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Doenças Inflamatórias Intestinais Epidemiologia Tem maior incidência na América do norte e países nórdicos da Europa, a Doença de Crohn principalmente em Israel Ocorre igualmente em homens e mulheres, entre 20-40 anos de vida, mais na raça branca Histórico familiar é um fator de risco, e sobre influência ambiental Apendicectomia antes dos 20 anos tem efeito protetor na ocorrência de Colite ulcerativa no futuro Fisiopatologia: genética, ambiente e imunidade São 30 genes específicos da doença de crohn e 20 da colite ulcerativa é um fator hereditário de 5-20% dos pacientes ocorre o desequilíbrio imune entre a mucosa e a microflora enterica >> resposta imune desregulada contra as bactérias não patogênicas comensais contra aas células epiteliais (IL-13) >> elevação de fator de necrose tumoral (TNF alfa) A doença de crohn ocorre em qualquer local do trato gastrintestinal, podendo ocorrer úlceras transmurais, mas é mais comum no íleo distal e cólon proximal A retocolite ulcerativa limita-se ao cólon e reto Ambas as formas aumentam o risco de câncer colorretal Retocolite Ulcerativa Patologia inflamação e úlceras na mucosa que se restringem a lâmina própria inicia-se no reto e pode acometer todo o cólon com padrão contínuo histológico-necrose, inflamação e abscessos tardiamente há alterações de arquitetura das criptas ocorre metaplasia de células de paneth >> ação anti bacteriana/ viral >> produz TNF alfa No aspecto macroscópico, destaca-se pseudopólipos Quadro Clínico ● hematoquezia ● diarreia com muco ● tenesmo ● urgência para defecar ● dor abdominal ● constipação ● febre + fadiga + perda de peso ● períodos de remissão e exacerbação manifestações extraintestinais ● artropatias (grandes articulacoes): espondilite anquilosante ● oculares: uveíte, irite e conjuntivite ● alterações na pele: eritema nodoso e pioderma gangrenoso ● colangite esclerosante primária: risco de neoplasia de ductos biliares Diagnóstico - laboratorial e imagem laboratoriais ● biomarcadores: ANC-p - anticorpos anticitoplasma de neutrófilo perinuclear elevado em 70% dos doentes com RCUI ● outros: PCR ● dosagem de calprotectina (neutrófilos) e lactoferrina (antiinflamatória) nas fezes ● coprocultura para diagnóstico diferencial imagem ● exame radiologico: raio x de abdome (enema opaco com bario) ● colonoscopia e biópsia Doença de Crohn Patologia úlcera aftoide que evolui para úlcera transmural característica alternante de lesão em mucosa normal região ileocecal é a mais acometida, embora ocorre em todo o TGI pode desenvolver fissuras e fibrose (submucosa e muscular) parede firme e rígida histológico-inflamação e abscessos nas criptas granuloma não caseoso Há fibrose Quadro Clínico ● 60% no íleo terminal e cólon proximal = dor em quadrante inferior direito ● diarreia ● hematoquezia ● fadiga ● perda de peso ● febre ● distensão abdominal e náuseas Fístulas (20-40%) ● enterocutâneas ● perianais ● enteroentéricas ● retrovaginais ● enterocolonicas ● enterovesicais Manifestações ● fístulas ● abscessos ● reto costuma ser poupado ● acomete TGI superior ● desfagia-odinofagia-queimacao retroesternal, dor epigastrio Diagnóstico endoscopia e biópsia histologia com infiltrado inflamatório da lâmina própria, distorção de criptas, granuloma não caseoso Tratamento ● aminossalicilatos ● corticoides ● imunossupressores ● antibióticos ● medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais anti-TNF alfa e anti-interleucina) Fase aguda na fase aguda 40% dos pacientes respondem bem 30% tem resposta mediana e estão mais sujeitos a cirurgia futura - ocorre cirurgia em 50% no 1 ano e 75% em 5 anos de evolução 30% necessitam de cirurgia de emergência ● hidratação ● corrigir distúrbio eletrolítico ● corrigir anemia (transfusão) ● nutrição parenteral ● estado pré-trombótico (heparina x sangramento) controlar processo inflamatório e induzir remissão ● ácido 5 aminossalicílico (mesalazina) via tópica e oral de 2-4 g/dia ● corticoides: prednisona via oral 40 mg/dia por 8 semanas ou hidrocortisona endovenosa ● imunossupressores: azatioprina 1,5 a 2,5 mg/kg/dia ou ciclosporina (60% de eficiência aguda, não mantém remissão) ou 6 mercaptopurina de 1-1,5 mg/kg/dia ● imunomodulador: anticorpos monoclonais como infliximab endovenoso 5 mg/kg com 70% de eficácia ou adalimumab subcutâneo 160mg Fase Crônica ● mesalazina ● sulfassalazina ● corticosteróides ● methotrexate ● azatioprina - controle de função hepática e renal, leucopenia, pancreatite ● infliximab 0-2-6 semanas ● observar remissão por 2 anos para surpreender dorgas - colonoscopia anual Tratamento Clínico - metas ● manter remissão livre de corticoides ● prevenir internações ● evitar cirurgia ● promover cicatrização da mucosa ● melhorar a qualidade de vida ● evitar disabilidade Diagnóstico diferencial ● colites infecciosas: clostridium difficile, citomegalovírus, micobactérias, treponema ○ colite pseudomembranosa: causada pelo C. difficile (bacilo anaeróbio gram +), é hospitalar, em pacientes debilitados em uso de ATB (cefalosporinas e fluorquinolonas), a modificação da flora normal intestinal, transmissão oral-fecal, esporos permanecem em objetos por meses, o diagnóstico é feito por imunoensaios para toxinas A e B nas fezes ou PCR e pode auxiliar com RX, TC e colonoscopia ● colite isquêmica: ocorre principalmente em idosos, dando dor abdominal, diarreia com sangue, febre baixa, náuseas e vômitos, com 80% de resolução clínica e 20% cirúrgica de emergência (50% de mortalidade), o diagnóstico é por TC, angio TC e colonoscopia ● colite medicamentosa Descontinuar ● anticolinérgicos ● antidiarreicos ● opiáceos ● antiinflamatórios não hormonal *risco de dilatação do Cólon (megacólon tóxico) Classificação de Montreal extensão e gravidade da RCUI ● E1 (proctite): inflamação limitada ao reto ● E2 (do lado esquerdo, distal): inflamação limitada ao ângulo esplênico ● E3 (pancolite) - inflamação que se estende ate a flexura esplênica proximal ● S0 (remissão): sem sintomas ● S1 (leve): 4 ou - evacuações por dia (com ou sem sangue), ausência de sintomas sistêmicos, marcadores inflamatórios normais ● S2 (grave): 6 ou mais evacuações sanguinolentas por dia, FC 90 bpm, temperatura de 37,5 graus, hemoglobina < 10,5 g/L ● E = extensão e S = gravidade Tratamento Cirúrgico indicação de emergência ● colite fulminante com toxicidade sistêmica ● megacólon tóxico ● perfuração ● sangramento ● colite grave não responsiva a máxima terapêutica médica eletivo ● doença crônica não responsiva ao tratamento clínico ● diagnóstico de carcinoma associado ● uso crónica de corticosteróides ● complicações sistêmicas: pioderma gangrenoso e eritema nodoso Tipos ● colectomia subtotal ou segmentar + ileostomia ● colectomia total + anastomose ileorretal ● proctocolectomia amputativa + ileostomia definitiva ● proctocolectomia total + abaixamento endoanal do íleo Fase aguda ● colecistite subtotal + ileostomia paciente sem melhora clínica, dilatação do cólon (megacólon tóxico), perfuração/ peritonite, hemorragia grave a complicação da ileostomia é o pioderma ● colectomia + anastomose ileorretal quando ano há comprometimento do reto ● proctocolectomia amputativa + ileostomia retirada dos colons e do reto por laparotomia, fehcamento externo do canal anal, ileostomia definitiva ● proctocolectomia total + abaixamento endoanal do íleo extirpativa e reconstrutiva
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