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DOCÊNCIA EM SAÚDE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 1 Copyright © Portal Educação 2012 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842m Meio ambiente e desenvolvimento sustentável / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 161p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-578-8 1. Meio ambiente. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Ecologia. 4. Conservação – Preservação. I. Portal Educação. II. Título. CDD 333.70981 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO GERAL AO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE ................................................ 5 1.2 HISTÓRICO DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA ..................................................................... 5 2 O PAPEL DA ECOLOGIA E CONCEITOS RELACIONADOS AO MEIO AMBIENTE ............. 10 3 POLUIÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................................... 12 3.1 TIPOS DE POLUIÇÃO .............................................................................................................. 13 3.2 PROBLEMAS COM A POLUIÇÃO ............................................................................................ 14 3.2.1 Poluição Atmosférica ................................................................................................................. 18 3.2.2 Aquecimento Global, Efeito Estufa e Buraco na Camada de Ozônio ........................................ 20 3.3 O ADVENTO DAS SACOLAS PLÁSTICAS ............................................................................... 23 3.4 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS .......................................................................................................... 26 3.5 POLUIÇÃO SONORA E POLUIÇÃO VISUAL ........................................................................... 27 4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................................... 29 5 CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ..................................... 31 6 ATUAÇÃO RESPONSÁVEL ..................................................................................................... 33 7 MEIO AMBIENTE MUNDIAL: PRINCIPAIS ATUAÇÕES MUNDIAIS ...................................... 35 7.1 O CLUBE DE ROMA – 1972 ..................................................................................................... 35 8 A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO – 1972 ........................................................................... 39 9 CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL DE TBILISI E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL – 1977 .................................................................................................................................................. 43 3 10 O PROTOCOLO DE MONTREAL E A CAMADA DE OZÔNIO – 1987 .................................... 45 11 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL .......... 50 12 ECO-92: O PLANETA PEDE SOCORRO – 1992 ..................................................................... 51 13 A AGENDA 21 .......................................................................................................................... 54 13.1 RIO + 10 – 2002 ........................................................................................................................ 55 13.2 RIO + 15 – 2007 ........................................................................................................................ 57 14 O PROTOCOLO DE KYOTO E A EMISSÃO DE CO2 – 1998 -2005 ....................................... 59 14.1 O PAPEL DA RÚSSIA NO PROTOCOLO DE KYOTO – 2004.................................................. 63 15 A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – 1981 .......................................................... 65 16 A LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 9.605/1998 ........................................................................ 69 17 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL (EIA/RIMA) .................................................................................. 72 18 O DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO ................................................................................... 76 19 FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL: GESTÃO AMBIENTAL E AUDITORIA AMBIENTAL ................................................................................................................... 79 20 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 83 21 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA E AMBIENTAL – O CASO DE EMPRESAS BEM-SUCEDIDAS ............................................................................................................................... 87 22 CRISE AMBIENTAL E OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ................... 92 23 MOVIMENTO ECOLÓGICO ...................................................................................................... 99 24 ECO-DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................. 105 25 O DESENVOLVIMENTO DAS POPULAÇÕES HUMANAS E OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO CULTURAL ................................................................................................... 112 4 26 RELAÇÃO ENTRE SOCIEDADE E NATUREZA ..................................................................... 117 27 EXPERIÊNCIAS DE SUSTENTABILIDADE ............................................................................ 123 28 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO VOLTADA PARA OS PROBLEMAS SOCIOECONÔMICOS E AMBIENTAIS ............................................................................................. 129 29 CIDADANIA E MEIO AMBIENTE ............................................................................................ 134 30 PERCEPÇÃO DO AMBIENTE EM QUE VIVEMOS ................................................................. 140 31 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO VOLTADA PARA OS PROBLEMAS AMBIENTAIS ....... 145 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 151 5 1 INTRODUÇÃO GERAL AO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE 1.2 HISTÓRICO DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA O movimento ambientalista inicialmente foi impresso na história do homem pelos teólogos e filósofos, cujo pensamento se baseava neste sentido, em colocar foco sobre Deus e a natureza. E a primeira notícia específica trata-se de Francisco de Assis (1181 a 1226), que reconhecidamente amava os animais e a natureza, embasando suas ideias na fraternidade e vivência do homem com respeito às outras criaturas da natureza (MIRAMEZ; MAIA, 1997). Ao século XVI remontam as primeiras questões do homem comum em relação ao contato estreito com a natureza, nas primeiras grandes navegações e ampliações das fronteiras mundiais para os continentes novos (HERCULANO, 1992). Principalmente no choque cultural ocorrido em relação à cultura europeia e costumes com os ritos e relações com o meio ambiente percebido nos habitantes das terras do novo mundo. No ano de 1500 com a carta de Pero Vaz de Caminha enviada ao rei de Portugal, na qual este relatava a natureza, os animais e a impressãocausada pelos habitantes das novas terras recém “descobertas” pelos portugueses, é um marco documental nesta diferença de culturas e costumes (GOLDSCHEIDER, 1971). Mas foi no século XVIII que a revolução industrial e tecnológica intensificou esta preocupação na relação homem e natureza, pois com o advento das indústrias em grande quantidade começam a haver as manifestações evidentes na natureza e nos animais de que o ser humano estaria modificando os ambientes naturais de forma drástica (SATO, 1996; CAVALCANTI, 1995). Com a revolução industrial na Inglaterra, temos o exemplo clássico das mariposas Biston betularia que existiam em maior quantidade na forma clara antes do advento da poluição pelas fábricas. E como nos mostra Darwin na seleção natural, estas mariposas foram selecionadas, pois os liquens nas cascas das árvores morreram por causa da poluição, e as 6 mariposas brancas não puderam mais se camuflar nos liquens brancos, sendo vistas pelos pássaros que se alimentavam delas (FIGURA 01). Então a forma negra da referida mariposa passou a dominar numericamente a forma branca, chegando a representar 90% das mariposas (DARWIN, 2009). FIGURA 01 - MARIPOSAS BISTON BETULARIA CAMUFLADA NO TRONCO DA ÁRVORE FONTE: Kettlewell; photographs by Haywood, 1958. O movimento ambientalista organizado iniciou realmente após a triste ocorrência das duas bombas atômicas lançadas na segunda guerra mundial em 1945 em Hiroshima e Nagasaki pelos Estados Unidos. Pois foi a partir deste episódio que o ser humano percebeu o imenso potencial destruidor que podemos ter (PAUL, 1981. BLOT, 1978). Destruindo a natureza e todos os seres vivos que nos cercam, inclusive nós mesmos! O surgimento dos hippies nas décadas de 1960 e 1970 é considerado o movimento ambientalista mais suave e tranquilo de que se têm notícias. 7 � O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos anos 60. O lema dos hippies era “paz e amor”! Adotavam um estilo de vida comunitário em comunhão com a natureza e as questões ambientais, que eram ideias respeitadas pela comunidade. Assim, como temas de religiões como o Budismo e o Hinduísmo. Em 1948 foi fundada na França a UICN, na época conhecida como União Internacional para a Proteção da Natureza (International Union for the Protection of Nature - IUPN). E em 1958 o nome da instituição foi modificado para União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources) com as siglas IUCN (Union internationale pour la conservation de la nature et de ses ressources – UICN, em francês). Atualmente conhecida como UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza é a primeira organização mundial voltada para ações no sentido da conservação do meio ambiente. Autoridade líder em temas conservacionistas do meio ambiente e desenvolvimento sustentável (Site UICN). No Brasil o movimento ambientalista teve início na década de 1950 com ações de grupos ambientalistas e preservacionistas. A União Protetora do Ambiente Natural (UPAN) foi fundada em 1955 pelo naturalista Henrique Roessler no Rio Grande do Sul, e a Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) é criada em 1958 no Rio de Janeiro concentrando atuações na preservação da fauna e da flora ameaçados de extinção (VIOLA; LEIS, 1992). http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Peace_symbol.svg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Peace_symbol.svg 8 Na década de 1970 começam a entrar em vigor no Brasil entidades sem fins lucrativos, denominadas organizações não governamentais (ONGs) como a WWF que na data de sua criação era uma sigla que significava World Wildlife Fund, que em português se traduz como Fundo Mundial para a Natureza, mas atualmente devido ao simbolismo causado pela sigla WWF ao redor do mundo e pelo conhecimento das ações iniciadas em favor da natureza, a entidade é conhecida simplesmente por WWF, não sendo mais traduzida com nenhum significado literal. A primeira ação da entidade no Brasil aconteceu no Rio de Janeiro em 1971 com o projeto ‘Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado’, que é um dos projetos do gênero mais bem sucedidos do mundo. E a partir da década de 1980 vêm auxiliando projetos como o ‘Projeto Tamar’ e outros pelo Brasil (Site WWF). Em 1971 um grupo de ambientalistas e jornalistas sai do porto de Vancouver no Canadá, para protestar contra os testes nucleares realizados pelos Estados Unidos. Nascia o Greenpeace. Organização global e independente que atua para defender o meio ambiente e promover a paz, inspirando as pessoas a mudarem atitudes e comportamentos. O Greenpeace é uma organização sem fins lucrativos que não aceita doações de governos ou partidos políticos. E a atitude de seus membros é pautada na não violência, utilizando-se de métodos criativos de confronto pacíficos para chamar a atenção do público para os problemas ambientais. Defendendo que a mudança de atitudes individuais pode fazer uma grande diferença para o futuro do planeta (Site Greenpeace). No início da década de 1990 o Greenpeace inicia uma série de ações no Brasil, no sentido de proteger o meio ambiente. Dentre as ações do Greenpeace no Brasil podemos destacar as campanhas contra a entrada de lixo radioativo no país, provenientes de usinas nucleares de países desenvolvidos; a investigação sobre a exploração ilegal e predatória de madeira na Amazônia; o “Greenfreeze” que foi a campanha para a troca na utilização dos gases CFC (cloro-flúor-carbono) por outros que não causam danos na camada de ozônio; e a campanha dos transgênicos, exigindo a prova de que os organismos geneticamente modificados não causam danos à saúde humana e nem ao meio ambiente. Ainda em 1966 a Campanha pela Defesa e Desenvolvimento da Amazônia (CNNDA) é iniciada e em 1971 é criada a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN). 9 Nesse ínterim começam a acontecer as conferências e encontros ambientalistas ao redor do mundo e a necessidade de normas e leis para assegurar o respeito à natureza e ao meio ambiente começam a se tornar visivelmente necessárias para evitar problemas ambientais. Coincidindo com os planos nacionais de desenvolvimento e instalação de indústrias poluentes e energético-minerais no Brasil, em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) com a função de gerir normas para a conservação do meio ambiente e o aproveitamento sustentável dos recursos naturais (CAVALCANTI, 1995). Com esta ação também são criadas agências ambientais para controle de poluição, como a Fundação de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) no Rio de Janeiro e a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB) no estado de São Paulo (FERREIRA; FERREIRA, 1992). Entre os anos de 1975 a 1988, Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, foi um ativista ambiental brasileiro, seringueiro e sindicalista. Defendeu a preservação da Amazônia, do meio ambiente e dos seringais amazônicos. Conhecido mundialmente foi agraciado com o prêmio “Global 500”, oferecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) pela sua luta em defesa do meio ambiente e da Amazônia. Foi assassinado a tiros no ano de 1988 por fazendeiros que eram contra as ações ambientais deste que é um símbolo brasileiro na luta pela preservação da floresta amazônica (SOJA, 1993). 10 2 O PAPEL DA ECOLOGIA E CONCEITOS RELACIONADOS AO MEIO AMBIENTE A palavra ecologia deriva da palavra grega oikos, que significa ‘casa’ ou ‘lugar onde se vive’ e logos que significa estudo, ciência, discurso. E foi proposta pela primeira vez em 1869, pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, em seu livro ‘GenerelleMorphologie der Organismen’ (ODUM, 1971). O conceito preliminar em relação ao termo meio ambiente significa o espaço físico que encerra os seres vivos, ou seja, é fisicamente o local habitável pelos seres vivos. A ecologia estuda as relações dos seres vivos ou grupos de seres vivos com o meio ambiente em que vivem, incluindo também a humanidade como parte integrante. A definição mais resumida para a palavra ecologia seria ‘biologia do ambiente’, pois a palavra ‘bio’ significa ‘vida’ e a palavra ‘logia’ significa ‘estudo’, portanto seria entendido como o estudo da vida no ambiente. Segundo Dajoz (1973), “ecologia é a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e seu meio ambiente”. Desde os primeiros tempos da história, o homem vem se preocupando em entender o ambiente no qual vive e do qual depende, analisando de uma forma prática a ecologia necessária na vida integrada com a natureza. Pois para sobreviver, cada indivíduo precisava ter um conhecimento concreto do meio ambiente, das plantas, dos animais e dos processos naturais que o cercavam. A civilização começou realmente quando o homem aprendeu a dominar o fogo e as ferramentas naturais para a modificação do meio ambiente e dos processos referentes à sua sobrevivência. As obras de Hipócrates, Aristóteles e outros filósofos da cultura grega contêm material de natureza claramente ecológica (ODUM, 1971). 11 Nos estudos de ecologia, não se separa o ser vivo estudado de seu meio ambiente, pois se reconhece que os seres vivos dependem de seu meio ambiente e das interações naturais deste. Charles Darwin (2009) estudou em seu livro mais famoso ‘A Origem das Espécies’ o caso das complexas relações que ligam plantas e animais aparentemente afastados nas escalas ecológicas da natureza. Demonstrou a interação e a relação existente entre as flores do amor- perfeito (Viola sp.) e as pequenas abelhas conhecidas na Inglaterra como mamangavas, que são as únicas abelhinhas responsáveis por polinizar as flores de amor-perfeito. Chegando à conclusão de que se as mamangavas desaparecessem, também desapareceriam as plantas de amor-perfeito. E percebendo que os ratos silvestres eram os predadores dos ninhos das abelhas mamangavas, percebeu que onde havia muitos ratos, as abelhas eram raras, consequentemente eram também raras as plantas de amor-perfeito. Assim, notando que próximo aos vilarejos humanos florescia muitas plantas amor-perfeito, concluiu Darwin que os gatos dos vilarejos auxiliavam no aumento da quantidade de flores de amor-perfeito, pois se os gatos eram os predadores dos ratos, logo as abelhinhas mamangavas polinizariam as flores sem problemas. Demonstrando com esta rede de interações um perfeito exemplo de ecologia. Atualmente, o termo ecologia apresenta uma relação mais abrangente e seu significado não se restringe somente ao ramo da biologia, mas também passa a ter um significado mais amplo, englobando as ações relacionadas ao crescente movimento político e social que busca a preservação do meio ambiente. Exercício 3 12 3 POLUIÇÃO AMBIENTAL A definição da palavra poluição está relacionada ao termo em latim poluere significando poluir ou sujar. Entretanto, o termo atual tem uma abrangência mais ampla, que em sentido prático relaciona-se ao sistema de controle de qualidade do meio ambiente. Inicialmente o termo poluição estava relacionado somente aos danos causados na água, mas atualmente a poluição do ar e do solo está incluída no conceito de poluição. Ecologicamente a poluição é definida por alterações indesejáveis nas propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, incluindo ar, água e solo, trazendo danos e desequilíbrios à natureza e ao desenvolvimento de populações naturais e humanas. Os agentes causadores da poluição são denominados poluentes e derivam de resíduos das ações humanas, que são eliminados sem tratamento em ambiente impróprio. Os agentes causadores de poluição podem ser de variados tipos, relacionados aos detritos orgânicos e inorgânicos, causando danos na saúde e alterações no meio ambiente quando introduzidos pelo ser humano. À medida que a população humana cresce, aumentam também a quantidade de resíduos causadores de poluição ao meio ambiente. E com o capitalismo crescente e o consumo desenfreado, os seres humanos vêm gerando cada vez mais resíduos com os desperdícios. Os principais agentes da poluição da água, do ar e do solo são os monóxidos e dióxidos de carbono e enxofre, óxidos de nitrogênio, pesticidas, inseticidas, fungicidas, radioatividade, metais pesados, petróleo, detergentes, desperdícios sólidos, esgoto dentre outros. Recentemente foram incorporados como poluição a radioatividade, a poluição sonora e a visual. Os efeitos da poluição nem sempre são sentidos imediatamente pela população. Temos alguns exemplos clássicos de agentes causadores de poluição que foram percebidos tardiamente, causando efeitos de difícil retorno e até diagnóstico. Dentro desses efeitos 13 podemos citar principalmente o buraco na camada de ozônio, a chuva ácida, o aquecimento global e a perda da biodiversidade. 3.1 TIPOS DE POLUIÇÃO A classificação mais utilizada para analisar os tipos de poluição é designada de acordo com o ambiente (Solo, ar, água, etc.) e os poluentes (efluentes industriais, metais pesados, dióxido de carbono, etc.). Entretanto, dentre estas muitas classificações possíveis inicialmente iremos reconhecer os dois tipos mais importantes de classificação de poluentes. Inicialmente trataremos de reconhecer os poluentes que não se degradam no meio ambiente, os chamados não biodegradáveis, que compreendem os materiais ou venenos que não se modificam nem são transformados pelas bactérias do ambiente permanecendo, portanto no meio ambiente por um longo período, poluindo o local onde foram depositados. E sendo então transportados pela água, pelo ar ou por outros meios para longas distâncias, podendo ser encontrados em locais do planeta onde nunca foram depositados pelos seres humanos (ODUM, 1971). Esses materiais são as embalagens de alumínio, os metais pesados como o mercúrio, os poluentes orgânicos persistentes como o veneno DDT (Dicloro-difenil-tricloretano), os plásticos resistentes entre tantos outros (RICKLEFS, 1993). Na realidade, estas são substâncias que o homem ainda não encontrou maneiras de degradar ou destruir naturalmente na mesma velocidade com que são produzidas e descartadas pelo ser humano, com o seu modo de viver cada vez mais degradante. Outro grande problema deste tipo de poluição não biodegradável é que a sua magnitude tende a aumentar ao passar pela cadeia alimentar. Ocorrendo a chamada bioacumulação, que explicaremos mais detalhadamente no decorrer do capítulo. 14 O segundo tipo de poluente são os chamados biodegradáveis, que são decompostos no ambiente pelas bactérias e fungos ou os que o ser humano já descobriu meios de destruí-lo antes de descartá-lo no meio ambiente. São exemplos de poluentes biodegradáveis os esgotos domésticos e os poluentes térmicos, que em pequenas quantidades são rapidamente degradados na própria natureza ou são trabalhados por um tratamento de resíduos como, por exemplo, uma estação municipal de tratamento de esgoto. Portanto, os poluentes biodegradáveis causam graves problemas quando a quantidade de resíduos gerada pelo ser humano excede a capacidade de decomposição ou dispersão pelas bactérias presentes no meio ambiente. Ocorrendo exatamente este fato, pois as grandes cidades crescem em uma velocidade mais acelerada do que a criação de usinas de tratamento do esgoto proveniente destas cidades. Exercício 4 3.2 PROBLEMAS COM A POLUIÇÃO Os primeiros danos à saúde humanapor intoxicação decorrente de poluentes orgânicos persistentes (POP) foram observados na década de 1950. Estes poluentes conhecidos pela sigla POP, não se dissolvem em água, são transportados por longas distâncias, e atualmente já são encontrados em todo o planeta Terra. São compostos químicos muito estáveis, ou seja, que não são degradados na natureza (não biodegradáveis), permanecendo por longos períodos no meio ambiente. O POP mais conhecido é o veneno utilizado como inseticida e designado pelas letras DDT (Dicloro-difenil-tricloretano). Além disso, estes compostos POP têm o poder de bioacumulação, que é o fato de se acumularem nos tecidos vivos e aumentarem a sua concentração na cadeia alimentar (TABELA 15 01). Significa então que se um animal pequeno que chamaremos de ‘animal a’, comer algo intoxicado e um ‘animal b’ comer 5 pequenos animais ‘a’, o animal ‘b’ ficará 5 vezes mais intoxicado do que o animal ‘a’. E se um animal ‘c’ comer 5 animais ‘b’ ficará 25 vezes mais intoxicado do que o animal ‘a’. Portanto, o POP é acumulado no organismo dos seres vivos à medida que esses vão ingerindo uma quantidade maior de veneno (FIGURA 02). TABELA 01 - EXEMPLO DE CONCENTRAÇÃO DO PESTICIDA PERSISTENTE DDT NA CADEIA ALIMENTAR. PPM Partes Por Milhão Resíduos de DDT Água 0,00005 Plâncton 0,04 Sargo prateado (peixe que se alimenta de bivalves e vermes) 0,23 Sargo cabeça de carneiro (peixe que se alimenta de bivalves) 0,94 Lúcio Americano (Peixe predador) 1,33 Peixe agulha (peixe predador) 2,07 Garça (Alimenta-se de animais pequenos) 3,57 Andorinha do mar (Alimenta-se de animais pequenos) 3,91 Gaivota argêntea (Alimenta-se de carniça) 6,00 Ovo de águia pesqueira 13,8 Merganso grande (pato comedor de peixe) 22,8 16 Corvo Marinho de faces brancas (Alimenta-se de peixe maior) 26,4 FONTE: Dados de Woodwell; Wurster; Isaacson, 1967. Diante desse assunto temos o exemplo da águia americana que na década de 1970 foi a causa da proibição pelo governo americano da utilização do inseticida conhecido como DDT, que fez com que a águia quase entrasse em extinção pela intoxicação em cadeia alimentar pelo inseticida que atualmente tem a sua utilização proibida em vários países, incluindo o Brasil. Símbolo nacional dos Estados Unidos, a águia americana (Haliaeetus leucocephalus) sofreu um grande abalo no número de indivíduos de sua população. E a partir de 1962, com o lançamento do livro primavera silenciosa (Silent Spring) de Rachel Carson, que denuncia a grande e assustadora diminuição no número de indivíduos de águia americana causada pela intoxicação do inseticida DDT, foi iniciado um programa de recuperação das populações afetadas (BAIRD, 2002). A intoxicação ocorria quando as plantas eram borrifadas com inseticida e ao cair das chuvas este inseticida era carregado junto com a água que voltava para os lagos e rios. Então, os peixes eram intoxicados e a águia comendo os peixes com agrotóxico consumia também o veneno. Quando o DDT entrava na corrente sanguínea das águias fazia com que fossem produzidos ovos com a casca extremamente fina e incapaz de proteger os embriões, assim as águias não conseguiam mais se reproduzir. Com os programas e esforços para recuperar a população das águias, somente em 2007 as águias americanas foram consideradas recuperadas e retiradas da lista dos animais ameaçados ou em risco de extinção. Com a proibição na utilização do veneno DDT há décadas em grande parte do mundo, acreditava-se que as taxas deste veneno iriam diminuir no meio ambiente, mas pelo fato do inseticida DDT não ser biodegradável, permanece por longo período no ambiente e é carregado por longas distâncias. Estudos para a análise da concentração de DDT em pinguins do Antártida revelam que este veneno foi levado para locais onde nunca ouve deposição por humanos. 17 FIGURA 02 - BIOACUMULAÇÃO EM CADEIA ALIMENTAR DO VENENO DDT FONTE: Adaptado com dados de Cristo; Galhardo, 1995. Vários casos de doenças graves causadas por alimentos contaminados por produtos tóxicos que foram consumidos por seres humanos são relatados periodicamente. Um dos acidentes com bioacumulação mais difundido e que causou grande repercussão foi o ocorrido em Minamata no Japão no ano de 1950, quando uma quantidade grande do metal pesado mercúrio foi introduzida no mar e absorvida pelos peixes e animais marinhos, que eram bastante consumidos pelos habitantes locais. Causando dores intensas, abortos espontâneos, defeitos congênitos, câncer e morte nos vários seres humanos que ingeriram estes peixes contaminados por mercúrio (HOGAN, 2007; SMITH; SMITH, 1975; TSUBAKI; IRUKAYAMA, 1976). 18 Exercício 1 3.2.1 Poluição Atmosférica A partir da revolução industrial a poluição do ar aumenta assustadoramente. E na atualidade, todas as grandes cidades sofrem com os efeitos danosos da poluição atmosférica. A queima de combustíveis fósseis como o carvão mineral e os derivados do petróleo (gasolina e óleo diesel), libera o gás carbônico e outros gases danosos à saúde humana, causando a poluição atmosférica mais conhecida da atualidade. A outra fonte de poluição atmosférica importante é a proveniente dos incêndios florestais, que também liberam gás carbônico e vários outros gases tóxicos (CRENSON, 1971; BAIRD, 2002). A chamada chuva ácida ocorre pela transformação de gases em contato com a água das chuvas. Quando ocorre a queima de combustíveis fósseis nas indústrias e veículos, o gás carbônico juntamente com os óxidos de enxofre e de nitrogênio são lançados na atmosfera, e a reação destes gases com a água forma o ácido sulfúrico e o ácido nítrico. E juntamente com a água das chuvas, estes ácidos precipitam-se sobre as plantas, construções humanas, rios, lagos e solo, causando uma série de prejuízos (RICKLEFS, 2003). A grande poluição atmosférica das grandes cidades causa sérios problemas como o Smog, que deriva da palavra em inglês ‘smoke’ (fumaça) e ‘fog’ (neblina), que é uma espécie de nuvem de poeira ou nevoeiro misturado com poluição (FIGURA 03). Este efeito smog é comum nas grandes cidades altamente poluídas como São Paulo (KOWARICK; CAMPANÁRIO, 1988; GOLDENSTEIN; CARVALHAES, 1985). Provenientes do acúmulo de gases poluentes liberados na atmosfera pelas indústrias e automóveis com a queima de combustíveis fósseis (WISE, 1970). 19 O efeito smog causa uma série de problemas na saúde humana e os principais são irritação e danos nos olhos, nariz, garganta, pele e pulmões, doenças respiratórias, alteração no sistema imunológico e até a morte por intoxicação, com inalação gases tóxicos (BAIRD, 2002). FIGURA 03 - REPARE A NEBLINA DE POLUIÇÃO AO FUNDO, CONHECIDA COMO SMOG FONTE: Disponível em: <http://www.public-domain-photos.com>. Acesso em: 25 jan. 2011. O efeito smog torna-se ainda mais sério nos períodos de inversão térmica, que ocorre quando se dá a inversão rápida nas camadas de ar quente e frio. Em razão de o ar frio ser mais pesado sua tendência é descer, e o ar quente mais leve com tendência a subir, quando há inversão térmica os poluentes ficam aprisionados próximos à superfície, não se dispersando. A inversão térmica ocorre com mais frequência nos períodos de inverno, quando o ar permanece frio, impedindo a dispersão dos poluentes. Nesse caso os gases tóxicos ficam concentrados e 20 retidos na superfície causando graves problemas de saúde e muitas mortes (MCCONNELL, 1999). Quando a inversão térmica permanece por muitos dias a concentração de poluentes se eleva aos níveis críticos e perigosos, podendo acarretar envenenamento de seres vivos. No ano de 1952 em Londres, a permanência por seis dias de uma inversão térmica levou a morte cerca de 4.000 pessoas (HOGAN, 2007). 3.2.2 Aquecimento Global, Efeito Estufa e Buracona Camada de Ozônio Alguns tipos de poluição têm consequências de amplitude global por se dispersarem e serem levadas a grandes distâncias pelo vento ou pelas águas. Portanto, seus efeitos nocivos se estendem para muito além das fontes provenientes do foco poluidor. E sem dúvidas, o pior tipo de poluição neste sentido é a liberação dos gases que causam o aquecimento global e participam do chamado efeito estufa. Assim, como a liberação dos gases responsáveis pelo temido buraco na camada de ozônio. O dióxido de carbono (CO2) é o mais importante dos gases poluidores causadores do efeito estufa (BAIRD, 2002). Mas antes de falarmos dos gases que causam o tal efeito estufa, vamos analisar o que vem a ser “efeito estufa”. E na realidade o que tem a ver o aquecimento global com o efeito estufa e a tal da camada de ozônio? Quando a luz visível por nós seres humanos é decomposta por um prisma ou pela água, formam-se os lindos arco-íris. Neles podemos perceber que a luz tem comprimentos de onda que vão da cor violeta até a cor vermelha, passando por 7 cores visíveis (FIGURA 04). 21 FIGURA 04 - DEGRADAÇÃO DA LUZ MOSTRANDO AS 7 CORES FORMANDO O ARCO-ÍRIS FONTE: Disponível em: <http://www.freedigitalphotos.net>. Acesso em: 25. Jan. 2011. As cores que não vemos decompostas no arco-íris, as quais estão além da cor violeta, são chamadas de comprimento de onda ultravioleta. E as cores que não vemos no outro lado do arco-íris e que vão além da cor vermelha são chamadas de comprimento de onda infravermelha (RICKLEFS, 1993). Os comprimentos de onda infravermelha que nós humanos não podemos ver são sentidos principalmente por meio de calor e conhecida como radiação infravermelha. Uma parte desta radiação infravermelha, em condições normais é retida no nosso planeta por alguns gases presentes na atmosfera terrestre. E isso faz com que a vida na Terra se torne agradável, pois a temperatura permanece por volta dos 150C. Se não houvesse esses gases retendo esta radiação infravermelha, a Terra teria a temperatura por volta de 180 C negativos! 22 Portanto, o nosso sol emite o calor necessário à vida (da forma como conhecemos) na Terra. O efeito estufa, que existe naturalmente no planeta, permite que esse calor seja retido tornando a temperatura agradavelmente estável. Mas então se o efeito estufa é natural, qual o problema? O grande problema é que as atitudes do ser humano estão aumentando estes gases de efeito estufa, e assim o calor retido no nosso planeta Terra é cada vez maior! Estamos com isso, elevando a temperatura média do planeta e criando as perigosas mudanças climáticas que vemos ao nosso redor como o temido aquecimento global, causando o derretimento das geleiras, o aumento no nível do mar, a morte de variadas formas de vida e o aquecimento da temperatura para nós humanos também (GORE, 2006). Esse efeito natural é conhecido como efeito estufa, pois os gases que retêm o calor na Terra se assemelham com o vidro de uma estufa de plantas, que também tem o papel de proteger e reter calor. Os principais gases do efeito estufa são o gás carbônico (CO2) que é o mais importante, o metano (CH4) e o óxido de nitrogênio (N2O), lançados na atmosfera ao eliminar florestas e queimar combustíveis fósseis. E o gás metano que é gerado principalmente nas fazendas de criação de gado (CRENSON, 1971). No verão de 2003 a Europa foi atingida por uma fortíssima onda de calor que matou 35 mil pessoas e em 2004 a Flórida foi atingida por quatro furacões extraordinariamente violentos (GORE, 2006). Como visto acima, o outro comprimento de onda além da cor violeta é a radiação ultravioleta que é bastante prejudicial às formas de vida na Terra, incluindo os seres humanos. Mas felizmente o planeta Terra tem uma camada de gás ozônio (O3) chamada, portanto de camada de ozônio que nos protege contra o excesso desta radiação tão perigosa para nossa saúde que é a radiação ultravioleta. Entretanto, mais uma vez nós seres humanos nos apresentamos como culpados, pois estamos acabando com esta camada da atmosfera tão essencial à vida em nosso planeta! Alguns poluentes lançados na atmosfera pelo ser humano destroem quimicamente o ozônio da camada superior atmosférica, gerando os chamados “buracos na camada de ozônio”. 23 Consequentemente o perigo de queimaduras e danos aos tecidos aumenta a cada dia, pois a luz de radiação ultravioleta danifica células e tecidos expostos de humanos e outros seres vivos, portanto use filtro solar! O principal responsável pela degradação da camada de ozônio são os CFCs (Clorofluorcarbonetos) que eram utilizados nas geladeiras, nos aparelhos de ar condicionado e nas latas de aerossóis, mas atualmente o uso dos CFCs está proibido por causa da preocupação a respeito do tamanho crescente dos buracos na camada de ozônio (RICKLEFS, 1993). Exercício 2 3.3 O ADVENTO DAS SACOLAS PLÁSTICAS A razão pela qual discutimos a poluição causada pelas sacolas plásticas é o fato destes objetos serem muito prejudiciais para o meio ambiente. Anualmente circulam pelo planeta Terra cerca de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolinhas plásticas. E o material utilizado na fabricação destas sacolas não é biodegradável, o que sugere que a cada ano a quantidade destas sacolas cresce assustadoramente, pois continuam no meio ambiente as antigas que se juntam as novas (BAIRD, 2002). A utilização das sacolinhas plásticas como conhecemos atualmente, começou na década de 1970. Se tornando uma forma barata de publicidade para os supermercados e lojas que as distribuem gratuitamente, é hoje considerada um grande problema para o meio ambiente (SOJA, 1993). O elevado número de unidades de sacolas plásticas produzidas por ano (150 por pessoa) e a natureza não biodegradável do material utilizado torna as sacolas plásticas um verdadeiro pesadelo ao meio ambiente, pois estas sacolas são transportadas a distâncias 24 enormes. Devido ao material extremamente leve das sacolas, são levadas pelo vento e pelas chuvas, chegando aos rios e ao mar, espalhando-se assim pelo planeta inteiro. FIGURA 05 - ANIMAIS COMENDO SACOLA PLÁSTICA. FONTE: Disponível em: <http://www.freedigitalphotos.net>. Acesso em: 25. Jan. 2011. Animais silvestres e de criação humana, ao ingerirem estas sacolas plásticas deixadas ou levadas pelo vento ao meio ambiente, morrem por asfixia ou intoxicação (FIGURA 05). Milhares de aves marinhas, tartarugas, baleias e golfinhos morrem todos os anos por engolir grande quantidade destes plásticos que chegam ao oceano. No ano de 2002 foi encontrada uma baleia morta na costa da Normandia com 800 kg de sacos plásticos em seu estômago. A Irlanda foi o primeiro país a proibir o uso de sacolas plásticas gratuitas. Com esta medida a utilização de sacolas plásticas diminuiu em 90% e o dinheiro cobrado pelas sacolas vendidas em supermercados rendeu 23 milhões de euros para o investimento em proteção e preservação de projetos em auxílio ao meio ambiente. Em vários países da Europa as sacolinhas plásticas gratuitas estão proibidas e a reutilização e adoção de sacolas de pano retornáveis ou caixas de papelão é uma medida utilizada com êxito para solucionar o problema do excesso e desperdício destas sacolas poluidoras do meio ambiente (FORATTINI, 1991). 25 Os entupimentos de bueiros e mesmo canais fluviais de sistemas de esgoto causam enchentes de grandes proporções pela quantidade de plásticos que chegam ao leito das águas fluviais por meio das chuvas. Na África do Sul o problema relacionado à poluição do meio ambiente pelas sacolinhas tornou-se tão sério que o senhor Mohammed Valli Moosa, ministro do meio ambiente daquele país apelidou as sacolinhas plásticas de flor nacional. E na China são chamados de poluição branca, por causa da cor branca das sacolinhasde supermercados. Estima-se que a degradação dos sacos plásticos no meio ambiente demore cerca de 100 anos. Sem falarmos dos outros tipos de plásticos que são lançados no meio ambiente em uma velocidade assustadora, como as também poluidoras e não biodegradáveis garrafas pet de plástico (FIGURA 06). FIGURA 06 - PLÁSTICOS VARIADOS POLUINDO O MEIO AMBIENTE FONTE: Disponível em: <http://www.freedigitalphotos.net>. Acesso em: 25. Jan. 2011. O primeiro estado brasileiro a tomar medidas para impedir ou diminuir o desperdício dos saquinhos plásticos e principalmente a degradação da natureza por meio do descarte 26 irresponsável desses na natureza foi o Rio de Janeiro, que no ano de 2010 começa a adaptar as leis municipais no sentido de diminuir a utilização das sacolinhas de supermercados. 3.4 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS O planeta Terra é constituído em sua maioria de água, representando 75% de sua superfície coberta de água. Mas a maior parte desta água está presente na forma de água salgada e somente 2,5% da água no planeta é encontrada na forma de água doce. No ciclo natural, a água doce é encontrada na natureza no estado sólido como o gelo das regiões frias, como vapor pela evaporação devido ao calor e em estado líquido nos rios, lagos e no lençol freático. A maior parte desta água doce está na forma sólida, como gelo das regiões frias. A outra parte maior encontra-se no lençol freático, que é a água armazenada no interior do solo, vinda da infiltração desta água no solo (GRÁFICO 01). GRÁFICO 01 – DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DA ÁGUA NO PLANETA TERRA. FONTE: Adaptado de HIGGINS; KASSAM; NAIKEN, 1982. 27 A poluição das águas ocorre principalmente por esgoto doméstico, poluição industrial e insumos agrícolas. O esgoto doméstico é lançado nos córregos, rios e mar de forma displicente e sem tratamento adequado. Poluindo grande parte das águas doces próximas às cidades e vilarejos humanos, causa uma série de doenças e degradação do meio ambiente. A poluição pelas indústrias que na maioria das vezes não tratam seus dejetos, jogando-os em rios e lagos, deixam um rastro de degradação ambiental enorme, matando plantas e animais com produtos tóxicos e metais pesados dos mais variados tipos. E temos também a poluição das águas por agrotóxicos e fertilizantes que são jogados nas plantas, e com as chuvas estes venenos são infiltrados no solo até o lençol freático ou levados juntamente com as enxurradas para os rios e lagos. Envenenando, portanto as águas e causando grandes problemas ambientais. 3.5 POLUIÇÃO SONORA E POLUIÇÃO VISUAL A poluição sonora constitui também outra ameaça grave à saúde e qualidade do ambiente humano. Poluição sonora é um som ou ruído indesejável, lançado na atmosfera sem atentar para os efeitos maléficos que se possa causar (ODUM, 1971). Os ruídos causadores de poluição sonoros mais conhecidos são aqueles provenientes da indústria aérea e de algumas máquinas industriais ou mineradoras. Sabemos atualmente que o som com alta intensidade ou prolongado por longos períodos de tempo danifica a audição em caráter permanente, prejudicando os seres vivos em geral. A poluição sonora somente pode ser percebida pelo sentido da audição, o que faz com que as pessoas subestimem seus danos à saúde, que podem abranger stress físico e mental, insônia, dor de cabeça, perda da produção pessoal, sensação de mal-estar e cansaço, 28 hipertensão arterial, etc. A Organização Mundial de Saúde considera que o som deve permanecer até 50db (decibéis – unidade de medida de som) para evitar prejuízos à saúde humana (ODUM, 1971). O som em volumes altos e constantes deve ser considerado como um poluente potencialmente sério e como uma ameaça grave à saúde ambiental. Convencionou-se chamar de poluição visual o excesso de materiais relacionados a propagandas como os outdoors, faixas, placas, cartazes, painéis luminosos e tantos outros que se inventam a cada dia. Acrescentando-se também a degradação de propriedades públicas com a prática da pichação, o lixo exposto e as edificações com falta de manutenção. Nas grandes cidades o número desses meios de propaganda excessivos aumenta demasiadamente, comprometendo a visualização com integrações exageradas que comprometem e trabalham para a degradação das mesmas. Os efeitos psicológicos na saúde humana têm sido estudados na relação com a poluição visual, que pode causar stress com o desconforto e a agressão visual. A primeira cidade brasileira a se preocupar com a poluição visual a ponto de fazer leis específicas para este fim foi a cidade de São Paulo, que em 2006 criou a lei municipal conhecida como “cidade limpa”, na qual é proibida a vinculação de propagandas exageradas em todo o município de São Paulo. As cidades de Porto Alegre e Curitiba já estão com propostas para seguirem o exemplo iniciado. 29 4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Segundo o dicionário de ecologia e ciências ambientais (ART, 2001), o desenvolvimento sustentável baseia-se no crescimento econômico e atividades que não esgotam nem degradam os recursos ambientais, dos quais depende o crescimento econômico. Entretanto, a classificação mais aceita para desenvolvimento sustentável é “o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”. Esta definição foi criada pelas Nações Unidas na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987, no famoso relatório Brundtland, com o objetivo de discutir e propor meios de desenvolver uma conservação ambiental frente ao desenvolvimento humano. E foi nesta mesma Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento criado o termo ‘desenvolvimento sustentável’ (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). Portanto, a ideia central é crescer e se desenvolver sem destruir ou danificar o meio ambiente e sem esgotar os recursos naturais. Mas para entendermos porque chegamos a este estágio de excessos de toda espécie que repercutiram negativamente no meio ambiente, temos que analisar historicamente o que nos trouxe ao ponto crucial de invariavelmente termos a necessidade de um desenvolvimento sustentável para assegurarmos a nossa própria sobrevivência. Na metade do século 19, o progresso foi vinculado ao desenvolvimento, e isto a qualquer custo foi incutido na forma de pensar e agir da sociedade econômica na revolução industrial. Com isso, foram estimuladas as instalações de fábricas de forma bastante capitalista, ou seja, incentivando as práticas de consumo e a exploração exagerada de matéria-prima para realizar os objetivos essencialmente capitalistas (CAMPBELL, 1972; CARTER, 1995). O resultado deste sistema instalado e estimulado foram os impactos ambientais negativos que atualmente são observados com tamanha magnitude. 30 Dentro destas atitudes de crescimento egoísta e capitalista são gerados os fatores de degradação ambiental que conhecemos atualmente como o aquecimento global, o efeito estufa, o buraco na camada de ozônio, a chuva ácida, a contaminação e poluição do ar, da água e dos solos, a inversão térmica, a extinção de plantas e animais e tantas outras. E os nossos conhecidos problemas só tendem a aumentar se não adotarmos atitudes conscientes de desenvolvimento sustentável (CAVALCANTI, 1995). 31 5 CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES Os termos conservação e preservação são utilizados muitas vezes como sinônimos, mas esse é um erro que precisamos corrigir conhecendo a significação correta destas duas palavras. Foi nos Estados Unidos, por volta do final do século XIX que surgiram estasduas correntes ideológicas conhecidas como conservacionismo e preservacionismo (ECKHOLM, 1982). O preservacionismo prega a preservação da natureza da forma como essa é em seu estado natural e relaciona o ser humano como um ser extremamente daninho para o meio ambiente. Esta corrente de pensamento tem em seus preceitos que a natureza deve ser mantida sem nenhuma interferência do ser humano. Devem ser criados parques nacionais estáticos de proteção ao meio ambiente, ou seja, com o intuito explicitamente protetor, estes santuários intocáveis estariam livres da exploração, degradação, consumo e até estudos feitos pelo ser humano. Este tipo de pensamento preservacionista, atualmente é considerado muitas vezes como radical, e as pessoas que pensam desta forma são apelidadas hoje pelos cientistas e pessoas que trabalham seriamente com a natureza de ecoloucos. Esse pensamento evidencia-se por meio de estudos, comprovando que o meio ambiente pode ser resguardado e explorado de maneira racional, como prega o desenvolvimento sustentável, e sabe-se também que cada vez mais são encontradas formas para que o ser humano viva em harmonia com a natureza. O movimento conservacionista é mais consciente, exaltando o amor à natureza e ao meio ambiente aliado ao uso racional de matéria-prima e bens naturais, concorrendo com o auxílio e manejo criterioso pelos seres humanos. Fazendo com que possamos nos perceber como parte integrante desta mesma natureza e do processo gestor destes recursos. Esse modo de pensar é muitas vezes visto como o meio termo entre o preservacionismo e o desenvolvimento capitalista inicial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). 32 Caracterizando assim, como pensamento da maioria dos movimentos ambientalistas sérios e responsáveis, que acreditam e aplicam o desenvolvimento sustentável com qualidade de vida e conservação dos atributos essenciais para uma natureza saudável e sem excessos capitalistas e irresponsáveis por parte dos seres humanos. A reciclagem, a mudança dos padrões de consumo capitalistas, a igualdade social com justiça, o uso de energias renováveis, o respeito à biodiversidade e principalmente a inclusão das políticas ambientais nos processos de tomadas de decisões no âmbito político, empresarial e mundial são princípios defendidos pelo modo de agir proposto pelo conservacionismo. A criação de áreas de preservação responsáveis para ecossistemas frágeis e que contenham grande número de espécies em perigo de extinção é uma das ações defendidas pela corrente conservacionista. 33 6 ATUAÇÃO RESPONSÁVEL “Até hoje o homem atuou no seu ambiente como um parasita, tomando o que deseja com pouca atenção pela saúde do seu hospedeiro, isto é, do sistema de sustentação da sua vida - o meio ambiente” (Odum, 1971. p. 811). Atualmente as empresas de todos os setores e principalmente aquelas que trabalham oferecendo seus produtos diretamente ao público geral, estão cada vez mais preocupadas em promover ações que demonstrem sua preocupação com a manutenção e proteção do meio ambiente. Mas se analisarmos melhor esta questão, vamos perceber que na verdade estas empresas estão realmente preocupadas em demonstrar essas ações voltadas à preocupação com a natureza, para o seu público-alvo, ou seja, seus clientes. Portanto, percebemos que a natureza não é o foco principal gerador destas ações de respeito à natureza, e sim a pressão cada vez maior que as pessoas estão fazendo com relação à tomada de atitudes positivas para proteger o meio ambiente (MEADOWS, 1992). Essa pressão exercida pelo público em geral é bastante positiva para a natureza e incentivada pelos setores que trabalham seriamente com as questões ligadas ao meio ambiente. Cada vez mais famosas e em andamento, as sabotagens ecológicas ou ecosabotagens são as ações empreendidas pelo público, cliente comum, ou ações incentivadas por ONGs e movimentos ambientalistas no sentido de realizar uma verdadeira sabotagem em relação aos produtos e serviços que não tenham a devida preocupação com o meio ambiente ou que utilizem animais em seus testes. Essas iniciativas fizeram com que grande parte das empresas de produtos e serviços modificasse seus métodos de relacionamento e manufatura de produtos, com uma preocupação maior em assuntos ligados ao respeito aos animais e ao meio ambiente. 34 “Para nós, o verde da ecologia traz o verde do dinheiro. Estamos em um período em que a melhora ambiental leva à lucratividade.” Jeffrey R. Immelt, Presidente da General Electric. (GORE, 2006. p. 274) Começa a surgir então o chamado mercado consumidor verde, que exige a aquisição de produtos e serviços preocupados com o futuro do planeta, de empresas que comprovem a utilização de matérias-primas provenientes de energias limpas e de forma sustentável, utilizando alimentos produzidos de forma orgânica, preferindo papel reciclado, recipientes reutilizáveis e todas as formas de produtos que beneficiem questões relativas ao meio ambiente. As pessoas começam a preferir uma atuação responsável em suas ações como consumidores e como modos de viver diariamente, reciclando, aproveitando, reutilizando, economizando, conscientizando-se, mobilizando-se, agindo em favor do meio ambiente e necessariamente de nós mesmos. “Agora, só depende de nós. Precisamos colocar em ação a nossa democracia, e a capacidade que Deus nos deu de raciocinar juntos sobre o nosso futuro, e fazer opções morais para mudar as políticas e os comportamentos nocivos que, se continuarem, deixarão um planeta degradado, empobrecido e hostil para os nossos filhos e netos - e para toda a humanidade. Creio que esta é uma questão moral.“ Al Gore. (GORE, 2006. p. 297 e 298) Velhos hábitos devem dar lugar a bons e novos pensamentos! “O grande problema não é o que você não sabe. É o que você tem certeza que sabe, só que não é verdade. Mark Twain.” (GORE, 2006) 35 7 MEIO AMBIENTE MUNDIAL: PRINCIPAIS ATUAÇÕES MUNDIAIS 7.1 O CLUBE DE ROMA – 1972 O Clube de Roma é hoje uma organização não governamental (ONG) que teve início em abril de 1968 como um pequeno grupo de 30 profissionais empresários, diplomatas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais. Pelo fato desta primeira reunião ter acontecido na Academia dei Lincei em Roma na Itália, o nome sugestivo de ‘Clube de Roma’ deu denominação à entidade. Inicialmente este grupo foi convidado pelo industrial italiano Aurélio Peccei (Gestor da Fiat e Olivetti e diretor da Italconsult) e o cientista escocês Alexander King para esta reunião focando o pensamento de curto prazo nos assuntos internacionais voltados ao meio ambiente. Foi então que nesta reunião cada participante se comprometeu a sensibilizar os líderes mundiais e os tomadores de decisão sobre as questões intrínsecas no sentido de que as consequências em longo prazo da crescente interdependência global dos recursos naturais que até então são utilizados de forma indiscriminada, como se os mesmos não fossem finitos, em um planeta também finito. O Clube de Roma ficou ainda mais conhecido quando no ano de 1972, o grupo de pesquisadores liderados por Dennis L. Meadows encomendou um relatório elaborado por um grupo de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) (Instituto de tecnologia de Massachusetts) abordando temas relacionados ao meio ambiente e aos recursos naturais, propondo a utilização do princípio de desenvolvimento sustentável para pautar as ações no mundo, salientando que os recursos naturais no Planeta Terra são finitos. 36Este relatório denominado ‘Os Limites do Crescimento’, vendeu mais de 12 milhões de exemplares e foi traduzido para 30 idiomas, tornando-se um dos documentos mais vendidos sobre meio ambiente no mundo. O referido relatório demonstra por meio de programas de computador uma prospecção sobre a utilização dos recursos naturais indiscriminadamente e salienta que este sistema tende a entrar em colapso se uma modificação nas atitudes do ser humano não for iniciada imediatamente (Site http://www.clubofrome.org). Com base nesta reação positiva em relação ao relatório de 1972 e as questões abordadas, o Clube de Roma passou a desenvolver e publicar relatórios sobre as questões ambientais globais verificadas pelo grupo, com o objetivo de sensibilizar os líderes e tomadores de decisão sobre a interação delicada entre o desenvolvimento econômico da humanidade e a fragilidade da natureza. Com essa iniciativa foram criados em vários países os respectivos Ministérios do Meio Ambiente e órgãos afins com o intuito de fiscalizar e preservar o meio ambiente. A repercussão internacional do relatório fez com que este fosse o principal objeto de discussão no mesmo ano de 1972 da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, mais conhecida como Conferência de Estocolmo. E de outras conferências e encontros relacionados com o meio ambiente que se seguiriam. E ainda hoje o relatório ‘Os Limites do Crescimento’ se mostra bastante atual nas questões que aborda com muita propriedade. Em ‘Os Limites do Crescimento’, encontramos a preocupação e o aviso de que a população humana cresce conforme o chamado crescimento exponencial, em que o número de indivíduos dobra de uma geração para a outra. E lembra que desta forma os recursos naturais no planeta Terra acabarão rapidamente. Portanto, no relatório os pesquisadores chegam à conclusão de que se o ser humano não parar de se reproduzir tanto, não haverá comida dentro de pouco tempo. No relatório os pesquisadores dão um exemplo de crescimento exponencial: Diz uma velha lenda persa que um inteligente cortesão deu de presente ao rei um tabuleiro de xadrez e pediu ao monarca que, em retribuição, lhe desse um grão de arroz para o primeiro quadrado do tabuleiro, dois para o segundo, quatro para o terceiro e assim por 37 diante. Concordou prontamente o rei, e ordenou que trouxessem arroz dos seus celeiros. O quarto quadrado do tabuleiro exigiu 8 grãos, o décimo 512, o décimo quinto 16.384 e o vigésimo primeiro deu ao cortesão mais de um milhão de grãos de arroz. Lá pelo quadragésimo quadrado, um trilhão de grãos teve que ser trazido dos celeiros. Todo o suprimento de arroz do rei já se esgotara muito antes de ter sido atingido o sexagésimo quarto quadrado. O crescimento exponencial é enganador porque introduz números incríveis com muita rapidez (MEADOWS et al, 1972, p. 25) Salientando então a forma com que o crescimento exponencial ocorre na reprodução humana, de modo que se uma família tem cinco filhos e cada um destes filhos tiver também os seus cinco filhos, antes do patriarca morrer teremos 25 descendentes na família. E supondo que esses também tenham cinco filhos cada, teremos o crescimento exponencial, aumentando este número de indivíduos de forma assustadora. Portanto, o controle da explosão demográfica foi um dos itens analisados no relatório, interligando-o à necessidade crescente de alimentação e utilização dos recursos naturais. Salientando também a poluição e destruição da natureza de forma geral engendrada por essa grande quantidade de pessoas ao longo do tempo. Atualmente o Clube de Roma é enquadrado como uma Organização Não Governamental (ONG) sem fins lucrativos, independente de quaisquer interesses políticos, ideológicos ou religiosos, e contribui significativamente em âmbito mundial para o desenvolvimento real e para a aplicação do conceito de sustentabilidade. E atua também na área de educação ambiental, assistência social e meio ambiente, apontando soluções pertinentes aos mais variados assuntos voltados ao meio ambiente mundial. Ainda com a premissa de que “o consumo ilimitado e crescimento em um planeta com recursos limitados não podem continuar para sempre e é realmente perigosa” (MEADOWS et al, 1972) o Clube de Roma atua no século 21 preocupado também com questões relacionadas à crescente desigualdade social no plano global e às consequências das alterações climáticas no mundo. 38 Contando com 30 Associações Nacionais que representam a entidade em mais de 30 países nos cinco continentes, o Clube de Roma conta agora com a ideia de mobilizar as gerações mais jovens na luta a favor dos preceitos defendidos por seus membros. A sede atual encontra-se em Winterthur, na Suíça, com a perspectiva de atuar no âmbito ligado à sustentabilidade ambiental, ao crescimento econômico, ao consumo desenfreado de recursos naturais, na paz, na segurança e na demografia, tudo isso a nível mundial. Atualmente, os membros do Clube de Roma acreditam que o caminho para o desenvolvimento sustentável no mundo repousa em cinco agrupamentos de conceitos que necessitam ser estudados e bem analisados: Meio ambiente e recursos; globalização e desenvolvimento sustentável internacionais; transformação social; paz e segurança. O dilema da humanidade é que o homem pode perceber a problemática e, no entanto, apesar de seu considerável conhecimento e habilidades, ele não compreende as origens, o significado e as correlações de seus vários componentes e, assim, é incapaz de planejar soluções eficazes. Fracasso que ocorre, em grande parte, porque continuamos a examinar elementos isolados na problemática, sem compreender que o todo é maior do que suas partes; que a mudança em um dos elementos significa mudança nos demais (MEADOWS et al, 1972, p. 11) Exercício 5 39 8 A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO – 1972 No período de 5 a 15 de junho de 1972 aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia. Esta conferência ficou mais conhecida como Conferência de Estocolmo, por ter ocorrido neste lugar. A conferência procurou abordar temas referentes ao ambiente humano no que tange a critérios e princípios para preservar e melhorar o ambiente humano, compreendendo este ambiente humano como os ambientes do planeta Terra onde existam e convivam seres humanos. A Conferência de Estocolmo proclamou alguns itens importantes sobre o citado ambiente humano e a convivência pacífica entre humanos e nações, e este documento intitulado ‘Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano’ faz menção a assuntos realmente importantes e que são atuais ainda hoje. Está disponível nos anexos desta apostila o texto integral desta declaração, que contextualiza o resultado da conclusão obtida nesta conferência. Partindo da premissa de que o ser humano é o artífice do seu meio ambiente, esta declaração gerou itens que servem como subsídios para a boa convivência das nações, preocupando-se com as diferenças entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, dentro das exigências de um meio ambiente saudável para todos os habitantes do planeta. Portanto, a conferência de Estocolmo abordou temas como a resolução dos problemas relacionados ao aumento da poluição no planeta e a degradação da natureza como um todo. Como vimos anteriormente, o homem começa a se preocupar com o tema meio ambiente no que tange a poluição das águas, do ar, do solo e dos seres vivos, assim como todos os grandes transtornos no equilíbrio ecológico da biosfera, que começam a aparecer com o advento da revolução industrial e com a destruição e o esgotamento dos recursos naturais. 40 Nesse ínterim, surge então a necessidade destes encontros e convenções para que se discuta e secriem regras para a boa convivência das nações, tendo em vista que as ações de um país mesmo que distante, pode acarretar sérios prejuízos para os outros países. Um exemplo muito claro deste prejuízo acarretado por ações de países distantes é a dispersão do veneno DDT (diclorodifeniltricloretano) que foi largamente utilizado a partir da Segunda Guerra Mundial e se espalhou pelo mundo inteiro inclusive em regiões remotas como a Antártida, contaminando os pinguins, pássaros, peixes e outros animais desta localidade. A declaração sobre o ambiente humano da Convenção de Estocolmo assegura que “Por ignorância ou indiferença podemos causar danos imensos e irreparáveis ao meio terráqueo, do qual dependem a nossa vida e o nosso bem-estar”, e partindo deste princípio articula os meios para que se compreenda que o ser humano tem o dever de respeitar o próprio ambiente em que vive, sob pena de ser o maior prejudicado pelas suas próprias ações impensadas. Entretanto, na época em que ocorreu a Convenção, a ideia que se defendia era a de que as fábricas advindas da revolução industrial eram as responsáveis pela grande poluição causadora dos problemas observados no planeta, portanto o ideal de preservação da natureza era a completa estagnação ou retrocesso da causa da poluição: o progresso! Esta ideia foi chamada de “crescimento zero” e dava a entender que o desenvolvimento fosse totalmente estagnado, mas a realidade dos países subdesenvolvidos era a grande pobreza que imperava. Portanto, os países subdesenvolvidos não acataram a ideia do ‘crescimento zero’ e criaram outra alternativa, que era totalmente contrária a esta, a ideia do “crescimento a qualquer custo”. Vimos então os países subdesenvolvidos levantarem em sua defesa à ideia de que era a pobreza que originava os problemas ambientais, no caso dos países subdesenvolvidos, e que era então a pobreza o foco que deveria ser atacado. Portanto, conclamavam que era a pobreza a causadora principal da poluição, de forma que se tornava prioridade para sua população a obtenção de mais alimento, emprego, assistência médica e sanitária do que a redução da poluição atmosférica. Observamos inclusive que o Brasil foi um dos maiores apoiadores da questão ‘crescimento a qualquer custo’, liderando com veemência o bloco dos contestadores do controle de natalidade e da redução do crescimento. Defendiam a premissa de que todos têm direito ao 41 crescimento econômico a qualquer custo, chegando a salientar que este crescimento se daria mesmo à custa de grande degradação ambiental. No importante livro escrito por Al Gore (2006), ‘Uma Verdade Inconveniente’ ele comenta uma frase interessante: “É difícil conseguir que uma pessoa compreenda alguma coisa quando o salário dela depende de não compreender isso. Upton Sinclair”. Na Conferência de Estocolmo o Brasil liderou 77 países dos 113 participantes. Na época da citada Conferência em que o Brasil encontrava-se sob regime militar, o próprio Ministro brasileiro Costa Cavalcante declarou a frase “Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição mais tarde” (VIOLA; REIS, 1983). Chegando a viabilizar o ato de estender a famosa faixa com os dizeres “Bem-vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque nós queremos empregos e dólares para o nosso desenvolvimento” (MANSHARD, 1973). O relatório ‘Os Limites do Crescimento’ publicado pelo Clube de Roma teve grande influência no bloco dos países que defendiam a preservação do meio ambiente, e foi um dos marcos documentais iniciais pela discussão relacionada à preservação da natureza dentro do desenvolvimento humano. Outro grande documento que foi considerado a base para a Conferência de Estocolmo foi o estudo de responsabilidade de Bárbara Ward e René Dubos intitulado “Only one earth: the care and maintenance of a small planet”, encomendado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), que pode ser traduzido literalmente como ‘Apenas uma Terra: o cuidado e a manutenção de um pequeno planeta’. Este estudo reuniu 70 pesquisadores e especialistas do mundo inteiro e a maioria de suas conclusões corroborou com as conclusões do Relatório do Clube de Roma. Com esta acirrada discussão compreendendo que se houver desenvolvimento não existe a preservação do meio ambiente e por outro lado, se houver preservação da natureza não ocorre o desenvolvimento humano, chegou-se a uma postura chamada “ecodesenvolvimentista”, que propõe um desenvolvimento possível somente se atento a três fatores essenciais para a continuação de um ambiente saudável para a vida humana, que seriam: Eficiência econômica, igualdade social e equilíbrio ecológico. 42 Partindo então destas três premissas os países participantes da Conferência de Estocolmo chegaram à referida ‘Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano’, que propõe a abordagem ecodesenvolvimentista, o que é bastante parecido com o que hoje conhecemos pelo nome de desenvolvimento sustentável. Incluindo alguns itens de preocupação integralmente focada nos países em desenvolvimento, a Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano (1972) tem como princípios que “o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas”. E vários outros princípios voltados à preservação dos ecossitemas, do meio ambiente e da natureza em geral, preservando-os para as futuras gerações. A Conferência de Estocolmo foi importante por ter sido a primeira reunião deste porte a tratar de assuntos ligados à proteção do meio ambiente e por promover a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), tornando-se a primeira agência ambiental de âmbito global. 43 9 CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL DE TBILISI E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL - 1977 A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental aconteceu em Tbilisi, Geórgia, ex-União Soviética (URSS), compreendida durante treze dias no período de 14 a 26 de outubro de 1977. Esta Conferência ficou mais conhecida por Conferência de Tbilisi, pela razão de ter ocorrido neste local. A Conferência de Tbilisi tratou de assuntos voltados especialmente à Educação Ambiental, embora muitos sugiram que foi uma continuação da Conferência de Estocolmo, ocorrida no ano de 1972. A UNESCO e PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) promoveram três conferências internacionais voltadas especificamente para a educação ambiental, e a primeira foi a Conferência de Belgrado, realizada no ano de 1975, na cidade de Belgrado (Iugoslávia). Onde foi escrito o importante documento denominado ‘Carta de Belgrado’, considerado um dos documentos mais importantes sobre educação ambiental e de grande lucidez gerados na década de 1970. A reprodução literal do documento ‘Carta de Belgrado’ encontra-se nos anexos desta apostila. A segunda Conferência organizada pela UNESCO e PNUMA foi a Conferência de Tbilisi, a primeira e mais importante Conferência sobre Educação Ambiental a nível intergovernamental. Endossada por 150 países dentre os quais o Brasil não participou em caráter oficial. A Conferência de Tbilisi foi crucial para o desenvolvimento da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), que foi inicialmente sugerido na Conferência de Estocolmo e realmente iniciado somente na Conferência de Belgrado. Na Conferência de Tbilisi foram organizadas quarenta e uma recomendações sobre educação ambiental a nível mundial, considerados um grande marco na educação ambiental. Este documento está anexo nesta apostila. 44 Sugerem as recomendações organizadas na Conferência de Tbilisi que a educação ambiental deveser trabalhada com enfoque global e com base interdisciplinar. E que o processo educativo deve ser renovado e reformulado, nas bases da educação ambiental no ensino formal e informal, para todas as classes e faixas etárias de forma permanente. Este documento deixa claro que a educação ambiental deve considerar não somente a fauna e a flora, mas incluir também os aspectos sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos (DIAS, 2000). O Brasil iniciou o trabalho de educação ambiental com o documento elaborado pelo Ministério da Educação denominado ‘Ecologia: uma proposta para o ensino de 10 e 20 graus’, apresentando um enfoque contrário ao sugerido pela Conferência de Tbilisi, pois trata da educação ambiental somente no aspecto das ciências biológicas, esquecendo-se de acrescentar a questão social, cultural e política (DIAS, 2000). A terceira Conferência Internacional sobre educação ambiental, organizada pena UNESCO e PNUMA aconteceu em Moscou (URSS), no ano de 1987, contando com a participação de cem educadores ambientais provenientes de cem países (PEDRINI, 1998). 45 10 O PROTOCOLO DE MONTREAL E A CAMADA DE OZÔNIO – 1987 O Protocolo de Montreal é um tratado acordado mundialmente com 150 países que se propuseram a substituir as substâncias que reagem com o ozônio (O3) na atmosfera e que causam por isso a destruição do ozônio presente na ozonosfera, mais conhecida como ‘camada de ozônio’, que protege os seres vivos do planeta Terra das emissões nocivas dos raios ultravioletas provenientes do sol. Esses gases são os mesmos responsáveis pelo conhecido “buraco” na camada de ozônio. As adesões do Tratado de Montreal foram iniciadas em 16 de setembro de 1987 e entraram em vigor em primeiro de janeiro de 1989. E nos anos de 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999 o documento assinado neste tratado foi revisado, foram acrescentadas outras substâncias responsáveis por destruir a camada de ozônio e reassumido o comprometimento de preservar a camada de ozônio. Na data de 16 de setembro é considerado o dia Internacional para a preservação da Camada de Ozônio, em comemoração ao dia em que entrou em adesão para as assinaturas do Tratado de Montreal. A meta principal foi a de substituir a utilização dos quinze tipos de CFCs (clorofluorcarbonetos) utilizados no mundo inteiro, pois são reconhecidamente os CFCs principais geradores da destruição da camada de ozônio por reagirem com o ozônio da ozonosfera. Os CFCs foram largamente utilizados desde a década de 1920 quando foram inventados pelo ser humano, como gás de refrigério em geladeiras, freezer, aparelhos de ar- condicionado, propelentes em latas de aerossol. Um período de dez anos foi acordado para que fosse totalmente substituída à utilização do composto CFC e atualmente as substâncias que mais são utilizadas em substituição são os gases butano (C4H10) e propano (C3H8). 46 Tabela 01 – Substâncias que destroem a camada de ozônio, que englobam o Protocolo de Montreal FONTE: Montreal Protocol Unit. Vamos entender melhor esta destruição da camada de ozônio? A desintegração e a troca das moléculas de ozônio da estratosfera é um processo natural e contínuo na presença da luz ultravioleta do sol, portanto: A molécula de ozônio é composta por 3 átomos de oxigênio (O3) e a molécula de oxigênio por dois átomos de oxigênio (O2). Os átomos de Cloro (dos CFCs, por exemplo) reagem com o átomo de oxigênio livre, não permitindo que este oxigênio reaja novamente com mais dois átomos de oxigênio formando o ozônio. 47 Vamos analisar o esquema adaptado de Montreal Protocol Unit (2007) para melhor entender a formação e divisão das moléculas de ozônio pela radiação ultravioleta do sol: 1. Uma molécula de oxigênio absorve a energia da radiação ultravioleta proveniente do sol e se divide, liberando dois átomos de oxigênio. 2. Um átomo de oxigênio se combina com uma molécula de oxigênio para formar uma molécula de ozônio. Átomo de oxigênio Molécula de oxigênio Átomo de oxigênio UV Molécula de ozônio Molécula de oxigênio Átomo de oxigênio Átomo de oxigênio Molécula de oxigênio Molécula de ozônio UV 48 3. Uma molécula de ozônio absorve a energia da radiação ultravioleta do sol e se divide liberando uma molécula de oxigênio e um átomo de oxigênio. Esta formação e divisão das moléculas de ozônio pela radiação ultravioleta do sol é algo absolutamente natural e ocorre normalmente na atmosfera e na chamada camada de ozônio. Então, o que o ser humano tem a ver com isso? Foi na década de 1920 que os primeiros compostos de gases chamados de CFC foram produzidos e na década seguinte passaram a ser utilizados em larga escala industrialmente. Em 1970 o cientista James Lovelock observou que havia um tipo de CFC (o triclorofruorometano, conhecido como CFC-11) na atmosfera acima do país Irlanda (KIRCHHOFF, 2004). Observando também que a quantidade deste CFC na atmosfera era igual a toda a produção mundial de CFC até aquele momento! Estudos posteriores de especialistas e cientistas em fotoquímica e cinética química demonstraram que os CFCs não poderiam permanecer eternamente inalterados na atmosfera. Começando então uma pesquisa para saber o que acontecia com os referidos gases. E em 1972 os cientistas Sherwood Rowland e Mário Molina descobriram que os CFCs quando ainda estavam na troposfera, camada mais próxima da crosta terrestre, permaneciam inalterados. Entretanto, quando se localizavam nas camadas superiores da atmosfera podiam ser decompostos pela radiação ultravioleta do sol. Passando a deixar um átomo de cloro solitário, que rapidamente reagem com as moléculas de ozônio na atmosfera. (STORLARKI; CICERONE, 1974). O trabalho de pesquisa publicado por Molina e Roland (1974) no qual explicavam o mecanismo de destruição do ozônio na estratosfera, teve péssima aceitação por parte da indústria química, fazendo com que houvesse até a tentativa de destruir a credibilidade dos dois cientistas. Somente em 1985, com o resultado de uma pesquisa para o levantamento antártico britânico, que demonstrou a maciça destruição do ozônio estratosférico do polo sul, ocorrida desde os anos 1970, o caso ganhou notoriedade na imprensa e a comunidade científica passou a ter máxima preocupação com o que foi noticiado na imprensa como “o buraco na camada de ozônio” (LASZLO.; SEINFELD.; PANDIS, 2006). 49 O Protocolo de Montreal foi então uma ação resultado da grande preocupação com o chamado buraco na camada de ozônio, para acabar com a utilização dos gases destruidores do ozônio atmosférico que protege o nosso planeta do excesso da radiação ultravioleta do sol (HASS, 1992). Considerando então estas descobertas temos a situação na atmosfera na qual ocorre que: FONTE: Adaptado de Montreal Protocol Unit. 1. Um átomo livre de cloro pode destruir a molécula de ozônio e liberar uma molécula de oxigênio ao reagir com um átomo de oxigênio. 2. Quando o átomo de cloro é liberado pela decomposição da molécula de CFC, segue destruindo as moléculas de ozônio. Exercício 7 Molécula de ozônio Átomo de Cloro livre Molécula de oxigênio Átomo de Cloro combinado com átomo de oxigênio 50 11 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 1988 E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VI – Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino
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