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SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 DEFINIÇÃO Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC): Adquirida fora do hospital ou até 48h pós internação; Pneumonia Hospitalar (PAH): Mais de 48h após admissão hospitalar; Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica (PAV): Mais de 48h após intubação orotraqueal; Essa divisão é importante por que influencia nos agentes etiológicos e consequentemente no tratamento farmacológico. EPIDEMIOLOGIA EUA: - 2ª maior causa de internação hospitalar; - Causa mais comum de óbito por doença infecciosa; Brasil: - 3ª Causa de mortalidade; - Houve redução nas taxas de nos últimos 25 anos – IMUNIZAÇÃO! FATORES DE RISCO Idade – extremos de idade, idosos e neonatos. Comorbidades pulmonares, cardíacas, DM, desnutrição e imunossupressão; Infecções virais do trato respiratório inferior (influenza, covid-19); Medicações (sedativos); Proteção comprometida da via aérea (disfagia, alteração do nível de consciência) Abuso de drogas (tabagismo, etilismo, uso de opióides); História pessoal (institucionalizados, exposição a toxinas); MICROBIOLOGIA Até 62% das vezes não se identifica o agente etiológico – limitação de exames laboratoriais; Streptococcus pneumoniae (vacinação); + comum; Haemophilus influenziae; Maroxella catarrhalis; Staphylococcus aureus; Group A streptococci; Bactérias GRAM-negativas (Enterobacteriaceae como Klebsiella spp ou Escherichia coli); Anaeróbios (pensar quando clínica sugestiva de aspiração); BACTÉRIAS ATÍPICAS: Resistência instrínseca aos betalactâmicos; Incapacidade de detecção no Gram ou culturas tradicionais; Que são: Legionella spp, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Chlamydia psittaci, Coxiella burnetii; VÍRUS RESPIRATÓRIOS (AUMENTADA A DETECÇÃO): Influenza A e B; SARS-Cov-2; Outros coronavírus; Rinovírus; Parainfluenza; Adenovirus; Vírus sincicial respiratório; Metapneumovírus humano; SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 PATOGÊNESE MECANISMOS DE AQUISIÇÃO: - Microaspiração; - Macroaspiração (aspiração por vômito); - Inalação dos aerossóis contaminados (covid, tuberculose); - Disseminação hematogênica (foco de disseminação a distância, pela corrente sanguínea, chegando e se alojando nos pulmões, como infecção urinária que pode desenvolver sintomas de pneumonia); - Contiguidade (infecção por contiguidade dos germes na pele, lesão por arma); Passo 1: Chegada do patógeno no espaço alveolar (aspiração de secreções, inalação de aerossóis, disseminação hematogênica) Passo 2: Multiplicação descontrolada do patógeno. Passo 3: Produção local de citocinas principalmente por macrófagos alveolares. Passo 4: Recrutamento de neutrófilos para o espaço alveolar e introdução de citocinas na circulação sistêmica. Passo 5: Geração do exsudato alveolar. Preenchimento dos alvéolos por um exsudato inflamatório, que vai causar os sintomas. Paciente vai ter tosse produtiva, creptações na ausculta... A liberação de citocinas inflamatórias vai levar a manifestação sistêmica: febre, taquicardia, taquipneia, mal-estar... APRESENTAÇÃO CLÍNICA SINTOMAS PULMONARES: - Tosse: produtiva com expectoração amarelada ou seca (agente atípico); - Dispneia - Dor pleurítica – dor ventilatório dependente; EXSUDATO ALVEOLAR: - Hipoxemia - Opacidades na radiografia de tórax SINAIS PULMONARES: - Taquipneia, crepitações localizadas, roncos - Frêmito toraco-vocal aumentado (cheio de secreção que faz com que a vibração aumente) - Macicez a percussão - Sinais de sepse - Síndrome da angustia respiratórios do adulto (SARA) – paciente que tem hipoxemia importante SINAIS E SINTOMAS SISTÊMICOS: - Febre - Calafrios - Mal-estar - Anorexia RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA: - Leucocitose com desvio a esquerda – cél. jovens da medula para combater infeccção - Leucopenia - Velocidade de hemodisseminação (VHS) - Proteina C reativa (PR) - Procalcitonina - Disfunção orgânica (sepse) IDOSOS: - Alteração do estado mental - Delirium SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 - Confusão mental - Descompensação da doença de base (como um caso em que o idoso está com a diabete descompensada). - Febre baixa ou afebris - Quedas (devido a desorganização dos sistemas); DIAGNÓSTICO - Síndrome clinica compatível; - Radiografia de tórax com opacidade: Consolidação lobar (bactérias típicas) Duas incidências sempre que possível (pois a consolidação pode estar escondida, atrás do coração por exemplo) - Tomografia computadorizada de tórax: Nos casos de suspeita clinica com radiografia de tórax normal Avaliar complicações - Ultrassonografia de tórax: - Método com boa sensibilidade e especificidade - Necessita treinamento * A radiografia também é importante para detectar complicações. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Insuficiência cardíaca com edema pulmonar; - Atelectasia; - Embolia pulmonar; - Pneumonite aspirativa; - Toxicidade pulmonar por drogas; - Câncer de pulmão; - Vasculites e colagenoses; - Exarcebação e bronquiectasias; - Doenças pulmonares intersticiais; DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO Se o caso de PAC for grave ou se houver falha de resposta ao tratamento. PAC GRAVE: - Cultura de escarro: alta especificidade e baixa sensibilidade. - Hemoculturas (válido se o paciente tiver sepse) - Antígenos urinários para pneumococo e legionella FALHA DE RESPOSTA AO TRATAMENTO INCIAL: - Broncoscopia com lavado broncoalveolar - Aspirado traqueal (pacientes intubados) - Toracocentese (derrame parapneumônico) TOMADA DE DECISÕES ESCORES PROGNÓSTICOS: Ajudam a decidir se o tratamento será domiciliar ou hospitalar - Avaliar também: Viabilidade do uso de medicações orais (o paciente consegue tomar o medicamento)/ Comorbidades /Fatores psicossociais (o paciente vai poder comprar esse medicamento?) / Característica socioeconômicas ; Biomarcadores: Proteína C reativa e Procalcitonina. SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 CASOS DE UTI: VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DE BIOMARCADORES EM DOENÇAS INFECCIOSAS: VALORES SÉRICOS DA PROCALCITONINA (PCT) EM RELAÇÃO A PAC: TRATAMENTO SALVINEUDE VASCONCELOS – T19 CORTICÓIDES Uso ainda é controverso, por isso não devem ser indicados de rotina. Grupos mais beneficiados: PAC grave e PCR elevada (> 15mg/dl) Redução do tempo de internação Redução do tempo para estabilização clínica Redução da taxa de ventilação mecânica Redução da taxa de progressão para SDRA Em relação a redução de mortalidade, os estudos são conflitantes ainda. SEGUIMENTO ANTIBIÓTICO + TERAPIA DE SUPORTE + HIDRATAÇÃO Quando estabilidade clínica permitir, mudar antibiótico para via oral Considerar alta hospitalar A radiografia de tórax demora a melhorar: melhor para avaliar complicações do que melhora do paciente. COMPLICAÇÕES FALHA TERAPÊUTICA: Piora dos sintomas: tosse e dispneia Piora da oxigenação Febre persistente Piora laboratorial (Leucocitose, PCR, PCT) OUTRAS POSSÍVEIS RAZÕES: Progressão da infecção inicial: devido a defesas ruins do indivíduo ou disseminação do foco parenquimatoso (empiema, abcesso pulmonar, infecção de corrente sanguínea, endocardite infecciosa). Complicações adicionais: infecção hospitalar (por cateteres ou ITU), eventos cardiovasculares, TEP. Resposta Clínica Lenta: após 7 das de ATB. Infecções loculadas: drenagem Obstrução brônquica por tumores Outros microorganismos: fungos e bactérias Diagnóstico inicial incorreto (ex. adenocarcinoma mucinoso). Prevenção Vacina anti-influenza (A e B): Trivalente (SUS): H1N1, H3N2 e B Tetravalente (clínica privada): H1N1, H3N2 e duas cepas do B. Vacina antipneumocócica Polissacarídica 23-valente (VPP23): dose a cada 5 anos Conjugada (PCV): PCV10 – crianças até2 anos / PCV13 – crianças desde 6 semanas de vida até adultos e dose única em adultos com mais de 50 anos.
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