de exame de imagem. Síndrome do Trato Iliotibial - Atrito da Banda Iliotibial, onde é localizada a dor; Lesão mecânica associada a fraqueza do complexo póstero lateral ou a passada pronada. Quadril em Ressalto ou Quadril Saltador Estralo no quadril ao realizar descarga de peso→ Apoio Unipodal Nada mais é do que o tendão da banda iliotibial passando por cima do trocanter maior do fêmur, como envolve impactação produz tendinopatia do tendão comum do trato iliotibial, geralmente na região de inserção do tensor da fáscia lata→ Trato Iliotibial. Tratamento: fortalecimento de rotador interno (tensor da fáscia lata, glúteo mínimo→ agonista e glúteo médio) e alongar trato iliotibial. Teste de Trendelemburg: Teste é positivo quando glúteo médio tem uma importante perda funcional→ Insuficiência ativa significativa, ou seja, a queda da pelve contralateral. Para realizar o teste, paciente fica em apoio unipodal por alguns segundos e terapeuta observa se há, a queda da pelve. - Teste de descida do degrau, jump test, hop test→ Avaliam fraqueza de glúteo médio e presença do valgo dinâmico. Teste de Thomas: Menos utilizado na musculoesquelética, + utilizado para verificar encurtamento de iliopsoas em pacientes cadeirantes. Paciente em DD, abraça um dos segmentos e terapeuta observaa perna que está estendida, se houver uma flexão no joelho, o achado positivo é encurtamento de iliopsoas e dos posteriores da coxa. Teste de Patrick e Fabere Avalia disfunção sacroiliaca; Paciente em DD, realiza flexão, adução e rotação externa, terapeuta estabiliza o lado contralateral e ‘’empurra’’ o quadril rodado, desalinhando a sacroiliaca→ Teste irritativo para dor sacroiliaca. Teste de Gaensle Avalia disfunção sacroiliaca; Paciente em DD, um dos segmentos para fora da maca, e abraça o lado contralateral→ Se o paciente referir dor no teste, tem teste de Gaensle positivo. Teste de Ely Teste pouco utilizado na musculoesquelética, usado para avaliar encurtamento de reto femoral em pacientes cadeirantes (devido a ficar muito tempo sentado, encurta os flexores de quadril). Paciente em DV, terapeuta realiza alongamento do quadríceps, se houver o levantamento da pelve há o encurtamento de reto femoral. Teste de Ober Avalia encurtamento de isquiotibiais; Paciente em DL, terapeuta abduz levemente o quadril e realiza extensão passiva de joelho, se houver compensação na pelve, há o encurtamento de isquiotibiais. Sinal de Tripod Avalia encurtamento de isquiotibiais; Paciente sentado, realiza extensão completa de joelho. Teste do Piriforme Avalia encurtamento do piriforme; Paciente em DL, flexiona o quadril, roda internamente e aduz, assim, paciente realiza abdução, se referir dor ao movimento resistido há o piriforme positivo. Também sendo realizado em DV, em flexão de joelho, paciente ‘’abre as pernas’’, verificando encurtamento de piriforme relacionado a distribuição de carga. Teste de Allis Avalia encurtamento da tíbia em relação ao fêmur; Paciente em DD, com MMII em flexão de quadril e joelho, observa em plano frontal e avalia se há alteração de altura de um joelho em relação ao outro, se houver há encurtamento da tíbia. Ao observar em plano lateral, e houver diminuição do comprimento, há o encurtamento do fêmur.
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