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Módulo - Cardiologia Manifestações clínicas de doença cardíaca Objetivos · Reconhecer cães e gatos com doença cardíaca e/ou com ICC apenas pela anamnese e exame físico · Diferencias sinais clínicos de doença cardíaca com doenças de outros sistemas Sinais · Tosse · Pode estar relacionado com outros sistemas · Sinais clínicos iniciais de uma possível insuficiência cardíaca · Liberação explosiva de ar dos pulmões para a boca · Reflexo protetor · Tosse produtiva = não deve ser suprimida · Estimulada por inflamação ou compressão das vias aéreas · Principalmente em cardiopata – aumento de câmaras cardíacas · Acumulo de liquido em parênquima pulmonar · Causada por doenças de vias aéreas inferiores · Reflexo da tosse · Alterações que sugerem um problema de inflamação em vias aéreas · Traqueíte, uma traqueobronquite infecciosa por algum outro motivo · Caracterização da tosse · Tosse alta e baixa? · Influenciar da onde está vindo essa possível tosse · Alta = vias aéreas craniais ou superiores · Baixa = vias aéreas inferiores ou caudais · Tosse seca ou produtiva? · Seca = compressão de via aérea ou inflamação de vias aéreas – problema cardio ou respiratório · Produtiva = associado ao catarro – produção de secreção, associado a doença pulmonar -> produção de pus ou secreções (quadros infecciosos) · Qual período é mais frequente ou qual o momento que ocorre mais a tosse? · No período noturno = descanso do paciente -> sangue vai para o coração e há um aumento do coração, levando a compressão de vias aéreas ou aumento de sobrecarga no coração -> refluindo mais sangue para o pulmão, causando edema · Quando há um quadro de excitação/estresse = traqueíte, colapso de traqueia · Tosse, vômito ou expectoração? · Tosse intensa pode levar à vômito · Expectoração = quadros de secreção posterior a esse quadro · Vômito = confusão aos tutores · Tipo de secreção? · Líquida, avermelhada = edema pulmonar · Purulenta, esverdeada = mucoide – quadro infeccioso · Cães x gatos · Cães = mais quadros de tosse · Gatos = não tem tantos quadros de tosse relacionada a cardiopatia · Tosse alta e seca · Diferenciais: · Colapso de traqueia · Traqueite · Traqueobronquite infecciosa canina (secreção) · Bronquite crônica e alérgica · Asma/bronquite felina · Corpo estranho · Cardiopatias · Descartar essas possibilidades antes de chegar a cardiopatia · Sinais clínicos que vão levar a gente a dizer se o paciente é cardiopata ou não · Neoplasias · Tosse baixa e produtiva · Diferenciais: · Pneumonias bacteriana, viral, parasitária ou fúngica · Edema pulmonar · Neoplasias · Corpos estranhos · Tromboembolismo · Dirofilariose · Torção de lobo pulmonar Gatos · Sinal raro de doença cardíaca nessa espécie · Comum em casos de alergia · Quadros bem discreto – sinal inicial de quadros alérgicos (geralmente) · Imitação de bola de pelo · Confusão do proprietário · Parece vômito, mas é quadro de tosse · Tosse + dispneia · Quadro de asma felina/bronquite felina Sinais – Fraqueza e Cansaço fácil · Baixo débito cardíaco · Sugerem muito alterações de cardiopatias · Débito cardíaco insuficiente para demanda do organismo · Dificuldade de fazer qualquer atividade rotineira · Alterações vasculares e metabólicas que ocorrem com o tempo prejudicam a perfusão do músculo esquelético durante o exercício: · Animal que apenas consegue andar meia quadra e não quer mais saber · Está conseguindo fazer atividades que tinha hábito de fazer? · Aumento da pressão vascular pulmonar e edema · DC diminuído por arritmias cardíacas -> quadros de fraqueza e cansaço Sinais – Síncope · Doença de músculo cardíaco ou quando tem alteração no lado direito levando a hipertensão pulmonar -> levando a síncope · Inconsciência transitória associada com a perda do tônus postural decorrente a insuficiência de oxigenação ou glicose no cérebro · Pode ser confundido com convulsão pelo tutor -> perguntar para fazer diferenciação · Várias causas cardíacas e não cardíacas podem causar síncopes · Descrição cuidadosa: · Comportamento do paciente ou atividade antes, durante e após a crise · Normalmente tem a queda, a síncope e retorno imediato, não apresentará defecação, mas pode ocorrer micção · Convulsão o paciente demora mais tempo para retornar, tendo alteração no comportamento antes · Histórico de uso de fármacos – principalmente cardiopatas (vasodilatadores) · Síncope/fraqueza/convulsões verdadeiras · Está normalmente associada ao esforço ou excitação · Caracterizado por: · Fraqueza dos MPs ou colapso súbito · Decúbito lateral · Espasticidade de MTs com opistótono · Micção · Vocalização pode ocorrer · Não deve apresentar: · Movimentos tônicos e clônicos · Tremores faciais · Defecção · Aura, demência pós-ictos e déficits neurológicos · Causas cardíacas de síncope · Bradiarritmias · Taquiarritmias · Obstrução congênita da via de saída do ventrículo (baixo DC) · Obstrução adquirida da vida de saída do ventrículo (cardiomiopatias felinas) · Doença cardíaca cianótica · Débito cardíaco prejudicado · Enchimento cardíaco prejudicado · Fármacos cardiovasculares (inibidores da ECA – enalapril e benzalapril) · Reflexos neurocardiogênicos · Causas não cardíacas de síncope · Causas pulmonares: · Doenças causando hipoxemia · Hipertensão pulmonar · Tromboembolismo pulmonar · Causas metabólicas e hematológicas · Hipoglicemia · Hipoadrenocorticismo · Distúrbio eletrolítico (potássio, cálcio) · Anemia · Hemorragia súbita · Causas neurológicas: · Acidente cerebrovascular (AVC) · Tumor cerebral (convulsões) · Causas neuromusculares · Narcolepsia · Catalepsia Sinais – Dispneia · Já tem cardiopatia e provavelmente já tem descompensação -> edema pulmonar · Pode alterar padrão respiratório · Devagar, respiração profunda – quadro obstrutivo · Rápido, movimentos curtos – quadro restritivo (impedindo do pulmão expandir) · Diminuição do movimento da parede torácica – relacionado com trauma ou algum problema na parede torácica · Quadros obstrutivos: · Esforço inspiratório -> relacionado a vias aéreas craniais – exame da cavidade oral e nasal · Esforço expiratório ou misto -> relacionado com obstrução ou alteração em vias aéreas caudais ou parênquima pulmonar -> radiografia torácica (normal, bronquial – bronquite ou asma felina; intersticial ou alveolar – edema ou infecção – pneumonia) · Quadros restritivos: · Alteração de espaço pleural – fazer radiografia torácica quando possível (T-fast) · Hérnia diafragmática · Efusão pleural · Pneumotórax · Reavaliação dos pacientes para tentar determinar o porque do padrão restritivo Avaliação da Frequência Respiratória · Aumento da FR em paciente dormindo ou em descanso – piora do quadro e pode vir desenvolver qualquer alteração posterior a isso · A FC é importante para saber se tá tendo progressão da doença · Pacientes normais = 20mrm · Cardiopatas = aumento da FR ao sono para mais de 30mrm -> o proprietário deve ficar de olho para saber se há agravamento do problema cardíaco Exame clínico do paciente cardiopata Auscultação · Principal etapa do exame clínico para detectar doença cardíaca · Detectar sopro, arritmia ou alterações de sons na ausculta torácica · Sempre pelo clinico geral ou cardiologista · Em local calmo e silencioso · De preferencia com o paciente em estação para melhor determinação do foco de alteração · O melhor equipamento (estetoscópio) é o que melhor você está adaptado · Não é apenas o coração a ser auscultado, mas o pulmão também · Vai me dizer se o paciente está descompensado ou não -> com a presença de crepitação levando o paciente a um edema pulmonar cardiogênico · Determinar o ponto de máxima intensidade cardíaca · Avaliar FC · Cardiopata = aumento da FC · Avaliar o ritmo · Avaliar as bulhas · Avaliar os focos · Diferenciar as espécies/raças/idades · Cães e gatos: · Valva mitral -> 5º EIC, logo abaixo da junção costocondral esquerda · Valva aórtica -> 4º EIC, no nível da junção costocondral esquerda · Valva pulmonar -> 3º EIC esquerda · Valva tricúspide -> 3º ao 5º EIC do lado direito · Ritmo cardíaco· Variações normais · Cão · Ritmo sinusal (RS) · Arritmia sinusal respiratória (ASR) – estimulação maior do parassimpático · Marcapasso migratório (MPM) · Gato · Ritmo sinusal · Taquicardia sinusal (excitação) · Sons cardíacos normais · Normal S1 (primeira bulha) – 60bpm ou 120bpm (sons) · Normal S2 (segunda bulha) – 60bpm ou 120bpm (sons) · Sons cardíacos anormais · S3 – 60bpm ou 120bpm – ritmo de galope (presença de s3 ou s4 ou ambos – relacionado a um aumento do coração) · S4 – 60bpm ou 120bpm · De baixa frequência e difícil auscultação · Pode ser sinal inicial de ICC · Clickes sistólicos ocorrem na sístole entre s1 e s2 · Extra-sístole Ventricular e Atrial · Geração de sons extras que se confundem com s3 e s4 · Necessário eletrocardiografia e fonocardiografia · Complexo Ventricular Prematuro ou Complexo Atrial Prematuro interrompem o ritmo normal e são seguidos por pausa Sopros · Devido turbulência do fluxo sanguíneo através do coração e vasos Intensidade do sopro · Grau I · Pode ser ouvido após muitos minutos e o som é como prolongamento de s1 · Grau II · Muito leve e pode ser ouvido imediatamente · Grau III · Som baixo a moderado · Grau IV · Som alto mas sem frêmito · Grau V · Som alto e pode-se perceber frêmito sobre o tórax · Grau VI · Pode ser ouvido sem estetoscópio ou com estetoscópio superficialmente sobre o tórax Ponto de máxima intensidade e irradiação · Área de geração e transmissão, podendo estar relacionada com audibilidade de valvas cardíacas Sons anormais · Click sistólico · Estenose de mitral – sopro pré-sistólico · Regurgitação de mitral – sopro crescendo · Regurgitação de mitral – sopro holossistólico · Sopro diastólico (inicia e depois tem audibilidade das duas bulhas) · S3 e s4 audíveis Arritmias · Arritmia respiratória · Inspirar diminui a FC e quando expira aumenta a FC · Arritmia em cão com doença respiratória · Fibrilação atrial em cães · Batimento sem ritmo nenhum – agravamento da doença cardíaca · Fibrilação atrial em gatos · Complexos ventriculares prematuros · Batimento antes do normal e pausa · Complexos atriais prematuros · Breve pausa, mais breve que do CVP Auscultação respiratória/torácica · De maneira criteriosa · Ambos os lados do tórax · Em regiões dorsais e ventrais do tórax · Verificação de sons pulmonares alterados ou abafamento de sons pulmonares e cardíacos · Busca de: · Crepitações pulmonares -> edema pulmonar · Abafamento de sons cardíacos -> efusão pleural ou pericárdica · Abafamento de sons pulmonares -> efusão pleural Pulso Jugular · Pode ser verificada em pacientes que tem alteração do lado direito do coração ou alterações em músculos cardíacos (que acometem os dois lados) · Se for jugular – fazer compressão, a tendência é parar a pulsação, se for carótida vai manter a pulsação Ascite · Cardiopatia ou outras doenças da cavidade abdominal Pulso femoral · Avaliação da força e ritmo · Alteração em casos de arritmias, hipovolemia e hipertensão Importante · Diagnóstico de cardiopatia · Tem alteração de ausculta - ecocardiografia · Diagnóstico de ICC · Exame de radiografia torácica (edema ou não) · Direcionamento dos exames complementares · Tratamento precoce ou ICC Fisiopatologia da ICC · Ciclica – pode ser ativada durante vários momentos da ICC · Entender a necessidade de entrar com algumas medicações num paciente cardiopata Introdução · Duas funções mecânicas fundamentais que são essenciais para o funcionamento do sistema circulatório · Força de ejeção de sangue suficiente nas artérias aorta e pulmonar – perfusão dos tecidos de metabolização · Receber o sangue das veias pulmonares e dos leitos capilares sistêmicos e manter a distribuição apropriada da circulação sanguínea · Média da pressão arterial sistêmica é 90 a 100mmHg (pelo doppler vascular o normal é até 140mmHg) · Média da pressão arterial pulmonar é 20mmHg · A insuficiência cardíaca é o estado patofisiológico onde o coração tem sua habilidade de ejetar ou receber sangue prejudicada (por alguma doença) · E se torna severa o suficiente para que os mecanismos compensatórios não consigam manter essa habilidade · O coração não consegue bombear suficiente · Mecanismos compensatórios que tentam manter o sistema cardíaco em funcionamento de maneira efetiva – qualquer estimulação em excesso pode levar a IC · Doença cardíaca é definida pela presença de qualquer achado cardíaco que ultrapassa os limites da normalidade · Sopro cardíaco (defeito nas válvulas) · Ritmo cardíaco anormal na Eletrocardiografia · Contratilidade reduzida na ecocardiografia · A presença de doença cardíaca não implica no desenvolvimento de ICC · Falência cardíaca está presente quando a função cardíaca está prejudicada pela retenção de sódio e água e elevação da pressão venosa ou capilar (ICC) ou DC inadequado (déficit de contração) · Pode ser relacionado ao comprometimento funcional do miocárdio, das valvas cardíacas, do pericárdio ou consequência do aumento da resistência de ejeção Patogenia · ICC é uma desordem progressiva · Insulto inicial ou uma séries de eventos que perturbam os miócitos ou a função miocárdica · Enchimento cardíaco prejudicado devido à doenças pericárdicas restritivas, estenose de valvas mitral e tricúspide, cor triatriatum ou doenças miocárdicas que reduzem a complacência ventricular (CMH ou CMR) · Não permite com que esse músculo tenha um relaxamento adequado e consequentemente um enchimento eficaz · Aumento da pós-carga que impede a ejeção ventricular – estenose pulmonar e aórtica, tromboembolismo pulmonar agudo ou hipertensão sistêmica ou pulmonar crônica · Sobrecarga de volume: shunt da esquerda para direita ou insuficiência valvar (DMVM), falência miocárdica primária · Arritmias cardíacas ou distúrbio de condução · Coração não faz batimento de forma eficaz Doença cardíaca · Sinalização celular e anormalidades bioquímicas, ativação neuro-hormonal local e liberação de citocinas · Pode, em alguns momentos, ocorrer um remodelamento cardíaco -> pode levar a uma disfunção cardíaca progressiva -> levando ao início da ICC · Ocorre diminuição do DC · Diminuição da pressão sanguínea · Ativação de barorreceptores · Todos eles levando a ativação de mecanismos compensatórios no organismos do animal e pode a longo prazo levar a quadros de edema, de baixo DC · Sinalização para o cérebro · Primeira coisa que irá ocorrer · Estimulação do SNS e aumento de liberação de noraepinefrina (ocorre para tentar compensar essa diminuição do débito, na tentativa de manter o funcionamento do coração e o DC) · Pode levar a uma aumento da FC, contratilidade e remodelamento · Aumento da produção de endotelina -> aumento da parede vascular -> vasoconstrição mais efetiva) · Aumento da adrenal -> com liberação maior de epinefrina -> maior aumento da FC e da contratilidade cardíaca · Aumento do remodelamento cardíaco (por conta dessa estimulação em excesso do sistema simpático) · Constrição das arteríolas eferentes – diminuindo a perfusão de órgãos · Aumento da secreção de renina – ligada a diminuição da perfusão renal · Vasoconstrição – aumento do volume circulante cardíaco · Aumento de vasopressina e liberação de ADH -> vasoconstrição e uma maior absorção de água e sódio · Podendo ocorrer em seguida a diminuição da perfusão renal · Esses dois fatores podem levar a ativação de mecanismos compensatórios -> vão causar a IC Ativação do SNS · Mecanismo compensatório dominante no combate a diminuição da performance cardíaca · Aumento da frequência cardíaca e da contratilidade · Aumento da pré-carga, pós-carga, frequência cardíaca, contratilidade miocárdica e sincronia ventricular – determinantes primários do volume sistólico e débito cardíaco · Débito cardíaco está diretamente relacionada com a frequência cardíaca · Aumento FC, aumento DC, aumento volume circulante · Contratilidade do miocárdio aumenta pela estimulação adrenérgica, circulação de catecolaminas, frequência cardíaca e aumento da pós-carga · Estágios precoce de falha miocárdica- a contratilidade diminuída vai ser oculta pela ativação adrenérgica· Oculta pelo aumento da FC e da vasoconstrição periférica – fazendo com que você não tenha tanta visualização da falha miocárdica nesses pacientes · Vasoconstrição adrenérgica na ICC resulta em aumento imediato do retorno venoso (pré-carga) · Aumento da pré-carga induz em uma maior força de contração cardíaca e aumento do volume sistólico = lei de frank-starling · Pega um elástico e quanto mais estira esse elástico maior a força de retorno que essa fibra vai causar -> maior contratilidade · Entretanto até um certo ponto, se essa fibra perder essa capacidade, perde força de contração · Ativação do SNS fornece um mecanismo a curto prazo para manter a performance cardíaca Gráfico: · Normal · Tendência é subir até ter volume circulante adequado e contratilidade adequada · Volume circulante baixo · Força diminuída, diminuindo volume circulante conforma fibras perdem a força · Volume circulante muito baixo · Assim como temos volume circulante com a pressão do ventrículo num paciente em exercício, que a tendência é crescente · Num paciente com falência cardíaca -> a tendência é que esse volume circulante diminua com o tempo, levando a sinais de congestão Diminuição da perfusão renal · Diminuição do DC · O organismo responde ativando outros fatores: · Levando a um aumento da secreção de renina -> levando a um aumento da liberação de angiotensina I -> fazendo com que a enzima conversora de angiotensina (ECA) seja liberada para que haja uma maior produção de angiotensina II -> e ela é normalmente um dos maiores causadores de problemas relacionados a ICC Ativação do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA) · Redução do DC e ativação do SNS – ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona · Ativação tardia se comparada ao SNS · Ativado pela redução efetiva da perfusão renal, da redução da reabsorção de sódio nos túbulos renais e estimulação beta-adrenérgica · Angiotensina II é um potente vasoconstritor · Promove retenção de sódio e água – efeito direto nos túbulos renais e indireto pela estimulação da aldosterona · A angiotensina II pode levar a uma maior estimulação do SNS · Leva a um maior aumento da adrenal e estimulação de epinefrina · Maior produção de endotelina -> causando ainda mais vasoconstrição · Levando a um remodelamento cardíaco · Leva também a um aumento de vasopressina e liberação de ADH -> causando maior retenção de água e sódio · O principal problema que ocorre: VASOCONSTRIÇÃO -> para manter o volume circulante no coração · Leva a uma maior sede -> maior ingestão de água -> maior reabsorção de água · Diminuição da sensibilidade dos barorreceptores -> vai impedir com que aumentos muito acentuados da PAS -> não será reconhecida pelos barorreceptores -> vai manter hipertensão sistêmica de forma a causar grandes problemas ao coração · Aumento da estimulação da aldosterona, com aumento da secreção de renina -> que leva a constrição das arteríolas eferentes -> levando a maior filtração fracionada -> maior reabsorção de sódio e água e eliminação de potássio e íons -> com isso também um aumento da pressão venosa sistêmica -> normalmente leva a um aumento da pré-carga (por conta do volume que chega ao coração, leva a um quadro de edema e efusões) · A aldosterona também leva a menor sensibilidade dos barorreceptores, fazendo com que o organismo não reconheça mais hipertensão · E também leva a remodelamento cardíaco · Com aumento de vasopressina e liberação de ADH -> isso leva a uma vasoconstrição -> aumento da pós-carga e redistribuição do sangue -> faz com que o coração sobrecarregue por conta da quantidade de sangue circulante dentro do coração Doenças valvares adquiridas · Mais cães que felinos · Cardiomiopatias hipertróficas = felinos · Doenças valvares = cães Doença mixomatosa da valva mitral · Endocardiose de mitral · Altamente prevalente em cães e gatos, mas nem todos cães vem a óbito em si · Mortalidade baixa Introdução · Lenta degeneração mixomatosa do aparato valvar mitral · Com isso levará à uma dilatação do átrio e ventrículo esquerdo (maior ou menor) · Valva mitral é a mais afetada (não é possível descartar degeneração em outras valvas) · Pulmonar e aórtica raramente desenvolvem degeneração pronunciada · Mais comum é a mitral, seguida da tricúspide · Mixomatosa -> característica histológica Ocorrência · Doença cardíaca mais prevalente -> 75 a 80% das doenças cardíacas caninas · Acomete todas as raças de cães, com alta prevalência em cães e de raças de pequeno e médio porte · Cavalier King Charles Spaniel; Dachshunds, Poodles miniaturas e Yorkshires Terries · Sem sinais clínicos ao nascimento e desenvolvem degeneração ao longo da vida · Nos primeiros momentos da vida pode não possuir · Mais prevalente em machos e idosos · Prevalência em felinos sem doença miocárdica é desconhecida -> muito baixo Histopatológico · Normal = característica lisa, sem material de degeneração dentro · DMVM = observa-se material degenerativo dentro do aparato mitral Fisiopatologia – Regurgitação mitral · Levando em consideração todo trajeto do coração · Tem os grandes vasos e grandes câmaras · Esquerdo = recebem dos pulmões pelas veias pulmonares no átrio esquerdo -> VE -> aorta -> toda circulação sanguínea sistêmica -> retorna para AD a partir das veias cavas (sangue não oxigenado) -> VD -> pelas artérias pulmonares vai para os pulmões · Quando a válvula tá insuficiente, há uma regurgitação do ventrículo para átrio -> acumula no átrio esquerdo -> tem um aumento do átrio -> há retorno venoso para as veias pulmonares -> levando a uma congestão pulmonar, podendo ter edema · Musculatura cardíaca do lado esquerdo é mais espessa · Algumas situações podem levar a esse refluxo: · Aumento do AE (por conta do refluxo do VE) -> aumenta pressão e aumenta cavidade do coração · Coração tem que bombear mais -> aumenta contratilidade cardíaca -> aumentando espessura -> a longo prazo pode ocorrer morte das células cardíacas -> tendo um adelgaçamento da musculatura cardíaca · Na tentativa de compensar, o coração pode ficar hipertrofiado (concêntrica e excêntrica) · Casos aonde esse músculo perde a força, ficando fino e dilatado (hipertrofia excêntrica do VE) · Num primeiro momento temos hipertrofia concêntrica e num segundo momento a hipertrofia excêntrica Sinais clínicos · DMVM leve a moderado (ACVIM A e B) geralmente não estão associados a algum sinal de doença · Sopro cardíaco pode estar presente · A maioria dos cães com DMVM no apresentam sinais clínicos na maior parte do tempo, apresentam sopro, e em alguns, intolerância ao exercício · Tosse é um sinal comum -> compressão de brônquio principal esquerdo (passa logo acima do átrio esquerdo) · Isso não ocorre no AD · Em qualquer período do dia, especialmente durante exercícios físicos e excitação · Comum no período da noite -> repouso -> todo sangue praticamente vai para o coração -> sobrecarga de volume -> aumento maior do AD -> tosse · Os primeiros sinais de ICC são leves e se agravam em dias ou semanas · Exceto ruptura de cordoalha tendínea ou prolapso da valva -> pode levar a edema agudo · Aumento de AE e da pressão venosa pulmonar resulta em angústia respiratória e tosse por edema pulmonar e compressão de brônquio principal esquerdo · Redução do fluxo de saída do VE ou VD causa fraqueza e redução da resistência · Diminuição do volume que chega aos órgãos e musculatura -> diminui nutrição e oxigenação · Aumento do AD e da pressão venosa sistêmica pode resultar em efusão pleural e ascite · O sangue reflui e vai causar aumento do AD -> podendo resultar em hipertensão pulmonar -> pode estar relacionada com congestão exacerbada · Descompensação aguda por ruptura de cordoalha tendínea, ruptura atrial ou fibrilação ventricular pode causar morte súbita · Taquipneia e dispneia podem estar presente quando ocorre congestão e edema pulmonar · Ficar de olho ao aumento da FR ao repouso -> indicador precoce de descompensação cardíaca · Cães com ICC são geralmente se apresentam ansiosos e inquietos durante a noitee preferem deitar em decúbito esternal · Mais energia e mais oxigênio – afetando mais · Sons respiratórios anormais pode ser auscultados, como sibilos · Mas quando há um edema pulmonar instalado, terá crepitações pulmonares · Apatia e variados graus de inapetência · Caquexia cardíaca pode ser notada, mas pode ser mascarada pelo edema e retenção de líquidos · Mobilização proteica para manter energia -> consequentemente tem emagrecimento exacerbado -> além de apresentar edema e retenção de líquidos · Síncope -> associados a taquiarritmias · Frequência -> ocasionalmente a vários episódios ao dia (depende da situação do paciente) · Outras causas -> em crises de tosse ou ao exercício na presença de hipertensão pulmonar · Regurgitação tricúspide isolada dificilmente causa sinais clínicos · Na presença de hipertensão pulmonar pode ocorrer intolerância ao exercício, fraqueza e síncope Exame físico · Sempre verificar presença de sopro em foco de mitral (Grau I – VI) · Quanto maior o Grau, maior a gravidade de sinais clínicos (porém ainda há exceções) · Sem ICC -> sons respiratórios e FR em repouso normais · Com ICC -> presença de sons pulmonares anormais como crepitações, estalos e cliques pulmonares, melhor audível no final da inspiração · Congestão e edema pulmonar -> FR em repouso ou ao sono aumentado (>30mpm) · Mucosas normais ou podem apresentar coloração cianótica (diminuição oxigenação), pálida ou acinzentada (vasoconstrição periférica) · Pulso femoral fraco e variável · Pode ocorrer pulso jugular · Ascite pode ocorrer, mas incomum se tiver só DMVM · Efusão pleural pode acontecer – principalmente quando há piora do quadro clínico Eletrocardiograma · Traçado normal à alterações em frequência, ritmo, e configuração das ondas · Pode sugerir que há aumento das câmaras cardíacas -> eletrocardiograma é utilizado quando há suspeita de arritmias cardíacas · Pode verificar alterações eletrolíticas · Uso limitado para diagnóstico ou manejo de DMVM (apenas suspeita de alterações de ritmos cardíacos · Arritmia sinusal aparece em quadros precoces de DMVM · Ativação do sistema parassimpático leva a essa alternância de FC · Descompensação cardíaca normalmente vai perder essa arritmia sinusal respiratória e consequentemente terá taquicardia presente · EM pacientes com ICC -> taquicardia sinusal -> perda da arritmia sinusal · Complexos supraventricular prematuros podem ser observados · Fibrilação atrial, taquicardia supraventricular paroxística, dissociação atrioventricular, complexos ventriculares prematuros e taquicardia ventricular são menos comuns -> relacionados a prognóstico ruim · A Eletrocardiografia é um indicador insensível para aumento cardíaco e não detecta ICC · Aumento de AE -> prolongamento de onda P · Aumento de VE -> prolongamento do complexo QRS e aumento da amplitude de onda R · Em casos de regurgitação tricúspide com hipertensão pulmonar · Aumento da amplitude de onda P -> aumento de AD Radiografia torácica · Pode ser realizada desde que o paciente tenha condições de ser submetido ao exame · Paciente descompensado, dispneico -> evitar manipulação excessiva · Exame padrão-ouro para detectar ICC -> observação de edema pulmonar, dilatação de veias pulmonares, efusão pleural e aumento de câmaras cardíacas · Hoje em dia é usado vet-blue (detecção de líquido no parênquima pulmonar) -> também detecto líquido dentro do pulmão (isso pode atrapalhar) · Usado para detecção de aumentos cardíacos -> VHS · Coração normal = até 9 vertebras somadas (mais que isso é aumento cardíaco) · Problemas · Não detecta pequenos aumentos cardíacos · Não detecta condições pré-edema pulmonar e congestão · Sempre fazer as duas incidências laterais e ventrodorsal ou DV (pelo menos 3 incidências) · AE na região dorsocaudal aumentado · Lúmen do brônquio diminuído -> compressão -> DMVM · Tamanho de veia maior que tamanho da artéria -> congestão · A relação não pode ser maior que 1.22 · Comparar trajeto da veia com a 9º costela · Normal = formar quadrado · Aumentado = retângulo deitado · Diminuido = retângulo em pé Ecocardiografia · Exame que vai detectar alterações morfológicas e funcionais · Exame padrão-ouro para cardiopatias · Avaliar o significado e a gravidade das regurgitações · Avaliar a morfologia e a estrutura das valvas cardíacas: · Tipo de lesão · Presença de prolapso ou ruptura de corda tendínea · Medir tamanho das camaras cardíacas e função · Cronicidade e extensão do remodelamento cardíaco · Lesões degenerativas da valva · Degeneração moderada = superfície da valva está irregular e ele tá mais espessa · Degeneração importante = apresenta espessamento importante e até mesmo nodulação · Contratilidade e tamanho de VE · Fazer aparato de movimento e faz mensuração de parede do septo interventricular, cavidade do VE, parede livre em diástole e em sístole · Pode dizer se paciente tem hipertrofia excêntrica ou concêntrica · Medida do ventrículo esquerdo em diástole (LVIDD) não pode estar acima de 1,7 · Detona remodelamento cardíaco caso esteja aumentado · Tamanho de câmaras cardíacas · AE e degeneração · Verifica tamanho do AE de acordo com tamanho da aorta (essa medida não pode ultrapassar 1,6) · Se ultrapassar, sugere remodelamento cardíaco · Se tiver remodelamento é um paciente ACVIM B2 (não tem insuficiência cardíaca ainda) · B1 = não tem remodelamento cardíaco, mas tem degeneração · A = pode ter a DMVM · Regurgitação · Pode mensurar essa regurgitação · Me dá uma situação que posso determinar se paciente pode ter ou não hipertensão arterial sistêmica · Fazer doppler vascular · Normal = não apresenta mosaico de cores · Regurgitação leve = tem um fluxo para baixo (indo para sentido do AE) · Regurgitação moderada · Regurgitação importante = pega todo o AE -> pode denotar gravidade maior ou menor de acordo como o coração se apresenta · Outras medidas · Onda E = velocidade do fluxo no VE (sai do AE para o VE) = não pode ultrapassar 130cm/s -> se ultrapassar significa que está entrando em congestão venosa · Padrão normal -> relação entre 1 e 2 · Padrão restritivo -> >2,0 (congestão) · TRIV (tempo de relaxamento isovolumétrico) · Tempo que coração fica sem atividade · Do fluxo aórtica até onda E · Tempo baixo -> congestão · E:TRIV · Valor acima de 2,5 = congestão venosa · Regurgitação tricúspide · Pode acontecer e medidas podem ser feitas para considerar hipertensão pulmonar ou não · Pressão do AD > 90 = hipertensão pulmonar importante Classificação DMVM · Estágio A · Estágio B1 · Estágio B2 · Pré-insuficiencia cardíaca · Inicio do tratamento com Pimobendam (inodilatador) · Estágio C · Estágio D Tratamento · Estágio A e B1: · Terapia farmacológica não indicada · Estágio B2: · Consenso (sopro grau III/VI); AE/Ao>1,6; LVIDd>1,7; VHS>10,5) · Pimobendam 0,25-0,30mg/kg; VO; BID · Cirurgia de reparação da valva é recomendada · Estágio B2 avançado – sem consenso – (sopro grau III/VI), AE/Ao>1,6; LVIDd>1,7; VHS>10,5) · Inibidor ECA – enalapril 0,5mg/kg BID, benazepril 0,5mg/kg BID · Espironolactona – 2,0mg/kg SID (cardioproteção – diminuição do aparecimento do remodelamento cardíaco) · Ou para avançados – diurese · Dieta com restrição de sódio · Sem tratamento · Diagnóstico Estágio C: · Baseado no histórico, FR, exame físico e radiografia torácica · US torácico para evidenciar edema pulmonar e ecocardiografia para identificar DMVM, regurgitação mitral e aumento atrial esquerdo · NT-proBNP sérico (biomarcador) para determinar a causa dos sinais clínicos em cães com DMVM em conjunto com os exames acima -> casos sem confirmação · NT-proBNP sérico não elevado é útil para descartar ICC como causa dos sinais clínicos -> não disponível no BR · Para ICC aguda, em paciente hospitalizados (C e D): · Cuidador de suporte: sedação e oxigenioterapia/ventilação mecânica · Pimobendam – 0,25-0,30mgkg VO, incluindo uma dose extra no momento da admissão quando a última dose foi administrada · Furosemida 2-4mg/kg IV, ou SC/IM no diagnóstico/admissão · Readministraçãode furosemida a cada 1h, no máximo 6 a 8mg/kg em até 3h ou infusão contínua na dose de 0,66mg/kg/h em até 6h, baseados no esforço respiratório e na FR · Adicionar suporte inotrópico se necessário – Dobutamina 2,5 a 10 micrograma/kg/min IV em infusão contínua (tentativa de reversão do edema pulmonar) · Nitroprussiato é útil (quando necessário) nas primeiras 24h de terapia intensiva (sem levar em consideração o custo) – 2-10micrograma/kg/min IV, em infusão contínua · Outros dilatadores arteriais (amlodipina/hidralazina) – ultimo tentativa para reduzir a FR/esforço ou uma queda não maior que 5 a 10% da PAS em mensurações seriadas · Espironolactona e beta bloqueadores não tem papel no manejo hospitalar do ICC agudo no DMVM · Não há consenso no uso dos inibidores de ECA no ICC agudo hospitalar · Estágio C – tratamento crônico · Paciente controlado ou que saiu do edema agudo · Pimobendam – 0,25-0,30mg/kg BID · Furosemida – 2mg/kg BID/TID · IECA (enalapril ou benazepril) – 0,25-0,5mg/kg BID · Espironolactona – 2,0mg/kg SID · Cirurgia de correção (degeneração importante – reverter o quadro) · Beta bloqueadores – não tem benefício · Estágio D – refratário: · Diminuição da pós-carga com amlodipina ou hidralazina · Pimobendam – até 0,5mg/kg TID (aumentar dose) · Substituir furosemida por torasemida · Introduzir outros diuréticos · Cirurgia de correção · Fibrilação atrial (várias células cardíacas disparam estimulo elétrico para fazer condução elétrica) · Não é reversível, é controlada · Complicação importante da DMVM crônica e severa · Tratamento visa controlar a FC -> para resolução dos sinais de congestão · Pode ser usado diltiazen, digoxina e ocasionalmente amiodarona · Hipertensão pulmonar · Comorbidade comum na DMVM crônica – piora o prognóstico · As causas incluem o AE severamente aumentado e a hipertrofia medial das artérias pulmonares · Hipertensão pulmonar leve e moderada não é necessário tratamento específico · Tratamento para cães com DMVM e hipertensão pulmonar severa que continua sintomático (síncope, ICC D) após tratamento para ICC, iniciar Sildenafil 1-2mg/kg BID/TID Prognóstico · Observar influencia do tratamento na sobrevida · Uso de pimobendam e IECA aumentam a sobrevida do paciente · A expectativa diminui com a manutenção de altas doses de furosemida, com a piora da tolerância ao exercício, o prolapso da valva mitral, com o aumento do tamanho do coração e da severidade da regurgitação mitral, com a piora da função sistólica e diminuição da concentração de creatinina sérica (caquexia cardíaca) · Raças de cães · Condrodistróficos – propensão a prognóstico pior · Desenvolvimento de complicações Complicações · Tosse por aumento de AE levando a compressão de brônquio principal esquerdo · ICC direita com hipertensão pulmonar · Arritmias ocasionando síncopes ou exacerbação aguda dos sinais de ICC · Ruptura de cordoalhas tendínea · Ruptura do AE e tamponamento cardíaco Endocardite Introdução · Desordem causada por microrganismos que colonizam o endocárdio · Alto risco de morte · Resultando em lesão proliferativa ou erosiva (vegetações) na valva e outras estruturas cardíacas e, consequentemente, regurgitação valvar · As vegetações podem se desprender e causar tromboemboslimo ou infecções metastáticas · As valvas mais acometidas na Endocardite bacteriana são a mitral e a aórtica. Ocorrência · Rara · Dificuldade de diagnóstico, SC não específicos e a pequena proporção de cães que são submetidos a necropsia · Raças de porte médio e grandes e puras · Machos de meia idade · Doenças congênitas -> baixa prevalência de endocardites · Nenhuma correlação de DMVM, procedimentos odontológicos e outras causas de bacteremia Etiologia e patogenia · Bacteremia transitória ou persistente é pré-requisito · A infecção está presente em algum lugar do corpo do paciente · Necessidade de fator predisponente -> depressão do sistema imune ou lesão do tecido endotelial · Pode estar associado a deposição de complexos de plaquetas e fibrinas que se aderem as valvas · Coágulos lesam o endotélio, ativa fatores de inflamação e degradam o tecido valvar · Bactérias envolvidas: · Staphylococcus e Streptococcus spp. · Bartonella · As consequências dependem de vários fatores: · Virulência do agente infeccioso · Sitio de infecção · Grau da destruição valvar · Influencia da vegetação na função valvar · Produção de exo e endotoxinas · Formação de imunocomplexos · Desenvolvimento de tromboembolismo e infecção metastáticas Histórico e Sinais Clínicos · Diagnóstico facilmente esquecido por contas da história e dos sinais clínicos inespecíficos · Fatores predisponentes: · Uso de drogas imunossupressoras · Cirurgia em cavidade oral dentro de 3 meses · Trauma em cavidade oral ou genital e infecções nessas regiões · Colocação de cateteres · Infecção de pele, abscessos e piodermites · Sinais clínicos · Claudicação · Letargia, anorexia, anormalidades respiratórias, fraqueza, febre, perda de peso e distúrbios gastrointestinais · Poliartrite e miosites · Dor abdominal por infarto renal ou esplênico, embolia séptica ou formação de abscessos Exame físico · Febre · Sopro cardíaco (novo) · Claudicação Diagnóstico · Ecocardiografia (vegetação) · Eletrocardiografia · Alteração de ritmo cardíaco · Radiografia torácica · Cultura de sangue · Isolamento do agente causal · 3 a 4 amostras de sangue · Outros testes diagnósticos Tratamento · Antibiótico sistêmico de amplo espectro intravenoso (concentração sérica de alto fluxo sanguíneo) · Tratar as consequências cardíacas: · ICC · Arritmias Prognóstico · Ruim quando: · Diagnóstico tardio · Envolvimento da valva aórtica · Vegetação valvar · Bactéria gram-negativa e Bartonella · Complicações renais e cardíacas não responsivas · Embolia séptica e metástase infecciosa · Trombocitopenia, FA alta, hipoalbuminemia · Terapia com corticoides · Favorável quando: · Envolvimento apenas da valva mitral · Bactérias gram positivas · Infecções originadas da pele, abscessos, celulites e de feridas de pele Prevenção · Antibioticoterapia profilática de 1 a 2h antes e 6h após procedimentos cardiovasculares que causam lesão endotelial · Em procedimentos odontológicos Doenças miocárdicas caninas · Cardiomiopatia dilatada – principal (2º doença mais prevalente, atrás da DMVM) · Importância em cães de grande porte, entretanto aumento significativo em pacientes de pequenos porte (erros na dieta) Cardiomiopatia dilatada Introdução · Doença miocárdica primária: · Causa alterações no músculo cardíaco levando a um déficit de contratilidade · Aumento cardíaco e comprometimento da função sistólica de um ou ambos ventrículos · Disfunção diastólica pode ser observada · Acomete cães de porte médio a grande (Cocker spaniel; Dog alemão; Rottweiller) · Algumas raças são mais predispostas como: Dobermann, Dog alemão e Cocker Spaniel · Diminuição da espessura da musculatura cardíaca do VE e dilatação das cavidades do coração Apresentação clínica · Doença de cães adultos: 2 a 3 anos · Duas fases · Assintomático ou oculto (onde o paciente não apresenta sinal clínico ou eventualmente uma leve arritmia, extrasistole ventricular ou atrial) · Sintomático: tosse, dispneia, taquipneia, sincope (decorrente de arritmias), intolerância ao exercício e ocasionalmente ascite Exame físico · Sopro sistólico suave em foco mitral ou ritmo de galope (terceira bulha bem audível) · Taquiarritmia de origem atrial ou ventricular · Observa-se sinais de doença de ventrículo esquerdo, envolvimento biventricular e ICC com distensão da veia jugular e ascite, em cães gigantes · Pulsação jugular pode estar presente em CMD já num grau mais avançado · Ascite relacionada com disfunção do lado direito do coração Testes diagnósticos · Eletrocardiografia · Traçado normal · Taquicardia sinusal antes do ICC · Padrão de aumento atrial e/ou ventricular · Fibrilação atrial e/ou taquiarritmias ventriculares · Complexo atriais ou ventriculares prematuros -> isolados ou em situações mais frequentes dentro do traçado eletrocardiográfico· Radiografia Torácica (diagnóstico da ICC): · Aumento ventricular · Congestão venosa pulmonar · Edema pulmonar · Cardiomegalia generalizada · Grau de disfunção a ponto de causar acumulo de liquido pulmonar ou pleural e sinais de congestão · Ecocardiografia · Aumento atrial esquerdo e em algumas vezes direito e ventricular visto no modo M · Disfunção cardíaca do músculo cardíaco · Diminuição da parede ventricular na diástole -> hipertrofia excêntrica -> com aumento da cavidade ventricular · Fração de encurtamento menor que 25% -> alguns pacientes podem apresentar uma diminuição não tão acentuada, mas que pode sugerir a cardiomiopatia dilatada · Através do modo streem -> consegue ver cada fibra do coração de forma diferente, onde teremos melhor diagnóstico dessa disfunção sistólica do VE · Regurgitação mitral central (diferente do que vemos nas DMVM, onde essa regurgitação pode ser em diferentes direções) · E-septo maior que 5,5mm -> muito distante -> causador da regurgitação -> dilatação da câmara cardíaca · Biomarcadores · Peptídeo natriurético atrial (ANP) · Troponina cardíaca I -> não possuem sensibilidade e especificidade para detectar a cardiomiopatia dilatada oculta · Não adianta de forma precoce · Peptideo natriurético tipo B (BNP) e terminal N do pro-BNP (NT-proBNP) - > diagnóstico precoce de CMD oculta · Onda E/A = 3 -> prognóstico ruim porque é um padrão restritivo Etiologia · Doença miocárdica causada por diversos fatores -> genético, viral e nutricional, entre outras causas · Na maioria dos casos a causa é desconhecida · Algumas raças são mais acometidas · Forma familiar de CMD foi identificada em algumas raças, e suspeita-se que há em outras · CMD específica da raça: · Cocker Spaniel · Cocker Spaniel Americano -> associado a deficiência de taurina · Alguns Cockers não apresentam a deficiência, tornando o prognóstico ruim · Cocker Spaniel Ingles -> hereditário -> não foi detectado deficiência de taurina e L-carnitina · Dálmatas · Os machos são mais acometidos · Apresentam ICC esquerda e síncope, mas não apresentam ICC bilateral · Pode estar relacionado a dieta deficiente em proteínas o para evitar cálculos de urato · Expectativa de vida de 1,5 a 3 meses · Dobermann · Raça mais comum de apresentar CMD · ICC esquerda ou bilateral, geralmente com fibrilação atrial e morte súbita · Fase oculta pode apresentar complexos ventriculares prematuros, leve dilatação ventricular e/ou disfunção sistólica · Causa familiar -> gene autossômico dominante · Dog Alemão · Doença familiar, acomete mais machos · Apresentam-se com perda de peso e tosse · Outras raças: Irish Wolfhounds, Newfoundlands, Cão D’água português, Schnauzer Standart e Manchester Terrier Tratamento em CMD oculto · Inibidores ECA -> pode ser benéfico na dilatação ventricular precoce, com ou sem disfunção sistólica · Associado em dobermanns ao maior período de tempo antes do início da ICC · O uso em outras raças pode ser considerado · Uso de doses baixas de beta-bloqueadores (Carvedilol) -> ainda em estudos, mas com poucos dados de benefício do uso · Pimobendam -> benéfico na fase oculta em dobermanns, aumentando o tempo antes do início da ICC · Pode ser considerado o uso em outras raças Tratamento em pacientes com ICC · Uso de inotrópico positivo -> Pimobendam (inibidor da fosfodiesterase III e V e propriedades de sensibilização de cálcio) · Aumenta tempo de vida e possui atividade inotrópica positiva · 0,25mg/kg PO BID · Inibidor ECA (benazepril/enalapril) · Diuréticos (furosemida/espironolactona) · Suplementação nutricional · Digoxina/diltiazen -> fibrilação atrial e ICC · Mais difícil de conseguir fazer a compra por conta da falta no mercado (em seres humanos não é mais utilizada) Tratamento em pacientes com arritmias ventriculares · Sotalol (beta-bloqueador com bloqueador de canal de cálcio) · Benéfico em alguns casos, mas o uso em pacientes com disfunção sistólica deve ser cuidadoso · Metilxantina na dose de 5 a 6mg/kg VO TID é muito efetivo -> pode causar náusea, que pode ser reduzido sem administrado com alimento · Amiodarona -> 10mg/kg VO por 5 dias SID · Sugere medir concentração séria, enzimas hepáticas séricas e hemograma completo uma vez ao mês Prognóstico · Dependente da causa, que normalmente não é conhecida · Preditores negativos: · Idade do início dos SC · Quanto mais jovem o início dos sinais, pior o prognóstico · Efusão pleural · Edema pulmonar · Ascite · Fibrilação atrial · Faz com que o prognóstico fique ruim porque já tem comprometimento de toda musculatura atrial do paciente · Indice do volume final sistólico · Fração de ejeção · Quando diminuídos possibilidade de prognóstico pior · Padrão restritivo (E/A>2.0) Cardiomiopatia Arritmogênica do VD do Boxer Introdução · Conhecida como Cardiomiopatia do Boxer · Apresenta similaridades a cardiomiopatia arritmogênica do VD em seres humanos · Apresentação clínica, etiologia e histopatologia · Infiltrado de gordura e fibroso na parede livre do VD – causando as alterações no paciente · Caracterizado por arritmias ventriculares, síncope e morte súbita · Disfunção sistólica e dilatação ventricular pode ser detectados (depende muito do tempo que o paciente apresenta as alterações · Doença familiar no boxer e é herdado por um gene autossômico dominante · Apresenta variação genética podendo apresentar-se de forma assintomática, com síncope, morte súbita e disfunção sistólica com ICC · Mutação de deleção genética no gene striatin -> associada ao desenvolvimento de CMAVD do Boxer · Padrão autossomal dominante de penetração incompleta · Homozigotos apresentam a forma mais severa da doença · Alto número de arritmias ventriculares, morte súbita e doença cardíaca estrutural rara Diagnóstico · Síncope que pode ou não estar associado ao exercício ou excitação · Alguns cães apresentam intolerância ao exercício ou letargia · Alguns apresentam morte súbita sem apresentar sinais clínicos · 10% dos cães podem apresentar sinais de ICC esquerda ou bilateral · A maioria dos boxers são normais ao exame clínico · Pode auscultar taquiarritmias · Pequeno número apresenta dilatação ventricular e disfunção sistólica (tipo III CMAVD), sopro sistólico ou ritmo de galope (S3) podem ser auscultados em tórax esquerdo · Incomum -> sinais de ICC direita (ascite e pulso jugular) · Boxers podem apresentar sopro sistólico na base esquerda -> pode estar associado a estenose aórtica ou fisiológica -> não é indicativo de CMAVD · Biomarcadores · Troponina cardíaca I -> níveis elevados em cães com CMAVD do boxer e está correlacionado com o número de grau de CVP ou complexidade da arritmia · Foi observado valores abaixo do normal em alguns boxers com CMAVD · O peiptídeos natriurético tipo B não obteve resultados significativos em boxers normais e afetados · Eletrocardiografia: · 2 a 5 minutos de eletrocardiografia -> frequentemente normal (Holter) · Podem aparecer CVP, em pares ou taquicardia ventricular paroxística · CVP de morfologia de bloqueio do ramo esquerdo nas derivados I, II, III e AVF -> consistente de origem de VD · As arritmias que originam síncope não são observadas no eletrocardiograma · Ideal fazer o Holter de 24 ou 48h · Manutenção para verificação perfil eletrocardiográfico -> verificar momentos de quadros de arritmias importantes -> tratamento correto · Holter: · > ou igual 300CPVs/24h · Em dupla, em trio ou com taquicardia ventricular -> com sinais clínicos · Radiografica torácica · Tamanho cardíaco nos limites normais · Cardiomegalia generalizada com edema pulmonar e/ou efusão pleural -> com disfunção sistólica e dilatação ventricular · Ecocardiografia · Dilatação ventricular e disfunção sistólica -> normal em alguns casos · Dilatação VD e alguns casos · Teste de mutação genética · A partir da detecção de CMAVD -> monitoração anual com Holter e ecocardiografia Tratamento · Inicia-se >1000CPVs/24h, com taquicardia ventricular ou evidência de R em T no traçado de eletrocardiografia (malignidade nesse traçado) · Cães com síncope e arritmia ventricular-> Sotalol 1,5=3,5mg/kg VO BID e/ou Mexiletina 5-6mg/kg VO TID · Até a redução em 85% dos CVPs · Suplementação com óleo de peixe por 6 semanas · Acido eicosapentaenoico -> 780mg/dia · Acido docosa-hexaenoico -> 497mg/dia · Pacientes com disfunção sistólica e dilatação ventricular na ecocardiografia · Pimobendam, IECA e diuréticos · Suplementação com L-carnitina na dose de 50gmg/kg BID ou TID Prognóstico · Pode ocorrer morte súbita · Pode viver por anos com antiarrítmicos sem sinais clínicos · Alguns podem desenvolver disfunção sistólica e dilatação ventricular · Boxers sem disfunção sistólica e dilatação ventricular tem prognóstico comparado aos que não tem CMAVD · Média de vida 11 anos Miocardite · Doença miocárdica caracterizada pela presença de necrose ou degeneração e inflamação miocárdica · Vários agentes físicos, químicos e infecciosos pode ocasionar lesão no tecido miocárdico e ativar a resposta inflamatória (como fármacos e parvovirose) · Dilatação de câmaras cardíacas, disfunção miocárdica semelhante a CMD e uma variedade de bradi e taquiarritmias · Elevação da troponina canina I -> por injúria miocárdica · Em cães, protozoários e vírus são os mais comuns: · Trypanosoma cruzi -> Doença de Chagas · Leishmania · Neospora caninum e Toxoplasma gondii · Parvovirus canino · Virus do oeste do Nilo · Blastomyces – Fungo · Bacillus piliformis, Citrobacter koseri e Borrelia burgdorferi · Em algumas situações pode levar a uma miocardite atrial e não só ventricular -> agravamento maior dos problemas do paciente Outras doenças miocárdicas · Cardiomiopatia Hipertrófica · Pointers · Diferente das manifestações em seres humanos e felinos · Hipotireoidismo · CMD secundário ao hipotireoidismo · Infarto do miocárdio · Incomum Doenças Miocárdicas Felinas · Desafio a parte – uma vez que é uma doença com difícil aparecimento de sinais clínicos e normalmente relacionado com morte súbita em felinos · Realização de exames de rotina desde pacientes mais jovens Classificação e Prevalência · Fenótipo da doença · Amplo espectro de doenças heterogêneas do músculo cardíaco e são as doenças cardíacas mais comuns nos felinos · Cardiomiopatias são classificadas em 5 grupos de acordo com sua fenótipo dominante: · CMD – hoje é mais controlada -> relacionada com déficits nutricionais · Diminuição da musculatura cardíaca e dilatação da câmara cardíaca · CMH · Hipertrofia do ventrículo -> leva diminuição do volume que vai ficar no VE que vai ser bombeado · Cardiomiopatia restritiva · Algo que vai impedir melhor contração ou dilatação (pode ser cicatriz ou algo) -> consequentemente maior enchimento ventricular · Cardiomiopatia arritmogênica do VD · Pode ocorrer alterações no músculo cardíaco levando a arritmias -> leva a dilatação VD · Cardiomiopatia não específica · Pode progredir para outra, dependendo da situação Cardiomiopatia Hipertrófica Felina · Fenótipo mais comum em felinos Introdução · Caracterizado pelo aumento da massa cardíaca pela hipertrofia sem dilatação do ventrículo esquerdo · Ausência de causas que levam a hipertrofia do VE: · Aumento da pressão -> PAS · Estimulação hormonal -> hipertireoidismo -> hipertrofia da musculatura cardíaca Tipos de hipertrofia de VE, Patologia e Histopatologia · Marcada variabilidade fenotípica: · Leve a severa · Difusa ou segmentar · Todo músculo ou apenas um segmento hipertrofiado · Hipertrofia concêntrica · Mais que 2/3 -> difuso, envolvendo porções ou todo o septo interventricular e a parede livre do VE · Com hipertrofia do músculo papilar e consequentemente redução da cavidade do VE · A hipertrofia difusa do VE pode ser simétrica ou assimétrica com espessamento predominante em septo ou parede livre · Pode induzir a obstrução dinâmica de via de saída do VE · Os 1/3 restantes: · Hipertrofia do VE é confinada apenas em um segmento · Usualmente na base do septo e menos comum no ápice · Em alguns casos, o espessamento da base do septo pode levar a obstrução da via de saída do VE -> cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva · Combinação de hipertrofia de VE com hipertrofia dos músculo papilares resulta em obstrução ventricular sistólica leve com presença de áreas de contato endocárdico · Raro -> infarto do miocárdio da parede livre do VE · Na diástole · Diminuição do lúmen ventricular esquerdo · Quase pouca dilatação da câmara ventricular esquerda · Na sístole · Não consegue visualizar onde está a cavidade do VE · Em algumas situações pode ter dilatação do AE ´ · Ele pode ser difuso, difuso mas assimétrico (mais no septo ou na parede livre) · Hipertrofia segmentar -> perto dos músculos papilares, no ápice do coração · Pode acontecer em qualquer caso de cardiomiopatia hipertrófica · Em casos de Hipertrofia de VE leve a moderada -> AE normal · Hipertrofia de VE severa -> geralmente associada ao aumento de AE leve a severa · Histopatológico: · Células musculares cardíacas desorganizadas no septo interventricular em 30% dos gatos com CMH · Arquitetura desorganizada na parede livre é menos comum e está associada a do septo interventricular Epidemiologia · Mais comum em machos (70 a 79%) · Mais predominante em gatos de pelo curto (65 a 70%), seguido dos de pelo longo (9 a 22%) e Persa (3 a 12%) · Mais acometidos -> pelo curto britânico, Charteux, Himalaia, Maine Coon, Sphynx e Ragdoll · Menos afetados -> Birmanes, siamês, pelo curto, oriental e abissínios · Meia idade -> 5 a 7 anos · Maine coon e Spynx mais jovem em um estudo e Ragdoll em outro · Maine coon apresenta mutação no gene sarcomérico da proteína C de ligação a miosina cardíaca para CMH hereditária, com herança autossômica dominante · Maior risco em homozigotos · Identificado outra mutação em outras raças Consequencias Fisiopatológicas · Arritmias ventriculares · Disfunção miocárdica · Obstrução dinâmica da via de saída do VE · Levando a dilatação e a refluxo principalmente para AE -> aumento do AE · Disfunção diastólica -> ICC · Por conta da drenagem das veias pleurais viscerais no AE -> efusão pleural · Mais a problemas de extravasamento de líquidos em cavidade do que edema pulmonar · Diminuição da velocidade do sangue no AE -> estase sanguínea -> AE aumentado -> predisposição a formação de trombos e tromboembolismo arterial · Podendo acarretar a morte súbita ou paraparesia súbita · Em cães é dificilmente visto -> dificilmente vai ter formação de trombos em cães · Espessamento da musculatura -> pode ter isquemia muscular -> levando a arritmias ventriculares -> levando a fraqueza, síncope ou morte súbita · Essa isquemia mais infarto do miocárdio -> relaxamento do VE de forma incorreta -> aumento da pressão no VE e no AE -> leva dilatação no AE -> podendo levar a ICC ou tromboembolismo arterial · Ocorre também em CMH obstrutiva · Obstrução pode levar a um aumento de volume cardíaco circulante -> levando a morte súbita e a sinais de insuficiência · Aumento da pressão sistólica no VE -> isquemia do miocárdio -> problema no relaxamento cardíaco -> aumento da pressão -> dilatação -> ICC ou tromboembolismo arterial · Obstrução dinâmica de via de saída · Observa saída correta · Pacientes com aumento segmentar que pode levar a essa obstrução dinâmica · Na sístole = um fluxo turbulento na aorta porque tem diminuição no lúmen da saída da aorta -> vai ter um aumento da aorta (mimetizando estenose aórtica) · No final da sístole = diminuição do lúmen, com pouca saída pela aorta e pode ter refluxo para AE por conta da dilatação Sinais clínicos · Muitos gatos não apresentam SC no momento do diagnóstico (33 a 77%) · Alteração na ausculta cardíaca -> casos encaminhados (na tentativa de diagnóstico) · Maioria dos gatos sintomáticos e apresentam sinais de ICC (70 a 80%) · Taquipneia ou dispneia -> edema pulmonar ou efusão pleural · Tosse e ascite são raros · Anorexia e letargia são comuns e precedem em 24 a 72h o ICC · Paresia aguda dolorosa bilateral em membros pélvicos -> tromboembolismo arterial · Síncope e fraqueza em 1 a 6% dos casos de CMH Eletrocardiografia · Varias alterações morfológicas nãoespecífica pode aparecer · Dificilmente ela se traduz quando a gente vê na eletro · Hipertrofia de VE -> aumento da amplitude do complexo QRS · Aumento de AE -> aumento da duração da onda P · Desvio do eixo cardíaco para esquerda · Nunca pode afirmar que esses aumentos estão relacionados com padrões eletrocardiográficos · Arritmias: · CVP · Complexos supraventriculares prematuras · Bloqueios AV · Fibrilação atrial Ecocardiografia · Mais comum -> 2D ou Modo-M · Difuso ou segmentar, simétrica ou assimétrica, hipertrofia concêntrica de VE no final da diástole -> septo interventricular ou parede livre > 5,5 ou 6,0mm · Hipertrofia dos músculos papilares · Possibilidade de obliteração da cavidade do VE no final da diástole · Função sistólica normal a aumentada · Dilatação de AE · Obstrução dinâmica de via de saída de VE (depende da hipertrofia do músculo ali presente) · Menos comum: · Hipertrofia da parede livre do VD · AD aumentado · Infarto do miocárdio (parede miocárdica fina e acinética) · Fluxo mitral: · Padrão de relaxamento invertido -> E/A <1 · Aumento do tempo de desaceleração da onda E · TRIV>60ms · Regurgitação mitral · Presença de dois jatos sistólicos turbulentos -> obstrução dinâmica da via de saída do VE Curso clínico e prognóstico · Tempo de vida variável: · Expectativa de vida normal (mesmo com diagnóstico precoce) · Morre depois de vários dias após o diagnóstico · Morte súbita antes ou depois do diagnóstico Cardiomiopatia Restritiva Introdução · Segunda cardiomiopatia mais comum em felinos · Até o momento nenhuma causa de mutação foi identificada · Identificado alterações histopatológicas na maioria dos felinos · Desarranjo de miócitos · Arteríolas coronarianas intramural anormais · Cicatrizes irregulares · Característica marcante: · Cicatriz endomiocardica grave -> lesão tubular que uso o septo e parede livre que pode resultar em estenose intracavitária · Menos comum pode ocorrer uma cicatriz endomiocardica difusa que resulta na redução ou obliteração da cavidade do VE · Também pode envolver os átrios, o VD e está associada à fibrose intersticial miocárdica, vários graus de hipertrofia e necrose de miócitos, arteriosclerose coronariana intramural e infiltrados inflamatórios Epidemiologia · Média de diagnóstico -> 10 +- 4 anos · Maioria acometidos são femeas · Raças mais acometidas: Birmanes, siamês, persa, maine coon, com predominância de pelos curtos · Não tem predisposição familiar · Maioria apresentam sinais clínicos no diagnóstico, normalmente com ICC · Dispneia · Letargia, fraqueza, hipotermia, anorexia, ascite e paresia/paralisia por tromboembolismo arterial · Sopro sistólico no ápice esquerdo e ritmo de galope Eletrocardiografia · CVP · Taquicardia ventricular · Fibrilação atrial é menos comum (menos comum de acontecer dilatação atrial) Ecocardiografia · Mais comum: · Aumento severo de átrio esquerdo ou biatrial · Espessura do septo e parede livre normais ou no limite superior · Fração de encurtamento normal ou no limite inferior · Áreas do endocárdio ou miocárdio hiperecóico (fibrose) · Forma endomiocardica de CMR: forma específica com cicatriz em ponte entre a parede livre e o septo e/ou espessamento endocárdico hiperecoico circular difuso com redução da cavidade de VE · Menos comum: · Diminuição discreta da função sistólica durante a progressão da doença · Hipertrofia de VE discreta a moderada em casos de fibrose miocárdica severa · Fluxo mitral; · Padrão restritivo: aumento de E/A>2 com aumento de onda E e diminuição de onda A, diminuição do tempo de desaceleração da onda E e do TRIV · Regurgitação mitral · Forma endomiocárdica de CMR: obstrução sistólica no meio da cavidade de VE Curso clínico e Prognóstico · Prognóstico é ruim · Média de vida de 132 a 273 dias · Morte espontânea, eutanásia decorrente de ICC refratária ou morte súbita · Pode viver até 364 dias Cardiomiopatia Dilatada Felina Definição e Prevalência · Cardiomiopatia primária caracterizada por dilatação de VE com disfunção sistólica · Segunda cardiopatia mais comum em felinos · Após a descoberta que a maioria dos casos eram por deficiência de taurina e não primária -> reversível e prevenido com suplementação de taurina · Representa 5 a 10% das cardiomiopatias · Nenhuma mutação foi identificada na CMD felina Taurina · Felinos sintetizam uma quantidade limitada de taurina da cisteina devida a baixa concentração nos tecidos da enzima ácido cisteina-sulfinico descarboxilase · A deficiência de taurina acarreta no uso exclusivamente para a conjugação do ácido biliar do que a conjugação alternada de glicina · A deficiência de taurina pode acarretar em degeneração retiniana central, anormalidades reprodutivas, função imune comprometida e disfunção miocárdica Consequências Fisiopatológicas · Lesão miocárdica degenerativa no VE ou em ambos ventrículos · Com variados graus de miocitólise, fibrose, arteriosclerose coronariana e algum infiltrado inflamatório · Algumas lesões são responsáveis pela diminuição da função sistólica, com dilatação secundária sistólica e diastólica dos ventrículos afetados · A dilatação da cavidade ventricular acarreta em alargamento do correspondente ânulo da valva atrioventricular -> insuficiência secundária da valva -> dilatação atrial -> ICC -> aumentando a possibilidade de Tromboembolismo arterial Epidemiologia: apresentação clínica no diagnóstico · Fêmeas são mais afetadas · Média de idade -> 9,1 anos (2 a 15 anos) · Sem predisposição de raças · Maioria dos casos de CMD apresentam ICC ao diagnóstico · Dispneia (efusão pleural ou edema pulmonar e asite) · Hipotensão sistêmica (fraqueza) · TEA · Colapso · Alguns podem ser diagnosticado na fase oculta · Sons anormais -> ritmo de galope, sopro cardíaco, sons cardíacos abafados e arritmias Eletrocardiografia · A maioria apresenta alterações em eletrocardiografia · Aumento das câmaras cardíacas (QRS ou onda P) · CVP · Taquicardia supraventricular · Fibrilação atrial Curso clínico e prognóstico · Tempo de vida curto, mesmo com tratamento · Morte -> eutanásia decorrente de ICC refratária · Alta proporção de morte súbita · Hipotermia e fração de encurtamento <20% reduzem a sobrevivência Cardiomiopatia arritmogênica do VD Definição · Recentemente caracterizado em felinos, com <5% dos casos de cardiomiopatias · Não houve caracterização genética até o presente momento em felinos · Lesões de reposição de miócitos em fibrose e gordura -> lesões semelhantes aos seres humanos Epidemiologia: apresentação clínica no diagnóstico · Gatos de idade média (7,3 anos), podendo varias de 1 a 20 anos · Sem predisposição de raças ou sexo · Aspecto familiar da doença envolvido mas não demonstrado · Sinais clínicos de ICC direita · Sincope em casos de taquiarritmia ventricular · Podem ser assintomáticos pode um variável período de tempo · Diagnóstico -> ecocardiograma · Sopro cardíaco e/ou arritmia · Sons cardíacos abafados por efusão pleural ou pericárdica · Sinais clínicos não específicas (letargia e anorexia) podem ser observados Eletrocardiografia · Grande variedade de alterações · CVP/taquicardia de origem direita e esquerda · Fibrilação atrial · Taquicardia supraventricular · Bloqueio ventricular de ramo direito; e · Bloqueio atrioventricular de primeiro ou terceiro grau Curso clínico e prognóstico · Assintomático por um período incerto · Para CMVD clínico é ruim (prognóstico) · CMVD com ICC morrem cedo por causas cardíacas dias a semanas após o diagnóstico inicial Cardiomiopatia não-específica · Tem alterações que sugerem qualquer uma das cardiomiopatias anteriores · Reservada para as cardiomiopatias que não se encaixam nos outros tipos · Não é caracterizada por uma única doença miocárdica · Por achados típicos dos 4 tipos de cardiomiopatias · Mistura de alterações, como: · Hipertrofia segmentar do VE · Hipocinesia regional · E marcado aumento de AE · Patogenia pouco clara: · Pode representar formas específicas ou estágios de outras cardiomiopatias, em particular a CMH · Pode evoluir para cardiomiopatias primárias Cardiomiopatiassecundárias · Pelo Hipertireoidismo · Pelo tumor infiltrativo (linfoma) · Miocardite · Distrofia muscular · Acromegalia · Cardiomiopatia induzida por esteroides · Causas cardiovascular de VEH (estenose aórtica e HAS) · Deficiencia de taurina · Toxicidade por drogas · Taquiarritmias sustentadas Radiografia torácica (para todas essas doenças) · Cardiomegalia pode ser visualizada em alguns casos · VHS é um método específico mas não sensível para cardiomegalia · VHS >8,2 -> especificidade de 92% e sensibilidade de 63 a 78% (negativo é mais certeza) · VHS >9,3 -> alta especificidade (descartar negativos) · Edema pulmonar e efusão pleural em casos de ICC · Edema pulmonar com característica de padrão misto e distribuição variável · Não acontece a distribuição caudo-dorsal e perihilar · Mais comum um padrão intersticial reticular ou nodular · Distribuição mais ventral · Congestão venosa pulmonar · Aumento cardíaco visível = Valentine’s heart (coração do dia dos namorados) · Padrão alveolar bem pronunciado = cardiomiopatia hipertrófica Ecocardiografia – não classificada · Dilatação severa de AE · Hipertrofia discreta de VE, concêntrica, excêntrica ou normal · Força de ejeção discretamente diminuída · Hipertrofia regional miocárdica · Dilatação de AD e VD · Hipocinesia regional · Disfunção diastólica – padrão restritiva · Tromboembolismo · Insuficiencia mitral e tricúspide Outros testes · Testes genéticos: · Detecção das mutações que ocorrem · Biomarcadores: · Troponina cardíaca I e T -> indicadores de alta sensibilidade e especificidade na injuria celular miocárdia aguda · Preditores de morte -> baixa sensibilidade e especificidade · NT-proBNP -> aumenta em resposta ao estresse da parede miocárdica · Diferenciar ICC de doença respiratória com 90% de acurácia · Diferenciar gatos normais de cardiomiopatia oculta -> 100% de especificidade de 70,8% de sensibilidade quando maior que 99pmol/L Manejo do Felino com Cardiomiopatia primária Terapia Médica da Cardiomiopatia Felina – Abordagem baseada em evidências · Estágio A: gatos com risco de desenvolver a doença mas sem doença estrutura cardíaca identificável -> sem necessidade de tratamento · Estágio B: gatos com doença cardíaca estrutural, mas nunca apresentou sinais clínicos · Estágio C: gatos que apresentaram ou apresenta sinais clínicos leve a moderados relacionados a doença cardíaca estrutural · Estágio D: Gatos com sinais clínicos severos e na fase final da doença cardíaca (refratários ao tratamento) Terapia médica da CMH felina – estágios B e C: · Visa qualidade de vida e sobrevivência · Visa diminuir a lesão miocárdica (remodelamento e isquemia) e conter os principais eventos fisiopatológicos -> melhorar o enchimento do VE e aumentar o débito cardíaco · Beta-bloqueadores -> benéfico pela ação cronotrópica e inotrópica negativa -> prolonga a fase diastólica e reduz a obstrução dinâmica do VE · Atenolol (preferível ao propranolol por ter ação beta 1 seletivo -> broncoespasmos) · Ivabradina -> apresenta melhora da função diastólica em gatos sadios, mas precisa de mais estudos em CMH felina · Bloqueadores de canais de cálcio -> efeitos cronotrópico e inotrópico negativo, com melhora direta do relaxamento do VE, dilatação coronariana propriedades antiarrítmicas · Amlodipina deve ser evitado o uso por conta do potente efeito vasodilatador · Diltiazen mais usado que verapamil por conta da ação inotrópica e vasodilatadora negativa menos potente · IECA e espironolactona -> angiotensina II e aldosterona induzem hipertrofia miocárdica e fibrose · Essas medicações podem reverter essas lesões e melhoram a função diastólica, com a ação adicional de vasodilatação · Estágio B: · CMH assintomáticos podem viver anos e muitos morrem por causas não-cardíacas · Terapia profilática para prevenir ou retardar o aparecimento de sinais clínicos · Necessidade de tratamento em pacientes com alto risco de morte súbita · Ragdoll ou Maine Coon, com tquiarritmias ventriculares, severa obstrução dinâmica de via de saída do VE ou hipertrofia de VE e aumento de AE · Atenolol -> sem efeito benéfico na isquemia miocárdica e morte de miócitos, além de diminuir a função do AE e a velocidade do fluxo na aurícula esquerda em gatos normais · Aumentando o risco de aumento de AE e tromboembolismo arterial · Gatos com aumento de AE ou contraste ecocardiográfico espontâneo requer tratamento antiplaquetário -> Clopidogrel ou Aspirina · Se dá preferencia para clopidogrel que tem melhor ação · Estágio C: · Primeira linha para controle do ICC é o uso da Furosemida · Oxigenioterapia, controle da ansiedade/estresse, toracocentese e descanso · Controle de trombos -> antiplaquetários -> clopidogrel ou aspirina · Enalapril com diltiazen -> melhoram sinais clínicos e as medidas ecocardiográficas Terapia médica da CMH felina – estágio D: · Toracocentese em casos de efusão pleural · Espironolactona pode ser usada (aumentar diurese – diminuir volume circulante) · Hidroclortiazida pode ser usada juntamente com furosemida e espironolactona · Pimobendam -> não recomendado em casos de obstrução dinâmica de via de saída de VE · Aumentar contratilidade – maior o refluxo -> assim como vasodilatação que vai diminuir a oxigenação dos órgãos do animal Outras cardiomiopatias primárias · Manejo da CMR e CMH é similar · Inotrópicos positivos (CMD) · Digoxina como antiarrítmico (baixo limiar para causar intoxicação) · Pimobendam em CMD (aumentar força de contração) · Manejo da CMAVD é semelhante a CMD · Antiplaquetário -> TEA -> clopidogrel ou aspirina · Taquicardia ventricular (quando leva a fibrilação ventricular) -> fazer lidocaína ou esmolol (melhor) · Sotalol oral tratamento crônico · Não classificadas -> depende das alterações (se CMH ou CMD predominante) Módulo - Neurologia Distúrbios Intracranianos Diagnóstico diferencial para distúrbios intracranianos · Intoxicações Atividade mental anormal, delírio, convulsão · Encefalopatias metabólicas · Traumatismo cranioencefálico (TCE) · Comum na rotina clínica (acidentes, principalmente) · Acidentes vasculares cerebrais (AVC) · Não são tão comuns, mas por não serem diagnosticados da forma ideal podem estar presentes · Consequencias de algumas alterações (hipertensão arterial sistêmica) · Más-formações congênitas · Hidrocefalia (um pouco mais presente) · Hipoplasia cerebelar (animais jovens, sinais neurológicos desde que nascem) · Sinais vestibulares · Encefalites · Infecções e inflamações do encéfalo · Infecções virais (cinomose, toxoplasmose, neosporose, fiv, felv), causas inflamatórias (meningoencefalite granulomatosa – alterações de hemograma, com infecção viral e bacteriana; análise do LCR) · Tratamento = uso de anti-inflamatórios e antibióticos sistêmicos (sulfas, metronidazol, doxiciclina) · Neoplasias · Dificeis de diagnosticar · Requerem TC ou RM · Diferencial em animais idosos Traumatismo Cranioencefálico (TCE) · Emergência neurológica · Com risco de morte · Abordagem rápida -> sequelas · Podem haver sequelas -> pode tornar-se epilético, pode ter distúrbios da regulação do SNA -> dificuldade de defecação/micção · Limitação do espaço craniano -> quando aumenta de volume (edemacia) -> aumento de PIC e redução da pressão de perfusão cerebral (PPC) · Encéfalo dentro da calota craniana -> não consegue expandir muito -> limitado de espaço · Diminui oxigenação e vascularização cerebral · Sinais de PIC: anisocoria, midríase não responsiva a luz, rigidez de descerebração · Anisocoria = pupilas de tamanhos diferentes · Rigidez de descerebração = medula espinhal não responde mais e não passa mais informações para cérebro -> MTs espásticos, decúbito lateral não ambulatório e pescoço estendido · Resposta de Cushing: aumento de PIC terminal; aumento de PAS, redução de FC e aumento de FR -> emergência · Apresenta todos os sinais clínicos de PIC, uma hipertensão grave, diminuição dos batimentos por minuto e aumento FR · Indica um animal em estado terminal -> reduzir a PIC o quanto antes -> risco desequela é grave · Hipóxia, hipoventilação e hipotensão · Controlar o quanto antes Escala de Coma de Glasgow Modificada · Alterações associadas com pontuações diferentes (1 a 6) · Avalia reflexos e alterações e dá uma pontuação · Pontuação final = 3 a 18 · Quanto menor = pior o estado de consciência do animal · < 8 = probabilidade de vida é muito baixo (< 50%) O que fazer? · Manejo inicial: ABCDE da emergência · Estabelecer vias · Angulação do paciente 15 a 30º -> retorno venoso · Estará na mesa do consultório e a cabeça deve ficar mais baixa que o nível do corpo · Cabeça ficará mais para baixo · Fazer com mesas que se movem ou colocar almofadas/colchões/cobertores na coluna do animal -> corpo mais alto que a cabeça do animal · Essa posição garante o retorno venoso jugular para o cérebro (SNC) · Aumento da PIC -> diminui perfusão · Aporte de oxigênio 2h -> evitar lesões por hipóxia · Oxigenioterapia · Na máscara (cilindro de oxigênio) · Através de cateteres com cânulas · Colocar em alguma caixa ou gaiola com oxigênio · Deve ser feito nas primeiras 2h do TCE -> evitar lesões por hipóxia -> melhor prognóstico · Manutenção de PAS · Avaliar pressão · Manter pressão = fluidoterapia · Fluidoterapia (hipertônica ou manitol) · Auxiliam diminuindo os líquidos e diminuindo a PIC · Aumento de PIC + aumento de PAS = manitol · Aumento de PIC + PAS normal ou diminuída = hipertônica · Auxilia diminuindo a PIC e aumenta PA nos vasos · Hipertônica só pode ser feita se animal estiver hidratado · Manitol 5-15ml/kg em 10-20 min. 3d, até TID · Hipertônica 7,5%: 4ml/kg em 15min SID 1/3 salina 20% + 2/3 fisiológica 0,9% = deve ser diluída · Pode associar furosemida 2mg/kg IV em casos graves · uma vez que é um diurético que irá diminuir a PIC · Tratamento da convulsão Prognóstico · Muito reservado · Agilidade no diagnóstico e instituição terapêutica adequada · O quanto antes detectar e o quanto antes instituir · Manutenção da PIC e PAS · Monitorado intensivamente (a cada 5-10 min) · Pontuação escala de coma · Para ter uma maior avaliação do prognóstico do animal · Primeiras 48-72h -> PIC e PAS -> depois cuida das sequelas que podem ser temporárias ou permanentes devido baixa oxigenação · Animais que vão precisar de suporte de hidratação, alimentar adequado (sondagem nasogástrica/esofágica) · Precisam de fisioterapia/acupuntura até que retornem a vida normal Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) · Sinais neurológicos hiperagudos · Andar em círculos, alterações de consciência, cegueira · Derrames isquêmicos e hemorrágicos · Isquêmicos -> oclusão de vaso sanguíneo craniano em decorrências de um tromboembolismo · Coágulos podem vir de: · Foco séptico (miocardite), neoplasias, vasculite, dirofilariose, doença cardíaca, HAS · HAS crônica = importante -> alterações vasculares que predispõem a AVCs · Hemorrágicos -> Algum sangramento no parênquima cerebral · Causas: · TCE, coagulopatias, neoplasias (hemangiossarcoma), HAS · HAS devem sempre ser mensuradas em animais que apresentam sinais neurológicos (principalmente os hiperagudos) · Diagnóstico · Difícil diferenciar de inflamatórias ou neoplasia · Desenvolvimento muito abrupto de déficits neurológicos = principalmente se tiver hipertensão arterial sistêmica · Mensuração PAS, retinoscopia · Avaliação de fundo de olho = alterações de retina em animais hipertensos · Exames laboratoriais, provas de coagulação · TC, RM · Consegue visualizar o ponto do AVC · TC = boa para avaliar AVC agudo hemorrágico · RM = AVC isquêmicos (mais comuns) · Tratamento · Causa base, HAS · Sinais de aumento de PIC · Anti-inflamatórios esteroidais prednisolona/dexametasona 1-2mg/kg SID/BID · Pode ser que não surte efeito ou pode ser que animal desenvolva sequela · Prognóstico · Leve ou moderado -> bom, melhora em 3-5 dias de tratamento Hidrocefalia · Obstrução do fluxo de LCR no ponto de absorção para circulação sistêmica -> dilatação do sistema ventricular cerebral · É absorvido para circulação sistêmica e excretado pelo sistema circ · Aumento do encéfalo -> cabeça abobada · Inflamação, neoplasia, hemorragia, congênita · Maltês, Yorkshire, buldogue inglês, chihuahua, lhasa apso, spitz alemão, poodle toy, pug, chow chow, pequinês · Raças toy ou condrodistróficas · Visualiza: · Cabeça ampliada · Fontanelas persistentes e abertas -> não fecha devido dilatação ventricular · Suturas craniais abertas · Relacionado à: · Dificuldade de aprendizado · Depressão · Andar em círculos · Convulsões · Tetraparesia · Head tilt · Nistagmo · Diagnóstico · Resenha, histórico, alterações clinicas · Visualização da dilatação ventricular e acúmulo do LCR (US, TC e RM) · RX – mais difícil · US para fontanelas abertas · Visualiza dois ventrículos dilatados e cheios de líquidos · TC, RM para fontanelas fechadas · Visualiza acumulo de liquido comprimindo toda região encefálica do paciente · Tratamento clínico -> redução da produção de LCR e da PIC · Manitol ou solução hipertônica · Drenagem -> fontanelas abertas · + arriscado por profissional habilitado · Acetazolamida 10mg/kg VO/TID · Omeprazol · Prednisona 0,5mg/kg SID/VO, redução gradual até 0,1mg/kg a cada 48h · Menor dose no menor espaço de tempo possível · Controle de convulsões · Drenagem cirúrgica e desvio ventriculoperitoneal -> alta taxa de complicações e mortalidade · Colocado cateter ventricular que desvia o liquor acumulado e faz comunicação com o peritônio no animal · Só realizada em grandes centros por profissionais habilitados · Prognóstico ruim -> sequelas neurológicas · Sinais graves e muitas convulsões -> eutanásia uma opção terapêutica Distúrbios Vestibulares Sistema Vestibular · Funções · Equilíbrio · Posicionamento de olhos, cabeça, tronco e membros · Inclinação da cabeça · Ataxia · Andar em círculos · Quedas, rolamentos · Nistagmo espontâneo · Periférico: · Inclui os receptores sensoriais do sistema vestibular · Localizados no labirinto membranoso, constituídos pela porção vestibular do nervo vestibulococlear · Os receptores dentro do labirinto membranoso -> quando o animal se movimenta estimula a resposta desses receptores e a informação de que o animal está se movimentando acaba se deslocando através do nervo vestibulococlear até a medula óssea central e conecta com o cerebelo e tronco cerebral · Quando animal para de se movimentar o estímulo cessa · Central · Relacionados com cerebelo e tronco cerebral Sinais vestibulares periféricos · Estado de consciência normal · Reações posturais normais · Ataxia vestibular -> quedas, rolamentos · Inclinação da cabeça? -> para o lado da lesão · Nem sempre apresenta · Nistagmo horizontal ou rotatório · Sempre será somente horizontal ou rotatório · Surdez, síndrome de horner, paralisia facial -> quando apresenta alterações do ouvido médio/interno Sinais vestibulares Centrais · Alteração da consciência, sonolência · Alterações do tronco cerebral · Inclinação da cabeça para lado da lesão · Inclinação permanente · Nistagmo – qualquer direção, vertical · Estrabismo posicional · Déficits de NMS · Paresia ipsolateral · Para o mesmo lado da lesão (membros direitos ou esquerdos) · Déficits de reações posturais · Déficits proprioceptivos · Acometimento medula e tronco encefálico · Decúbito, rolamento para o lado da lesão Ataxia Vestibular · Sinal: Central · Torção grave da cabeça -> tendência para um lado · Andar em círculos · Ataxia importante (não mantem em equilíbrio) · Sinal: · Andar em círculos · Leve torção de cabeça · Leve ataxia · Sinal: Periférico · Nistagmo horizontal · Sinal: Central · Estrabismo posicional · Os olhos não acompanham a cabeça Abordagem diagnóstica · Diferenciar periférico X central · Anamnese e sinais clínicos compatíveis · Anamnese · Evolução aguda x crônica, progressiva ou não · Sindromes centrais = crônica e mais progressiva · Ototoxicidade, infecções, trauma · Fármacos ototóxicos -> candidatos fortes · Exame físico e exame neurológico · Face, ouvido · Diferenciar causas Diferenciais para