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Infecções bacterianas no Trato Urinário


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Mariana Marques - TXXIX 
 Microbiologia Médica - MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S. ; PFALLER, Michael A., 
8ª Edição – Secção 4 – Capítulo 25 
Infecções bacterianas 
TRATO URINÁRIO (ITU) 
INDRODUÇÃO 
 Ocorrem quando há entrada de bactérias no 
trato urinário, podendo acometer diferentes 
órgãos, apresentando diferentes nomenclaturas 
de acordo com a localidade dos órgãos: 
→ Uretrite: infecção na uretra 
→ Cistite: infecção na bexiga 
→ Pielonefrite: infecção nos rins 
→ Ureterite: infecção nos ureteres 
 
Infecção na uretra ou bexiga: Infecção do Trato Urinário Baixa (ITU BAIXA) ou simplesmente Cistite 
Infecção nos ureteres ou rins: Infecção do Trato Urinário Alta (ITU ALTA) ou simplesmente Pielonefrite 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 Mulheres: devido a anatomia do sistema reprodutor feminino – uretra mais curta e maior proximidade 
da uretra feminina com o ânus 
 Adolescentes – jovens: idade sexual ativa 
 Idosos e homens no período neonatal: devido à alterações no trato urinário 
 Crianças de até 6 anos: devido à falta de higienização 
 Homens com Hiperplasia Prostática Benigna (HPB): aumento da próstata diminui a luz da uretra, 
gerando acúmulo de urina e podendo causar uma alta proliferação bacteriana 
 
SINTOMAS 
 Cistite: disúria (sensação de dor, ardor, ou desconforto ao urinar), polaciúria (aumento do número de 
micções com diminuição do volume da urina) e dor suprapúbica (acima do púbis) 
 Pielonefrite: febre elevada, calafrios, dor lombar (tríade clássica), também pode ter disúria e polaciúria 
 Além dos sintomas específicos para cada caso, ainda pode ocorrer: 
→ Turbidez na urina (indica reação inflamatória): infecção bacteriana 
→ Piúria: presença de leucócitos degenerados ou pus na urina (mais comum na cistite) 
→ Hematúria: presença de sangue na urina, causada pela irritação dos órgãos do trato urinário, 
provocada pela infecção (mais comum em pielonefrite) 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA BACTERIANOS 
 Hemolisinas: exotoxinas produzidas por bactérias que provocam lise dos eritrócitos 
 Ureases: enzima que converte ureia em amônia (componente tóxico) 
 Antígenos capsulares: impedem a fagocitose da bactéria 
 Adesinas fimbriais: realizam adesão na célula do hospedeiro 
 
Mariana Marques - TXXIX 
 Microbiologia Médica - MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S. ; PFALLER, Michael A., 
8ª Edição – Secção 4 – Capítulo 25 
DIAGNÓSTICO 
 EXAMES ITU BAIXA: urina 1 (indicando turbidez, hematúria), urocultura com antibiograma (ver 
resistência, fornecendo os antibióticos potencialmente úteis para tratamento da doença), ultrassom 
(alterações na parede da bexiga) 
 EXAMES ITU ALTA: urina 1 (indica piúria e hematúria), ultrassom, urocultura, hemocultura 
(normalmente positiva evidenciando um maior risco para ocorrência de sepse) 
 
MECANISMO DE INFECÇÃO ASCENDENTE - Escherichia coli Uropatogênica 
 Via ascendente: bactérias de origem intestinal atingem o trato urinário 
→ No sexo masculino é mais difícil de se encontrar essa infecção pois a elevada extensão da uretra 
proporciona determinada proteção 
 Bactérias aderem na superfície celular da bexiga através de fimbrias P (tipo 1) impedindo que sejam 
eliminadas na urina 
 Podem se locomover em direção aos rins, devido à presença de flagelos (garantem motilidade) 
 
PATÓGENOS FREQUENTES: BACTÉRIAS DA FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEA 
 Escherichia coli Uropatogênica (UPEC): 
→ Principal agente bacteriano em 
70 a 95% dos episódios de 
infecção do trato urinário 
relacionados ao uso de cateter 
vesical 
→ Bactéria gram negativo, 
aeróbia e anaeróbia facultativa, 
em forma de bastonete, com 
lactose positiva, crescimento em 
ágar Mac Conkey, citrato negativo 
→ Possui fímbrias, antígeno H 
(flagelo), antígeno k (cápsula) e 
antígeno O (LPS – endotoxina: 
grande causador da febre, libera 
muitas citocinas) 
 
 Proteus mirabilis 
→ bactéria gram-negativa, anaeróbia facultativa, em forma de bastonete, com motilidade e capaz de 
produzir grandes quantidades de urease 
 Enterobacter aerogenes 
→ bactéria Gram negativa, oxidase negativa, catalase positiva, citrato positivo, em forma de bastonete, 
pode estar associado a infecções nosocomiais e infecções oportunistas. 
 Pseudomonas aeruginosa 
→ bactéria gram-negativa, baciliforme e aeróbia, vive no solo, mas sua ocorrência é comum em outros 
ambientes. É um patogênico oportunista, possui resistência natural alta 
 Staphylococcus saprophyticus: 
→ bactéria cocoide (esférica), gram positiva, anaeróbia facultativa, imóvel, presente na microbiota 
normal da pele, região periuretral e mucosas das vias urinárias e genitais que quando em desequilíbrio 
gera infecções 
 Enterococcus spp.: 
→ bactérias gram-positivas, comensais do aparelho digestivo (intestino) e urinário 
Mariana Marques - TXXIX 
 Microbiologia Médica - MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S. ; PFALLER, Michael A., 
8ª Edição – Secção 4 – Capítulo 25 
MECANISMOS DE INFECÇÃO HEMATOGÊNICA 
 Começa no sangue e atinge trato urinário, as bactérias passam na microcirculação renal e aderem-se 
 Normalmente é pelos patógenos: S. aureus, M. tuberculosis e Leptospira interrogans 
 Espiroqueta, gram negativa, com endoflagelos 
 Transmissão: penetração da bactéria, proveniente de água contaminada com urina de rato, 
em pequenas abrasões na pele ou mucosas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO 
Homem, 25 anos, solteiro, com diagnóstico prévio de Diabetes do Tipo I, se queixando 
de dor lombar direita há 1 semana de intensidade variável que irradiava para região 
inguinal direita, e que vem controlando com anti-inflamatórios, associado a disúria e 
polaciúria. Porém há 2 dias vem apresentando febre, piora da disúria, está com muita 
sede e apresentando muita diurese. Exame físico: apresentou no aparelho genitourinário 
“sinal de Giordano positivo à direita”. O paciente relatou episódios de ITU (Infecção do 
Trato Urinário) de repetição e foi submetido à vários exames complementares 
Sinal de Giordano: “soquinho” na região da cintura (quando apresenta dor é positivo, sem dor é considerado 
negativo) 
 
O paciente ficou internado em UTI por 2 dias para o controle do quadro de descompensação do diabetes, depois 
ficou internado na enfermaria para término do tratamento da infecção, num total de 10 dias. Na alta foi orientado 
a manter acompanhamento na Estratégia da Saúde da Família de referência, retornar com o endocrinologista que 
o acompanhava no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e também foi encaminhado para o Urologista no 
AME para programação de tratamento do cálculo renal (litíase). Na alta recebeu atestado médico do tempo da 
internação, o qual entregou no seu serviço, onde trabalha como porteiro. 
 
Diagnóstico: de acordo com o hemograma do paciente, ele apresenta leucocitose e Neutrofilia com desvio à 
esquerda devido à presença de muitos bastonetes, metamielócitos, evidenciando uma intensa infecção bacteriana 
(devido ao elevado número de neutrófilos) 
Exames laboratoriais 
 Urina I 
 Aspecto levemente turvo 
 Cor: avermelhada (sangue na urina-hematúria) 
 pH= 4 (referência: 5,0 a 7,5) 
 Cristais de fosfato de Cálcio: positivo 
(referência: Negativo) 
 Glicose: positivo (referência: Negativo) 
 Leucócitos: 300 mil/ml (referência < 10mil/ml) 
Urocultura 
 400.000 UFC/ml (referência: 100.000 UFC/ml) 
→ bacteriúria positiva 
 Características da colônia: lactose positiva e 
citrato negativa (não usa citrato como energia). 
Bacterioscopia: microscopia bacteriana 
 Imagem 
 Visualização de cálculo em junção uretero-
pélvica (discreta hidronefrose)