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FARMACOLOGIA APLICADA A NUTRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS Letícia Hoerbe Andrighetti Lucimar Filot da Silva Brum Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 A573f Andrighetti, Letícia Hoerbe. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais / Letícia Hoerbe Andrighetti, Lucimar Filot da Silva Brum. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 347 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-058-0 1. Farmacologia. 2. Nutrição. 3. Exames laboratoriais – Interpretação. I. Brum, Lucimar Filot da Silva. II. Título. CDU 615:613.2 Fitoterapia e interações com nutrientes Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Conhecer o histórico da fitoterapia no Brasil e as atribuições do pro- fissional nutricionista na prática da fitoterapia. � Correlacionar os mecanismos farmacocinéticos e farmacodinâmi- cos envolvidos em interações entre fitoterápicos e nutrientes e/ou medicamentos. � Identificar interações envolvendo fitoterápicos e nutrientes e/ou me- dicamentos com maior relevância clínica. Introdução Cada vez maior é o número de indivíduos que fazem uso de fitoterápicos, plantas medicinais e suplementos dietéticos ao mesmo tempo em que fazem uso de medicamentos. Porém, apesar de naturais, os fitoterápicos não estão isentos de efeitos colaterais ou de interações com medicamen- tos e/ou alimentos ou suplementos dietéticos. Neste capítulo, você vai conhecer um breve histórico da fitoterapia no Brasil e as atribuições do profissional nutricionista na prática da fitoterapia. Vai entender, também, os mecanismos farmacocinéticos e farmacodi- nâmicos envolvidos em interações entre fitoterápicos e nutrientes e/ ou medicamentos e, finalmente, descrever as interações envolvendo fitoterápicos com maior relevância clínica. Interações fitoterápicos-nutrientes/ medicamentos Você sabia que a incidência de interações entre fitoterápicos e suplementos alimentares com medicamentos convencionais ainda não é completamente conhecida? Além disso, ainda não existe um manual ou órgão que forneça as informações confiáveis. A falta de evidências de interações entre fitoterápicos e medicamentos, ou fitoterápicos e nutrientes, pode ser resultante de insu- ficiência no número de notificações de interações, pois, em muitas situações, os profissionais de saúde não sabem que o paciente está consumindo fitoterá- picos, plantas medicinais ou suplementos dietéticos ao mesmo tempo em que toma medicamentos. Em algumas situações, a equipe de saúde não associa o agravamento do quadro clínico do paciente, seja por ineficácia terapêutica ou surgimento de efeitos colaterais, à interação entre medicamentos e fitoterápicos. Mesmo em situações nas quais é comprovada a interação dos fitoterápicos com medicamentos ou alimentos, a importância clínica de alguns casos relatados não pode ser avaliada com precisão devido à variação na natureza própria da planta e dos produtos produzidos a partir dela. Portanto, o profissional da saúde deve avaliar com muito cuidado todas as informações antes de fazer as orientações aos pacientes quanto à segurança (ou não) de combinações de fitoterápicos ou outros suplementos dietéticos com medicamentos convencionais. Confira na Tabela 1 as indicações de uso, os efeitos colaterais e as pre- cauções e contraindicações de alguns fitoterápicos utilizados com maior frequência. Hoje, não contamos com muitas informações específicas abordando a interação entre fitoterápicos e nutrientes, porém, não há dúvidas de que a utilização de fitoterápicos e produtos nutricionais concomitantemente com medicamentos convencionais é uma importante questão de saúde pública. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais328 Tabela 1. Indicações de uso, efeitos colaterais e precauções e contraindicações de alguns fitoterápicos mais comumente utilizados. Fi to te rá p ic o In d ic aç õ es d e u so Ef ei to s co la te ra ia s P re ca u çõ es e co nt ra in d ic aç õ es Alho � Propriedades antibióticas � Pequena redução no colesterol sanguíneo ou na pressão arterial mostrou-se eficaz em alguns estudos, mas não em todos � Desconforto do trato GI (p. ex., azia, flatulência) � Odor desagradável � Pacientes pré ou pós-cirúrgicos � Mulheres em período perinatal � Pessoas com uma história de cálculo biliar � Pessoas que usam medicamentos anticoagulantes ou para tratar a aids Equinácea � Estimulação do sistema imune � Prevenção ou tratamento de resfriados ou outras infecções (no máximo um efeito leve) � Náusea � Irritação cutânea � Reações alérgicas � Leve desconforto do trato GI � Aumento da micção � Qualquer pessoa com uma doença autoimune � Pacientes pré ou pós cirúrgicos � Pessoas com alergias a margaridas Erva de São João (jipérico) � Alívio da depressão (no máximo um efeito leve) � Desconforto leve do trato GI � Eritemas cutâneos � Cansaço � Inquietação � Aumento da sensibilidade ao sol � Qualquer pessoa que esteja usando um medicamento prescrito � Pessoas com sensibilidade UV, incluindo a induzida por medicamentos ou outros tratamentos** (Continua) Fitoterapia e interações com nutrientes 329 Fi to te rá p ic o In d ic aç õ es d e u so Ef ei to s co la te ra ia s P re ca u çõ es e co nt ra in d ic aç õ es � Pessoas com transtorno bipolar � Qualquer pessoa em recuparação de enxerto ou transplante de órgão � Qualquer pessoa que usa ritalina, cafeína, medicamentos anti- HIV, medicamentos para insuficiência cardíaca, hipocolesterêmicos, medicamentos para afinar o sangue, quimioterapia, contraceptivos orais, antidepressivos, antipsicóticos ou para tratar a asma Ginko biloba � Aumenta a circulação � Melhora a memória (especialmente para pessoas com doença � Cefaleia leve � Desconforto no trato GI � Irritabilidade � Diminuição da coagulação sanguínea � Pessoas com distúrbios de sangramento � Pacientes pré ou pós cirúrgicos � Pessoas com alergia à planta (Continuação) Tabela 1. Indicações de uso, efeitos colaterais e precauções e contraindicações de alguns fitoterápicos mais comumente utilizados. (Continua) Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais330330 Fi to te rá p ic o In d ic aç õ es d e u so Ef ei to s co la te ra ia s P re ca u çõ es e co nt ra in d ic aç õ es � de Alzheimer, pouca evidência de eficácia) � Convulsões (se contaminado com sementes tóxicas de ginko) � Uso concomitante com matricária, alho, ginseng, dong quai ou trevo vermelho � Pessoas que usam medicamentos para diabete, anticoagulantes, suplementos de vitamina E, antidepressivos ou diuréticos Ginseng � Mais energia � Alívio do estresse � Menos fraqueza e fadiga (eficácia amplamente desconhecida) � Hipertensão � Crises de asma � Batimentos cardíacos irregulares � Insônia � Cefaleia � Nervosismo � Desconforto no trato GI � Redução da coagulação sanguínea � Irregularidades menstruais e sensibilidade mamária � Qualquer pessoa que usa medicamento prescrito deverá consultar um médico antes de usar � Mulheres em terapia hormonal � Mulheres que tiveram doença de mama � Qualquer pessoa com uma doença crônica do trato GI � Qualquer pessoa com hipertensão descontrolada (Continuação) Tabela 1. Indicações de uso, efeitos colaterais e precauções e contraindicações de alguns fitoterápicos mais comumente utilizados. (Continua) Fitoterapia e interações com nutrientes 331 Fi to te rá p ic o In d ic aç õ es d e u so Ef ei to s co la te ra ia s P re ca u çõ es e co nt ra in d ic aç õ es � Qualquer pessoa que usa medicamento anticoagulante, diabetes, depressão ou insuficiência cardíacaValeriana � Alívio da inquietação e outros transtornos do sono provenientes de condições nervosas Redução da an- siedade (alguma evidência de eficácia) � Prejuízo da atenção � Cefaleia � Tontura matinal � Batimentos cardíacos irregulares � Desconforto do trato GI � Odor desagradável � Delírio por abstinência � Qualquer pessoa que esteja usando depressores do sistema nervoso central*** � Qualquer pessoa que consuma álcool � Pessoas que irão operar equipamentos pesados ou dirigir (Continuação) Tabela 1. Indicações de uso, efeitos colaterais e precauções e contraindicações de alguns fitoterápicos mais comumente utilizados. Fonte: Adaptada de Wardlaw e Smith (2013, p. 663-664). Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais332 Fitoterapia no Brasil e a prática da fitoterapia pelo nutricionista O uso de fitoterápicos e suplementos alimentares está aumentando muito em várias partes do mundo, sobretudo na Europa, nos Estados Unidos e na Austrália como parte da popularidade da medicina alternativa e complementar. Nos Estados Unidos, esses produtos não têm sua eficácia ou segurança avaliadas pela Food and Drug Adminstration (FDA), pois se encaixam na regulação da Dietary Supplement Health and Education Act, publicada em 1994. No Brasil a população de usuários de fitoterápicos também é muito grande. O uso de fitoterápicos é estimulado e implementado no SUS. O Brasil é o país que detém a maior parcela da biodiversidade, em torno de 15 a 20% do total mundial, com destaque para as plantas superiores, cuja parcela se aproxima de 24% da biodiversidade. Entre os elementos que com- põem a biodiversidade, as plantas são a matéria-prima para a fabricação de fitoterápicos e outros medicamentos. Além de seu uso como substrato para a fabricação de medicamentos, as plantas são também utilizadas em práticas populares e tradicionais, como remédios caseiros e comunitários, processo conhecido como medicina tradicional. Além desse acervo genético, o Brasil é detentor de rica diversidade cultural e étnica que resultou em um acúmulo considerável de conhecimentos e tecnologias tradicionais, passados de geração a geração, entre os quais se destaca o vasto acervo de conhecimentos sobre manejo e uso de plantas medicinais. No intuito de estabelecer as diretrizes para a atuação do governo na área de plantas medicinais e fitoterápicos, o governo federal aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Esse documento é parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira. As ações decorrentes dessa política, manifestadas em um programa, são imprescindíveis para a melhoria do acesso da população a plantas medicinais e fitoterápicos, à inclusão social e regional, ao desenvolvimento industrial e tecnológico, à promoção da segurança alimentar e nutricional, além do uso sustentável da biodiversidade brasileira e da valorização e preservação do conhecimento tradicional associado das comunidades e povos tradicionais. A Portaria Interministerial nº 2960, de 9 de dezembro de 2008, aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que definiu como Fitoterapia e interações com nutrientes 333 princípios orientadores a ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde aos usuários do SUS. Em 1996, a 10ª Conferência Nacional de Saúde recomendou a incorporação, no SUS, das práticas de saúde como fitoterapia, acupuntura e homeopatia, contemplando as terapias alternativas e práticas populares. Recomendou, também, que o gestor federal da Saúde incentivasse a fitoterapia na assistência farmacêutica pública, com ampla participação popular para a elaboração das normas para sua utilização. Por sua vez, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complemen- tares no SUS, pactuada na Comissão Intergestores Tripartite, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde no ano de 2005 e publicada por meio de Portaria GM nº 971, de 03 de maio de 2006, propõe a inclusão das plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia, medicina tradicional chinesa/acupuntura e termalismo social/crenoterapia como opções terapêuticas no sistema público de saúde (BRASIL, 2006). Essa política traz como diretrizes para plantas medicinais e fitoterapia a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais e de Fitoterápicos e o provimento do acesso a plantas medicinais e fitoterápicos aos usuários do SUS. Em novembro de 2011, a Anvisa, por meio da Farmacopeia Brasileira, lançou o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (Resolução RDC nº 60 de 10 de novembro de 2011), voltado principalmente às práticas de manipulação e dispensação de fitoterápicos (BRASIL, 2011). Em 2014, com a publicação pela Anvisa da Resolução RDC nº 26 de 13 de maio de 2014, foi criada a classe de Produto Tradicional Fitoterápico, tendo como base para sua notificação o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (BRASIL, 2014). Em 2016, foi publicado o Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, um docu- mento para consulta rápida que visa a orientar a prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos. Para isso, as monografias apresentadas têm um conteúdo baseado em evidências científicas que auxiliam na conduta terapêutica do profissional prescritor. Para acessar, visite o site: https://goo.gl/gtushU. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais334 https://goo.gl/gtushU. Com relação ao papel do nutricionista na prática da fitoterapia, o artigo 6º da Resolução CFN n° 556, de 11 de abril de 2015, traz o seguinte texto: Regulamenta a prática da Fitoterapia pelo nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais e chás medicinais, medicamentos fitoterápicos, produtos tradicionais fitoterápicos e preparações magistrais de fitoterápicos como complemento da prescrição dietética e dá outras providências. (BRASIL, 2015). Entre as inúmeras atribuições descritas na Resolução 556/2015, cabe tam- bém ao nutricionista [...] reconhecer e adotar condutas que permitam minimizar os riscos sanitários e a toxicidade potencial da fitoterapia e potencializem os efeitos terapêuticos dessa prática, considerando as interações entre os fitoterá- picos e entre estes e os alimentos e os medicamentos. Recomendamos que acessem o site do Ministério da Saúde e site do Conselho Federal de Nutricionistas para a obtenção de maiores informações sobre a Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos; Fitoterapia no SUS e atri- buições do nutricionista na prática da fitoterapia. (BRASIL, 2015). Interações envolvendo fitoterápicos Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), plantas medicinais são todas as plantas silvestres ou cultivadas, utilizadas como recurso para prevenir, aliviar, curar ou modificar um processo fisiológico normal ou patológico, ou utilizado como fonte de fármacos e de seus precursores. Fitoterápicos são produtos medicinais acabados e etiquetados, cujos componentes ativos são formados por partes aéreas ou subterrâneas de plantas, ou outro material vegetal, ou combinações destes, em estado bruto ou em formas de preparações vegetais. De acordo com a Anvisa, [...] fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Eles são obtidos empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e outros). Não é objeto de registro como medicamento fitoterápico, planta medicinal ou suas Fitoterapia e interações com nutrientes 335 partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. (BRASIL, 2016). Os fitoterápicos,assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população. Determinados grupos de pacientes apresentam maior predisposição no uso de fitoterápicos e suplementos alimentares, incluindo os pacientes oncológicos (p. ex., uso de sementes de linhaça, chá-verde e vitaminas C e E), idosos (hypericum, ginseng) e indivíduos com obesidade (p. ex., efedra, cafeína). Uma interação ocorre quando o efeito de um fármaco é alterado pela presença de outra substância, incluindo aquelas contidas em medicamentos fitoterápicos e alimentos. Existem interações medicamentosas benéficas ou desejáveis, cujos objetivos são tratar doenças concomitantes, reduzir efeitos adversos, prolongar a duração do efeito, impedir ou retardar o surgimento de resistência bacteriana, aumentar a adesão ao tratamento, incrementar a eficácia ou permitir a redução de dose. As consequências das interações podem se expressar em ineficácia terapêutica ou toxicidade dos fármacos, e, em casos de interações envolvendo nutrientes, pode ocorrer diminuição de absorção e biodisponibilidade dos nutrientes. Um exemplo da diminuição na eficácia de medicamentos pode ser observado na interação entre hypericum (hipérico, erva-de-são-joão) e ciclosporina (imunossupressor) – o hipérico causa redução dos níveis plasmáticos de ciclosporina, podendo resultar em rejeição de transplantes. Fatores genéticos, idade, condições gerais de saúde, funções renal e hepática, consumo de álcool, tabagismo, dieta e fatores ambientais influenciam a suscetibilidade para interações medicamentosas. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais336 Mecanismo de interação Você sabia que os mecanismos de interações medicamentosas são inúmeros? Por exemplo, as incompatibilidades físico-químicas, as interações farmacoci- néticas (absorção, distribuição, metabolização e excreção) e as farmacodinâ- micas. Em algumas situações, a interação não é desencadeada por apenas um mecanismo, mas pela combinação de diferentes mecanismos. Neste capítulo, você vai conhecer os mecanismos de interações que apresentam mais dados científicos envolvendo os fitoterápicos. São eles: � Interações farmacocinéticas – afetam o processo pelo qual o fármaco é absorvido, distribuído, metabolizado e excretado. Embora todos esses mecanismos sejam incontestavelmente relevantes para as interações com medicamentos fitoterápicos, dados da literatura ressaltam que interações envolvendo fitoterápicos estão relacionadas a: ■ interferências na ação das enzimas microssomais hepáticas (cito- cromo P450), podendo gerar indução ou inibição enzimática; ■ interferências nas proteínas de transporte de fármacos. � Interações farmacodinâmicas – o efeito de um fármaco é alterado pela presença de outro fármaco no sítio de ação. As interações podem ocorrer em função da competição direta pelo receptor ou pela interação indireta, envolvendo a interferência com mecanismos fisiológicos. As interações farmacodinâmicas podem ser divididas em: ■ sinérgica: se dois fármacos apresentam o mesmo efeito farmacológico e são administrados simultaneamente, seu efeito pode ser potenciali- zado. Por exemplo, o álcool deprime o sistema nervoso centra (SNC) e, se ingerido de forma moderada com doses terapêuticas normais de medicamentos fitoterápicos (p. ex., valeriana), a sonolência pode aumentar. Também podemos citar exemplos de eventos hemorrági- cos envolvendo o uso de fármacos anticoagulantes e fitoterápicos com efeito anticoagulante em potencial, tais como alfafa, angélica, semente de anis, arnica, aipo, boldo, camomila, castanha-da-índia, dente-de-leão, gengibre, gingko biloba, salsa, tamarindo, salgueiro, rábano, urtiga, álamo e sálvia; � antagônicas: quando dois fármacos, ou fármaco e nutriente, apresentam atividades contrárias um do outro. Por exemplo, a vitamina K (que tem efeito na coagulação sanguínea) proveniente de alimentos e/ou dieta enteral pode interferir no efeito anticoagulantes das cumarinas (como warfarina). Quanto aos alimentos ricos em vitamina K, o grupo dos Fitoterapia e interações com nutrientes 337 vegetais folhosos verde-escuros contém a maior concentração – espi- nafre, brócolis e alguns tipos de alface. Exemplos de interações envolvendo fitoterápicos Existem inúmeros fitoterápicos sendo usados por indivíduos que fazem uso de medicamentos e suplementos dietéticos. Em muitas situações, o paciente está apresentando uma alteração na resposta farmacológica ou no estado nutricional, que pode ser resultado de interações entre os fitoterápicos e alimentos/nutrientes ou medicamentos. Porém, na maioria dos casos, tais utilizações simultâneas não são detectadas pelo profissional da saúde. Portanto, é muito importante que, ao indicar ou prescrever um fitoterápico, o prescritor tenha conhecimento de eventuais interações que podem advir em decorrência da interferência na farmacocinética e/ou farmacodinâmica do fármaco e/ou alimento/nutriente. A seguir, você vai ler sobre interações ou potenciais interações entre os fitoterápicos utilizados com maior frequência. Como referencial bibliográfico básico, foi utilizado o Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira e outros documentos e sites. Você encontra o Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira no site https:// goo.gl/50n708 Alcachofra (Cynara scolymus L.) A alcachofra tem sido utilizada por suas ações colerética e colagoga (pro- movendo o aumento da secreção biliar), depurativa do sangue, digestiva, diurética e laxante. É auxiliar na prevenção da aterosclerose e coadjuvante no tratamento de dislipidemia mista leve a moderada, sendo auxiliar também nos sintomas da síndrome do intestino irritável. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais338 http://goo.gl/50n708 Precauções e contraindicações A alcachofra é contraindicada para pacientes com obstrução do ducto biliar, grávidas ou em lactação. O uso concomitante com diuréticos em casos de hipertensão arterial ou cardiopatia deve ser realizado sob estrita supervisão médica, pois há possibilidade de ocorrer descompensação da pressão arterial, ou, se a eliminação de potássio for considerável, pode ocorrer potencialização de fármacos cardiotônicos. Interações medicamentosas Há relatos de interação farmacodinâmica entre alcachofra e diuréticos, com potencialização do efeito diurético e consequente queda abrupta de pressão arterial, além do aumento na excreção de potássio, causando hipocalemia. As interações mais graves podem ser verificadas com diuréticos de alça (furose- mida) e tiazídicos (clortalidona, hidroclorotiazida, indapamida). Alho (Allium sativum L.) O alho é indicado como coadjuvante no tratamento de bronquite crônica e asma, como expectorante e como preventivo de alterações vasculares. É coadjuvante no tratamento de hiperlipidemia, hipertensão arterial leve a moderada, sintomas de gripes e resfriados e auxiliar na prevenção da aterosclerose. Precauções e contraindicações O alho não deve ser usado em casos de hemorragia e tratamento com anticoa- gulantes e anti-hipertensivos. Seu uso deve ser suspenso duas semanas antes de intervenções cirúrgicas. Não pode ser administrado em pessoas com gastrite, úlcera gastroduodenal, hipotensão arterial e hipoglicemia. Pode potencializar os efeitos antitrombóticos de fármacos anti-inflamatórios. Interações medicamentosas Foi descrita interação potencial entre Allium sativum e warfarina. Pacientes que utilizam anticoagulantes orais, como a warfarina, podem apresentar aumento do tempo de sangramento quando forem administrados medicamentos contendo alho – efeito semelhante será observado no uso dos antiplaquetários. O alho não pode ser utilizado em associação com anticoagulantes orais, heparina, agentes Fitoterapia e interações com nutrientes 339 trombolíticos, antiagregantes plaquetário(p. ex., AAS) e anti-inflamatórios não –esteroides (AINEs), pois há aumento do risco de hemorragias. É preciso ter cuidado também com o uso do alho em pacientes com diabetes, pois o alho pode intensificar o efeito de fármacos hipoglicemiantes (insulina e glipizida), causando hipoglicemia grave. Erva de São João, Hipérico (Hypericum perforatum L.) Indicado para o tratamento dos estados depressivos leves a moderados. Precauções e contraindicações O paciente deve evitar a exposição ao sol ou aos raios ultravioletas quando usar esse fitoterápico, principalmente sem proteção, devido ao efeito fotos- sensibilizante de H. perforatum. Pacientes com quadro de depressão grave não devem ser usuários. Esse fitoterápico é contraindicado para crianças com menos de 6 anos. Não há dados disponíveis sobre o uso de erva-de-são- -joão na gravidez e na lactação, mas há relatos de que o extrato pode inibir a secreção de prolactina, portanto, não se recomenda seu uso em mulheres grávidas e lactantes. Interações medicamentosas Embora não haja relato de interação entre o hipérico e alimentos (queijos envelhecidos, fígado de galinha, creme azedo e vinho tinto) ou plantas que contenham tiramina, esta interação deve ser considerada. Os ácidos tânicos presentes no hipérico podem inibir a absorção de ferro. A possível interação medicamentosa entre o hipérico e os contraceptivos orais pode resultar em sangramentos e até em gravidez indesejada. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais340 A administração de hipérico com lansoprazol, omeprazol, piroxicam e sulfonamida pode aumentar a fotossensibilidade. O hipérico potencializa o efeito de inibidores da monoaminoxidase, aumentando a pressão sanguínea. Quando administrada com fármacos, como ciclosporina (para evitar a rejeição em transplantes) e indinavir (para tratamento de aids), os níveis sanguíneos desses fármacos podem ser reduzidos, gerando consequências graves. Outros fármacos que podem apresentar redução nos níveis sanguíneos e comprometimento da ação se usados conjuntamente com o hipérico são digoxina, teofilina e warfarina. O hipérico interfere nas enzimas hepáticas citocromo P450 e, como con- sequência, os níveis sanguíneos dos fármacos metabolizados pelo sistema microssomal hepático podem ser aumentados em pouco tempo. Isso causa aumento dos efeitos ou potencialização de reações adversas sérias. Exem- plos de fármacos que podem ser afetados: omeprazol, tolbutamida, cafeína, carbamazepina, ciclosporina, midazolam, nifedipina, sinvastatina, teofilina, antidepressivos tricíclicos, warfarina, inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeas, ou inibidores da protease. Ginkgo biloba (Ginkgo biloba L.) Em geral, o ginkgo é indicado para o tratamento de vertigens e zumbido (tinidos) resultantes de distúrbios circulatórios e distúrbios circulatórios pe- riféricos (cãibras). Precauções e contraindicações O uso do G. biloba deve ser suspenso pelo menos três dias antes de proce- dimentos cirúrgicos. É contraindicado para menores de 12 anos, grávidas, lactantes e pacientes com histórico de hipersensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes do fitoterápico. Pacientes com coagulopatias ou em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários devem ser cuidadosamente monitorados. Fitoterapia e interações com nutrientes 341 Interações medicamentosas O uso de ginkgo pode potencializar a ação do ácido acetilsalicílico (AAS) e do clopidogrel, de anticoagulantes como warfarina e heparina e de AINEs (p. ex., ibuprofeno ou naproxeno), aumentando, assim, o risco de sangramentos. Usuários de medicamentos contendo alho, vitamina E, warfarina, AAS e outros antiplaquetários ou anticoagulantes devem ser advertidos sobre os riscos decorrentes das possíveis interações com a planta. A administração do ginkgo pode diminuir a ação de anticonvulsivantes (fenitoína). Potencializa a ação farmacológica e os efeitos colaterais (p. ex., cefaleia, tremores e surtos maníacos) de antidepressivos inibidores da mo- noaminoxidase (IMAO). Quando usado com sertralina, pode desencadear aumento nos batimentos cardíacos, hipertermia, sudorese intensificada, rigidez muscular e agitação. Estudos preliminares demonstram que o ginkgo afeta os níveis de insulina e do açúcar no sangue, o que demanda cuidados adicionais ao usuário. Também há relatos de interações com alimentos – doses elevadas de ginkgo podem elevar a pressão sanguínea quando administrado com alimentos que tenham tiramina (com elevados níveis de proteína ou em conservas). Ginseng (Panax ginseng C. A, Meyer) Ginseng é indicado para pacientes que apresentam quadro de fadiga física e mental. Precauções e contraindicações O ginseng não é recomendado a gestantes ou mães que estejam amamentando. Deve haver cuidado no uso para pacientes com diabetes. O ginseng pode desencadear efeitos estrogênicos, e seu uso tem sido associado a relatos de sensibilidade de mama, falha de períodos menstruais, sangramentos vaginais pós-menopausa, aumento de mama em homens, dificuldade em conseguir e manter a ereção ou aumento da libido. Interações medicamentosas Estudos em humanos sugerem que o ginseng pode reduzir a ação anticoagulante da warfarina e aumentar o risco de sangramentos quando utilizado com AAS, heparina, clopidogrel e AINEs. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais342 O uso de ginseng com antidepressivos IMAO pode desencadear tremores, cefaleias e insônia. Baseado em relatos clínicos, o ginseng altera pressão sanguínea ou a efetividade de medicamentos cardíacos, incluindo bloquea- dores de canais de cálcio. Teoricamente, esse fitoterápico pode interferir no metabolismo de fármacos metabolizados pelo sistema enzimático hepático P450, cuja consequência é o aumento da concentração de tais fármacos na corrente sanguínea, podendo causar o aumento do efeito ou da intensidade dos efeitos colaterais. Também há relatos de que o ginseng pode aumentar o efeito estimulante de café, chás, chocolate e cafeína. Fitoterapia e interações com nutrientes 343 1. Um caso de hemorragia intracerebral fatal foi relatado em uma paciente de 87 anos que fazia uso regular de gingko biloba, fato que ocorreu cinco semanas após ela ter começado a tomar 600 mg de ibuprofeno diariamente para dor na costas. Qual o provável mecanismo responsável pelo sangramento? a) O ginkgo aumentou a absorção do ibuprofeno. b) O gingko diminuiu a metabolização hepática do ibuprofeno. c) O gingko diminui a excreção renal do ibuprofeno. d) O gingko aumentou a concentração plasmática livre do ibuprofeno através da competição de ligação às proteínas plasmáticas. e) O gingko, semelhante ao ibuprofeno, interferiu na agregação plaquetária. 2. Leia as afirmativas: I. Antagonismo competitivo é o mecanismo envolvido na interação entre warfarina e vitamina K proveniente da dieta. II. A vitamina K atua no processo de coagulação sanguínea. Ela é fundamental para a síntese hepática de proteínas envolvidas neste processo, como os fatores II (pró-trombina), VII, IX e X (fatores de coagulação) e as proteínas C, S e Z (inibidoras da coagulação). Porém, a warfarina é anticoagulante. Portanto, em pacientes que estejam fazendo uso de warfarina e ingiram alimentos ricos em vitamina K, a presença de hemorragia ou formação de coágulos/trombos vai depender da competição entre a concentração de vitamina K e concentração de warfarina no organismo. Com relação ao texto, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. b) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é falsa. c) As asserções I e II são proposições falsas. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é verdadeira. e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. 3. O resveratrol é um polifenol presente em uvas e vinhose tem sido usado por conta das propriedades antienvelhecimento. Também é conhecido pelas propriedades antioxidantes e antiplaquetárias, que sugerem potencial efeito benéfico em doenças cardiovasculares, incluindo aterosclerose. Baseado nas propriedades aqui descritas, com quais medicamentos e/ou fitoterápicos há a probabilidade de interação com resveratrol? a) Alcachofra. b) Ácido acetilsalicílico. c) Chá preto. Farmacologia aplicada a nutrição e interpretação de exames laboratoriais344 d) Propranolol. e) Diuréticos. 4. Qual interação citada está relacionada a uma interação farmacocinética? a) Allium sativum e warfarina. b) Camellia sinensis e ferro. c) Gingko biloba e AINEs. d) Vitamina K e anticoagulantes cumarínicos. e) Alcachofra e diuréticos. 5. Clara, de 28 anos, apresenta um quadro de hipertensão moderada e faz uso contínuo do diurético furosemida. Porém, devido ao sedentarismo e à dieta inadequada, está com sobrepeso. Ela viu na internet que alcachofra auxilia na redução do peso, e, há 15 dias, iniciou o uso de cápsulas de alcachofra, duas vezes ao dia, durante as refeições. Qual afirmativa descreve os mecanismos e a consequência da interação entre alcachofra e furosemida? a) A alcachofra promove diminuição da diurese, aumento da secreção de potássio e consequente aumento da pressão arterial. b) A alcachofra promove aumento da diurese, diminuição da secreção de potássio e consequente aumento da pressão arterial. c) A alcachofra promove diminuição da diurese, aumento da secreção de potássio e consequente diminuição da pressão arterial. d) A alcachofra promove aumento da diurese, aumento da secreção de potássio e consequente diminuição da pressão arterial. e) A alcachofra promove aumento da diurese, diminuição da secreção de potássio e consequente diminuição da pressão arterial. Fitoterapia e interações com nutrientes 345 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento de fitoterápicos: Farmaco- peia Brasileira. Brasília, DF: ANVISA, 2016. 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