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História das Idéias Políticas no Brasil - Aula 9

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Aula 9 - Gilberto Freyre 
quinta-feira, 4 de outubro de 2012 
18:53 
 
Estrutura sua abordagem de perfil culturalista, utilizado pelo autor Franz Boas. 
 
Sua obra é vasta e extremamente controversa e cria respaldo para situações políticas 
no contexto brasileiro. "Ordem e Progresso; Casa Grande e Senzala e...? (acho que 
é Sobrados e Mucambos)" 
 
O segundo livro tem relação com o período colonial e o estuda pelo ângulo da 
formação da família sobre o regime patriarcal, que é a que vai conformar nossa 
experiência social e institucional. Ruralismo agrário que vai conformar nosso modo 
de ser, inclusive nas instituições. 
Séc. XVI - XIX 
 
O terceiro livro trata da decadência do patriarcado rural. Ele achava que isso tinha 
efeitos desestabilizadores para a sociedade. 
Marca característica de nossa experiência é que conseguimos amortizar o 
antagonismo. (acho que é isso). Época do Brasil pós independência. 
 
O Ordem e Progresso recorre ao último desenho do séc. XIX e as primeiras 3 
décadas do século XX. Fala da desintegração da família patriarcal com base no 
desenvolvimento do trabalho livre. 
 
 
Vamos falar mais do autor. 
É um autor que tem que ser livre, e que suas obras possibilitaram diversas 
interpretações ao longo do tempo. O professor vai se focar na interpretação 
clássica. 
 
O primeiro livro mostra o regime patriarcal, a interpenetração de culturas. Dois 
eixos explicativos vão se definindo: um de base econômica (mão de obra escrava e 
agricultura) e outro de ordem cultural que é a análise de efeitos sociais e culturais e 
de meio dos fatos narrados. 
A primeira dimensão tem destaque na dominação patriarcal não apenas sobre os 
escravos, mas tb sobre a família, agregados, etc. Grande expressão do sistema 
patriarcal português se consolida aqui. 
Além disso, a leitura fundamental da casagrande é a estabilização da colonização 
portuguesa. Representa papel que vence a igreja e o Estado. Ela, completada pela 
senzala, representa todo um sistema econômico, social e político, de produção 
(monocultura, latifundiário), de transporte, religião, família, de vida sensual e de 
família (patriarcal poligâmico), bancos, escolas, médicos. Subordinação de caráter 
sexual, mas que se reveste de caráter institucional tb. 
Sempre houve uma dinâmica democratizante que funcionou de corretivo à casa 
grande e à senzala, segundo Freire. 
 
Professor centrará em 4 focos e aspetos do livro. Núcleo é a relação patriarcal. 
 
1.
 
Formação de uma sociedade agrária escravocrata e híbrida 
2.
 
Interpenetração racial e cultural. 
3.
 
Papel do português, do índio e do escravo no BR. 
4.
 
Riqueza dos antagonismos equilibrados. 
 
 
1 e 2: 1532 é o início desse período. Quando se constitui a sociedade brasileira, o 
colonizador já tinha uma lata experiência de colonização. Aptidão de colonização 
portuguesa nos trópicos se cristaliza aqui e não nas explorações de benfeitorias 
africanas. Formou-se na América Tropical uma sociedade agrária na estrutura, 
escravocrata na socioeconomia e apresenta na composição a mistura das raças. 
Conformação se deu na relação dos particulares mais do que nas atitudes do 
Estado. Tal colonização estável tem uma origem cultural específica que é uma 
indecisão étnica e cultural dos portugueses entre a Europa e África. Os portugueses 
não tinham bem uma identidade europeia. As instituições europeias são amolecidas 
por essa indecisão. 
 
Plasticidade é essa capacidade de amoldamento a uma realidade diversa à da 
metrópole. 
 
Tendência à indistinção entre espaço público e privado decorre do patriarcalismo. 
Essa dimensão cultural que Franz boas herda, deve servir como eixo para explicação 
da nossa experiência. 
 
3.
 
Fusão das raças. Incorporação dos 3 na família patriarcal. Tal 
sociedade formada por essa característica já estava presente culturalmente no 
nosso colonizador. É uma espécie de bicontinentalidade. 
 
4 - Uma sociedade que tardiamente vai se orientalizar (?) Nessa sociedade, o 
elemento português é preponderante, mas há um dado muito característico do 
pensamento do autor que é tentar fazer um resgate da contribuição do negro na 
nossa sociedade. Faz um resgate da figura do negro, mas não do índio, que é pouco 
relevante para ele. Haveria uma assimetria culturalassimetria culturalassimetria culturalassimetria cultural entre colonizador e índio. 
Houve a incorporação da mulher índia à família brasileira. Mas a cultura deles 
(índios) é inferior à europeia e, por isso, se disseminou com o passar do tempo. 
Chama de "estoque africano" na formação cultural brasileiro. Contesta 
veementemente a tese da inferioridade racial e cultural submetido à escravidão. Não 
haveria a procedência dessa tese. O negro era, como o português, caracterizado por 
uma adaptabilidade aos ambientes. Acomodação dos antagonismosAcomodação dos antagonismosAcomodação dos antagonismosAcomodação dos antagonismos seria 
amortecimento dessa polaridade entre dominante e dominado. Negro seria um 
elemento civilizador na colonização. Em alguns casos, mais que o próprio 
português. Essa formação híbrida geraria a ideia da democracia racialdemocracia racialdemocracia racialdemocracia racial entre nós. 
Isso pode ser encontrado num quadro que está no CTC do Candido Moreira Leite, 
no qual ele mapeia quais as contribuições do índio e negro na formação da 
sociedade brasileira. 
 
Acomodação dos antagonismosAcomodação dos antagonismosAcomodação dos antagonismosAcomodação dos antagonismos: a cultura brasileira reside nos antagonismos. Ele vê 
com muita desconfiança a desarticulação do patriarcalismo, pois era isso 
(patriarcalismo) que fazia a sociedade se estabilizar. É verdade que diante dos 
antagonismos, eles eram amortizados pelas condições de confraternização social 
(miscigenação, fácil acesso a cargos de elevadas posições políticas, hospitalidade a 
estrangeiros, etc....). Por isso que a sociedade se estabilizou mesmo sendo 
antagônica. 
A miscigenação é um dos fortes elementos que causaram essa amortização, pois de 
um lado ela permitiu a estabilização do empreendimento colonial português. A 
carência populacional do português se superou por ela. Outro lado é que a relação 
sexual feita entre quem manda e quem obedece se caracteriza pela submissão 
(imposição viril de quem manda e subordinação de quem obedece) (relação 
sadomasoquista). Disso decorre essa tendência à subordinação, primeiro no âmbito 
privado e dps no âmbito público. 
 
Sadismo do branco e masoquismo da índia. Esse sadismo e correspondente 
masoquismo excedendo a esfera doméstica, vemos sua formação num campo social 
mais largo: sadomasoquismo 
 
(.....saí da sala) 
Ele ta falando do outro livro 
Reeuropeização da sociedade brasileira. Isso acirra os antagonismos. Ele considera 
que no sec XIX, duas etapas vão ser importantes nessa reeuropeização: 
1.
 
Até a metade do século: fim da escravidão. 
2.
 
Depois do fim da escravidão. Na medida em que declina a mão de 
obra escrava, essa estrutura será copiada da Europa. E isso traz problemas para 
a sociedade que estava estabilizada pelo antagonismo. Ele trabalha a formação 
dos novos tipos sociais que acirra as disputas no centro urbano que destrói o 
equilíbrio entre antagonismo. É por isso que o GF aparece como um teórico 
conservador. 
 
Críticas que se impõem ao autor: 
• Essa concepção tem desconfirmado uma série de pressupostos da 
teoria dele. Essa concepção pessoal muitas vezes não corresponde ao que 
ocorreu na nossa sociedade. Ele cria um certo brasil nessa ótica. 
• Tendência de se criar uma certa homogeneização: essa experiência da 
sociedade patriarcal que ele generaliza, foi na verdade ocorrência somente na 
região do nordeste açucareiro. 
• Grande ideólogo que cria a ideologia que vai ser atualizada durante o 
período militar, pois tal equilíbrio entre antagonismo vai apoiar (?) 
 
 
 
Sérgio Buarque de Holanda 
quinta-feira, 11 de outubro de 2012 
18:54 
 
Raízes do Brasil - Nós seríamos aexpressão do que se chama de homem cordial: 
prevalência da dimensão emotiva sobre a dimensão racional. Ele é muito 
influenciado pelo Weber. A nossa sociedade tem, portanto, traços de arcaismo. 
Sentimentalismo sensual, remetendo à Gilberto Freyre. Tenta mapear traços 
psicossociais do nosso colonizador. Povo no qual a plasticidade (adaptação) é uma 
característica própria, que veio do colonizador português. Sérgio concorda com 
Freyre nesse aspecto. 
 
Ele tem muuuuuuuuuuitas outras obras. 
Mas, falando de "raízes do brasil", ele não é um livro de história. Usa, no entanto, 
material histórico para mostrar que temos fatores arcaicos que são destrutivos no 
nosso processo de modernização e fala como o arcaico condiciona o presente, mas 
não o faz de forma apologética. O passado é arcaizante. 
A identidade brasileira estava num processo de construção. A possibilidade de 
superação do passado ibérico existia, mas poderíamos ter atitudes que 
corroborariam ele. 
 
Ele vai utilizar, sobretudo, a história social francesa e a sociologia alemã. Weber! 
Não se reduz a ele, mas trabalha de forma criativa com seu instrumental. Ele usa 
sua metodologia de base baseado no Weber. Ele se apropria do instrumental 
weberiano, principalmente do chamado "tipo ideal" que é a reconstrução mediante 
acentuação de certos traços, com vistas a concebê-los na sua forma mais pura. Esse 
tipo é um recurso que extrai elementos que são determinantes na formação 
histórico-cultural. 
 
Contrastar tipos dá dinamicidade na análise tipológica (i.e., do processo histórico), 
o que não acontece no Weber. 
Metodologia dos contrários, segundo um analista, Antonio Candido. O 
pensamento dele se constitui de conceitos polares, contrasta realidades diferentes. 
Buarque modifica o critério do Weber, pois focaliza partes e não a pluralidade de 
termos. O que há de esquemático na análise de pares contrários e exclusivos é... (??) 
(urbano e rural, etc...) analisa e compreende o brasil e os brasileiros. Ele neutraliza a 
valoração que ele mesmo faz do contraste entre os tipos. 
 
O professor vai reconstruir o argumento principal do livro. Ele tem 7 capítulos. O 
primeiro é fronteiras na europa. Encontra especificidades da mentalidade do 
português em função de ser um povo de fronteira. No segundo capítulo ele faz uma 
distinção entre trabalho e aventura. Haveria uma ética da aventura que levou os 
colonizadores a consolidarem a atividade. Vale mais o preço da ousadia, que o 
preço do trabalho árduo, etc. No terceiro, ele mostra que tais traços do colonizador 
vão recrudescer no brasil, pois vamos ter como predomínio o ruralismo. A empresa 
rural é incompatível com a lógica predatória da colonização portuguesa. O 
ruralismo faz recrudescer a psiqué portuguesa entre nós. No quarto capítulo, ele 
fala de outro par tipológico que é o semeador e ladrilhador... Nas cidades ele tenta 
mapear traços da psiqué portuguesa 
No quinto capítulo, no "homem cordial" ele delineia o essencial do caráter 
nacional brasileiro. Homem movido pela emotividade, aversão à impessoalidade. 
Traços esses são problemáticos. Todos têm que ser amigos de todos, etc. 
Impessoalidade da autoridade sempre incomoda o brasileiro (verdade!!). 
Os dois últimos capítulos tentam dizer que, a ênfase é no colonizador neste estudo 
e suas influências psicossociais. Diz que somos desterrados da nossa terra. O caráter 
nacional do brasileiro ainda estava em construção e não era determinado pelo 
passado. Diz sobre "novos tempos", que seriam as mudanças do contexto rural para 
o urbano e da escrvidão, e no capítulo 7, ele fala sobre os elementos que poderiam 
ensejar a "nossa revolução", que seria uma revolução de longa duração, de ideias e 
não de um determinado momento específico. 
 
Explicando melhor: 
O português é um povo de fronteira. Personalismo é uma das principais marcas 
psicológicas do colonizador. Essa cultura é o traço mais decisivo do 
desenvolvimento desses povos hispânicos. O valor de um homem se mede pela 
extensão em que não precise dos demais, que se baste. Decorre disso uma 
fragilidade de nossas formas associativas, uma frouxidão da estrutura social. Os 
elementos anárquicos sempre se frutificaram facilmente aqui no brasil. Ausência de 
coesão social imanente. Individualismo aristocrático: ao contrário do moderno, tem 
traços arcaizantes. Volta-se à pretensão de obter reconhecimento para se 
transformar em fidalgo, ou seja, conquistar posição social. Ideia de mobilidade de 
tentar alçar posições mais altas na sociedade. Isso é arcaizante! 
Decorre disso um argumento que tb aparece em outros autores, que é a ideia do 
governo como força de coesão entre nós, mas não de forma de apologia. O governo 
é um único princípio das sociedades ibéricas "em terra onde todos são barões, não é 
possível a coesão dos indivíduos". 
No brasil, a verdade é que ainda nos associam a ortugal. Ele dá importância a esses 
traços culturais que nos são constitutivos, um dos quais é o personalismo. 
 
• 2 formas de articulação da vida coletiva: trabalho e aventura. 
São não-hierarquizadas, mas expressam modo de estrutura da vida coletiva. 
Aventureiro: meios são supérfulos. Trabalhador valoriza os meios e as 
dificuldades a serem vencidas para atingir o fim. Espaço: aventura ignora as 
fronteiras, nada haveria de mais desprezível que o esforço diário que não 
visasse ao lucro imediato. Tudo se apresenta em generosa amplitude pra eles; 
espaços ilimitados; ausência de limite na psicologia deles. O trabalhador acha 
o aventureiro imoral. O trabalhador árduo tem esforço lento pouco 
compensador que mede as possibilidades de desperdício e tira todos os 
proveitos do insignificante; campo visual restrito; só atribuirá valor moral 
positivo aquilo que sente ânimo de fazer; aprecia a responsabilidade, paz. E o 
espaço? O prof num falou. 
Depois, Buarque diz que esse dois têm formas diversas de ver o mundo e 
coordenar a ação, não havendo uma oposição absoluta. O português teria a 
ética da aventura. Colonização de tipo específico, predatório. Não se volta à 
lida de aro na terra (sociedade agrária é incompatível com aventura e gerou 
uma colonização pela tentativa predatória de ganho fácil). Essa herança rural é 
que radicaliza esses traços de personalismo e aventura do colonizador. O 
ruralismo vai implantar o privatismo na sociedade patriarcal. Tenta-se criar 
nexo de continuidade entre domínio privado e público, mas sempre houve 
tendência de confusão desses aspectos, pois o personalismo vai se aprofundar 
nas relações. 
1880 é o marco entre duas épocas: resume o declínio da dimensão rural e 
mudança do núcleo do centro de importância do domínio rural pro urbano. 
Esse rural faz com que se cristalize o patriarcalismo que acaba contaminando a 
vida pública. Patriarcalismo vindo dos costumes (acho) canônicos. Quadro 
familiar é tão imposto na sociedade, que segue as pessoas até mesmo fora de 
casa. Invasão do público pelo privado. 
 
Toda a ordem administrativa no império e mesmo depois, irá comportar 
elementos vinculados ao velho sistema senhorial. Depois ele faz uma distinção 
entre o semeador e ladrilhador (que não falaremos agora, pq toma mto tempo, 
mas queri dizer que ele mais fez (ladrilhou) a colônia do que a criou). 
 
Falaremos do homem cordial. Leva a uma má compreensão, pode ser um 
conceito ambíguo. É, na verdade um tipo social movido pela emoção. 
Marcado pela tradição e pela pré-modernidade. Haveria de ter um controle da 
emotividade. A modernização implica um controle dos afetos. Falar do nosso 
homem cordial remete a um traço arcaizante por isso. Cordialidade não seria 
bondade, amabilidade, etc., mas sim sentimentos tanto positivos e de 
concórdia, como tb a inimizade e discórdia. Começaríamos a afigurar aspectos 
que delineariam mudanças nesse quadro que é o resto do livro, que ele explica 
na aula que vem. 
 
Ele não faz uma apologia do passado, ele aponta uma superação das raízes do 
brasil. 
3 aspectos que levariam a isso: fim da escravidão,mudança do eixo rural pro 
eixo urbano e emergência das massas populares. Diz que é necessário construir 
a incompatibilidade entre família e Estado. 
 
 
 
 
Continuação e Raymundo Faoro 
quinta-feira, 18 de outubro de 2012 
18:51 
 
Linha interpretativa que não insiste nos traços da raça, mas nos traços psicossociais, 
o ethos que conforma nossa visão de mundo e direciona nossa visão histórica. 
 
- Pensamento do Raymundo Faoro: 
Obra principal: os donos do poder.os donos do poder.os donos do poder.os donos do poder. 
Raízes da formação de um estado patrimonialista no sentido weberiano que 
teria tendência da gestão da coisa pública, como se privada fosse. Mas o faz 
diferentemente do Sérgio Buarque. Faz uma correção deste. 
Modernização que é sempre um projeto inacabado. Ele cristaliza um quadro 
que no Buarque está em aberto. Para este, há um entrave à modernização do país 
nas características arcaizantes e ele ressalta a possibilidade de se superar esse estado 
de coisas. Faoro é muito diferente disso. Vê como uma sufocação esses traços 
arcaizantes e que dificilmente são superados. Alguns autores se referem a ele como 
expressão do que seria a sociologia da inautenticidade no contexto brasileiro. Prof. 
Cita Jessé Souza. Textos dele: "Modernização seletiva" e?? 
Haveria uma sociologia da inautenticidade,sociologia da inautenticidade,sociologia da inautenticidade,sociologia da inautenticidade, que incorpora autores como sérgio 
buarque e faoro, propondo que a modernidade teria sempre sido abortada. 
Sociedade sempre marcada pelo arcaísmo. O professor diz que não faz muita justiça 
falar do Sérgio nessa ideia formulada. Essa obra representa um largo período 
histórico (desde o séc XII) e tenta mapear as vicissitudes. Portugal sempre foi 
marcado pela centralização precoce e cria uma situação que se transplanta a nós na 
qual o capitalismo formado será o de Estado, uma forma de dominação que é 
caracterizada pelo patrimonialismo. 
Há subordinação da coisa pública ao interesse privado no sentido de que ocorre 
a cooptação de indivíduos (ele falou mto rápido!). O rei seria o primeiro 
comerciante do reino responsável pela expansão ultramarina. Daí deriva a 
especificidade arcaizante do capitalismo de Estadoarcaizante do capitalismo de Estadoarcaizante do capitalismo de Estadoarcaizante do capitalismo de Estado e que não é o puro, como 
descreve o Weber com a dominação racional legal. A nossa forma de dominação era 
patrimonialista. 
 
Reino de portugal precocemente centralizado e que se subordina a nobreza. 
Nunca houve uma distinção clara de até onde ia o patrimônio privado do rei e o 
patrimônio do Estado. Revolução de Avis concretiza isso. 
Para Raymundo, o passado Ibérico ainda pesa efetivamente na nossa sociedade. 
 
O peso do passado Ibérico sufocante ainda estava presente em 2002 para ele, 
nas nossas instituições. Ele pode ser considerado uma expressão clara da sociologia 
da inautenticidade. Deveríamos seguir o passo único das outras nações, sem 
autenticidade. 
 
Tem uma estilística de escrita muito forte. 
Esse patrimonialismo iria perdurar. Chegou até a ser visto como uma categoria 
anistórica. 
 
"Teríamos que encontrar na sociedade brasileira o feudalismo" era uma tese à 
qual teve que se contrariar o autor. 
Essa doutrina foi recebida sem exame crítico, diz Faoro. Foi empenhada em 
descobrir os restos feudais descobertos no mundo capitalista. 
 
O capitalismo peculiar a que se refere, de Estado, serve para que o monarca, 
apoiado na burguesia consolide a estrutura patrimonial que vai intervir na estrutura 
econômica. Faz distinção entre classe e estamento. Classes estão colocadas em 
relação de tensão com os estamentos. Estes governam, são órgãos do Estado, as 
classes negociam e ... 
O grupo de comando não era uma classe, mas sim, um estamento. A classe é 
determinada economicamente. O estamento é uma camada social. Organização 
política foi responsabilidade dos estamentos. Estamento se alimentaria de uma 
classe que é a comercial (burguesa) e ao mesmo tempo tem seus conflitos com ela. 
É necessário distinguir essas duas realidades. Estamento tem perfil burocrático no 
sentido de apropriação de cargo público (para gestão visando aos interesses do 
monarca), não no sentido do Weber, racional, impessoal. 
 
Essa situação marcada por um capitalismo politicamente orientado e pelo 
patrimonialismo, dá à sociedade brasileira as características elencadas pelo autor. 
 
Distinção da tese dele com a do Buarque: diferença do sentido de 
patriarcalismo e patrimonialismo (às vezes o Buarque diz patrimonialismo ao invés 
de patriarcalismo e o Faoro corrige isso). O patriarcalismo terá os gestores 
utilizando o dinheiro em seu próprio proveito. O patrimonialismo teria a máquina 
pública, mas com a gestão que favorece os interesses do senhor na qualidade de 
funcionário. Tal gestor sempre se considera superior a qualquer classe. 
 
Legalidade formal que difere dos costumes do grupo. (?) Plano normativo 
sempre precede o plano fático entre nós (?). Haveria uma cisão entre o plano do 
estamento e da sociedade em geral. As duas partes, desconhecidas e opostas 
navegam para portos distintos(acho). O estamento impede a tal modernização. 
Patrimonialismo assumiria uma forma de maldição! Única impossibilidade que 
se teria era a de se destruir o Estado, pois o Estado não seria passível de 
modernização. 
 
Simon Schwartzman tem uns textos nos quais propõe a ideia do 
neopatrimonialismo. Este teria o sentido de se compatibilizar com a modernidade. 
Dominação racional legal. Os Estados modernos que se formaram à margem da 
revolução burguesa são patrimoniais nesse sentido moderno, que não é uma forma 
de sobrevivência de estruturas tradicionais, mas pela permanência de um grupo no 
poder que rege a máquina de forma patrimonialista. (acho!) 
 
 
Aula a aula de 25 de outubro, que disseram que o prof comparou os 3 autores 
e, por isso, seria muito legal se alguma alma boa compartilhasse!!!