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Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
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Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842m Meio ambiente e desenvolvimento sustentável / Portal Educação. - Campo 
Grande: Portal Educação, 2012. 
 161p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-578-8 
1. Meio ambiente. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Ecologia. 4. 
Conservação – Preservação. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 333.70981 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO GERAL AO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ................................................ 5 
1.2 HISTÓRICO DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA ..................................................................... 5 
2 O PAPEL DA ECOLOGIA E CONCEITOS RELACIONADOS AO MEIO AMBIENTE ............. 10 
3 POLUIÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................................... 12 
3.1 TIPOS DE POLUIÇÃO .............................................................................................................. 13 
3.2 PROBLEMAS COM A POLUIÇÃO ............................................................................................ 14 
3.2.1 Poluição Atmosférica ................................................................................................................. 18 
3.2.2 Aquecimento Global, Efeito Estufa e Buraco na Camada de Ozônio ........................................ 20 
3.3 O ADVENTO DAS SACOLAS PLÁSTICAS ............................................................................... 23 
3.4 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS .......................................................................................................... 26 
3.5 POLUIÇÃO SONORA E POLUIÇÃO VISUAL ........................................................................... 27 
4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................................... 29 
5 CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ..................................... 31 
6 ATUAÇÃO RESPONSÁVEL ..................................................................................................... 33 
7 MEIO AMBIENTE MUNDIAL: PRINCIPAIS ATUAÇÕES MUNDIAIS ...................................... 35 
7.1 O CLUBE DE ROMA – 1972 ..................................................................................................... 35 
8 A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO – 1972 ........................................................................... 39 
9 CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL DE TBILISI E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL – 
1977 .................................................................................................................................................. 43 
 
 
3 
 
10 O PROTOCOLO DE MONTREAL E A CAMADA DE OZÔNIO – 1987 .................................... 45 
11 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL .......... 50 
12 ECO-92: O PLANETA PEDE SOCORRO – 1992 ..................................................................... 51 
13 A AGENDA 21 .......................................................................................................................... 54 
13.1 RIO + 10 – 2002 ........................................................................................................................ 55 
13.2 RIO + 15 – 2007 ........................................................................................................................ 57 
14 O PROTOCOLO DE KYOTO E A EMISSÃO DE CO2 – 1998 -2005 ....................................... 59 
14.1 O PAPEL DA RÚSSIA NO PROTOCOLO DE KYOTO – 2004.................................................. 63 
15 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – 1981 .......................................................... 65 
16 A LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 9.605/1998 ........................................................................ 69 
17 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL (EIA/RIMA) .................................................................................. 72 
18 O DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO ................................................................................... 76 
19 FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL: GESTÃO AMBIENTAL E 
AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................................................................... 79 
20 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 83 
21 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA E AMBIENTAL – O CASO DE EMPRESAS 
BEM-SUCEDIDAS ............................................................................................................................... 87 
22 CRISE AMBIENTAL E OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ................... 92 
23 MOVIMENTO ECOLÓGICO ...................................................................................................... 99 
24 ECO-DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................. 105 
25 O DESENVOLVIMENTO DAS POPULAÇÕES HUMANAS E OS ESTÁGIOS DE 
DESENVOLVIMENTO CULTURAL ................................................................................................... 112 
 
 
 
4 
 
26 RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E NATUREZA ..................................................................... 117 
27 EXPERIÊNCIAS DE SUSTENTABILIDADE ............................................................................ 123 
28 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO VOLTADA PARA OS PROBLEMAS 
SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS ............................................................................................. 129 
29 CIDADANIA E MEIO AMBIENTE ............................................................................................ 134 
30 PERCEPÇÃO DO AMBIENTE EM QUE VIVEMOS ................................................................. 140 
31 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO VOLTADA PARA OS PROBLEMAS AMBIENTAIS ....... 145 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 151 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO GERAL AO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 
 
 
1.2 HISTÓRICO DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA 
 
 
O movimento ambientalista inicialmente foi impresso na história do homem pelos 
teólogos e filósofos, cujo pensamento se baseava neste sentido, em colocar foco sobre Deus e a 
natureza. E a primeira notícia específica trata-se de Francisco de Assis (1181 a 1226), que 
reconhecidamente amava os animais e a natureza, embasando suas ideias na fraternidade e 
vivência do homem com respeito às outras criaturas da natureza (MIRAMEZ; MAIA, 1997). 
Ao século XVI remontam as primeiras questões do homem comum em relação ao 
contato estreito com a natureza, nas primeiras grandes navegações e ampliações das fronteiras 
mundiais para os continentes novos (HERCULANO, 1992). Principalmente no choque cultural 
ocorrido em relação à cultura europeia e costumes com os ritos e relações com o meio ambiente 
percebido nos habitantes das terras do novo mundo. 
No ano de 1500 com a carta de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei de Portugal, na 
qual este relatava a natureza, os animais e a impressãocausada pelos habitantes das novas 
terras recém “descobertas” pelos portugueses, é um marco documental nesta diferença de 
culturas e costumes (GOLDSCHEIDER, 1971). 
Mas foi no século XVIII que a revolução industrial e tecnológica intensificou esta 
preocupação na relação homem e natureza, pois com o advento das indústrias em grande 
quantidade começam a haver as manifestações evidentes na natureza e nos animais de que o 
ser humano estaria modificando os ambientes naturais de forma drástica (SATO, 1996; 
CAVALCANTI, 1995). 
Com a revolução industrial na Inglaterra, temos o exemplo clássico das mariposas 
Biston betularia que existiam em maior quantidade na forma clara antes do advento da poluição 
pelas fábricas. E como nos mostra Darwin na seleção natural, estas mariposas foram 
selecionadas, pois os liquens nas cascas das árvores morreram por causa da poluição, e as 
 
 
6 
 
mariposas brancas não puderam mais se camuflar nos liquens brancos, sendo vistas pelos 
pássaros que se alimentavam delas (FIGURA 01). Então a forma negra da referida mariposa 
passou a dominar numericamente a forma branca, chegando a representar 90% das mariposas 
(DARWIN, 2009). 
 
 
FIGURA 01 - MARIPOSAS BISTON BETULARIA CAMUFLADA NO TRONCO DA ÁRVORE 
 
FONTE: Kettlewell; photographs by Haywood, 1958. 
 
 
O movimento ambientalista organizado iniciou realmente após a triste ocorrência das 
duas bombas atômicas lançadas na segunda guerra mundial em 1945 em Hiroshima e 
Nagasaki pelos Estados Unidos. Pois foi a partir deste episódio que o ser humano percebeu 
o imenso potencial destruidor que podemos ter (PAUL, 1981. BLOT, 1978). Destruindo a 
natureza e todos os seres vivos que nos cercam, inclusive nós mesmos! 
O surgimento dos hippies nas décadas de 1960 e 1970 é considerado o movimento 
ambientalista mais suave e tranquilo de que se têm notícias. 
 
 
 
7 
 
� 
 
 
O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo 
desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos 
anos 60. 
O lema dos hippies era “paz e amor”! Adotavam um estilo de vida comunitário em 
comunhão com a natureza e as questões ambientais, que eram ideias respeitadas pela 
comunidade. Assim, como temas de religiões como o Budismo e o Hinduísmo. 
Em 1948 foi fundada na França a UICN, na época conhecida como União Internacional 
para a Proteção da Natureza (International Union for the Protection of Nature - IUPN). E em 1958 
o nome da instituição foi modificado para União Internacional para a Conservação da Natureza e 
dos Recursos Naturais (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources) 
com as siglas IUCN (Union internationale pour la conservation de la nature et de ses ressources 
– UICN, em francês). 
Atualmente conhecida como UICN – União Internacional para a Conservação da 
Natureza é a primeira organização mundial voltada para ações no sentido da conservação do 
meio ambiente. Autoridade líder em temas conservacionistas do meio ambiente e 
desenvolvimento sustentável (Site UICN). 
No Brasil o movimento ambientalista teve início na década de 1950 com ações de 
grupos ambientalistas e preservacionistas. A União Protetora do Ambiente Natural (UPAN) foi 
fundada em 1955 pelo naturalista Henrique Roessler no Rio Grande do Sul, e a Fundação 
Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) é criada em 1958 no Rio de Janeiro 
concentrando atuações na preservação da fauna e da flora ameaçados de extinção (VIOLA; 
LEIS, 1992). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Peace_symbol.svg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Peace_symbol.svg
 
 
8 
 
Na década de 1970 começam a entrar em vigor no Brasil entidades sem fins lucrativos, 
denominadas organizações não governamentais (ONGs) como a WWF que na data de sua 
criação era uma sigla que significava World Wildlife Fund, que em português se traduz como 
Fundo Mundial para a Natureza, mas atualmente devido ao simbolismo causado pela sigla WWF 
ao redor do mundo e pelo conhecimento das ações iniciadas em favor da natureza, a entidade é 
conhecida simplesmente por WWF, não sendo mais traduzida com nenhum significado literal. 
A primeira ação da entidade no Brasil aconteceu no Rio de Janeiro em 1971 com o 
projeto ‘Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado’, que é um dos projetos do gênero 
mais bem sucedidos do mundo. E a partir da década de 1980 vêm auxiliando projetos como o 
‘Projeto Tamar’ e outros pelo Brasil (Site WWF). 
Em 1971 um grupo de ambientalistas e jornalistas sai do porto de Vancouver no 
Canadá, para protestar contra os testes nucleares realizados pelos Estados Unidos. Nascia o 
Greenpeace. Organização global e independente que atua para defender o meio ambiente e 
promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos. 
O Greenpeace é uma organização sem fins lucrativos que não aceita doações de 
governos ou partidos políticos. E a atitude de seus membros é pautada na não violência, 
utilizando-se de métodos criativos de confronto pacíficos para chamar a atenção do público para 
os problemas ambientais. Defendendo que a mudança de atitudes individuais pode fazer uma 
grande diferença para o futuro do planeta (Site Greenpeace). 
No início da década de 1990 o Greenpeace inicia uma série de ações no Brasil, no 
sentido de proteger o meio ambiente. Dentre as ações do Greenpeace no Brasil podemos 
destacar as campanhas contra a entrada de lixo radioativo no país, provenientes de usinas 
nucleares de países desenvolvidos; a investigação sobre a exploração ilegal e predatória de 
madeira na Amazônia; o “Greenfreeze” que foi a campanha para a troca na utilização dos gases 
CFC (cloro-flúor-carbono) por outros que não causam danos na camada de ozônio; e a 
campanha dos transgênicos, exigindo a prova de que os organismos geneticamente modificados 
não causam danos à saúde humana e nem ao meio ambiente. 
Ainda em 1966 a Campanha pela Defesa e Desenvolvimento da Amazônia (CNNDA) é 
iniciada e em 1971 é criada a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN). 
 
 
9 
 
Nesse ínterim começam a acontecer as conferências e encontros ambientalistas ao 
redor do mundo e a necessidade de normas e leis para assegurar o respeito à natureza e ao 
meio ambiente começam a se tornar visivelmente necessárias para evitar problemas ambientais. 
Coincidindo com os planos nacionais de desenvolvimento e instalação de indústrias 
poluentes e energético-minerais no Brasil, em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio 
Ambiente (SEMA) com a função de gerir normas para a conservação do meio ambiente e o 
aproveitamento sustentável dos recursos naturais (CAVALCANTI, 1995). 
Com esta ação também são criadas agências ambientais para controle de poluição, 
como a Fundação de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) no Rio de Janeiro e a Companhia 
de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB) no estado de São Paulo (FERREIRA; 
FERREIRA, 1992). 
Entre os anos de 1975 a 1988, Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico 
Mendes, foi um ativista ambiental brasileiro, seringueiro e sindicalista. Defendeu a preservação 
da Amazônia, do meio ambiente e dos seringais amazônicos. Conhecido mundialmente foi 
agraciado com o prêmio “Global 500”, oferecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) 
pela sua luta em defesa do meio ambiente e da Amazônia. Foi assassinado a tiros no ano de 
1988 por fazendeiros que eram contra as ações ambientais deste que é um símbolo brasileiro na 
luta pela preservação da floresta amazônica (SOJA, 1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2 O PAPEL DA ECOLOGIA E CONCEITOS RELACIONADOS AO MEIO AMBIENTE 
 
 
A palavra ecologia deriva da palavra grega oikos, que significa ‘casa’ ou ‘lugar onde se 
vive’ e logos que significa estudo, ciência, discurso. E foi proposta pela primeira vez em 1869, 
pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, em seu livro ‘GenerelleMorphologie der Organismen’ 
(ODUM, 1971). 
O conceito preliminar em relação ao termo meio ambiente significa o espaço físico que 
encerra os seres vivos, ou seja, é fisicamente o local habitável pelos seres vivos. 
A ecologia estuda as relações dos seres vivos ou grupos de seres vivos com o meio 
ambiente em que vivem, incluindo também a humanidade como parte integrante. A definição 
mais resumida para a palavra ecologia seria ‘biologia do ambiente’, pois a palavra ‘bio’ significa 
‘vida’ e a palavra ‘logia’ significa ‘estudo’, portanto seria entendido como o estudo da vida no 
ambiente. 
Segundo Dajoz (1973), “ecologia é a ciência que estuda as condições de existência 
dos seres vivos e as interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e seu 
meio ambiente”. 
Desde os primeiros tempos da história, o homem vem se preocupando em entender o 
ambiente no qual vive e do qual depende, analisando de uma forma prática a ecologia 
necessária na vida integrada com a natureza. Pois para sobreviver, cada indivíduo precisava ter 
um conhecimento concreto do meio ambiente, das plantas, dos animais e dos processos naturais 
que o cercavam. 
A civilização começou realmente quando o homem aprendeu a dominar o fogo e as 
ferramentas naturais para a modificação do meio ambiente e dos processos referentes à sua 
sobrevivência. 
As obras de Hipócrates, Aristóteles e outros filósofos da cultura grega contêm material 
de natureza claramente ecológica (ODUM, 1971). 
 
 
11 
 
Nos estudos de ecologia, não se separa o ser vivo estudado de seu meio ambiente, 
pois se reconhece que os seres vivos dependem de seu meio ambiente e das interações 
naturais deste. 
Charles Darwin (2009) estudou em seu livro mais famoso ‘A Origem das Espécies’ o 
caso das complexas relações que ligam plantas e animais aparentemente afastados nas escalas 
ecológicas da natureza. Demonstrou a interação e a relação existente entre as flores do amor-
perfeito (Viola sp.) e as pequenas abelhas conhecidas na Inglaterra como mamangavas, que são 
as únicas abelhinhas responsáveis por polinizar as flores de amor-perfeito. Chegando à 
conclusão de que se as mamangavas desaparecessem, também desapareceriam as plantas de 
amor-perfeito. E percebendo que os ratos silvestres eram os predadores dos ninhos das abelhas 
mamangavas, percebeu que onde havia muitos ratos, as abelhas eram raras, consequentemente 
eram também raras as plantas de amor-perfeito. Assim, notando que próximo aos vilarejos 
humanos florescia muitas plantas amor-perfeito, concluiu Darwin que os gatos dos vilarejos 
auxiliavam no aumento da quantidade de flores de amor-perfeito, pois se os gatos eram os 
predadores dos ratos, logo as abelhinhas mamangavas polinizariam as flores sem problemas. 
Demonstrando com esta rede de interações um perfeito exemplo de ecologia. 
Atualmente, o termo ecologia apresenta uma relação mais abrangente e seu 
significado não se restringe somente ao ramo da biologia, mas também passa a ter um 
significado mais amplo, englobando as ações relacionadas ao crescente movimento político e 
social que busca a preservação do meio ambiente. 
Exercício 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
3 POLUIÇÃO AMBIENTAL 
 
 
A definição da palavra poluição está relacionada ao termo em latim poluere significando 
poluir ou sujar. Entretanto, o termo atual tem uma abrangência mais ampla, que em sentido 
prático relaciona-se ao sistema de controle de qualidade do meio ambiente. Inicialmente o termo 
poluição estava relacionado somente aos danos causados na água, mas atualmente a poluição 
do ar e do solo está incluída no conceito de poluição. 
Ecologicamente a poluição é definida por alterações indesejáveis nas propriedades 
físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, incluindo ar, água e solo, trazendo danos e 
desequilíbrios à natureza e ao desenvolvimento de populações naturais e humanas. 
Os agentes causadores da poluição são denominados poluentes e derivam de resíduos 
das ações humanas, que são eliminados sem tratamento em ambiente impróprio. Os agentes 
causadores de poluição podem ser de variados tipos, relacionados aos detritos orgânicos e 
inorgânicos, causando danos na saúde e alterações no meio ambiente quando introduzidos pelo 
ser humano. 
À medida que a população humana cresce, aumentam também a quantidade de 
resíduos causadores de poluição ao meio ambiente. E com o capitalismo crescente e o consumo 
desenfreado, os seres humanos vêm gerando cada vez mais resíduos com os desperdícios. 
Os principais agentes da poluição da água, do ar e do solo são os monóxidos e 
dióxidos de carbono e enxofre, óxidos de nitrogênio, pesticidas, inseticidas, fungicidas, 
radioatividade, metais pesados, petróleo, detergentes, desperdícios sólidos, esgoto dentre 
outros. 
Recentemente foram incorporados como poluição a radioatividade, a poluição sonora e 
a visual. 
Os efeitos da poluição nem sempre são sentidos imediatamente pela população. 
Temos alguns exemplos clássicos de agentes causadores de poluição que foram percebidos 
tardiamente, causando efeitos de difícil retorno e até diagnóstico. Dentro desses efeitos 
 
 
13 
 
podemos citar principalmente o buraco na camada de ozônio, a chuva ácida, o aquecimento 
global e a perda da biodiversidade. 
 
 
3.1 TIPOS DE POLUIÇÃO 
 
 
A classificação mais utilizada para analisar os tipos de poluição é designada de acordo 
com o ambiente (Solo, ar, água, etc.) e os poluentes (efluentes industriais, metais pesados, 
dióxido de carbono, etc.). Entretanto, dentre estas muitas classificações possíveis inicialmente 
iremos reconhecer os dois tipos mais importantes de classificação de poluentes. 
Inicialmente trataremos de reconhecer os poluentes que não se degradam no meio 
ambiente, os chamados não biodegradáveis, que compreendem os materiais ou venenos que 
não se modificam nem são transformados pelas bactérias do ambiente permanecendo, portanto 
no meio ambiente por um longo período, poluindo o local onde foram depositados. E sendo 
então transportados pela água, pelo ar ou por outros meios para longas distâncias, podendo ser 
encontrados em locais do planeta onde nunca foram depositados pelos seres humanos (ODUM, 
1971). 
Esses materiais são as embalagens de alumínio, os metais pesados como o mercúrio, 
os poluentes orgânicos persistentes como o veneno DDT (Dicloro-difenil-tricloretano), os 
plásticos resistentes entre tantos outros (RICKLEFS, 1993). Na realidade, estas são substâncias 
que o homem ainda não encontrou maneiras de degradar ou destruir naturalmente na mesma 
velocidade com que são produzidas e descartadas pelo ser humano, com o seu modo de viver 
cada vez mais degradante. 
Outro grande problema deste tipo de poluição não biodegradável é que a sua 
magnitude tende a aumentar ao passar pela cadeia alimentar. Ocorrendo a chamada 
bioacumulação, que explicaremos mais detalhadamente no decorrer do capítulo. 
 
 
14 
 
O segundo tipo de poluente são os chamados biodegradáveis, que são decompostos 
no ambiente pelas bactérias e fungos ou os que o ser humano já descobriu meios de destruí-lo 
antes de descartá-lo no meio ambiente. São exemplos de poluentes biodegradáveis os esgotos 
domésticos e os poluentes térmicos, que em pequenas quantidades são rapidamente 
degradados na própria natureza ou são trabalhados por um tratamento de resíduos como, por 
exemplo, uma estação municipal de tratamento de esgoto. 
Portanto, os poluentes biodegradáveis causam graves problemas quando a quantidade 
de resíduos gerada pelo ser humano excede a capacidade de decomposição ou dispersão pelas 
bactérias presentes no meio ambiente. Ocorrendo exatamente este fato, pois as grandes cidades 
crescem em uma velocidade mais acelerada do que a criação de usinas de tratamento do esgoto 
proveniente destas cidades. 
 
Exercício 4 
 
 
3.2 PROBLEMAS COM A POLUIÇÃO 
 
 
Os primeiros danos à saúde humanapor intoxicação decorrente de poluentes 
orgânicos persistentes (POP) foram observados na década de 1950. Estes poluentes conhecidos 
pela sigla POP, não se dissolvem em água, são transportados por longas distâncias, e 
atualmente já são encontrados em todo o planeta Terra. São compostos químicos muito 
estáveis, ou seja, que não são degradados na natureza (não biodegradáveis), permanecendo 
por longos períodos no meio ambiente. O POP mais conhecido é o veneno utilizado como 
inseticida e designado pelas letras DDT (Dicloro-difenil-tricloretano). 
Além disso, estes compostos POP têm o poder de bioacumulação, que é o fato de se 
acumularem nos tecidos vivos e aumentarem a sua concentração na cadeia alimentar (TABELA 
 
 
15 
 
01). Significa então que se um animal pequeno que chamaremos de ‘animal a’, comer algo 
intoxicado e um ‘animal b’ comer 5 pequenos animais ‘a’, o animal ‘b’ ficará 5 vezes mais 
intoxicado do que o animal ‘a’. E se um animal ‘c’ comer 5 animais ‘b’ ficará 25 vezes mais 
intoxicado do que o animal ‘a’. Portanto, o POP é acumulado no organismo dos seres vivos à 
medida que esses vão ingerindo uma quantidade maior de veneno (FIGURA 02). 
 
 
TABELA 01 - EXEMPLO DE CONCENTRAÇÃO DO PESTICIDA PERSISTENTE DDT NA 
CADEIA ALIMENTAR. 
PPM 
Partes Por Milhão 
Resíduos de DDT 
Água 0,00005 
Plâncton 0,04 
Sargo prateado (peixe que se alimenta de bivalves e vermes) 0,23 
Sargo cabeça de carneiro (peixe que se alimenta de bivalves) 0,94 
Lúcio Americano (Peixe predador) 1,33 
Peixe agulha (peixe predador) 2,07 
Garça (Alimenta-se de animais pequenos) 3,57 
Andorinha do mar (Alimenta-se de animais pequenos) 3,91 
Gaivota argêntea (Alimenta-se de carniça) 6,00 
Ovo de águia pesqueira 13,8 
Merganso grande (pato comedor de peixe) 22,8 
 
 
16 
 
Corvo Marinho de faces brancas (Alimenta-se de peixe maior) 26,4 
FONTE: Dados de Woodwell; Wurster; Isaacson, 1967. 
 
 
Diante desse assunto temos o exemplo da águia americana que na década de 1970 foi 
a causa da proibição pelo governo americano da utilização do inseticida conhecido como DDT, 
que fez com que a águia quase entrasse em extinção pela intoxicação em cadeia alimentar pelo 
inseticida que atualmente tem a sua utilização proibida em vários países, incluindo o Brasil. 
Símbolo nacional dos Estados Unidos, a águia americana (Haliaeetus leucocephalus) 
sofreu um grande abalo no número de indivíduos de sua população. E a partir de 1962, com o 
lançamento do livro primavera silenciosa (Silent Spring) de Rachel Carson, que denuncia a 
grande e assustadora diminuição no número de indivíduos de águia americana causada pela 
intoxicação do inseticida DDT, foi iniciado um programa de recuperação das populações 
afetadas (BAIRD, 2002). 
A intoxicação ocorria quando as plantas eram borrifadas com inseticida e ao cair das 
chuvas este inseticida era carregado junto com a água que voltava para os lagos e rios. Então, 
os peixes eram intoxicados e a águia comendo os peixes com agrotóxico consumia também o 
veneno. Quando o DDT entrava na corrente sanguínea das águias fazia com que fossem 
produzidos ovos com a casca extremamente fina e incapaz de proteger os embriões, assim as 
águias não conseguiam mais se reproduzir. 
Com os programas e esforços para recuperar a população das águias, somente em 
2007 as águias americanas foram consideradas recuperadas e retiradas da lista dos animais 
ameaçados ou em risco de extinção. 
Com a proibição na utilização do veneno DDT há décadas em grande parte do mundo, 
acreditava-se que as taxas deste veneno iriam diminuir no meio ambiente, mas pelo fato do 
inseticida DDT não ser biodegradável, permanece por longo período no ambiente e é carregado 
por longas distâncias. Estudos para a análise da concentração de DDT em pinguins do Antártida 
revelam que este veneno foi levado para locais onde nunca ouve deposição por humanos. 
 
 
17 
 
FIGURA 02 - BIOACUMULAÇÃO EM CADEIA ALIMENTAR DO VENENO DDT 
 
FONTE: Adaptado com dados de Cristo; Galhardo, 1995. 
 
 
Vários casos de doenças graves causadas por alimentos contaminados por produtos 
tóxicos que foram consumidos por seres humanos são relatados periodicamente. Um dos 
acidentes com bioacumulação mais difundido e que causou grande repercussão foi o ocorrido 
em Minamata no Japão no ano de 1950, quando uma quantidade grande do metal pesado 
mercúrio foi introduzida no mar e absorvida pelos peixes e animais marinhos, que eram bastante 
consumidos pelos habitantes locais. Causando dores intensas, abortos espontâneos, defeitos 
congênitos, câncer e morte nos vários seres humanos que ingeriram estes peixes contaminados 
por mercúrio (HOGAN, 2007; SMITH; SMITH, 1975; TSUBAKI; IRUKAYAMA, 1976). 
 
 
 
 
18 
 
Exercício 1 
 
 
3.2.1 Poluição Atmosférica 
 
 
A partir da revolução industrial a poluição do ar aumenta assustadoramente. E na 
atualidade, todas as grandes cidades sofrem com os efeitos danosos da poluição atmosférica. 
A queima de combustíveis fósseis como o carvão mineral e os derivados do petróleo 
(gasolina e óleo diesel), libera o gás carbônico e outros gases danosos à saúde humana, 
causando a poluição atmosférica mais conhecida da atualidade. A outra fonte de poluição 
atmosférica importante é a proveniente dos incêndios florestais, que também liberam gás 
carbônico e vários outros gases tóxicos (CRENSON, 1971; BAIRD, 2002). 
A chamada chuva ácida ocorre pela transformação de gases em contato com a água 
das chuvas. Quando ocorre a queima de combustíveis fósseis nas indústrias e veículos, o gás 
carbônico juntamente com os óxidos de enxofre e de nitrogênio são lançados na atmosfera, e a 
reação destes gases com a água forma o ácido sulfúrico e o ácido nítrico. E juntamente com a 
água das chuvas, estes ácidos precipitam-se sobre as plantas, construções humanas, rios, lagos 
e solo, causando uma série de prejuízos (RICKLEFS, 2003). 
A grande poluição atmosférica das grandes cidades causa sérios problemas como o 
Smog, que deriva da palavra em inglês ‘smoke’ (fumaça) e ‘fog’ (neblina), que é uma espécie de 
nuvem de poeira ou nevoeiro misturado com poluição (FIGURA 03). Este efeito smog é comum 
nas grandes cidades altamente poluídas como São Paulo (KOWARICK; CAMPANÁRIO, 1988; 
GOLDENSTEIN; CARVALHAES, 1985). Provenientes do acúmulo de gases poluentes liberados 
na atmosfera pelas indústrias e automóveis com a queima de combustíveis fósseis (WISE, 
1970). 
 
 
 
19 
 
O efeito smog causa uma série de problemas na saúde humana e os principais são 
irritação e danos nos olhos, nariz, garganta, pele e pulmões, doenças respiratórias, alteração no 
sistema imunológico e até a morte por intoxicação, com inalação gases tóxicos (BAIRD, 2002). 
 
FIGURA 03 - REPARE A NEBLINA DE POLUIÇÃO AO FUNDO, CONHECIDA COMO SMOG 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.public-domain-photos.com>. Acesso em: 25 jan. 2011. 
 
 
O efeito smog torna-se ainda mais sério nos períodos de inversão térmica, que ocorre 
quando se dá a inversão rápida nas camadas de ar quente e frio. Em razão de o ar frio ser mais 
pesado sua tendência é descer, e o ar quente mais leve com tendência a subir, quando há 
inversão térmica os poluentes ficam aprisionados próximos à superfície, não se dispersando. A 
inversão térmica ocorre com mais frequência nos períodos de inverno, quando o ar permanece 
frio, impedindo a dispersão dos poluentes. Nesse caso os gases tóxicos ficam concentrados e 
 
 
20 
 
retidos na superfície causando graves problemas de saúde e muitas mortes (MCCONNELL, 
1999). 
Quando a inversão térmica permanece por muitos dias a concentração de poluentes se 
eleva aos níveis críticos e perigosos, podendo acarretar envenenamento de seres vivos. No ano 
de 1952 em Londres, a permanência por seis dias de uma inversão térmica levou a morte cerca 
de 4.000 pessoas (HOGAN, 2007). 
 
 
3.2.2 Aquecimento Global, Efeito Estufa e Buracona Camada de Ozônio 
 
 
Alguns tipos de poluição têm consequências de amplitude global por se dispersarem e 
serem levadas a grandes distâncias pelo vento ou pelas águas. Portanto, seus efeitos nocivos se 
estendem para muito além das fontes provenientes do foco poluidor. E sem dúvidas, o pior tipo 
de poluição neste sentido é a liberação dos gases que causam o aquecimento global e 
participam do chamado efeito estufa. Assim, como a liberação dos gases responsáveis pelo 
temido buraco na camada de ozônio. 
O dióxido de carbono (CO2) é o mais importante dos gases poluidores causadores do 
efeito estufa (BAIRD, 2002). Mas antes de falarmos dos gases que causam o tal efeito estufa, 
vamos analisar o que vem a ser “efeito estufa”. E na realidade o que tem a ver o aquecimento 
global com o efeito estufa e a tal da camada de ozônio? 
Quando a luz visível por nós seres humanos é decomposta por um prisma ou pela água, 
formam-se os lindos arco-íris. Neles podemos perceber que a luz tem comprimentos de onda 
que vão da cor violeta até a cor vermelha, passando por 7 cores visíveis (FIGURA 04). 
 
 
 
 
21 
 
FIGURA 04 - DEGRADAÇÃO DA LUZ MOSTRANDO AS 7 CORES FORMANDO O ARCO-ÍRIS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.freedigitalphotos.net>. Acesso em: 25. Jan. 2011. 
 
 
As cores que não vemos decompostas no arco-íris, as quais estão além da cor violeta, 
são chamadas de comprimento de onda ultravioleta. E as cores que não vemos no outro lado do 
arco-íris e que vão além da cor vermelha são chamadas de comprimento de onda infravermelha 
(RICKLEFS, 1993). 
Os comprimentos de onda infravermelha que nós humanos não podemos ver são 
sentidos principalmente por meio de calor e conhecida como radiação infravermelha. Uma parte 
desta radiação infravermelha, em condições normais é retida no nosso planeta por alguns gases 
presentes na atmosfera terrestre. E isso faz com que a vida na Terra se torne agradável, pois a 
temperatura permanece por volta dos 150C. Se não houvesse esses gases retendo esta 
radiação infravermelha, a Terra teria a temperatura por volta de 180 C negativos! 
 
 
22 
 
Portanto, o nosso sol emite o calor necessário à vida (da forma como conhecemos) na 
Terra. O efeito estufa, que existe naturalmente no planeta, permite que esse calor seja retido 
tornando a temperatura agradavelmente estável. 
Mas então se o efeito estufa é natural, qual o problema? O grande problema é que as 
atitudes do ser humano estão aumentando estes gases de efeito estufa, e assim o calor retido no 
nosso planeta Terra é cada vez maior! Estamos com isso, elevando a temperatura média do 
planeta e criando as perigosas mudanças climáticas que vemos ao nosso redor como o temido 
aquecimento global, causando o derretimento das geleiras, o aumento no nível do mar, a morte 
de variadas formas de vida e o aquecimento da temperatura para nós humanos também (GORE, 
2006). 
Esse efeito natural é conhecido como efeito estufa, pois os gases que retêm o calor na 
Terra se assemelham com o vidro de uma estufa de plantas, que também tem o papel de 
proteger e reter calor. 
Os principais gases do efeito estufa são o gás carbônico (CO2) que é o mais 
importante, o metano (CH4) e o óxido de nitrogênio (N2O), lançados na atmosfera ao eliminar 
florestas e queimar combustíveis fósseis. E o gás metano que é gerado principalmente nas 
fazendas de criação de gado (CRENSON, 1971). 
No verão de 2003 a Europa foi atingida por uma fortíssima onda de calor que matou 35 
mil pessoas e em 2004 a Flórida foi atingida por quatro furacões extraordinariamente violentos 
(GORE, 2006). 
Como visto acima, o outro comprimento de onda além da cor violeta é a radiação 
ultravioleta que é bastante prejudicial às formas de vida na Terra, incluindo os seres humanos. 
Mas felizmente o planeta Terra tem uma camada de gás ozônio (O3) chamada, portanto de 
camada de ozônio que nos protege contra o excesso desta radiação tão perigosa para nossa 
saúde que é a radiação ultravioleta. 
Entretanto, mais uma vez nós seres humanos nos apresentamos como culpados, pois 
estamos acabando com esta camada da atmosfera tão essencial à vida em nosso planeta! 
Alguns poluentes lançados na atmosfera pelo ser humano destroem quimicamente o 
ozônio da camada superior atmosférica, gerando os chamados “buracos na camada de ozônio”. 
 
 
23 
 
Consequentemente o perigo de queimaduras e danos aos tecidos aumenta a cada dia, pois a luz 
de radiação ultravioleta danifica células e tecidos expostos de humanos e outros seres vivos, 
portanto use filtro solar! 
O principal responsável pela degradação da camada de ozônio são os CFCs 
(Clorofluorcarbonetos) que eram utilizados nas geladeiras, nos aparelhos de ar condicionado e 
nas latas de aerossóis, mas atualmente o uso dos CFCs está proibido por causa da preocupação 
a respeito do tamanho crescente dos buracos na camada de ozônio (RICKLEFS, 1993). 
 
Exercício 2 
 
 
3.3 O ADVENTO DAS SACOLAS PLÁSTICAS 
 
 
A razão pela qual discutimos a poluição causada pelas sacolas plásticas é o fato destes 
objetos serem muito prejudiciais para o meio ambiente. Anualmente circulam pelo planeta Terra 
cerca de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolinhas plásticas. E o material utilizado na fabricação 
destas sacolas não é biodegradável, o que sugere que a cada ano a quantidade destas sacolas 
cresce assustadoramente, pois continuam no meio ambiente as antigas que se juntam as novas 
(BAIRD, 2002). 
A utilização das sacolinhas plásticas como conhecemos atualmente, começou na 
década de 1970. Se tornando uma forma barata de publicidade para os supermercados e lojas 
que as distribuem gratuitamente, é hoje considerada um grande problema para o meio ambiente 
(SOJA, 1993). 
O elevado número de unidades de sacolas plásticas produzidas por ano (150 por 
pessoa) e a natureza não biodegradável do material utilizado torna as sacolas plásticas um 
verdadeiro pesadelo ao meio ambiente, pois estas sacolas são transportadas a distâncias 
 
 
24 
 
enormes. Devido ao material extremamente leve das sacolas, são levadas pelo vento e pelas 
chuvas, chegando aos rios e ao mar, espalhando-se assim pelo planeta inteiro. 
 
 
FIGURA 05 - ANIMAIS COMENDO SACOLA PLÁSTICA. 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.freedigitalphotos.net>. Acesso em: 25. Jan. 2011. 
 
 
Animais silvestres e de criação humana, ao ingerirem estas sacolas plásticas deixadas 
ou levadas pelo vento ao meio ambiente, morrem por asfixia ou intoxicação (FIGURA 05). 
Milhares de aves marinhas, tartarugas, baleias e golfinhos morrem todos os anos por engolir 
grande quantidade destes plásticos que chegam ao oceano. No ano de 2002 foi encontrada uma 
baleia morta na costa da Normandia com 800 kg de sacos plásticos em seu estômago. 
A Irlanda foi o primeiro país a proibir o uso de sacolas plásticas gratuitas. Com esta 
medida a utilização de sacolas plásticas diminuiu em 90% e o dinheiro cobrado pelas sacolas 
vendidas em supermercados rendeu 23 milhões de euros para o investimento em proteção e 
preservação de projetos em auxílio ao meio ambiente. Em vários países da Europa as 
sacolinhas plásticas gratuitas estão proibidas e a reutilização e adoção de sacolas de pano 
retornáveis ou caixas de papelão é uma medida utilizada com êxito para solucionar o problema 
do excesso e desperdício destas sacolas poluidoras do meio ambiente (FORATTINI, 1991). 
 
 
 
25 
 
Os entupimentos de bueiros e mesmo canais fluviais de sistemas de esgoto causam 
enchentes de grandes proporções pela quantidade de plásticos que chegam ao leito das águas 
fluviais por meio das chuvas. 
Na África do Sul o problema relacionado à poluição do meio ambiente pelas sacolinhas 
tornou-se tão sério que o senhor Mohammed Valli Moosa, ministro do meio ambiente daquele 
país apelidou as sacolinhas plásticas de flor nacional. E na China são chamados de poluição 
branca, por causa da cor branca das sacolinhasde supermercados. 
Estima-se que a degradação dos sacos plásticos no meio ambiente demore cerca de 
100 anos. Sem falarmos dos outros tipos de plásticos que são lançados no meio ambiente em 
uma velocidade assustadora, como as também poluidoras e não biodegradáveis garrafas pet de 
plástico (FIGURA 06). 
 
 
FIGURA 06 - PLÁSTICOS VARIADOS POLUINDO O MEIO AMBIENTE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.freedigitalphotos.net>. Acesso em: 25. Jan. 2011. 
 
 
O primeiro estado brasileiro a tomar medidas para impedir ou diminuir o desperdício 
dos saquinhos plásticos e principalmente a degradação da natureza por meio do descarte 
 
 
26 
 
irresponsável desses na natureza foi o Rio de Janeiro, que no ano de 2010 começa a adaptar as 
leis municipais no sentido de diminuir a utilização das sacolinhas de supermercados. 
 
 
3.4 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS 
 
 
O planeta Terra é constituído em sua maioria de água, representando 75% de sua 
superfície coberta de água. Mas a maior parte desta água está presente na forma de água 
salgada e somente 2,5% da água no planeta é encontrada na forma de água doce. 
No ciclo natural, a água doce é encontrada na natureza no estado sólido como o gelo 
das regiões frias, como vapor pela evaporação devido ao calor e em estado líquido nos rios, 
lagos e no lençol freático. A maior parte desta água doce está na forma sólida, como gelo das 
regiões frias. A outra parte maior encontra-se no lençol freático, que é a água armazenada no 
interior do solo, vinda da infiltração desta água no solo (GRÁFICO 01). 
 
 
GRÁFICO 01 – DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DA ÁGUA NO PLANETA TERRA. 
 
FONTE: Adaptado de HIGGINS; KASSAM; NAIKEN, 1982. 
 
 
27 
 
A poluição das águas ocorre principalmente por esgoto doméstico, poluição industrial e 
insumos agrícolas. 
O esgoto doméstico é lançado nos córregos, rios e mar de forma displicente e sem 
tratamento adequado. Poluindo grande parte das águas doces próximas às cidades e vilarejos 
humanos, causa uma série de doenças e degradação do meio ambiente. 
A poluição pelas indústrias que na maioria das vezes não tratam seus dejetos, 
jogando-os em rios e lagos, deixam um rastro de degradação ambiental enorme, matando 
plantas e animais com produtos tóxicos e metais pesados dos mais variados tipos. 
E temos também a poluição das águas por agrotóxicos e fertilizantes que são jogados 
nas plantas, e com as chuvas estes venenos são infiltrados no solo até o lençol freático ou 
levados juntamente com as enxurradas para os rios e lagos. Envenenando, portanto as águas e 
causando grandes problemas ambientais. 
 
 
3.5 POLUIÇÃO SONORA E POLUIÇÃO VISUAL 
 
 
A poluição sonora constitui também outra ameaça grave à saúde e qualidade do 
ambiente humano. Poluição sonora é um som ou ruído indesejável, lançado na atmosfera sem 
atentar para os efeitos maléficos que se possa causar (ODUM, 1971). 
Os ruídos causadores de poluição sonoros mais conhecidos são aqueles provenientes 
da indústria aérea e de algumas máquinas industriais ou mineradoras. Sabemos atualmente que 
o som com alta intensidade ou prolongado por longos períodos de tempo danifica a audição em 
caráter permanente, prejudicando os seres vivos em geral. 
A poluição sonora somente pode ser percebida pelo sentido da audição, o que faz com 
que as pessoas subestimem seus danos à saúde, que podem abranger stress físico e mental, 
insônia, dor de cabeça, perda da produção pessoal, sensação de mal-estar e cansaço, 
 
 
28 
 
hipertensão arterial, etc. A Organização Mundial de Saúde considera que o som deve 
permanecer até 50db (decibéis – unidade de medida de som) para evitar prejuízos à saúde 
humana (ODUM, 1971). 
O som em volumes altos e constantes deve ser considerado como um poluente 
potencialmente sério e como uma ameaça grave à saúde ambiental. 
Convencionou-se chamar de poluição visual o excesso de materiais relacionados a 
propagandas como os outdoors, faixas, placas, cartazes, painéis luminosos e tantos outros que 
se inventam a cada dia. Acrescentando-se também a degradação de propriedades públicas com 
a prática da pichação, o lixo exposto e as edificações com falta de manutenção. 
Nas grandes cidades o número desses meios de propaganda excessivos aumenta 
demasiadamente, comprometendo a visualização com integrações exageradas que 
comprometem e trabalham para a degradação das mesmas. 
Os efeitos psicológicos na saúde humana têm sido estudados na relação com a 
poluição visual, que pode causar stress com o desconforto e a agressão visual. 
A primeira cidade brasileira a se preocupar com a poluição visual a ponto de fazer leis 
específicas para este fim foi a cidade de São Paulo, que em 2006 criou a lei municipal conhecida 
como “cidade limpa”, na qual é proibida a vinculação de propagandas exageradas em todo o 
município de São Paulo. As cidades de Porto Alegre e Curitiba já estão com propostas para 
seguirem o exemplo iniciado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
 
Segundo o dicionário de ecologia e ciências ambientais (ART, 2001), o 
desenvolvimento sustentável baseia-se no crescimento econômico e atividades que não 
esgotam nem degradam os recursos ambientais, dos quais depende o crescimento econômico. 
Entretanto, a classificação mais aceita para desenvolvimento sustentável é “o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a 
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não 
esgota os recursos para o futuro”. Esta definição foi criada pelas Nações Unidas na Comissão 
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987, no famoso relatório Brundtland, com 
o objetivo de discutir e propor meios de desenvolver uma conservação ambiental frente ao 
desenvolvimento humano. E foi nesta mesma Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento criado o termo ‘desenvolvimento sustentável’ (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE 
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). 
Portanto, a ideia central é crescer e se desenvolver sem destruir ou danificar o meio 
ambiente e sem esgotar os recursos naturais. 
Mas para entendermos porque chegamos a este estágio de excessos de toda espécie 
que repercutiram negativamente no meio ambiente, temos que analisar historicamente o que nos 
trouxe ao ponto crucial de invariavelmente termos a necessidade de um desenvolvimento 
sustentável para assegurarmos a nossa própria sobrevivência. 
Na metade do século 19, o progresso foi vinculado ao desenvolvimento, e isto a 
qualquer custo foi incutido na forma de pensar e agir da sociedade econômica na revolução 
industrial. Com isso, foram estimuladas as instalações de fábricas de forma bastante capitalista, 
ou seja, incentivando as práticas de consumo e a exploração exagerada de matéria-prima para 
realizar os objetivos essencialmente capitalistas (CAMPBELL, 1972; CARTER, 1995). 
O resultado deste sistema instalado e estimulado foram os impactos ambientais 
negativos que atualmente são observados com tamanha magnitude. 
 
 
30 
 
Dentro destas atitudes de crescimento egoísta e capitalista são gerados os fatores de 
degradação ambiental que conhecemos atualmente como o aquecimento global, o efeito estufa, 
o buraco na camada de ozônio, a chuva ácida, a contaminação e poluição do ar, da água e dos 
solos, a inversão térmica, a extinção de plantas e animais e tantas outras. E os nossos 
conhecidos problemas só tendem a aumentar se não adotarmos atitudes conscientes de 
desenvolvimento sustentável (CAVALCANTI, 1995). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
5 CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
 
Os termos conservação e preservação são utilizados muitas vezes como sinônimos, 
mas esse é um erro que precisamos corrigir conhecendo a significação correta destas duas 
palavras. Foi nos Estados Unidos, por volta do final do século XIX que surgiram estasduas 
correntes ideológicas conhecidas como conservacionismo e preservacionismo (ECKHOLM, 
1982). 
O preservacionismo prega a preservação da natureza da forma como essa é em seu 
estado natural e relaciona o ser humano como um ser extremamente daninho para o meio 
ambiente. Esta corrente de pensamento tem em seus preceitos que a natureza deve ser mantida 
sem nenhuma interferência do ser humano. Devem ser criados parques nacionais estáticos de 
proteção ao meio ambiente, ou seja, com o intuito explicitamente protetor, estes santuários 
intocáveis estariam livres da exploração, degradação, consumo e até estudos feitos pelo ser 
humano. 
Este tipo de pensamento preservacionista, atualmente é considerado muitas vezes como 
radical, e as pessoas que pensam desta forma são apelidadas hoje pelos cientistas e pessoas 
que trabalham seriamente com a natureza de ecoloucos. Esse pensamento evidencia-se por 
meio de estudos, comprovando que o meio ambiente pode ser resguardado e explorado de 
maneira racional, como prega o desenvolvimento sustentável, e sabe-se também que cada vez 
mais são encontradas formas para que o ser humano viva em harmonia com a natureza. 
O movimento conservacionista é mais consciente, exaltando o amor à natureza e ao 
meio ambiente aliado ao uso racional de matéria-prima e bens naturais, concorrendo com o 
auxílio e manejo criterioso pelos seres humanos. Fazendo com que possamos nos perceber 
como parte integrante desta mesma natureza e do processo gestor destes recursos. Esse modo 
de pensar é muitas vezes visto como o meio termo entre o preservacionismo e o 
desenvolvimento capitalista inicial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO, 1988). 
 
 
 
32 
 
Caracterizando assim, como pensamento da maioria dos movimentos ambientalistas 
sérios e responsáveis, que acreditam e aplicam o desenvolvimento sustentável com qualidade 
de vida e conservação dos atributos essenciais para uma natureza saudável e sem excessos 
capitalistas e irresponsáveis por parte dos seres humanos. 
A reciclagem, a mudança dos padrões de consumo capitalistas, a igualdade social com 
justiça, o uso de energias renováveis, o respeito à biodiversidade e principalmente a inclusão 
das políticas ambientais nos processos de tomadas de decisões no âmbito político, empresarial 
e mundial são princípios defendidos pelo modo de agir proposto pelo conservacionismo. 
A criação de áreas de preservação responsáveis para ecossistemas frágeis e que 
contenham grande número de espécies em perigo de extinção é uma das ações defendidas pela 
corrente conservacionista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
6 ATUAÇÃO RESPONSÁVEL 
 
 
“Até hoje o homem atuou no seu ambiente como um parasita, tomando 
o que deseja com pouca atenção pela saúde do seu hospedeiro, isto é, 
do sistema de sustentação da sua vida - o meio ambiente” (Odum, 
1971. p. 811). 
 
 
Atualmente as empresas de todos os setores e principalmente aquelas que trabalham 
oferecendo seus produtos diretamente ao público geral, estão cada vez mais preocupadas em 
promover ações que demonstrem sua preocupação com a manutenção e proteção do meio 
ambiente. Mas se analisarmos melhor esta questão, vamos perceber que na verdade estas 
empresas estão realmente preocupadas em demonstrar essas ações voltadas à preocupação 
com a natureza, para o seu público-alvo, ou seja, seus clientes. Portanto, percebemos que a 
natureza não é o foco principal gerador destas ações de respeito à natureza, e sim a pressão 
cada vez maior que as pessoas estão fazendo com relação à tomada de atitudes positivas para 
proteger o meio ambiente (MEADOWS, 1992). 
Essa pressão exercida pelo público em geral é bastante positiva para a natureza e 
incentivada pelos setores que trabalham seriamente com as questões ligadas ao meio ambiente. 
Cada vez mais famosas e em andamento, as sabotagens ecológicas ou 
ecosabotagens são as ações empreendidas pelo público, cliente comum, ou ações incentivadas 
por ONGs e movimentos ambientalistas no sentido de realizar uma verdadeira sabotagem em 
relação aos produtos e serviços que não tenham a devida preocupação com o meio ambiente ou 
que utilizem animais em seus testes. 
Essas iniciativas fizeram com que grande parte das empresas de produtos e serviços 
modificasse seus métodos de relacionamento e manufatura de produtos, com uma preocupação 
maior em assuntos ligados ao respeito aos animais e ao meio ambiente. 
 
 
34 
 
“Para nós, o verde da ecologia traz o verde do dinheiro. Estamos em 
um período em que a melhora ambiental leva à lucratividade.” Jeffrey 
R. Immelt, Presidente da General Electric. (GORE, 2006. p. 274) 
 
 
Começa a surgir então o chamado mercado consumidor verde, que exige a aquisição 
de produtos e serviços preocupados com o futuro do planeta, de empresas que comprovem a 
utilização de matérias-primas provenientes de energias limpas e de forma sustentável, utilizando 
alimentos produzidos de forma orgânica, preferindo papel reciclado, recipientes reutilizáveis e 
todas as formas de produtos que beneficiem questões relativas ao meio ambiente. 
As pessoas começam a preferir uma atuação responsável em suas ações como 
consumidores e como modos de viver diariamente, reciclando, aproveitando, reutilizando, 
economizando, conscientizando-se, mobilizando-se, agindo em favor do meio ambiente e 
necessariamente de nós mesmos. 
 
“Agora, só depende de nós. Precisamos colocar em ação a nossa 
democracia, e a capacidade que Deus nos deu de raciocinar juntos 
sobre o nosso futuro, e fazer opções morais para mudar as políticas e 
os comportamentos nocivos que, se continuarem, deixarão um planeta 
degradado, empobrecido e hostil para os nossos filhos e netos - e para 
toda a humanidade. Creio que esta é uma questão moral.“ Al Gore. 
(GORE, 2006. p. 297 e 298) 
 
Velhos hábitos devem dar lugar a bons e novos pensamentos! 
 
“O grande problema não é o que você não sabe. É o que você tem certeza que sabe, só 
que não é verdade. Mark Twain.” (GORE, 2006) 
 
 
 
 
35 
 
7 MEIO AMBIENTE MUNDIAL: PRINCIPAIS ATUAÇÕES MUNDIAIS 
 
 
7.1 O CLUBE DE ROMA – 1972 
 
 
O Clube de Roma é hoje uma organização não governamental (ONG) que teve início 
em abril de 1968 como um pequeno grupo de 30 profissionais empresários, diplomatas, 
cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez 
países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos 
recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais. Pelo fato desta primeira reunião ter 
acontecido na Academia dei Lincei em Roma na Itália, o nome sugestivo de ‘Clube de Roma’ 
deu denominação à entidade. 
Inicialmente este grupo foi convidado pelo industrial italiano Aurélio Peccei (Gestor da 
Fiat e Olivetti e diretor da Italconsult) e o cientista escocês Alexander King para esta reunião 
focando o pensamento de curto prazo nos assuntos internacionais voltados ao meio ambiente. 
Foi então que nesta reunião cada participante se comprometeu a sensibilizar os líderes mundiais 
e os tomadores de decisão sobre as questões intrínsecas no sentido de que as consequências 
em longo prazo da crescente interdependência global dos recursos naturais que até então são 
utilizados de forma indiscriminada, como se os mesmos não fossem finitos, em um planeta 
também finito. 
O Clube de Roma ficou ainda mais conhecido quando no ano de 1972, o grupo de 
pesquisadores liderados por Dennis L. Meadows encomendou um relatório elaborado por um 
grupo de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) (Instituto de tecnologia de 
Massachusetts) abordando temas relacionados ao meio ambiente e aos recursos naturais, 
propondo a utilização do princípio de desenvolvimento sustentável para pautar as ações no 
mundo, salientando que os recursos naturais no Planeta Terra são finitos. 
 
 
 
36Este relatório denominado ‘Os Limites do Crescimento’, vendeu mais de 12 milhões de 
exemplares e foi traduzido para 30 idiomas, tornando-se um dos documentos mais vendidos 
sobre meio ambiente no mundo. O referido relatório demonstra por meio de programas de 
computador uma prospecção sobre a utilização dos recursos naturais indiscriminadamente e 
salienta que este sistema tende a entrar em colapso se uma modificação nas atitudes do ser 
humano não for iniciada imediatamente (Site http://www.clubofrome.org). 
Com base nesta reação positiva em relação ao relatório de 1972 e as questões 
abordadas, o Clube de Roma passou a desenvolver e publicar relatórios sobre as questões 
ambientais globais verificadas pelo grupo, com o objetivo de sensibilizar os líderes e tomadores 
de decisão sobre a interação delicada entre o desenvolvimento econômico da humanidade e a 
fragilidade da natureza. Com essa iniciativa foram criados em vários países os respectivos 
Ministérios do Meio Ambiente e órgãos afins com o intuito de fiscalizar e preservar o meio 
ambiente. 
A repercussão internacional do relatório fez com que este fosse o principal objeto de 
discussão no mesmo ano de 1972 da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente 
Humano, mais conhecida como Conferência de Estocolmo. E de outras conferências e encontros 
relacionados com o meio ambiente que se seguiriam. E ainda hoje o relatório ‘Os Limites do 
Crescimento’ se mostra bastante atual nas questões que aborda com muita propriedade. 
Em ‘Os Limites do Crescimento’, encontramos a preocupação e o aviso de que a 
população humana cresce conforme o chamado crescimento exponencial, em que o número de 
indivíduos dobra de uma geração para a outra. E lembra que desta forma os recursos naturais 
no planeta Terra acabarão rapidamente. Portanto, no relatório os pesquisadores chegam à 
conclusão de que se o ser humano não parar de se reproduzir tanto, não haverá comida dentro 
de pouco tempo. 
No relatório os pesquisadores dão um exemplo de crescimento exponencial: 
 
Diz uma velha lenda persa que um inteligente cortesão deu de 
presente ao rei um tabuleiro de xadrez e pediu ao monarca que, em 
retribuição, lhe desse um grão de arroz para o primeiro quadrado do 
tabuleiro, dois para o segundo, quatro para o terceiro e assim por 
 
 
37 
 
diante. Concordou prontamente o rei, e ordenou que trouxessem arroz 
dos seus celeiros. O quarto quadrado do tabuleiro exigiu 8 grãos, o 
décimo 512, o décimo quinto 16.384 e o vigésimo primeiro deu ao 
cortesão mais de um milhão de grãos de arroz. Lá pelo quadragésimo 
quadrado, um trilhão de grãos teve que ser trazido dos celeiros. Todo 
o suprimento de arroz do rei já se esgotara muito antes de ter sido 
atingido o sexagésimo quarto quadrado. O crescimento exponencial é 
enganador porque introduz números incríveis com muita rapidez 
(MEADOWS et al, 1972, p. 25) 
 
 
Salientando então a forma com que o crescimento exponencial ocorre na reprodução 
humana, de modo que se uma família tem cinco filhos e cada um destes filhos tiver também os 
seus cinco filhos, antes do patriarca morrer teremos 25 descendentes na família. E supondo que 
esses também tenham cinco filhos cada, teremos o crescimento exponencial, aumentando este 
número de indivíduos de forma assustadora. 
Portanto, o controle da explosão demográfica foi um dos itens analisados no relatório, 
interligando-o à necessidade crescente de alimentação e utilização dos recursos naturais. 
Salientando também a poluição e destruição da natureza de forma geral engendrada por essa 
grande quantidade de pessoas ao longo do tempo. 
Atualmente o Clube de Roma é enquadrado como uma Organização Não 
Governamental (ONG) sem fins lucrativos, independente de quaisquer interesses políticos, 
ideológicos ou religiosos, e contribui significativamente em âmbito mundial para o 
desenvolvimento real e para a aplicação do conceito de sustentabilidade. E atua também na área 
de educação ambiental, assistência social e meio ambiente, apontando soluções pertinentes aos 
mais variados assuntos voltados ao meio ambiente mundial. 
Ainda com a premissa de que “o consumo ilimitado e crescimento em um planeta com 
recursos limitados não podem continuar para sempre e é realmente perigosa” (MEADOWS et al, 
1972) o Clube de Roma atua no século 21 preocupado também com questões relacionadas à 
crescente desigualdade social no plano global e às consequências das alterações climáticas no 
mundo. 
 
 
38 
 
Contando com 30 Associações Nacionais que representam a entidade em mais de 30 
países nos cinco continentes, o Clube de Roma conta agora com a ideia de mobilizar as 
gerações mais jovens na luta a favor dos preceitos defendidos por seus membros. 
A sede atual encontra-se em Winterthur, na Suíça, com a perspectiva de atuar no 
âmbito ligado à sustentabilidade ambiental, ao crescimento econômico, ao consumo desenfreado 
de recursos naturais, na paz, na segurança e na demografia, tudo isso a nível mundial. 
Atualmente, os membros do Clube de Roma acreditam que o caminho para o 
desenvolvimento sustentável no mundo repousa em cinco agrupamentos de conceitos que 
necessitam ser estudados e bem analisados: Meio ambiente e recursos; globalização e 
desenvolvimento sustentável internacionais; transformação social; paz e segurança. 
 
 
O dilema da humanidade é que o homem pode perceber a 
problemática e, no entanto, apesar de seu considerável conhecimento 
e habilidades, ele não compreende as origens, o significado e as 
correlações de seus vários componentes e, assim, é incapaz de 
planejar soluções eficazes. Fracasso que ocorre, em grande parte, 
porque continuamos a examinar elementos isolados na problemática, 
sem compreender que o todo é maior do que suas partes; que a 
mudança em um dos elementos significa mudança nos demais 
(MEADOWS et al, 1972, p. 11) 
 
Exercício 5 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
8 A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO – 1972 
 
 
No período de 5 a 15 de junho de 1972 aconteceu a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia. Esta conferência 
ficou mais conhecida como Conferência de Estocolmo, por ter ocorrido neste lugar. 
A conferência procurou abordar temas referentes ao ambiente humano no que tange a 
critérios e princípios para preservar e melhorar o ambiente humano, compreendendo este 
ambiente humano como os ambientes do planeta Terra onde existam e convivam seres 
humanos. 
A Conferência de Estocolmo proclamou alguns itens importantes sobre o citado 
ambiente humano e a convivência pacífica entre humanos e nações, e este documento intitulado 
‘Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano’ faz menção a 
assuntos realmente importantes e que são atuais ainda hoje. Está disponível nos anexos desta 
apostila o texto integral desta declaração, que contextualiza o resultado da conclusão obtida 
nesta conferência. 
Partindo da premissa de que o ser humano é o artífice do seu meio ambiente, esta 
declaração gerou itens que servem como subsídios para a boa convivência das nações, 
preocupando-se com as diferenças entre os países desenvolvidos e os países em 
desenvolvimento, dentro das exigências de um meio ambiente saudável para todos os habitantes 
do planeta. Portanto, a conferência de Estocolmo abordou temas como a resolução dos 
problemas relacionados ao aumento da poluição no planeta e a degradação da natureza como 
um todo. 
Como vimos anteriormente, o homem começa a se preocupar com o tema meio 
ambiente no que tange a poluição das águas, do ar, do solo e dos seres vivos, assim como todos 
os grandes transtornos no equilíbrio ecológico da biosfera, que começam a aparecer com o 
advento da revolução industrial e com a destruição e o esgotamento dos recursos naturais. 
 
 
 
40 
 
Nesse ínterim, surge então a necessidade destes encontros e convenções para que se 
discuta e secriem regras para a boa convivência das nações, tendo em vista que as ações de 
um país mesmo que distante, pode acarretar sérios prejuízos para os outros países. Um 
exemplo muito claro deste prejuízo acarretado por ações de países distantes é a dispersão do 
veneno DDT (diclorodifeniltricloretano) que foi largamente utilizado a partir da Segunda Guerra 
Mundial e se espalhou pelo mundo inteiro inclusive em regiões remotas como a Antártida, 
contaminando os pinguins, pássaros, peixes e outros animais desta localidade. 
A declaração sobre o ambiente humano da Convenção de Estocolmo assegura que 
“Por ignorância ou indiferença podemos causar danos imensos e irreparáveis ao meio terráqueo, 
do qual dependem a nossa vida e o nosso bem-estar”, e partindo deste princípio articula os 
meios para que se compreenda que o ser humano tem o dever de respeitar o próprio ambiente 
em que vive, sob pena de ser o maior prejudicado pelas suas próprias ações impensadas. 
Entretanto, na época em que ocorreu a Convenção, a ideia que se defendia era a de 
que as fábricas advindas da revolução industrial eram as responsáveis pela grande poluição 
causadora dos problemas observados no planeta, portanto o ideal de preservação da natureza 
era a completa estagnação ou retrocesso da causa da poluição: o progresso! 
Esta ideia foi chamada de “crescimento zero” e dava a entender que o 
desenvolvimento fosse totalmente estagnado, mas a realidade dos países subdesenvolvidos era 
a grande pobreza que imperava. Portanto, os países subdesenvolvidos não acataram a ideia do 
‘crescimento zero’ e criaram outra alternativa, que era totalmente contrária a esta, a ideia do 
“crescimento a qualquer custo”. 
Vimos então os países subdesenvolvidos levantarem em sua defesa à ideia de que era 
a pobreza que originava os problemas ambientais, no caso dos países subdesenvolvidos, e que 
era então a pobreza o foco que deveria ser atacado. Portanto, conclamavam que era a pobreza 
a causadora principal da poluição, de forma que se tornava prioridade para sua população a 
obtenção de mais alimento, emprego, assistência médica e sanitária do que a redução da 
poluição atmosférica. 
Observamos inclusive que o Brasil foi um dos maiores apoiadores da questão 
‘crescimento a qualquer custo’, liderando com veemência o bloco dos contestadores do controle 
de natalidade e da redução do crescimento. Defendiam a premissa de que todos têm direito ao 
 
 
41 
 
crescimento econômico a qualquer custo, chegando a salientar que este crescimento se daria 
mesmo à custa de grande degradação ambiental. No importante livro escrito por Al Gore (2006), 
‘Uma Verdade Inconveniente’ ele comenta uma frase interessante: “É difícil conseguir que uma 
pessoa compreenda alguma coisa quando o salário dela depende de não compreender isso. 
Upton Sinclair”. 
Na Conferência de Estocolmo o Brasil liderou 77 países dos 113 participantes. Na 
época da citada Conferência em que o Brasil encontrava-se sob regime militar, o próprio Ministro 
brasileiro Costa Cavalcante declarou a frase “Desenvolver primeiro e pagar os custos da 
poluição mais tarde” (VIOLA; REIS, 1983). Chegando a viabilizar o ato de estender a famosa 
faixa com os dizeres “Bem-vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que 
não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua 
poluição, porque nós queremos empregos e dólares para o nosso desenvolvimento” 
(MANSHARD, 1973). 
O relatório ‘Os Limites do Crescimento’ publicado pelo Clube de Roma teve grande 
influência no bloco dos países que defendiam a preservação do meio ambiente, e foi um dos 
marcos documentais iniciais pela discussão relacionada à preservação da natureza dentro do 
desenvolvimento humano. Outro grande documento que foi considerado a base para a 
Conferência de Estocolmo foi o estudo de responsabilidade de Bárbara Ward e René Dubos 
intitulado “Only one earth: the care and maintenance of a small planet”, encomendado pelas 
Organizações das Nações Unidas (ONU), que pode ser traduzido literalmente como ‘Apenas 
uma Terra: o cuidado e a manutenção de um pequeno planeta’. Este estudo reuniu 70 
pesquisadores e especialistas do mundo inteiro e a maioria de suas conclusões corroborou com 
as conclusões do Relatório do Clube de Roma. 
Com esta acirrada discussão compreendendo que se houver desenvolvimento não 
existe a preservação do meio ambiente e por outro lado, se houver preservação da natureza não 
ocorre o desenvolvimento humano, chegou-se a uma postura chamada “ecodesenvolvimentista”, 
que propõe um desenvolvimento possível somente se atento a três fatores essenciais para a 
continuação de um ambiente saudável para a vida humana, que seriam: Eficiência econômica, 
igualdade social e equilíbrio ecológico. 
 
 
 
42 
 
Partindo então destas três premissas os países participantes da Conferência de 
Estocolmo chegaram à referida ‘Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o 
Ambiente Humano’, que propõe a abordagem ecodesenvolvimentista, o que é bastante parecido 
com o que hoje conhecemos pelo nome de desenvolvimento sustentável. 
Incluindo alguns itens de preocupação integralmente focada nos países em 
desenvolvimento, a Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano (1972) tem como 
princípios que “o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras 
formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas”. E 
vários outros princípios voltados à preservação dos ecossitemas, do meio ambiente e da 
natureza em geral, preservando-os para as futuras gerações. 
A Conferência de Estocolmo foi importante por ter sido a primeira reunião deste porte a 
tratar de assuntos ligados à proteção do meio ambiente e por promover a criação do Programa 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), tornando-se a primeira agência ambiental 
de âmbito global. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
9 CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL DE TBILISI E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL - 
1977 
 
 
A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental aconteceu em Tbilisi, 
Geórgia, ex-União Soviética (URSS), compreendida durante treze dias no período de 14 a 26 de 
outubro de 1977. Esta Conferência ficou mais conhecida por Conferência de Tbilisi, pela razão 
de ter ocorrido neste local. 
A Conferência de Tbilisi tratou de assuntos voltados especialmente à Educação 
Ambiental, embora muitos sugiram que foi uma continuação da Conferência de Estocolmo, 
ocorrida no ano de 1972. 
A UNESCO e PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) 
promoveram três conferências internacionais voltadas especificamente para a educação 
ambiental, e a primeira foi a Conferência de Belgrado, realizada no ano de 1975, na cidade de 
Belgrado (Iugoslávia). Onde foi escrito o importante documento denominado ‘Carta de Belgrado’, 
considerado um dos documentos mais importantes sobre educação ambiental e de grande 
lucidez gerados na década de 1970. A reprodução literal do documento ‘Carta de Belgrado’ 
encontra-se nos anexos desta apostila. 
A segunda Conferência organizada pela UNESCO e PNUMA foi a Conferência de 
Tbilisi, a primeira e mais importante Conferência sobre Educação Ambiental a nível 
intergovernamental. Endossada por 150 países dentre os quais o Brasil não participou em 
caráter oficial. 
A Conferência de Tbilisi foi crucial para o desenvolvimento da primeira fase do 
Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), que foi inicialmente sugerido na 
Conferência de Estocolmo e realmente iniciado somente na Conferência de Belgrado. 
Na Conferência de Tbilisi foram organizadas quarenta e uma recomendações sobre 
educação ambiental a nível mundial, considerados um grande marco na educação ambiental. 
Este documento está anexo nesta apostila. 
 
 
44 
 
Sugerem as recomendações organizadas na Conferência de Tbilisi que a educação 
ambiental deveser trabalhada com enfoque global e com base interdisciplinar. E que o processo 
educativo deve ser renovado e reformulado, nas bases da educação ambiental no ensino formal 
e informal, para todas as classes e faixas etárias de forma permanente. 
Este documento deixa claro que a educação ambiental deve considerar não somente a 
fauna e a flora, mas incluir também os aspectos sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, 
culturais, ecológicos e éticos (DIAS, 2000). 
O Brasil iniciou o trabalho de educação ambiental com o documento elaborado pelo 
Ministério da Educação denominado ‘Ecologia: uma proposta para o ensino de 10 e 20 graus’, 
apresentando um enfoque contrário ao sugerido pela Conferência de Tbilisi, pois trata da 
educação ambiental somente no aspecto das ciências biológicas, esquecendo-se de acrescentar 
a questão social, cultural e política (DIAS, 2000). 
A terceira Conferência Internacional sobre educação ambiental, organizada pena 
UNESCO e PNUMA aconteceu em Moscou (URSS), no ano de 1987, contando com a 
participação de cem educadores ambientais provenientes de cem países (PEDRINI, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
10 O PROTOCOLO DE MONTREAL E A CAMADA DE OZÔNIO – 1987 
 
 
O Protocolo de Montreal é um tratado acordado mundialmente com 150 países que se 
propuseram a substituir as substâncias que reagem com o ozônio (O3) na atmosfera e que 
causam por isso a destruição do ozônio presente na ozonosfera, mais conhecida como ‘camada 
de ozônio’, que protege os seres vivos do planeta Terra das emissões nocivas dos raios 
ultravioletas provenientes do sol. Esses gases são os mesmos responsáveis pelo conhecido 
“buraco” na camada de ozônio. 
As adesões do Tratado de Montreal foram iniciadas em 16 de setembro de 1987 e 
entraram em vigor em primeiro de janeiro de 1989. E nos anos de 1990, 1992, 1995, 1997 e 
1999 o documento assinado neste tratado foi revisado, foram acrescentadas outras substâncias 
responsáveis por destruir a camada de ozônio e reassumido o comprometimento de preservar a 
camada de ozônio. 
Na data de 16 de setembro é considerado o dia Internacional para a preservação da 
Camada de Ozônio, em comemoração ao dia em que entrou em adesão para as assinaturas do 
Tratado de Montreal. 
A meta principal foi a de substituir a utilização dos quinze tipos de CFCs 
(clorofluorcarbonetos) utilizados no mundo inteiro, pois são reconhecidamente os CFCs 
principais geradores da destruição da camada de ozônio por reagirem com o ozônio da 
ozonosfera. 
Os CFCs foram largamente utilizados desde a década de 1920 quando foram 
inventados pelo ser humano, como gás de refrigério em geladeiras, freezer, aparelhos de ar-
condicionado, propelentes em latas de aerossol. 
Um período de dez anos foi acordado para que fosse totalmente substituída à 
utilização do composto CFC e atualmente as substâncias que mais são utilizadas em 
substituição são os gases butano (C4H10) e propano (C3H8). 
 
 
 
46 
 
Tabela 01 – Substâncias que destroem a camada de ozônio, que englobam o 
Protocolo de Montreal 
 
 
FONTE: Montreal Protocol Unit. 
 
 
Vamos entender melhor esta destruição da camada de ozônio? 
A desintegração e a troca das moléculas de ozônio da estratosfera é um processo 
natural e contínuo na presença da luz ultravioleta do sol, portanto: 
A molécula de ozônio é composta por 3 átomos de oxigênio (O3) e a molécula de 
oxigênio por dois átomos de oxigênio (O2). Os átomos de Cloro (dos CFCs, por exemplo) reagem 
com o átomo de oxigênio livre, não permitindo que este oxigênio reaja novamente com mais dois 
átomos de oxigênio formando o ozônio. 
 
 
47 
 
Vamos analisar o esquema adaptado de Montreal Protocol Unit (2007) para melhor 
entender a formação e divisão das moléculas de ozônio pela radiação ultravioleta do sol: 
 
 
 
 
 
 
1. Uma molécula de oxigênio absorve a energia da radiação ultravioleta proveniente do 
sol e se divide, liberando dois átomos de oxigênio. 
 
 
 
 
 
 
 
2. Um átomo de oxigênio se combina com uma molécula de oxigênio para formar uma 
molécula de ozônio. 
 
 
 
 
Átomo de 
oxigênio 
Molécula 
de oxigênio 
Átomo de 
oxigênio 
UV 
Molécula de 
ozônio 
Molécula de 
oxigênio 
Átomo de 
oxigênio 
Átomo de 
oxigênio 
Molécula de 
oxigênio Molécula de 
ozônio 
UV
 
 
 
 
48 
 
3. Uma molécula de ozônio absorve a energia da radiação ultravioleta do sol e se divide 
liberando uma molécula de oxigênio e um átomo de oxigênio. 
Esta formação e divisão das moléculas de ozônio pela radiação ultravioleta do sol é 
algo absolutamente natural e ocorre normalmente na atmosfera e na chamada camada de 
ozônio. Então, o que o ser humano tem a ver com isso? 
Foi na década de 1920 que os primeiros compostos de gases chamados de CFC foram 
produzidos e na década seguinte passaram a ser utilizados em larga escala industrialmente. Em 
1970 o cientista James Lovelock observou que havia um tipo de CFC (o triclorofruorometano, 
conhecido como CFC-11) na atmosfera acima do país Irlanda (KIRCHHOFF, 2004). Observando 
também que a quantidade deste CFC na atmosfera era igual a toda a produção mundial de CFC 
até aquele momento! 
Estudos posteriores de especialistas e cientistas em fotoquímica e cinética química 
demonstraram que os CFCs não poderiam permanecer eternamente inalterados na atmosfera. 
Começando então uma pesquisa para saber o que acontecia com os referidos gases. E em 1972 
os cientistas Sherwood Rowland e Mário Molina descobriram que os CFCs quando ainda 
estavam na troposfera, camada mais próxima da crosta terrestre, permaneciam inalterados. 
Entretanto, quando se localizavam nas camadas superiores da atmosfera podiam ser 
decompostos pela radiação ultravioleta do sol. Passando a deixar um átomo de cloro solitário, 
que rapidamente reagem com as moléculas de ozônio na atmosfera. (STORLARKI; CICERONE, 
1974). 
O trabalho de pesquisa publicado por Molina e Roland (1974) no qual explicavam o 
mecanismo de destruição do ozônio na estratosfera, teve péssima aceitação por parte da 
indústria química, fazendo com que houvesse até a tentativa de destruir a credibilidade dos dois 
cientistas. 
Somente em 1985, com o resultado de uma pesquisa para o levantamento antártico 
britânico, que demonstrou a maciça destruição do ozônio estratosférico do polo sul, ocorrida 
desde os anos 1970, o caso ganhou notoriedade na imprensa e a comunidade científica passou 
a ter máxima preocupação com o que foi noticiado na imprensa como “o buraco na camada de 
ozônio” (LASZLO.; SEINFELD.; PANDIS, 2006). 
 
 
49 
 
O Protocolo de Montreal foi então uma ação resultado da grande preocupação com o 
chamado buraco na camada de ozônio, para acabar com a utilização dos gases destruidores do 
ozônio atmosférico que protege o nosso planeta do excesso da radiação ultravioleta do sol 
(HASS, 1992). 
Considerando então estas descobertas temos a situação na atmosfera na qual ocorre 
que: 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado de Montreal Protocol Unit. 
 
 
1. Um átomo livre de cloro pode destruir a molécula de ozônio e liberar uma molécula 
de oxigênio ao reagir com um átomo de oxigênio. 
2. Quando o átomo de cloro é liberado pela decomposição da molécula de CFC, segue 
destruindo as moléculas de ozônio. 
 
Exercício 7 
 
 
 
 
Molécula de 
ozônio Átomo de 
Cloro livre 
Molécula de 
oxigênio 
Átomo de Cloro 
combinado com átomo 
de oxigênio 
 
 
50 
 
11 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º 
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
VI – Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino

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