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DENTÍSTICA II Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV CLAREAMENTO DENTAL O clareamento é, na maioria das vezes, o início dos casos clínicos estéticos restauradores. Isso ocorre pois ele sempre pode fazer parte do planejamento, mas não é obrigatório. O paciente apenas o fará caso ele sinta necessidade. Esse procedimento aumenta a circulação dos tratamentos restauradores. O custo-benefício do tratamento clareador é bom. Geralmente, deve-se fazer primeiro o clareamento e depois as restaurações. Existe a possibilidade de manutenção do clareamento a cada dois anos, aproximadamente. O material restaurador não sofre clareamento; no máximo, sofre uma oxidação de superfície que dá uma percepção de superfície dentária mais clara. TIPOS DE CLAREAMENTO DENTAL ➢ Microabrasão: não é um tipo de clareamento em si, sendo uma técnica de remoção de manchas por abrasão microscópica. É um tipo de desgaste superficial que leva à uma percepção mais clara da superfície dos dentes; ➢ Clareamento dental: o Consultório (in office): feito pelo cirurgião dentista; usa soluções mais concentradas; maior probabilidade de o paciente apresentar sensibilidade; o Caseiro (home): feito pelo paciente com o uso de uma placa clareadora; usa soluções menos concentradas; menor probabilidade de sensibilidade; o Misto: mistura das duas técnicas para melhor resultado. Em algumas situações, como, por exemplo, na fluorose intensa, deve ser usada uma associação de técnicas. Para evitar o desgaste nos dentes de uma pessoa jovem para colocar facetas, faz-se primeiro o clareamento, pois havendo um dente mais claro, é possível trabalhar com uma cor de resina mais esteticamente agradável posteriormente. Então, faz-se uma técnica de microabrasão (desgaste seletivo da superfície do dente com pastas abrasivas ou mistura de pedra pones e ácido fosfórico) visando melhorar o padrão de manchamentos e irregularidades de superfície. Faz-se com uma taça de borracha ou escova de Robson. Essa técnica só é indicada para manchas de esmalte mais superficiais, pois esse desgaste pode ser prejudicial caso seja muito profundo. Depois da microabrasão, deve ser feito o clareamento para posteriormente serem colocadas as facetas. CARVÃO ATIVADO NÃO CLAREIA DENTE!!! O que clareia os dentes são os matérias à base de água oxigenada (peróxidos). O carvão ativado é um abrasivo de superfície, ou seja: o dente muda de cor porque eles podem adquirir pigmentos enquanto estão sujos que vêm do biofilme (placa). Ao utilizar o carvão, remove-se a película adquirida que pode vir a alterar a cor da superfície dental. DIFICULDADES CLAREADORAS ➢ Sensibilidade pós-operatória: não ocorre em todos os casos. ➢ Desconhecimento dos produtos: CD acham que eles são caros e difíceis de usar; ➢ Dificuldade com a posologia: o clareador pode ser usado, hoje em dia, de forma variada; ➢ Indecisão entre clareamento caseiro e de consultório; ➢ Necessidade de comprar um “laser”; ➢ Custo final: CD pensam que o clareamento não compensa custo x benefício. Não há um padrão de clareamento previsível para os pacientes, mas todo clareamento dá resultado. Todo paciente pode ser sugerido a fazer clareamento. Há várias formas e vários produtos para fazer o clareamento. Os melhores resultados para o clareamento são dentes naturalmente manchados, de forma homogênea e com um escurecimento fisiológico. ➢ Manchamento por tetraciclina e medicamentos em geral: faz um padrão de manchamento em faixa acinzentada/acastanhada, de molar a molar. Difícil de clarear; ➢ Manchamento por nicotina: são extrínsecos, difícil de se clarear; ➢ Dentes tratados endodonticamente: difícil de se clarear. Geralmente apresentam recidiva caso clareie. Antigamente, fazia-se a associação de espátula aquecida com o produto clareador, o que gerava resultados negativos, como um padrão de reabsorção externa. Isso se dá pois existem túbulos dentinários mais amplos na região cervical, que fazem uma comunicação direta com o periodonto. Em casos de clareamento dental interno com peróxido de hidrogênio líquido em associação com uma espátula aquecida, ao colocar a espátula no clareador, ele entra em ebulição, levando o vapor para dentro da câmara pulpar, passando pelos túbulos dentinários, chegando à região cervical, circundando as fibras periodontais. Nessa região, essas fibras têm a tendência de identificar essa dentina superficial na limitação do cemento e dentina como um corpo estranho, levando a uma degradação dessa região, gerando uma reabsorção externa. Dessa forma, a agressão que é iniciada por um agressor ácido gera uma área de inflamação, que leva à reabsorção cervical e que pode levar à perda do elemento dentário. LIMITAÇÕES ➢ Dentes que apresentam sensibilidade térmica; ➢ Dentes com comprometimento pulpar; ➢ Dentes com lesões de erosão, abrasão e abfração; ➢ Pacientes jovens com câmara pulpar ampla; ➢ Gestantes e lactantes. Para fazer o clareamento caseiro, é necessário fazer a moldagem e confeccionar a moldeira. Deve-se fazer o modelo com um gesso comum. Para moldar, usa-se alginato. A máquina plastificadora usará uma placa de acetato. O plástico aquecido pela máquina forma uma bolha, que ao ser abaixada cobre o modelo de gesso, gerando a moldeira. Caso o paciente não tenha histórico de sensibilidade, pode-se começar o tratamento clareador utilizando uma substância clareadora mediana (15%). A cor natural dos dentes é estabelecida pela dentina, porém o esmalte funciona como um filtro, resultando em uma tonalidade amarelada modificada pela quantidade de esmalte. Nas bordas incisais, não existe a camada de dentina, o que nos oferece uma cor branco-azulada. O clareador é colocado no esmalte, e age na dentina por difusão, passando pelos espaços interprismáticos. Pacientes com sensibilidade pós-operatória possivelmente têm espaços interprismáticos maiores, pois deixam passar mais clareador por difusão, tendo uma chance de chegar até os túbulos dentinários, causando dor. Os prolongamentos odontoblásticos têm contato direto com os túbulos dentinários. Pacientes mais jovens têm uma câmara pulpar maior – mais propício à sensibilidade. Região cervical que sofreu atrição – polpa mais exposta região cervical – mais propicio à sensibilidade. Não existe relação prática de maior concentração do agente clareador passar mais pelos espaços interprismáticos. Uma concentração maior dá a chance de aumentar o efeito do clareamento. É muito improvável que um dessensibilizante bloqueie a passagem do clareador. O MECANISMO BÁSICO DE AÇÃO DOS AGENTES CLAREADORES A função principal do clareador é chegar até a camada mais superficial da dentina, promovendo a desnaturação (quebra) das moléculas mais escuras que estão na superfície dentinária, tornando-as menores e, consequentemente, mais claras. Os manchamentos intrínsecos são mais bem resolvidos com procedimentos clareadores; já os extrínsecos têm bom resultado com procedimentos de profilaxia (como o polimento coronário). ETIOLOGIA DAS ALTERAÇÕES DA COR Podem ser intrínsecos ou extrínsecos. Muitos manchamentos extrínsecos presentes na superfície dos dentes há muito tempo se tornam intrínsecos. EXTRÍNSECOS: ➢ Café; ➢ Chás; ➢ Tabaco; ➢ Vinhos Tintos; ➢ Refrigerantes; ➢ Alimentos fortemente pigmentados; o Apenas mancham caso se apresentem com alta frequência e baixa higienização. INTRÍNSECAS: ➢ Fatores pré ou pós eruptivos; ➢ Escurecimento natural; ➢ Fisiológico; ➢ Medicamentoso (tetraciclinas ou fluoretos); ➢ Doenças ou distúrbios congênitos; ➢ Traumatismos; ➢ Alimentos e substâncias; ➢ Necrose pulpar; ➢ Contaminação da câmara pulpar; ➢ Hemorragia pulpar; ➢ Procedimentos endodônticos; ➢ Materiais restauradores; ➢ Calcificação distrófica da polpa – mais dentina – mais conteúdo amarelado – calcifica – altera a cor; o Quanto mais profundo o manchamento, mais difícilde ser clareado. MANCHAMENTO POR TETRACICLINA ➢ Grau I: sem estrias; ➢ Grau II: várias tonalidades sem faixas; ➢ Grau III: desse grau até os posteriores é possível enxergar uma faixa amarronzada ou acinzentada nos dentes; ➢ Grau IV: bandas escuras resistentes ao clareamento. A hemorragia pulpar causa manchamentos internos – pigmentação mais opaca – hemoglobina vira ferro que, ao ser degradado, pode escurecer o dente. CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES ➢ Clareamento caseiro: o Peróxido de carbamida de 10%, 16%, 20% e 22%. Os mais usados são os de 16 e 20 por cento. o Peróxido de hidrogênio: 4%, 6%, 7,5% e 10%. Os mais usados são os de 6 e 7,5 por cento. ➢ Clareamento de consultório: o Peróxido de Carbamida: 35 a 37%; o Peróxido de Hidrogênio: 35 a 37% são os mais usados. PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 7,5% É INTERESSANTE PARA PACIENTES QUE NÃO CONSEGUEM USAR MUITO A MOLDEIRA GRAÇAS À HIPERSENSIBILIDADE. O clareador não é um ácido, então, não cria porosidade. Mas mesmo assim, o pH do clareador pode levar a uma perda mineral, porém, essa perda não causa um dano considerável, já que o processo de remineralização ocorre o tempo todo em nossa boca. Caso o paciente use o clareador sem os devidos cuidados, a chance de perda mineral existe e pode ser reversível até certo ponto; para que a perda seja irreversível, uma série de fatores deve ser levada em conta. Não se pode aplicar clareador em paciente que tem lesão de cárie inicial (mancha branca), pois isso dará mais força a essa lesão. Quanto melhor a higienização do paciente, menor será o biofilme e, portanto, melhor será o contato entre esmalte e clareador – resultado melhor. A associação de laser infravermelho ajuda a diminuir a sensibilidade. O laser pode ajudar na fototerapia, na cicatrização, na diminuição das lesões bucais, nos pacientes com trismo e também pode ser uma boa opção e para ajudar na dessensibilização. O laser pode ajudar a degradar as moléculas do clareador mais rápido, mas não melhora o efeito do clareamento. Um verniz dessensibilizante é muito mais barato do que o laser, ou seja, caso ele (laser) seja comprado apenas para exercer essa função, não compensa dado o seu alto custo. OPÇÕES DE TÉCNICAS ➢ Office Bleaching: técnica de consultório; pode ser feita inicialmente – paciente continua clareando em casa. Pode começar caseiro e terminar no consultório ou começar caseiro, depois ir ao consultório e continuar caseiro... Depende de cada caso – planejamento. ➢ Home Bleaching: técnica caseira. MELHORES INDICAÇÕES DE TRATAMENTO CLAREADOR: PACIENTES QUE TÊM AMARELAMENTO EM TODA A COROA DE FORMA UNIFORME, ALTERAÇÕES POR TETRACICLINAS GRAU I E II, ALTERAÇÃO FISIOLÓGICA PELA IDADE E FLUOROSE SUAVE SEM PIGMENTAÇÃO INTENSA. LIMITAÇÕES ➢ Paciente com alta sensibilidade térmica; ➢ Comprometimento pulpar antes do procedimento estético; ➢ Dentes com lesão de erosão, abrasão e abfração; ➢ Dentes jovens com câmara pulpar jovem. MECANISMO DE AÇÃO DOS AGENTES CLAREADORES O processo de oxidação leva à quebra das moléculas. O peróxido de carbamida se quebra em peróxido de hidrogênio, água e oxigênio. Além disso, ele também se degrada em ureia, amônia e gás carbônico. As cadeias de carbono altamente pigmentadas se tornam cadeias abertas mais simples – clareáveis. Assim, restam grupos de hidroxila sem cores ou com cores alteradas – dente clareado. Caso nessa etapa (em que o dente já está clareado, consequentemente mais frágil) o clareamento continue sem o controle da higienização e da manutenção do pH, pode gerar o início da decomposição das moléculas do esmalte, causando uma perda mineral, que é chamada de ponto de saturação, que é o limite negativo para interromper o clareamento. CLAREAMENTO DE CONSULTÓRIO Apresenta o controle total do dentista. Caso faça o isolamento absoluto, pode-se gerar uma vantagem, que é a exposição de toda a superfície dentária exposta para o clareamento, porém, aumenta as chances de o paciente apresentar hipersensibilidade. Já a barreira gengival pode ser usada, mas tem uma desvantagem, pois por cobrir terço cervical do dente, essa área será um pouco menos clareada. Antes de aplicar clareador, deve-se fazer uma limpeza de superfície. Antigamente, falava-se para aplicar o ácido fosfórico antes de fazer o clareamento, porém, esse processo gerará uma descalcificação, abrindo a embocadura do dente, criando uma via de acesso para entrar mais clareador, levando a uma maior chance de causar sensibilidade, já que aumenta o espaço interprismático. Hoje, antes do tratamento clareador, deve-se fazer uma limpeza com pedra pones. Além disso, pode-se aplicar o flúor para favorecer a remineralização após o clareamento. Ao terminar o clareamento, deve-se esperar de uma semana a vinte dias para fazer as restaurações necessárias, visto que assim que é terminado o tratamento clareador sobra remanescente do agente clareador na superfície dentária, o que pode interferir na adesão do sistema adesivo. Em média, deve-se fazer uma sessão a cada semana para prevenir a sensibilidade. O custo do clareamento em consultório é mais alto, visto que o paciente fica um bom tempo na cadeira, sendo mais trabalhoso para o CD. CLAREAMENTO EM DENTES TRATADOS ENDODONTICAMENTE É um procedimento duvidoso. Já foi associado à reabsorção cervical externa, pois muitas vezes o paciente já havia sofrido um trauma na região cervical, fazendo com que os túbulos dentinários ali presentes ficassem desprotegidos, existindo uma grande chance de o clareador extravasar do esmalte para a região periodontal, o que poderia levar a uma desnaturação da dentina, e essa dentina desnaturada seria reconhecida como corpo estranho pelo organismo, iniciando o processo de reabsorção. Para fazer o clareamento em dentes tratados endodonticamente, é indicado deixar uma parte da região cervical sem os cones de guta percha, visando utilizar essa região para fazer uma proteção. Deve-se deixar o clareador restrito à área da câmara pulpar. Para proteger a região cervical, faz-se um corte nos cones de guta percha mais profundos. Depois, deve-se colocar sobre os cones hidróxido de cálcio e uma camada de ionômero de vidro, fazendo um tampão cervical. O hidróxido de cálcio alcaliniza o meio em que ele está e o ionômero de vidro faz um vedamento da região do conduto. Há dúvidas da necessidade do hidróxido, mas ainda é feito o seu uso. Para que esse clareamento funcione, a condição básica fundamental é que o tratamento endodôntico esteja 100% perfeito. Caso não esteja, deve-se fazer o retratamento endodôntico. Após a realização do tampão cervical, pode- se fazer um clareamento no consultório usando o mesmo clareador na superfície do dente e na região interna, deixando agir por trinta a quarenta minutos. É recomendado fazer a parte interna primeiro. Não se pode fazer os dois ao mesmo tempo, pois, assim, perde-se o controle da cor do dente. Sete dias depois do clareamento, faz-se a restauração, mantendo o tampão cervical que ficou colocado de forma oblíqua, para que a parte interna da face vestibular ficasse livre para conseguir colocar o clareador. O agente clareador atuou na dentina da câmara pulpar. A translucidez dessa restauração não pode ser muito alta; na parte interna, deve-se usar uma resina de dentina ou corpo e, depois, usa-se uma resina de esmalte mais compatível com o esmalte externo. TRABALHO DE DENTÍSTICA II Taís Albano Lacerda Silva 1. Quais as diferenças básicas do clareamento caseiro supervisionado e do clareamento de consultório? R: O clareamento caseiro supervisionado é realizado pelo paciente em sua casa, a partir do uso de uma moldeira que pode ser confeccionada pelo próprio cirurgião dentista ou por um protético. Nesta moldeira, será colocado o material clareador, e o paciente deverá fazer o uso da moldeira de acordo com o tempo estipulado pelo CD por um período de tempo maior (15 a 30 dias, por exemplo). Já o clareamento de consultórioé realizado pelo dentista. Nele, o material clareador é aplicado diretamente na superfície dentária em uma concentração mais alta, sendo esse método mais agressivo. Por isso, o CD deve utilizar métodos que visem a proteção do restante da cavidade oral. Além disso, o clareamento de consultório pode ser realizado em poucas sessões (de uma a cinco, quando muito). 2. Qual o mecanismo básico de ação dos produtos de clareamento dental? R: O mecanismo básico de ação dos produtos de clareamento dental se dá a partir da oxidação. A oxidação permite que as moléculas causadoras da descoloração sejam liberadas. 3. Os produtos de clareamento causam perda de substância mineral da superfície do esmalte? R: Logo após a realização do clareamento, ocorrem danos superficiais reversíveis na superfície do esmalte, que se dão, histologicamente, por áreas de erosão com remoção parcial da camada aprismática e consequente exposição dos primas dos esmaltes. A ação remineralizadora da saliva “corrige” esses danos, porém, eles podem favorecer a resposta dolorosa dos pacientes. 4. O Clareamento acontece na superfície do esmalte ou na dentina? Explique. R: Na dentina, pois ela é a responsável por dar cor aos dentes. O esmalte, por ser poroso, permite a passagem do material clareador até a dentina. 5. Qual o benefício real do uso de lasers durante o clareamento de consultório? Explique. R: Ainda não há nenhuma comprovação científica de que o laser possa melhorar o resultado final do clareamento dental. O mercado de trabalho disseminou entre os pacientes leigos a falsa ideia de que a utilização do clareamento associado a fontes de luz, especialmente o laser, é a melhor maneira de se clarear os dentes. Porém, a laserterapia pode ser usada durante a aplicação do material clareador visando prevenir ou reduzir a sensibilidade trans e pós-operatória. 6. Pacientes jovens podem ter maior chance de sensibilidade pós-operatória? Como se explica? R: Sim, pois eles têm seus túbulos dentinários alargados, e isso gera uma maior disseminação do produto clareador. 7. Por que por muito tempo houve uma grande preocupação com a reabsorção cervical externa associada aos produtos de clareamento? R: Pois, antigamente, era feita a associação de espátula aquecida com o material restaurador, que gerava resultados negativos como um padrão de reabsorção externa. Na região cervical, existem túbulos dentinários mais amplos que têm uma comunicação direta com o periodonto. Ao fazer um clareamento dental interno com peróxido de hidrogênio líquido e uma espátula aquecida, no momento da colocação da espátula no material clareador, esse material sofre ebulição, e o vapor dentro da câmara passa pelos túbulos dentinários, chegando à região cervical, circundando as fibras periodontais. Nessa região, essas fibras têm tendência de sofrer agressão e identificam essa dentina superficial nessa limitação do cemento e dentina como corpo estranho, gerando uma degradação dessa região, levando a uma absorção externa. Então, o agente agressor ácido gera uma área de inflamação, que leva à reabsorção cervical e pode até levar a uma futura perda do elemento dentário. 8. Para que serve o tampão cervical que é feito na câmara pulpar de dentes tratados endodonticamente previamente ao clareamento de dentes desvitalizados? R: O tampão cervical é utilizado a fim de evitar a difusão do agente clareador, via túbulos dentinários, em direção ao periodonto, evitando quadros de reabsorções. 9. Agentes clareadores podem causar câncer? O que você sabe sobre isso? R: O câncer se dá através da multiplicação desordenada das células, e vários fatores são importantes para a sua origem, como fatores genéticos. Imagino que o uso de agentes clareadores em altas concentrações possam ser prejudicial à saúde dental do paciente, mas não ao ponto de causar câncer. 10. Para que serve a barreira gengival usada durante o clareamento de consultório? Qual a desvantagem no seu uso? R: A barreira gengival é utilizada visando diminuir o risco de reabsorções radiculares, queimaduras e outros problemas, e sua desvantagem se dá quando ela não é colocada da maneira correta e atinge o terço médio do dente, comprometendo o resultado final do tratamento clareador. FACETAS DIRETAS Para a realização das facetas diretas, é necessário remover estrutura dentária e substituí-la por uma resina na restauração direta. Já nas restaurações indiretas, são usadas facetas em porcelana. Fazer faceta de resina é relativamente fácil, já que usa a técnica restauradora de resinas compostas, empregando o condicionamento ácido. Tem uma vantagem de poder fazer o preparo e depois o acréscimo resinoso; em alguns casos, é necessário apenas fazer a colocação de resina. As facetas diretas são consideradas um procedimento mais barato. Em casos mais intensos, não se tem um prognóstico favorável para apenas o uso de resina. Muitas vezes, laminado cerâmico é para casos mais agravantes; reabilitação mais intensa. SITE PARA ESTUDO: www.ronaldohirata.com PREPARO DENTÁRIO O prepara ficará, preferencialmente, no esmalte. É necessário avaliar o que causou a alteração de forma e cor. Na região cervical, o esmalte apresenta uma camada mais fina; ou seja, a adesão fica mais fraca, visto que a adesão na dentina é mais fraca. Quanto mais o paciente expõe a linha do sorriso, pior será para realizar um procedimento estético: sorriso muito alto = mostra muito a gengiva. Esses casos são difíceis já que toda a coroa aparecerá na hora que o paciente sorrir, tendo de fazer uma ótima faceta para favorecer a estética. Pacientes com apinhamento severo, é melhor passar primeiro no ortodontista, para ter não seja necessário fazer grandes desgastes. Pacientes com diastema, deve-se avaliar se ele necessita apenas de um fechamento com acréscimo resinoso ou de uma faceta. Ultimamente, o uso das facetas está sendo indicado de forma exagerada. Muitas vezes, o CD indica seu uso por ter preguiça de confeccionar uma restauração mais trabalhosa (classe III e IV é difícil escolher a cor de resina certa), fazendo, assim, desgastes desnecessários em dentes sadios. As facetas são indicadas quando o paciente apresenta apenas um pequeno remanescente dentário, pois ele não aguentará uma restauração simples em resina. SEQUÊNCIA DE PREPARO Para fazer o preparo, recomenda-se iniciar com a broca 1013 ou 1012, fazendo uma canaleta cervical com angulação de 45 graus. Pode-se desgastar de uma papila a outra ou até o bordo incisal. Depois, para fazer a canaleta longitudinal, recomenda-se o uso da broca 4138 ou 2135, que são idênticas em relação ao formato, o que muda é o tamanho e o diâmetro (4138 é maio e mais espessa). Essa canaleta vai de cervical até incisal, e precisa ser feita nos três terços (região cervical, região média e região incisal) de inclinação do dente, unindo os desgastes e fazendo a remoção de todo o esmalte vestibular. Deve-se, sempre, observar vários ângulos do preparo para saber o que está sendo feito e ter uma noção de profundidade. Assim, existirá uma vantagem de comparar as duas partes para que o desgaste seja feito na região necessária, sem estender o preparo sem necessidade. A profundidade de desgaste não passará de metade da ponta ativa (diâmetro) da broca 2135. Já para o acabamento, recomenda-se o uso da broca 2143. Existem também as brocas 2135F e a 2135FF para o procedimento de acabamento. Quanto mais liso o preparo, melhor, pois melhor será o escoamento do material de moldagem, o assentamento da resina e o escoamento resinoso para a cimentação. Além disso, proporciona um melhor escoamento do material de moldagem. Em paciente com sorriso alto, o preparo deve ser intra-sulcular, visando favorecer a estética. Caso no momento do preparo sejam encontradas restaurações insatisfatórias ou cárie, o ideal a se fazer e parar o procedimento para fazer, primeiro, a restauração, e depois voltar ao preparo. Noterço cervical, muitas vezes, há ausência de esmalte. No momento de preparo, não se deve esquecer que dentro do dente existe a polpa, buscando protegê-la (preparo deve respeitar a convexidade do dente). A delimitação de profundidade não pode ser muito profunda, já que sua finalidade é apenas dar localização. O término incisal deve sempre que possível terminar em remanescente dentário, fazendo apenas uma guia para orientar o preparo. SEQUÊNCIA DE TRATAMENTO EM DENTE MUITO ESCURECIDO Antes de mais nada, é necessário fazer o registro inicial da cor que será usada, pois os dentes estão hidratados e é mais fácil escolher bem a cor que combina com os dentes. Caso for restaurar na boca toda, pode-se escolher a cor que o paciente desejar usar. Nos casos de dentes muito escurecidos, pode ser que o fundo escuro apareça na superfície do dente e comprometa a estética restauradora. As resinas microparticuladas favorecem um melhor acabamento de superfície, porém são muito translúcidas. Já as resinas nanoparticuladas oferecem alta estética. É essencial que o tamanho do preparo seja o ideal para abrigar a quantidade de resina que foi planejada para o sucesso estético. Por exemplo, caso eu aplique muita resina de corpo, ao término da restauração, ela estará muito vestibularizada e, por isso, será necessário fazer um acabamento. Esse acabamento resultará na eliminação da camada superficial de resina que corresponde ao esmalte, que é aquela mais clara. Assim, o resultado final da restauração apresentará um dente mais escuro do que os adjacentes. Além disso, uma má visibilidade durante o preparo e restauração pode gerar diferença nas espessuras da restauração entre os terços dos dentes (cervical, médio e incisal). Caso o fundo do dente esteja muito escurecido, há a possibilidade de trabalhar com uma resina opacificadora ou tinta opacificadora, que deverão ser usadas em espessuras pequenas, o suficiente para vedar essa superfície escurecida e caber as outras camadas de resina da restauração. Essas resinas/tintas serão pinceladas, vista que são muito fluidas, e depois fotopolimerizadas. Assim, elas farão vedamento da região escurecida. Caso essa camada opacificadora seja muito espessa, não haverá espaço suficiente para fazer as camadas ideias de resina, deixando o dente mais branco que o desejando, comprometendo, assim, a estética. Deve-se tomar cuidado no momento do acabamento e do polimento, visto que algumas lixas podem deixar áspero o ponto de contato – problema para o paciente, pois aumenta a retenção de alimentos. Caso a superfície fique extremamente lisa e polida, a luz baterá e retornará, proporcionando uma maior reflexão de luz, o que gera uma diferença com a cor natural dos dentes. RESTAURAÇÕES DIRETAS FIO RETRATOR FAVORECE O AFASTAMENTO GENGIVAL SEM LESAR A GENGIVA DO PACIENTE – GRAMPO PODE GERAR RECESSÃO PARA USAR O ISOLAMENTO ABSOLUTO, DEVE-SE FAZER AMARRILHAS, O QUE PODE AUMENTAR A CHANCE DE SENSIBILIDADE DO PACIENTE. Em casos de grande restauração em dentes anteriores, pode-se fazer um molde da região palatina com silicone. Assim, há a possibilidade de fazer um biselamento mais profundo na região cervical, para que possa haver espaço para trabalhar com bastante cores sem deixar manchas. O molde inicial será o “mock up”, ou seja, ensaio restaurador, fazendo uma previsão do formato restaurador desejado. Deve-se começar a restauração sobre o molde de silicone. O molde será levado em posição com a resina; depois, será acomodado e posteriormente será feita a fotoativação. Assim, haverá um anteparo palatino, possibilitando fazer uma reconstrução livre. CIMENTAÇÃO DE RESTAURAÇÕES INDIRETAS As restaurações indiretas nos remetem às finalidades protéticas. A cimentação é um processo decisivo para o sucesso dos procedimentos restauradores indiretos, pois não há apenas um tipo de cimento para todos os casos de restaurações indiretas. Por isso, não se pode generalizar o uso dos cimentos. O cimento funciona como um material de união entre dente, adesivo e restauração, e não como um material de correção de falhas. É uma substância modelável que tem como objetivo selar ou cimentar duas partes, mantendo-as juntas. Por isso, no momento da cimentação, não é possível corrigir falhas cometidas no momento da moldagem, do preparo cavitário ou da seleção do tipo de material de preenchimento. Cimento tem como função permitir a retenção da restauração indireta pelo aumento da área de contato entre ela e o dente, além de melhorar o vedamento marginal. ➢ COROA METALO-CERÂMICA: depende da retenção mecânica (depende mais do preparo), e o cimento fecha todo o conjunto ➢ FACETA CERÂMICA: a faceta, muitas vezes, é apoiada apenas por vestibular e, por isso, não tem uma retenção mecânica, dependendo totalmente da adesão via cimento. ESCOLHA DO AGENTE CIMENTANTE Depende do caso clínico, do tempo de trabalho, do tempo de presa, das propriedades físicas e das propriedades mecânicas. O cimento ideal deve ser adesivo, insolúvel, isolante térmico elétrico e mecânico, compatível biologicamente e de fácil utilização., além de permitir um bom vedamento, possuir propriedades terapêuticas, ter alta resistência, proporcionar pequena espessura e apresentar baixo custo. Em comparação com as resinas, os cimentos apresentam uma maior carga orgânica, o que permite que eles sejam mais fluidos e modeláveis, sendo um material menos resistente. Por isso, é preciso fazer uma camada mais fina de cimentação, pois, assim, haverá mais contato do material restaurador com o dente através de uma fina película de cimento, que não interfere diretamente no nível oclusal. Isso se dá através de um preparo bem feito – deve ser liso para que o cimento flua bem dentro dele. O protético precisa, no início da confecção da prótese, colocar uma camada que simule a espessura do cimento. Por isso, ele usa um espaçador, que é um simulador da camada do cimento; não pode ser muito fino e nem muito espesso, pois visa manter uma boa adaptação e uma fina película de cimento. INTERFACE DENTE-RESTAURAÇÃO Quando o cimento vaza, tende-se a pensar que pelo menos o cimento ocupou toda a cavidade; isso não é verdade, pois algumas vezes, o cimento pode formar bolhas que levam a um mau escoamento do cimento na região cervical (C). O preparo deve ser bem feito e a coroa deve encaixar perfeitamente sobre ele para auxiliar na distribuição de forças. Locais que ficam sem cimento são áreas de concentração de esforços, ou sejam, não distribuem bem as forças. Assim, há uma grande chance de a coroa começar a ter movimentação. Falhas de preenchimento ou escoamento do material geram falhas que podem levar à sensibilidade pós operatória em dentes vitais; isso pode ocorrer graças à falta de vedamento na região adesiva na superfície do dente. Margem gengival: área mais crítica na cimentação, pois existem mais riscos neste local de se fazer um preparo irregular, o que dificulta a moldagem, confecção da prótese e da cimentação. A região cervical apresenta uma área intra- sulcular ou subgengival, em que materiais hidrofílicos não conseguem moldar bem a região graças à umidade. Essa região pode ser deixada em segundo plano durante preparo (esquecem dessa área), e isso leva à falta de cimento, que não está relacionada única exclusivamente a tipos de cimento. Essa adaptação gengival também está relacionada ao cimento resinoso que está sendo utilizado. Caso sobre um espaço vazio após a polimerização do cimento, neste local pode haver a proliferação de microrganismos, que causa uma degradação da margem gengival. Isso leva a um quadro de recidiva de cárie na margem gengival do paciente que usava uma coroa total. Para consertar esse problema, pode-se tirar a coroa para refazer, e quando for fazer o preparo novamente, é necessário estender mais ainda o preparo na região intra-sulcular, já que a margem gengival estava irregular.Se estende o preparo, fica maior a dificuldade de cópia, de adesão, de cimentação, de isolamento absoluto e da remoção de umidade, o que pode levar novamente a uma recidiva de cárie e infiltração (ciclo vicioso – problema constate para o paciente). O ideal é colocar o cimento pincelado para evitar o excesso. FATORES DE IRRITAÇÃO PULPAR: área de dentina vital, dentina jovem, pequena espessura de dentina, preparo cavitário traumático e desidratação da dentina. TIPOS DE CIMENTOS ➢ Fosfato de zinco: não faz cimentação adesiva; faz retenção mecânica. Muito antigo, de baixo custo, fácil manipulação e apresenta propriedades físicas mecânicas satisfatórias. Se apresenta em um pó e um líquido. No líquido, dependendo da manipulação, o ácido pode ficar livre, irritando a polpa. Manipulação mais difícil, não indicado para cimentações estéticas e adesivas; apresenta alta solubilidade. Vantagens: boa resistência à compressão e facilidade de remoção dos excessos. ➢ Ionômero de vidro: apresenta uma reação ácido-base entre o vidro e o ácido. Grande vantagem por liberar flúor, pois na margem restauradora apresentará um efeito anticariogênico. Boa compatibilidade biológica e adesão à estrutura dental. Faz uma quelação com os íons cálcio na superfície do dente. Sua adesão é mais limitada, sendo o único material restaurador desse tipo que apresenta adesão à superfície do dente. Desvantagens: suscetível à sinérese e à embebição, curto tempo de trabalho (mais sensível à manipulação – necessário fazer uma aglutinação), fragilidade, possibilidade de solubilização, alta acidez nos primeiros momentos e sensibilidade de manipulação. Não é indicado para cimentação estética. Esse material deve ser colocado na peça e não sobre o preparo, permitindo o controle do tempo de presa – na boca, a temperatura pode acelerar o tempo de presa, diminuindo o tempo de trabalho. É ácido no primeiro momento. Indicado para cimentação de peças metálicas e contra indicados para preparos inlay e onlay de cerômero e porcelanas. Indicado para cimentação de peças grandes. É fácil remover seus excessos, devendo sempre tirá-los em direção à cervical. ➢ Cimentos resinosos: são resinas compostas com menor quantidade de carga para apresentarem fluidez necessária à cimentação. Apresentam um maior custo, técnica crítica e difícil remoção dos excessos dependendo do local. O ideal é colocar esse cimento com isolamento absoluto, mas nem sempre é possível. São praticamente insolúveis, compatíveis com sistemas adesivos, apresentando menor quantidade de micro infiltrações, sendo possível a utilização de restaurações estéticas de cerômero e porcelanas. Permite melhor adequação entre a margem da restauração e a margem do preparo, favorecendo a estética. Têm muitas cores diferentes. Podem ser classificados: o Quanto à ativação: ▪ Química: polimeriza sozinho. Indicado quando não é possível chegar com a luz até o preparo. Usados dentro de condutos, cimentação de pino de fibra de vidro, coroas totais. ▪ Foto: toma presa apenas com a luz; maior tempo de trabalho. Usados em regiões supragengivais, lentes de contato, restaurações com espessuras pequenas, ▪ Dupla (dual): polimeriza química e fotoativamente. Permite polimerização inicial química, terminando com foto. Indicado para cimentação de pino intrarradicular. o Quanto à cor: ▪ Sistemas Try-in: sistema de prova de cor. Não toma presa por ser à base de água. Permite verificar se a cor do cimento será adequada. • PROVA SECA: coloca a restauração sobre o dente e verifica as adaptações que têm que ser feitas (sem o cimento). • PROVA ÚMIDA: coloca a restauração junto com o cimento de teste. Deve-se cimentar de anterior para posterior, pois caso crie um pequeno diastema, ele ficará na distal do canino, favorecendo a estética. Depois da prova, faz-se o condicionamento com ácido fluorídrico na parte interna para criar porosidades. Depois, aplica-se o silano, que é um agente de ligação e melhora a interação do adesivo com a superfície da porcelana. Esse material não é fotoativábvel, sendo um componente alcoólico. Sobre ele, deve-se fazer apenas jateamento com ar. Preferencialmente não fazer a fotoativação do adesivo que está na superfície da cerâmica, para não criar mais uma película que pode atrapalhar na adaptação. No dente, faz-se condicionamento ácido, lavagem e secagem e aplicação de adesivo; fotoativar para melhor formação da camada híbrida. CIMENTOS AUTOADESIVOS: são indicados para cimentação de coroas e contraindicados para cimentação de facetas. Não faz condicionamento ácido do dente para a adesão. Apresenta um pH ácido que modifica a superfície do dente, aumentando a capacidade adesiva. Deve-se fazer o condicionamento ácido apenas na peça restauradora. Indicado quando há boa área de retenção. NÚCLEO DE PREENCHIMENTO Para fazer um núcleo de preenchimento associado a um pino radicular, o dente deve estar tratado endodonticamente. Porém, a perda da estrutura coronária dificulta no momento da restauração, já que leva à perda da característica de proteção mútua. DIFERENÇA BÁSICA ENTRE OS PINOS METÁLICOS FUNDIDOS E OS PINOS PRÉ-FABRICADOS ➢ FUNDIDOS: indicados quando não há remanescente coronário. ➢ PRÉ-FABRICADOS: indicados quando houver remanescente parcial da coroa. A simples colocação do pino consegue aumentar a resistência do dente? Não, pois o pino sozinho pode até enfraquecer o dente. Ele precisa estar bem aderido para aumentar a retenção entre coroa e raiz; assim, consequentemente aumenta a resistência por melhorar a distribuição de forças ao longo eixo do dente. PINO METÁLICO FUNDIDO é muito bom por ser confeccionado para um dente em especial, porém, eles são cimentados de forma mecânica, o que desfavorece na distribuição de forças. Quando recebe força, é transmitida para o longo eixo do pino, passando para o cimento que não está aderido ao pino, levando a força para o longo eixo do dente, fraturando a raiz. Além disso, o metal apresenta uma alta dureza – não se deforma no momento do impacto. FIBRA DE VIDRO BAIXO apresenta uma boa distribuição de forças por ser um material plástico. Funciona como um fusível, pois “prefere” se fraturar em vez de fraturar a raiz. Podem ser cilíndricos, cilíndricos seriados (ajudam na retenção mecânica) e cônicos. Quando vier escrito “DCE”, significa que o pino apresenta dupla conicidade especial, tendo um estreitamento a mais na ponta do pino, o que favorece a colocação dentro do conduto. A vantagem de se usar pinos de formato cônico é que o preparo endodôntico geralmente fica com um formato cônico. Pino cilíndrico possivelmente terá uma adaptação boa na porção mais apical e no restante não. Deve-se escolher um pino do tamanho adequado com o conduto (diâmetro). Em casos de instalação de pinos de fibra de vidro, pode-se também desobturar apenas metade da área total do conduto em vez de 2/3, o que torna o tampão apical maior. Deve-se colocar o pino dentro do conduto de forma passiva (sem exercer forças) e com o máximo de contato para que a camada de cimento seja a mais fina possível. Em casos de pinos que entram até o fim do conduto, mas ficam faltando bastante espaço entre a parede do conduto e o pino, existem brocas calibradoras que têm diâmetro aproximado ao dos pinos, que deixam o conduto o mais próximo possível do tamanho do pino. Essas brocas não servem para desobturação, mas sim para adequação do pino ao conduto (aumenta o diâmetro do conduto, permitindo colocar um pino ideal – fazem pequenas regularizações). SEQUÊNCIA DE INSTALAÇÃO DO PINO PRÉ-FABRICADO Fazer raio X inicial (periapical) do dente após a remoção dos cones de guta-percha. Essa radiografia guiará a desobturação, que será feita, preferencialmente, fazer com brocas de Largo, pois as de Gates podem gerar uma retenção intrarradicular. Feito isso, deve-se selecionar o pino adequado através da colocação da tabela de pinos sobre o raio X. Após isso, faz-se a calibração dopino – adequação do conduto com brocas de calibração – finaliza a adequação do conduto. Faz-se a prova do pino – muitos de fibra de vidro não têm boa aparência no raio X, sendo um problema. Depois, faz-se a lavagem e aspiração do conduto. Para secagem, utilizar cones de papel absorvente. Posteriormente, faz-se condicionamento ácido da porção interna do conduto e da porção coronária com posterior lavagem e secagem sem desidratação. Depois, deve-se aplicar adesivo com aplicador longo. É preferível utilizar sistema adesivo quimicamente ativado, já que a luz pode não chegar ao fim do conduto. Então, faz-se a remoção dos excessos de adesivo e depois a limpeza do pino é feita com álcool 70 ou ácido fosfórico, tornando a superfície mais reativa. Após isso, aplica-se o silano, que é um agente de ligação usado entre o pino e o adesivo. O silano não é fotoativado; apenas deve ser usado um jato de ar para tirar o excesso de material sobre o pino e, depois, aplica-se o adesivo. Posteriormente, deve ser feita a aplicação do cimento resinoso, fazendo a fotoativação. Sobre o pino, será feita a reconstrução em resina. CERÔMEROS COMO OPÇÃO RESTAURADORA Os cerômeros são como resinas melhoradas com cargas cerâmicas. De uma forma genérica, considera-se que o cerômero é uma resina e que a cerâmica é um vidro. Suas formas de confecção são completamente diferentes. Cerômeros são fotoativados e cerâmicas sofrem cocção no fogo. Os cerômeros são muito mais parecidos com as resinas do que com as cerâmicas. Por serem parecidos com a resina, sofrem polimerização através da luz, que pode ser complementada com algum outro tipo de polimerização. Quanto mais formas de polimerização, maior e melhor o grau de conversão dos polímeros – formas complementares de ativação. Apresentam condição de polimerização mais efetiva, tornando-os um material mais inerte do que a resina. Por serem materiais parecidos com as resinas, não são bem vistos por alguns profissionais, já que toda resina apresenta componentes orgânicos que com o passar do tempo podem sofrer desgastes e manchamentos. Cerâmicas se mancham e se desgastam com uma velocidade muito menor do que os cerômeros e as resinas graças à não existência de matéria orgânica em sua fórmula. Quando bem confeccionados, os cerômeros têm uma boa resistência com um custo mais baixo do que as cerâmicas. Além disso, os cerômeros têm uma boa capacidade adesiva. Uma prótese fixa adesiva em cerâmica custa, geralmente, no mínimo mil reais, enquanto as próteses fixas em cerômero não custam mais do que quatrocentos reais. CRITÉRIOS Apesar de serem resinas, são materiais protéticos e devem seguir os princípios básicos da prótese tradicional. Assim, para que sejam bem confeccionados, os cerômeros devem seguir eixo de inserção, ter uma espessura de materiais restauradores e apresentar um bom preparo que vise uma adequada distribuição de forças. Ou seja, os dentes adjacentes devem sofrer preparo para melhor adequação do material restaurador. Assim, se observa a importância do planejamento para saber em que momento é adequado indicar o cerômero como material restaurador. INDICAÇÕES ➢ Inlays, onlays e overlays – excelentes para as restaurações em cerômero, pois esse material consegue restaurar e reforçar a estrutura dentária com qualidade; ➢ Coroas totais; ➢ Facetas; ➢ Próteses fixas adesivas reforçadas por fibra; OU SEJA, BASICAMENTE, AS INDICAÇÕES SÃO AS MESMAS DO QUE AS DA CERÂMICA. Em relação à cerâmica, o que muda nos cerômeros é o custo inferior. Além disso, o cerômero apresenta uma forma de confecção mais simples. Nas regiões anteriores, há uma menor durabilidade em relação à estabilidade de cor, visto que esse material apresenta compostos orgânicos – maior possibilidade de manchamento. Na década de 90, os cerômeros foram considerados uma nova geração de materiais. Eles chegaram no mercado com a proposta de transformar as resinas, aumentado a resistência por maior grau de conversão com componentes de carga que vêm da cerâmica. Sendo assim, o cerômero é como se fosse um material intermediário: ➢ Simplificação de preparos; ➢ Aumento da resistência à abrasão; ➢ Maior durabilidade; ➢ Estética natural; ➢ Baixo custo. VANTAGENS ➢ Técnica indireta – restauração é feita fora da boca; ➢ Controle da contração de polimerização; ➢ Boa resistência ao desgaste; ➢ Baixa absorção de água; ➢ Redução no tempo de acabamento; ➢ Possibilidade de se fazer reparos (caso a prótese em cerômero seja fraturada, é possível fazer um reparo com resina, visto que os dois materiais são muito parecidos). De uma forma geral, a lisura da resina e do cerômero é inferior à lisura das cerâmicas. Uma cerâmica subgengivalmente mantém boa qualidade periodontal (alta biocompatibilidade). O cerômero nem sempre, possivelmente mantendo o tecido gengival sempre avermelhado, com uma possibilidade de inflamação. DESVANTAGENS ➢ Necessidade de restauração provisória, o que pode ser um problema, visto que alguns CD acham que esse passo é desnecessário. Muitas vezes, a qualidade final da restauração depende de uma restauração provisória; ➢ Necessidade de um cimento resinoso; ➢ Custo laboratorial; ➢ Necessidade de um bom técnico – protético; ➢ Falta de critério para indicação de cerômeros. FIBRAS DE REFORÇO Existem alguns filamentos de fitas de vidro, que são chamadas de fibras de reforço, que podem ser usadas para aumentar o espectro de indicações dos cerômeros, permitindo a confecção de próteses fixas adesivas. Sendo assim, o uso dos cerômeros somado às fibras de vidro podem auxiliar no consultório para fazer a imobilização de dentes que têm mobilidade, além de permitir a confecção de restaurações provisórias direto na boca. As fibras de reforço não têm uso apenas laboratorial, podendo ter uso clínico também. Facilitam bastante os casos de restaurações provisórias extensas ou que precisarão de maior estabilidade na boca do paciente. Elas tÇem a capacidade de fazer uma esplintagem (mobilização dos dentes). A área preparada para a colocação das fibras de reforço deve ser reta. Essa fibra deve ser impregnada pela resina flow e sofrer fotopolimerização. Assim, elas reforçam a substrutura. Ao cimentar uma prótese em dente que era hígido antes do preparo, é necessário que a peça entre de forma passiva para que não haja compressão dos túbulos dentinários (não forçar a prótese para não gerar uma área de sensibilidade pós-operatória). Na peça, aplica-se ácido, lava-se, aplica-se silano, adesivo e insere o cimento resinoso. No dente, segue-se o mesmo procedimento adesivo de sempre. CERÂMICAS ODONTOLÓGICAS Não é possível comparar as cerâmicas com os cerômeros, visto que eles são materiais completamente diferentes apesar de terem as mesmas indicações. As cerâmicas são materiais não metálicos, inorgânicos, contendo principalmente compostos de oxigênio, com um ou mais elementos metálicos. Começaram a ser usadas em 1789 através do primeiro dente de que foi confeccionado em porcelana. No começo, era difícil trabalhar com esse material, visto que o dente, ao sofrer cocção, diminuía de tamanho por desidratação. Cerâmicas são materiais mais refinados e porcelana é o nome geralmente dado aos materiais que são utilizados de forma mais artística e artesanal. TIPOS DE CERÂMICAS DE ACORDO COM OS CONSTITUINTES DA FASE CRISTALINA: ➢ Feldspáticas: boa adesão; ➢ Feldspáticas reforçadas; boa adesão; ➢ Cerâmica vítrea (emax): boa adesão; ➢ Aluminizadas: má adesão; ➢ Alumina infiltrada por vidro: má adesão; ➢ Zircônica infiltrada por vidro: má adesão; ➢ Zircônia pré-sinterizada: má adesão. DE ACORDO COM AS TÉCNICAS DE PRODUÇÃO: ➢ Condensação ou sinterização; ➢ Injeção ou prensagem por calor; ➢ Fundição; ➢ Infiltração; ➢ Torneamento ou fresagem. DE ACORDO COM O CONDICIONAMENTO DA SUPERFÍCIE INTERNA: ➢ Ácido sensíveis: são condicionáveis. ➢ Ácido resistentes: resistentes ao condicionamentoácido. As restaurações metalocerâmicas não são aderidas e, por isso, precisam da retenção mecânica (cimentação convencional com fosfato de zinco ou ionômero de vidro). Cerâmicas sem metal que podem ser aderidas à estrutura dentária são condicionadas. Pode ser usado ácido hidrofluorídrico a 9%. Faz-se o condicionamento interno por cerca de um minuto para criar microporosidades na parte interna da cerâmica. Além disso, é necessário fazer, também, o condicionamento ácido do dente. Na peça, será utilizado silano adesivo e o cimento resinoso, permitindo uma alta adesividade com boa resistência. PROPRIEDADES MECÂNICAS Material vítreo, mais resistente, sem componentes orgânicos. Tensões diferentes em cima da peça levam a esforços diferentes. A peça na boca do paciente sofrerá tensão (longo eixo do dente – oclusal), compressão (sentido cervical), cisalhamento (forças oblíquas) e flexão (torção lateral). A tensão pode ser reversível (elástica) ou permanente (plástica). Cerâmicas são menos resilientes do que as resinas e os cerômeros. Não pode haver concentração de forças na cerâmica. A cerâmica tem uma baixa flexibilidade, alta dureza, baixa resiliência e alta friabilidade (capacidade de sofrer trincas). Pode ser indicada para coroas totais em dentes anteriores e posteriores, inlays, onlays e overlays, facetas cerâmicas, lentes de contato, fragmentos dentais e para a estética em geral (lente de contato são mais finas que as facetas). VANTAGENS ➢ Estética e longevidade; ➢ Baixa condutividade aos estímulos térmicos-elétricos; ➢ Alta resistência; ➢ Radiopacidade; ➢ Biocompatibilidade; ➢ Quimicamente inertes; ➢ Lisura superficial. DESVANTAGENS ➢ Friabilidade; ➢ Desgaste do antagonista; ➢ Alto custo; ➢ Confecção elaborada; ➢ Dificuldade de polimento após a cimentação. FORNOS PARA CERÂMICA O forno que faz a cocção da cerâmica é aquecido na parte de cima. A cerâmica é colocada na base e, ao ligar o forno, ela sobe lentamente até se encaixar na parte superior. O teclado, na parte inferior, programa a temperatura e os comandos desejados. O aquecimento ocorre de maneira proporcional, através de uma subida lenta e gradual. A bomba a vácuo remove todo o ar de dentro da câmera do forno, continuando a cocção da cerâmica. O forno sofre uma descompressão ao fim do processo de aquecimento, e a base desce lentamente, fazendo com que a peça sofra um esfriamento gradual. O protético deixa a cerâmica esfriar até o ponto que ele possa dar sequência ao trabalho. O material pode ir ao forno de três a quatro vezes. Para a cobertura da peça, pode ser usada uma cerâmica feldspática. INFRA-ESTRUTURA DE REFORÇO ➢ Alumina: usada em próteses, coroas totais e outros materiais; ➢ Dissilicato de lítio: usado para lentes de contato e facetas; ➢ Liga metálica: não será usada por não ser adesiva; ➢ Zircônia: usada em próteses, coroas totais e outros materiais. ➢ Monolítica: são feitas através de um bloco cerâmico único e confeccionadas através do computador. Aqui, é feita uma maquiagem da peça. ➢ Polilítica: são feitas através de mais de um componente cerâmico. Aqui, toda a estética será realizada de forma estratificada. CERÂMICAS USINADAS ➢ Marcas mais conhecidas: Cerec/Cerec in lab; ➢ Essas cerâmicas permitem que as peças sejam confeccionadas na mesma hora. Assim, faz-se a leitura do preparo na boca e a máquina confecciona o modelo automaticamente. São feitos blocos de cerâmicas fresados ou usinados em tornos computadorizados. Pode-se fazer uma moldagem tradicional e o escaneamento pode ser feito na boca ou no modelo (laboratório). Não sofre cocção, será apenas desgastada para receber a cerâmica superficial. RESINA COMPOSTA X CERÂMICAS No momento de escolher o material usado para realizar o tratamento do paciente, é necessário comparar as cerâmicas com as resinas, visto que elas têm quase que as mesmas indicações. Porém, o preço para resina é mais baixo. Nos dois casos, os preparos são relativamente diferentes, os materiais são completamente diferentes, a fixação da resina se dá apenas pelo sistema adesivo de sempre e as cerâmicas precisam, além do sistema adesivo, do cimento resinoso. Resinas compostas sofrem mais problemas em relação à cor e duração por terem matéria orgânica. A acabamento em resina é bom e é feito dentro da boca, enquanto o acabamento das cerâmicas é excelente sendo feito fora da boca. As cerâmicas têm maior longevidade e estabilidade. Não existe exatamente um procedimento correto para escolher o material que será usado. É necessário avaliar cada situação em si. Por exemplo, paciente jovem com fluorose, é possível reestabelecer estética com resina, já que a linha gengival do jovem pode ser alterada com o passar do tempo; além disso, caso coloque uma cerâmica, esse paciente terá de usar apenas cerâmica pro resto da vida. Cerâmicas são mais caras, então, caso frature, não é possível restaurar com resina (o que é um fator desvantajoso). Paciente mais velho, com restauração em cerâmica, já pode indicar cerâmica. Em casos de dentes isolados e para fechamento de diastema a resina é uma boa opção. ➢ FACETAS: têm espessura em torno de 1.5mm; ➢ LAMINADOS: têm espessura em torno de 1.5mm; ➢ LENTES DE CONTATO: mais finos que facetas e laminados, minimamente invasivas. Os laminados cerâmicos são indicados em casos de amelogênese, fluorose, manchamento por tetraciclinas, envelhecimento fisiológico, trauma e pigmentações intrínsecas. Podem ser usados, também, em casos de modificações cosméticas, como fechamento de diastemas, aumento de comprimento e em dentes conoides. Além disso, são efetivos em casos de displasia, atrição, erosão e abrasão. Dentre as limitações, encontram-se: dentes desvitalizados, laminados únicos, oclusão ou posição inadequada, presença de múltiplas restaurações, anatomia inadequada e alto risco à cárie. PLANEJAMENTO É uma parte fundamental para se fazer a escolha do material a ser usado no tratamento restaurador. Previamente à cimentação, deve ser feito o enceramento, mock up, clareamento, restaurações dos dentes adjacentes, cirurgia periodontal, tratamento ortodôntico, endodôntico e periodontal, além da avaliação da expectativa do paciente. TIPOS DE PREPARO PARA FACETAS CERÂMICAS Deve haver um equilíbrio entre o conservadorismo no preparo e a concepção protética da criação do eixo de inserção e a espessura da restauração. Para isso, em alguns casos, utilizamos um provisório de acrílico como simulação estética, funcional e de retificação do eixo de inserção do laminado cerâmico. O terceiro preparo quase não é feito, visto que ele deixa a linha de oclusão muito perto da linha de cimentação, sendo uma área de fragilidade para as concentrações oclusais. O ideal é que seja feita sempre a cimentação adesiva em esmalte. Na região cervical, geralmente a cimentação adesiva fica comprometida, já que essa é uma região mais crítica, porque muitas vezes pode expor dentina. A linha de cimentação não pode ficar muito na incisal, pois o movimento de guia anterior pode comprometer a estabilidade da adesão. No momento do preparo, deve ser muito bem pensado como fazer o desgaste, visando ter uma homogeneidade que favorece a adequação estética. Deve-se manter o ponto de contato quando for invadir o espaço proximal. Além disso, é preciso tomar cuidado para não rasgar o molde no momento da remoção do ponto de contato, pois ao perdê- lo, perde-se a referência do local em que fica o ponto de contato (pode causar futuros problemas). Nos casos em que é necessário levar o preparo para a região intra-sulcular, meio milímetro é um tamanho suficiente de invasão (algumas vezes, pode ser até menor – esse tamanho é o tamanho máximo). Ou seja, o preparo intra-sulcular deve ser suficientemente invasivo. Deve-se retirar a resina que ficar na cervical, pois ela gera uma interface a mais na linha de cimentação.Quanto mais estender o preparo para a região proximal, mais favorecerá a estética e o restabelecimento do ponto de contato. A extensão do preparo para a região cervical deve ser feita sempre que a estética for fundamental (fundo escurecido). Essa extensão do preparo permite que a ameia gengival fique reduzida e preenchida com a gengiva, sem risco de formação triangular anatômica nessa região. TRATAMENTO DE DENTES ANTERIORES FRATURADOS LESÃO DOS TECIDOS DUROS DOS DENTES a) Fraturas de esmalte: Nesses casos, devemos avaliar o dano existente. Caso seja pequeno, apenas um polimento ou até mesmo pouca adição de resina pode solucionar o caso. b) Fraturas de esmalte e dentina sem exposição pulpar: Caso o paciente chegue com um fragmento em bom estado, mantido nas condições ideais (que seja possível manipular e hidratado), tem-se uma boa chance de fazer a cimentação do fragmento. Caso não possua o fragmento, faz-se uma restauração em resina. Nesses casos, a dentina está fraturada e não teve formação de smear layer. Ou seja, há uma via de comunicação direta com os túbulos dentinários e com os prolongamentos odontoblásticos (área hipersensível a jateamento de ar). c) Fratura de esmalte e dentina com exposição pulpar Caso haja exposição pulpar, tem-se área de contaminação direta com a polpa. Nesses casos, se o paciente foi rapidamente para o consultório (até uma hora, no máximo), tem-se a possibilidade de não fazer o tratamento endodôntico. Porém, se o paciente sofreu o trauma e procurou atendimento depois de um longo período, é necessário fazer o tratamento endodôntico. Depois disso, faz-se a colagem de fragmento (quando possível) ou a restauração em resina. d) Fraturas coronários-radiculares sem exposição pulpar: Nesses casos, deve-se avaliar o comprometimento do espaço periodontal. Caso o espaço biológico tenha sido comprometido, o caso torna-se mais sério. Aqui, há uma boa chance de fazer a colagem caso tenha o fragmento em condições ideais. e) Fraturas coronários-radiculares com exposição pulpar: Uma fratura no terço cervical pode ser problemática, visto que compromete o espaço biológico. Sendo assim, ela pode levar a um comprometimento estético caso queira fazer, futuramente, uma cirurgia periodontal no paciente. Então, pode ser necessário fazer o tracionamento da raiz para ter uma exposição da linha de fratura para conseguir resolver de forma mais adequada o trauma. Em casos de exposição pulpar, avaliar a necessidade de tratamento endodôntico. f) Fraturas radiculares: Em casos de fratura radicular sem comprometimento oclusal, quanto mais cervical a fratura, pior o prognóstico. Quanto mais apical, maior a chance de o próprio organismo recuperar o caso. Deve- se proservar. LESÃO DOS TECIDOS DE SUPORTE DOS DENTES a) Concussão: Concussão é uma lesão sem fratura. Quer dizer que o dente sofreu uma compressão das ligas periodontais sem causar danos às mesmas. Pode vir ou não com fratura dental. Existe um sangramento no sulco já que a pressão levou a um início do esmagamento das fibras periodontais, mas sem um rompimento. b) Subluxação: Nesses casos, o dente sai um pouco do alveolo, podendo haver ou não um rompimento do feixe vásculo nervoso e das fibras periodontais. c) Luxação extrusiva: Não apresenta uma luxação completa, mas o dente se movimenta no alvéolo. Aqui, ocorre o rompimento do feixe vásculo nervoso e das fibras periodontais. d) Luxação lateral: Nesses casos, é possível perceber uma movimentação do dente como um todo, havendo o rompimento da tábua óssea vestibular. Além disso, rompe-se o feixe vásculo nervoso e as fibras periodontais. Há, também, um movimento da pré- maxila. e) Luxação intrusiva: O dente entra no alvéolo. Ocorre um rompimento dos ligamentos periodontais, do feixe vásculo nervoso e da tábua óssea. f) Avulsão dentária: São casos em que o dente se desloca do alvéolo. O exame do paciente é dividido em quatro etapas: anamnese, exame dos tecidos moles, exame dos tecidos duros e exame radiográfico. Além disso, observa-se: E no exame radiográfico, vê-se: Em caso de dentes que ainda estão em desenvolvimento, é necessário fazer trocas sucessivas de hidróxido de cálcio para promover fechamento radicular para evitar que ocorra reabsorção radicular neste dente. O plano de tratamento deve levar em conta o fator emocional, já que o paciente e os familiares estão sob estresse. A perda do elemento dental pode levar a perda da identidade do paciente, que ainda está em formação. O ideal é tentar fazer a recuperação da perda e lembrar do tempo de tratamento requirido para cada caso. TRATAMENTO IMEDIATO X MEDIATO: ➢ Imediato: é feito na primeira sessão. Pode ser realizado através da colagem do fragmento ou de adição de resina. Faz-se o reposicionamento do dente no alvéolo, além de uma anterior proteção pulpar e ou dentinária quando necessário, esplintagem de dentes com mobilidade, orientação de higiene e/ou repouso mastigatório quando necessário. Se as condições permitirem, deve-se realizar a colagem na primeira sessão. Tudo isso considerando que o quadro do paciente é favorável. ➢ Mediato: existem dois tipos de tratamentos mediatos. As restaurações adesivas indiretas são tratamentos protéticos. Também existes as restaurações adesivas diretas, em que são usadas resinas compostas ou em que é feito a colagem dos fragmentos dentários. VANTAGENS DO REPOSICIONAMENTO ➢ Melhor estética, melhor função, manutenção da guia anterior em dente, fator emocional e social positivo e técnica mais rápida e simples. A primeira limitação de se colar um dente desidratado é a estética. Dependendo do tamanho do fragmento, as margens podem começar a se esfarelar com o tempo (caso o dente seja colado desidratado). REALIZANDO A COLAGEM DO FRAGMENTO Deve-se imobilizar o fragmento com um bastão de guta percha para ficar mais fácil de manuseá-lo e adaptá-lo ao local inicial. Observa-se, então, se a adaptação está boa em todas as paredes. Aplica-se ácido fosfórico no dente, lavando e secando, aplicando o adesivo. Faz a aplicação do ácido fosfórico só no esmalte por mais tempo e menos tempo na dentina, já que o dente fraturado não apresenta formação de smear layer. Por isso, é necessário anestesiar o paciente, já que no momento do jateamento de ar ele sentirá muita dor. Não é recomendado colocar um cimento intermediário entre o dente e o remanescente, visto que ele atrapalhará a adaptação. Então, sem o cimento, será preciso contar com a proteção pulpar através do sistema adesivo. Além disso, é necessário que haja a formação da camada hibrida para impermeabilizar os túbulos dentinários. Nesses casos, pode-se usar o adesivo autocondicionante, aplicando ácido no esmalte e o adesivo autocondicionante em esmalte e dentina. Esse adesivo deve evaporar. Caso use jato de ar, ele deve ser feito de maneira extremamente suave para não causar sensibilidade ao paciente. Apenas na última aplicação do adesivo será feita a fotoativação. No fragmento, faz-se aplicação do ácido e do adesivo normalmente e depois é adicionado o cimento resinoso. O mais indicado é um cimento dual ou fotoativado. Caso haja exposição pulpar e o paciente procure atendimento odontológico em até 1h, faz-se curetagem, removendo a camada superficial da polpa contaminada, aplicando uma fina camada de hidróxido de cálcio e outra de ionômero de vidro visando a proteção pulpar. Ao adicionar cimento no fragmento, a adaptação fica desfavorável (não fica tão boa quanto estava originalmente. Sendo assim, na posição interna do dente é necessário remover parte dadentina para favorecer a adaptação do fragmento. Casos de exposição pulpar com demora para fazer o tratamento: polpa exposta contaminada na boca por muito tempo tem que fazer tratamento endodôntico. Esse tratamento pode ser feito pela incisal sem necessidade de fazer abertura palatina. Depois do tratamento endodôntico, faz-se a colagem de fragmento. Depois de feita essa proteção pulpar, já pode aplicar o adesivo normalmente e, se possível, pode-se fazer a colagem do fragmento. Depois, faz-se o acabamento e polimento, removendo os excessos com lâmina de bisturi, utilizando pontas diamantadas finas e ultrafinas ou brocas multi-laminadas. O polimento deve ser feito uma semana após a colagem. Nesses casos, não é necessário tirar o dente de oclusão. O que precisa haver é uma oclusão e desoclusão em grupo para ajudar a proteger o dente que foi traumatizado. Deve-se pedir o retorno em um mês para a realização da avaliação da cor. Quando houver envolvimento pulpar, faz-se proservação por um ano. Não vale a pena aplicar adesivo sobre a polpa exposta, visto que pode não haver formação de uma camada híbrida adequada. O ácido não causa danos diretos, mas aplicá-lo em meio “aquoso” é um problema. Vale mais a pena fazer uma proteção pulpar após o fim do sangramento. Em casos de linha de fratura subgengival, pode-se fazer um aumento de coroa clínica com posterior osteoctomia na região palatina, favorecendo o isolamento e a adaptação do fragmento. Depois de feito tudo isso que é possível realizar o reposionamento dentário e a sutura. COROAS DO TIPO ENDO-CROWN Podem ser considerada uma coroa endodôntica. Nessas coroas, a área interna do conduto é usada como uma área de retenção. São recomendadas em casos em que o espaço interoclusal não permite a colocação de um pino (evita desgaste do dente antagonista). Serve, também, como uma área de adesão. A criação de uma maior área de retenção nesse tipo de coroa permite que se faça uma coroa com uma menor espessura. Para a colagem, faz-se a aplicação de ácido fluorídrico na porção interna, lavagem, aplicação do silano e em seguida a aplicação do adesivo. O adesivo é aplicado tanto na margem do preparo quanto na porção interna radicular. A grande desvantagem de não se colocar um pino é a má distribuição de forças. FIOS RETRATORES São uma forma de se fazer o afastamento gengival, promovendo uma proteção cervical. Favorecem o acesso e a visualização em preparos para restaurações diretas e indiretas e promovem maior facilidade de exposição das áreas cervicais para moldagem. Ajudam a controlar a umidade nas áreas cervicais de interesse para procedimentos. Existem fio torcidos e fios traçados que sem desfazem menos. Os fios tricotados ou entrelaçados sofrem uma ligeira dobra no momento da colocação, o que favorece a inserção e a acomodação. Deve ser usada uma espátula de espessura fina no momento da inserção para não lesar o periodonto. Fios secos fazem afastamento gengival por acomodação mecânica e os fios impregnados fazem o afastamento gengival por força mecânica e por ação química, evitando, também, o sangramento gengival. A impregnação é feita através de uma substância hemostática, diminuindo, também, edema e volume. O problema de usar esses agentes hemostáticos se dá caso a saúde sistêmica do paciente não seja ideal. O fio deve ser colocado na cavidade oral sem umidade. Quanto mais fio o fino, menor o afastamento. Antes de escolher o fio, deve ser observada a qualidade do periodonto. O fio retratador só causará recessão caso seja usado de maneira incorreta. Quanto menos tempo ele ficar no periodonto, melhor. Para fazer a inserção do fio retrator, deve-se iniciar pela papila e, dessa maneira, ele será “sugado” para o periodonto. Uma ligeira isquemia ocorrerá após a inserção. Na hora da remoção do fio, o ideal é que jogue água primeiro, para evitar que o fio grude e descame a gengiva. CONFECÇÃO DE CASQUETE O casquete de resina acrílica copia a área da margem do preparo, ajuda no afastamento gengival mecânico e ajuda a levar o material para dentro da região intra-sulcular. Deve-se ter o cuidado para a resina acrílica não aquecer na região subgengival. Ele receberá o adesivo de poliéter que é o material de moldagem que vai dentro do casquete. Pode ser usado quando for realizada a confecção de coroas totais, em que é necessário ter uma ideia da região subgengival.
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