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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. SUMÁRIO AN02FREV001/REV 4.0 4 MODULO I 1 GESTÃO DE CARGOS, SALÁRIOS E CARREIRAS 1.1 MODELAGEM DE CARGOS: DESENHO, ANÁLISE, DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS CARGOS 1.2 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS SOBRE CARGOS 1.3 MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CARGOS 2 CARGO X FUNÇÃO X TAREFA X SALÁRIO 3 A MOTIVAÇÃO HUMANA ALIADA ÀS NECESSIDADES DE MASLOW 4 A MOTIVAÇÃO SEGUNDO HERZBERG 5 AS NECESSIDADES DO HOMEM DO SÉCULO XXI 6 DESENHO DO CARGO 7 AS ESPECIFICIDADES DO CARGO 8 PADRONIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EM SEUS RESPECTIVOS CARGOS 9 CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PLANO DE CARGOS & SALÁRIOS. MODULO II 10 ELABORAÇÃO DE PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS 10 .1 PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS 11 METODOLOGIAS PARA CONSTRUÇÃO DE PLANOS DE CARGOS E SALÁRIOS 12 COMO DESENVOLVER UM PLANO DE CARREIRA 13 CONSTRUÇÃO DAS FASES DO PROJETO DO PLANO DE CARGOS & SALÁRIOS 14 ENRIQUECIMENTO DE CARGOS 15 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DE CARGOS 16 AVALIAÇÃO DE CARGOS 17 MÉTODOS TRADICIONAIS DE AVALIAÇÃO DE CARGOS 18 COMITÊ DE AVALIAÇÃO 19 MERITOCRACIA - FORÇAS E FRAQUEZAS AN02FREV001/REV 4.0 5 20 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL 21 DIAGNÓSTICO DAS FUNÇÕES 22 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DAS FUNÇÕES DEPARTAMENTAIS 23 PROCESSO DE DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES 23.1 DEFININDO AS ESPECIFICAÇÕES DAS FUNÇÕES 24 PROCESSO DE FEEDBACK 25 ESTRUTURA SALARIAL 26 TABELAS E FAIXAS SALARIAIS 26.1 DEFINIÇÃO DE SALÁRIOS DE ADMISSÃO 26.2 PROMOÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL 27 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO MODULO III 28 DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA SALARIAL 28 .1 PESQUISA SALARIAL – DEFINIÇÕES E CONCEITOS 29 PLANEJAMENTO DA PESQUISA SALARIAL 30 A TABELA SALARIAL 31 CRITÉRIOS DAS MEDIDAS DE SEPARATRIZES 32 COMO TABULAR PESQUISA 33 COMO DETERMINAR QUARTIS, MÉDIA E MEDIANA 33.1 QUARTIS (Q) 33.2 MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES 33.3 MEDIANA 34 COMO CALCULAR DESVIO PADRÃO 35 CONCLUSÕES DA PESQUISA E PLANEJAMENTO MODULO IV 36 ESTRATÉGIAS DE REMUNERAÇÃO 36 .1 CONCEITOS DE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 37 TIPOS DE SALÁRIOS 38 SISTEMAS TRADICIONAIS E REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA AN02FREV001/REV 4.0 6 39 CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA DE REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA 40 REMUNERAÇÃO POR HABILIDADES E COMPETÊNCIAS 41 PLANOS DE BONIFICAÇÃO ANUAL 42 REMUNERAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS 43 REMUNERAÇÃO VARIÁVEL E POR RESULTADOS 44 RETENÇÃO DE TALENTOS 45 PLANO DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS 46 REMUNERAÇÃO FUNCIONAL 47 SALÁRIO INDIRETO 48 PLANOS PRIVADOS DE APOSENTADORIA 49 PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA E DISTRIBUIÇÃO DE AÇÕES DA EMPRESA AOS EMPREGADOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 7 MÓDULO I 1 GESTÃO DE CARGOS, SALÁRIOS E CARREIRAS A remuneração se tornou um importante aspecto na gestão das empresas, visto que é por meio da remuneração, e suas políticas, que as pessoas podem planejar suas vidas aos médios e longos prazos e, por meio da busca pela remuneração, as pessoas definem o seu perfil em relação à empresa em que trabalha. Para alcançar os melhores resultados, as empresas necessitam definir e planejar adequadamente como serão definidas as atitudes de remuneração ao longo dos anos, bem como os processos de atualização e correção monetária ao longo dos anos, bem como outras formas de remuneração, objetivando o melhor desempenho das pessoas e o perfeito comprometimento das mesmas com a organização. 1.1 MODELAGEM DE CARGOS: DESENHO, ANÁLISE, DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS CARGOS Dentro do contexto global da gestão de pessoas, as atividades que são inerentes aos cargos desempenhados nas organizações são as que merecem atenção especial, pois os cargos são exclusivos de pessoas. Não se possui máquinas, equipamentos, robôs ou outro tipo de artifício para ocupar um cargo. Os cargos são totalmente ocupados por pessoas e, por isso, necessitam ter uma análise complexa e detalhada. Dessa forma, quando se fala em cargos, os aspectos da gestão de pessoas necessitam ser analisados com maior profundidade. Atualmente, as organizações perceberam que o grande diferencial em suas atividades, principalmente nas empresas, são as pessoas, pois os demais aspectos AN02FREV001/REV 4.0 8 se transformaram em aspectos totalmente semelhantes para todas as organizações, pois todas têm condições de possuírem tecnologias, novos equipamento, máquinas, informação, etc. Dessa maneira, o que diferencia são as pessoas, visto que sempre será necessário ter-se pessoas para desempenharem as mais diversas funções e atividades, pois por mais tecnificada que uma empresa possa ser, sempre será necessário ter pessoas, pois é praticamente impossível uma empresa operar e desempenhar as sua atividades empresariais, visando alcançar os seus objetivos, sem ter pessoas. Isso não existe e nunca existirá, pois existe a limitação da utilização das máquinas e equipamentos. As máquinas desempenham papéis eficientemente nos aspectos que são operacionais, ou seja, aqueles aspectos onde é necessária a utilização de força física, ou atividades repetitivas manuais, por exemplo, onde a principal característica desse tipo de atividade é a produção. Nesse aspecto, as máquinas, em suas diversas formas, são grandiosamente melhores e eficientes comparando-se com as pessoas, visto que o nível de produtividade é aumentado grandemente, com qualidade, padronização e velocidade. No entanto, as atividades que são caracterizadas como táticas ou estratégicas não são possíveis de serem substituídas totalmente pelas máquinas. Nessas atividades, a característica principal diz respeito ao raciocínio, ao planejamento, a programação, entre outras, e essas atividades só podem ser realizadas pelas pessoas. Neste aspecto é que as empresas perceberam que as pessoas é que fazem a diferença, pois somente as pessoas podem desempenhar atividades que agreguem valor para a empresa, de forma global ou específica. Então, em maior ou menor escala, sempre existirão pessoas exercendo atividades nas empresas e existindo pessoas, a empresa necessita estudar e analisar os diversos aspectos inerentes ao trabalho das mesmas, começando pelos cargos, pois as pessoas ocupam cargos nas empresas, realizando tarefas, funções e atribuições, que unidas, produzirão todos os aspectos do negócio da mesma e atingirão os seus objetivos. AN02FREV001/REV 4.0 9 Mas o que é um cargo? O cargo deve obrigatoriamente ocupar uma posição no organograma da empresa.Assim sendo, o cargo é composto por tarefas, atribuições e funções que a pessoa ocupante do cargo deve desempenhar no condizente ao seu posto ocupado na empresa e para a cooperação no alcance dos objetivos empresariais. Assim sendo, na construção dos cargos devem ser descritos todas as atividades, tarefas, atribuições e funções que o cargo deve desempenhar, como é mostrado pela Figura 01, além de outros aspectos, como aqueles referentes à responsabilidade (tudo que é de responsabilidade do cargo e que o mesmo deve desempenhar para que a atividade global, ou completa, possa ser executada e obtida) e autoridade (critérios de estrutura hierárquica, definindo a subordinação dentro da empresa, de acordo com o organograma da mesma). FIGURA 01 – ASPECTOS SOBRE O CARGO FONTE: Arquivo particular do Autor. Cargo é a junção de todas as atividades que uma pessoa, que é o ocupante do cargo, desempenha em determinada organização. AN02FREV001/REV 4.0 10 Assim sendo, para se definir a modelagem, ou qual modelo de estruturação ou desenho de cargos a empresa irá adotar, existem alguns tipos que podem auxiliar na construção desse cenário: Dessa forma, segundo Chiavenato (2008), a modelagem de cargos deve atentar-se ao conjunto de vantagens esperados e aos possíveis resultados reais que podem ser alcançados. 1. Modelo clássico ou tradicional: O modelo clássico apareceu a partir da teoria da administração científica e segue o modelo fechado, considerando as pessoas que ocupam os cargos, bem como as máquinas e equipamentos apenas como recursos produtivos. Não existe nenhum critério de diferenciação para a construção do modelo de cargos. 2. Modelo humanístico: O modelo humanístico surgiu baseado na teoria humanística, com os estudos de Mayo. Considera as pessoas com maior foco na modelagem dos cargos, porém, não se atenta ao contexto total do cargo e de todo o conteúdo ao qual pertence. 3. Modelo contingencial: O modelo contingencial é o modelo de maior abordagem e é considerado o modelo mais atual, pois considera diversas dimensões essenciais para a construção do cargo, além de analisar os aspectos psicológicos e emocionais das pessoas, definindo as responsabilidades, a percepção do cargo e o alcance dos resultados esperados. AN02FREV001/REV 4.0 11 Assim sendo, torna-se necessário que as empresas e os profissionais envolvidos com essa modelagem, possam analisar esses dois conjuntos de parâmetros e tomar a decisão que melhor lhe aprouver, pois muitas situações podem acontecer diferentemente do esperado. Segundo o autor, as vantagens esperadas e os resultados reais possíveis são expostos pela Figura 02 abaixo: FIGURA 02 – VANTAGENS E RESULTADOS ESPERADOS PELOS CARGOS FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). AN02FREV001/REV 4.0 12 1.2 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS SOBRE CARGOS O primeiro método de modelagem consta da coleta de dados sobre os cargos que se deseja desenhar, determinando o desenho do cargo, após a perfeita análise desses dados. Dessa forma, como é exposto pela Figura 03, pode-se perceber que o conteúdo de um cargo a ser desenhado, ou modelado, é descrito e construído baseado em algumas características essenciais para o mesmo cargo, como: 1. O QUE FAZ, ou seja, a descrição de todas as tarefas e atividades que o ocupante do cargo deverá executar em seu posto na empresa, a fim de conseguir alcançar os objetivos da organização. Assim sendo, é essencial que esse detalhamento de tudo o que o ocupante do cargo deverá executar, ou produzir para que o mesmo possa interpretar a sua posição no organograma e a devida importância do cargo para a organização como um todo, além de demonstrar as possíveis consequências pela não realização dessas atividades e tarefas, ou então, a realização com baixa eficiência e eficácia. Por outro lado, a descrição dessas atividades pode encorajar o ocupante do cargo a almejar o crescimento e todos os programas de planejamento de carreira, crescimento profissional e programas motivacionais que a empresa possa vir a implantar. FIGURA 03 – CONTEÚDO DO S CARGOS CONTEÚDO DO CARGO QUANDO FAZ COMO FAZ POR QUE FAZ ONDE FAZ O QUE FAZ TAREFAS E ATIVIDADES A EXECUTAR PERIODICIDADE: DIÁRIA, SEMANAL, MENSAL, ANUAL, ETC. ATRAVÉS DE PESSOAS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, MATERIAIS, INFORMAÇÕES LOCAL E AMBIENTE DE TRABALHO OBJETIVOS DO CARGO, METAS E RESULTADOS A ALCANÇAR FONTE: Arquivo particular do Autor. AN02FREV001/REV 4.0 13 2. QUANDO FAZ, ou seja, em que momento o trabalho é executado pelo ocupante do cargo e em quais períodos o mesmo deve executar as suas atividades e funções. Esta especificação é de muita importância, pois existem cargos que possuem uma periodicidade diferente de outros, sendo que alguns cargos podem ser definidos como período de execução do trabalho de forma contínua, indeterminada, com características anuais, mensais, etc., e outros cargos são esporádicos, momentâneos, em caráter temporário, ocupando períodos de tempo diário, ou semanal, ou poucos meses. Dessa maneira, determinar no desenho do cargo qual é o período de trabalho é um dos pontos a serem destacados nesta construção. 3. COMO FAZ, isto é, quais as funções que o cargo irá exercer e que o seu ocupante deverá desempenhar para realizar as diferentes tarefas, além de descrever qual a metodologia de trabalho, quais os equipamentos, máquinas, tecnologias, informações e outros acessórios que possam auxiliar no perfeito desempenho das funções. Dessa maneira, ao detalhar como se faz o trabalho, o ocupante do cargo se mostra informado sobre as funções e tarefas e poderá desempenhar de maneira eficiente, atendendo aos objetivos para o qual o cargo existe. 4. ONDE FAZ: é a descrição do local de trabalho e do ambiente onde o mesmo deve ser desempenhado. Assim sendo, o ocupante do cargo necessita entender onde ele deverá executar as suas atividades, ou seja, em que local as atividades do cargo devem ser realizadas. É de extrema importância esse detalhamento, visto que atualmente os locais de trabalho são das mais diversas formas e maneiras, desde os tradicionais postos de trabalho nas empresas, onde o ocupante do cargo deve dirigir-se até o local aonde a empresa desempenha as suas funções empresariais, até os ambientes de trabalho alternativos, como o trabalho em casa (Home Office), onde alguns profissionais desempenham suas funções e atividades na sua própria casa, com apoio da empresa, nos diversos aspectos, e o ambiente de trabalho virtual, onde o local de trabalho passa a ser por meio da utilização da internet. AN02FREV001/REV 4.0 14 5. PORQUE FAZ: ou seja, qual o intuito do cargo existir, qual o real propósito da empresa propor e manter aquele cargo. Além disso, nesse aspecto devem ser detalhados quais os objetivos e metas que o ocupante do cargo deve se ater, além do desempenho esperado e os resultados que a empresa deseja que o mesmo alcance. Esse detalhamento serve como balizador do desempenho das atividades do cargo na empresa e do desempenho global da empresa como um todo. Assim sendo, após a organização iniciar o processo de modelagem dos cargos, torna-se necessário a utilização de alguns métodos de coleta de dados para que o desenho do cargo possa ser feito com exatidão e baseado em informações atuais e pertinentes ao cargo que se deseja realizar a modelagem. Essa coleta de dados pode ser feita de algumas formas, como mostra a Figura 04 abaixo: FIGURA 04 – MÉTODOS DE MODELAGEM DE CARGOS MÉTODOS QUESTIONÁRIO OBSERVAÇÃO ENTREVISTA • INDIVIDUAL •GRUPAL •SUPERVISOR •OCUPANTE •SUPERVISOR •CARGOS SIMPLES •OBSERVADOR FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Pelo exposto, osprincipais métodos de pesquisa de desenho de cargos são: AN02FREV001/REV 4.0 15 a. Entrevista: onde é realizada uma entrevista com diversos órgãos empresariais, profissionais, pessoas comuns, diretores de empresas, estudiosos, professores e outros que possam cooperar para o maior número possível de informações relacionadas ao cargo. Essa entrevista pode ser de várias maneiras, (como será detalhado no módulo III sobre a construção de uma pesquisa), sendo de forma fixa, onde o entrevistador faz uma série de perguntas pré-determinadas e fixas para todos os respondentes, ou abertas, com questões formuladas no momento da mesma. Também pode ser por meio de respostas com alternativas fixas, ou com respostas abertas, onde o respondente expõe a sua opinião de forma mais explicativa. Após essa coleta de dados obtidas com a entrevista, as informações conseguidas são analisadas e utilizadas na tomada de decisão quanto à construção do desenho do cargo. b. Questionário: o método do questionário é muito semelhante ao da entrevista, onde é construído um questionário pré-determinado e fixo, com uma determinada quantidade de questões que serão respondidas pelas pessoas ocupantes dos cargos e de outros setores ou empresas, de acordo com a necessidade do responsável por essa modelagem. Após os contatos iniciais para que a pessoa que responderá o mesmo, o questionário é enviado, por correio físico, ou por e-mail, além de poder ser entregue pessoalmente, e a pessoa responde no próprio questionário, devolvendo-o para o responsável pela elaboração da coleta de dados. A diferença da entrevista é que não existe o contato físico no momento de responder às perguntas, pois o respondente assinala as suas respostas no próprio questionário e os devolve ao responsável pela coleta, sem ter havido o contato pessoal no momento das respostas. c. Observação: esse método é mais utilizado quando se deseja elaborar a análise de cargos simples, que não demandam a construção de um questionário e nem necessita de se realizar uma entrevista, em virtude de sua simplicidade ou baixa complexidade de execução. Assim sendo, o responsável pela coleta de dados, ou outra pessoa passa a observar determinado executor de um cargo em específico e analisa as suas atividades, horários, funções, períodos, etc. ou outro aspecto que necessite ser coletadas informações para uma análise maior, que auxiliará na construção da modelagem. Após determinado período de observação, o responsável interpreta e analisa as informações e toma as decisões necessárias. AN02FREV001/REV 4.0 16 Assim sendo, Chiavenato (2008) descreve alguns posicionamentos de cada tipo de método de coleta de dados para o desenho dos cargos, como é mostrado na Figura 05 abaixo: FIGURA 05 – ESPECIFICIDADES DOS MÉTODOS DE MODELAGEM DOS CARGOS FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Dessa forma, pode-se perceber que a participação do analista de cargo, ou o responsável pela elaboração dos cargos e sua complexa atuação é diferente nos três tipos de métodos, onde na entrevista o analista participa ativamente no processo, visto que é por meio de sua participação que os dados da entrevista são coletados pelo analista do cargo. Já no método do questionário, a participação do analista é passiva, ou seja, ele não pode interferir no momento das respostas, pois o questionário é enviado, ou entregue ao respondente, e o analista necessita aguardar o retorno do mesmo para realizar a análise das informações e então, ter subsídios para a tomada de decisão. AN02FREV001/REV 4.0 17 Agora, no método de observação, o analista passa a ter participação ativa, visto que é ele, ou sua equipe, que estará observando o desempenhar das ações de determinado cargo para então tomarem-se as decisões pertinentes ao desenho do cargo. Em contrapartida, a participação do ocupante do cargo e seu supervisor imediato passam a ser diferente em relação à participação do analista de cargos. Dessa maneira, nos métodos de entrevista e questionário, o ocupante do cargo, ou seu supervisor, ou outras pessoas que possuem relação com o cargo em destaque, praticam uma participação efetiva, ativa nesses dois métodos, pois são esses personagens que irão responder ao analista de cargos sobre as informações que o mesmo necessita para a coleta de informações e a posterior modelagem. Já no método de observação, o ocupante do cargo possui participação passiva, pois ele apenas é observado pelo analista, não tendo vínculo direto com a coleta de informações, mas de forma indireta, onde ele realiza as suas atividades de forma rotineira enquanto é observado pelo observador. 1.3 MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO DE CARGOS Esse tipo de modelagem de cargos e construção do desenho e estruturação dos cargos é desenvolvido de forma diferente ao método de coleta de dados e construção do desenho após essa coleta e análise das informações. Nessa metodologia são utilizadas as informações que a empresa, ou o responsável pelo desenho dos cargos, ou o analista de cargos possui sobre os cargos que deverão ser desenhados, criados, estruturados, aperfeiçoados, enfim, todos aqueles que necessitem da utilização da modelagem de cargos. Assim sendo, com base nessas informações já existentes é realizada a classificação dos cargos, baseado em alguns critérios, ou especificações, que são essenciais para a modelagem dos mesmos. De acordo com Chiavenato (2008), essa classificação é realizada com a utilização de alguns requisitos, ou fatores de especificação, como é demonstrado na Figura 06 abaixo: AN02FREV001/REV 4.0 18 FIGURA 06 – FATORES DE ESPECIFICAÇÕES FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Pode se perceber que a modelagem pela classificação dos cargos é feita baseada em quatro requisitos básicos, ou fatores de especificação, que são: a) REQUISITOS MENTAIS: neste tipo de classificação se incluem os aspectos que são importantes e imprescindíveis para a execução do trabalho, ou das tarefas, para alguns cargos, como o nível de instrução que é necessário para desempenhá-lo das atividades pertinentes ao cargo, bem como o nível de experiência que o cargo exige ou que o ocupante do cargo necessita possuir para desempenhar adequadamente as atividades que são peculiares ao cargo, além de aptidões necessárias, que alguns cargos podem exigir, como destreza manual, raciocínio lógico, rapidez, etc., além de iniciativa, flexibilidade, agilidade, capacidade AN02FREV001/REV 4.0 19 de tomada de decisões, entre outros aspectos. Os requisitos mentais são exigidos para cargos ocupantes de níveis estratégicos ou táticos, e alguns cargos operacionais. b) REQUISITOS FÍSICOS: esta classificação atende a todos aqueles requisitos que se referem a aspectos de força física, ou utilização da capacidade física do ocupante do cargo, como habilidades manuais, força física, raciocínio rápido para operações manuais, concentração manual e visual, porte físico forte e adequado às atividades do cargo. Assim sendo, nessa classificação busca-se adequar os ocupantes do cargo aos cargos que exijam atividades que necessitam de esforço físico. São os cargos operacionais e produtivos, que geralmente exigem alto nível de esforço físico de seus ocupantes. c) RESPONSABILIDADE: esta classificação é baseada no nível de responsabilidade que o cargo deve possuir e como o ocupante do mesmo irá desempenhar esta responsabilidade, visando alcançar os objetivos globais da empresa. Assim sendo, em toda organização existem alguns processos, documentos, ações e atitudes que necessitam ser desempenhadas por pessoas que realmente estejam (e sejam) comprometidas com a organização. Dessa maneira, esses cargos necessitam ser ocupados por pessoas dedicadas e comprometidas. Neste contexto, a classificaçãodesses cargos deve obedecer aos aspectos de comprometimento e engajamento do ocupante do cargo para com a empresa, destacando o ponto de confiança que o ocupante dedica à organização para se fazer contemplado por tais responsabilidades. Esses cargos geralmente são estratégicos, ou táticos e os seus ocupantes ficam responsáveis por senhas de contas bancárias, valores financeiros guardados em cofres, controles de estoques, ativos da empresa sob sua responsabilidade, entre outros aspectos. d) CONDIÇÕES DE TRABALHO: por fim, a modelagem baseada na classificação também pode ser feita baseada nas condições de trabalho, separando os diversos cargos pelo local de trabalho, pelo ambiente de trabalho, pelos riscos ambientais que o mesmo oferece ao cargo e também, pelo próprio ambiente físico, com suas diversas características e formatos. AN02FREV001/REV 4.0 20 2 CARGO X FUNÇÃO X TAREFA X SALÁRIO Quando se expõe sobre cargo nas organizações, que é o primeiro nível a ser analisado e estudado dentro do contexto de gestão de cargos e salários, deve-se atentar que o cargo em si próprio possui uma denotação muito simples, fato que em muitas ocasiões acaba criando-se certa confusão entre as definições de cargo, tarefa, atribuição e função e consequentemente, sobre o salário, que pode mudar em função dessas quatro definições anteriores. Dessa maneira, quando se fala de TAREFA, entende-se que sejam todas as atividades que o ocupante do cargo deva exercer para que se caracterize o cargo que é feito. Por exemplo, existe o cargo de tratorista, mas as tarefas do tratorista são inúmeras e são todas aquelas que o ocupante desse cargo necessita executar no seu dia-a-dia para atingir os objetivos desse cargo. Uma tarefa do cargo tratorista seria abastecer com combustível o seu trator, ou lavá-lo em determinado momento, entre outras tantas que se fazem presente na sua rotina diária. A tarefa pode ser realizada diariamente, semanalmente, mensalmente ou em outro nível de periodicidade de acordo com cada cargo. Por exemplo, o tratorista necessita lavar o trator semanalmente, mas abastecê-lo com combustível diariamente. Já a ATRIBUIÇÃO é bem semelhante à tarefa, pois consta de todas as atividades executadas pelos ocupantes de determinado cargo, sendo uma atividade atribuída a cargos diferenciados, sendo atividades mais complexas e sofisticadas, com maior detalhamento do uso intelectual e menos físico. A FUNÇÃO é uma série de tarefas ou atribuições que são exercidos de maneira rotineira e sistemática pelos ocupantes do cargo. Dessa maneira, a função é agregadora de várias tarefas ou atribuições ou ambas, no desempenho de todas as atividades pertinentes ao cargo. O CARGO nada mais é do que um conjunto de funções, formado por tarefas e atribuições, ocupando uma posição estruturada no organograma. É pelo cargo que as relações e toda a movimentação no organograma são definidas. Desse modo, todo cargo possui uma série de responsabilidades, ou as principais funções, atribuições e tarefas agrupadas e que são feitas de acordo com a periodicidade AN02FREV001/REV 4.0 21 definida pela organização, e outros cargos possuem, em função de seu posicionamento no organograma, a autoridade, que consta de atitudes e atividades de poder e comando. Dessa maneira, em função da posição do cargo na estrutura organizacional da empresa, consegue-se analisar como acontece a hierarquia da mesma, bem como os critérios de subordinação e vínculos profissionais dos cargos ocupantes do desenho organizacional como um todo. Os cargos podem ser classificados de acordo com as suas respectivas atribuições e em função de seu posicionamento na estrutura organizacional da empresa, podendo haver quatro níveis de cargos que são os mais utilizados: a) Cargos Operacionais: são os cargos que ocorrem em ocupações na linha de produção, sendo caracterizados por tarefas e atividades simples e repetitivas. Como exemplo deste tipo de cargo pode-se citar Mecânicos de Produção, tratoristas, soldadores, entre outros tantos. b) Cargos Administrativos: São aqueles cargos que existem como suporte para todas as atividades administrativas que a empresa desempenha. Dependendo do tipo, porte e tamanho da organização, os cargos administrativos podem ser muito extensos, tendo-se muitos cargos ao longo do organograma, ou possuírem menos cargos, com poucos níveis hierárquicos. c) Cargos Técnicos: são os cargos que possuem algum tipo de função especializada e que desempenham suas atividades em determinado setor ou departamento da organização em virtude de suas características, como certas habilidades especificas que acabam servindo de apoio às áreas principais do negócio principal da organização. Podem-se citar como exemplo, os consultores em gestão, em tecnologia, os auditores, etc. d) Cargos Executivos: são aqueles cargos que exercem função de comando, direcionando e orientando as equipes no alcance dos objetivos que a empresa deseja alcançar. Como exemplo, pode-se citar os cargos de gerentes, chefes e supervisores. O salário nada mais é do que a troca que é efetuada entre o ocupante do cargo e a empresa que necessita desse ocupante para a realização das atividades, tarefas, atribuições e funções que são pertinentes ao cargo. AN02FREV001/REV 4.0 22 Dessa forma, o ocupante do cargo desempenhará todas as atividades pertinentes ao cargo e receberá da empresa, o valor financeiro correspondente a essa prestação de serviços, que é o salário. Esse assunto será detalhado no módulo IV. Assim sendo, para que a organização consiga analisar e desempenhar adequadamente um programa efetivo de análise, criação e gestão de cargos, e salários, torna-se necessário que o setor responsável por estas atividades desempenhe atitudes e atividades baseadas na moderna gestão de pessoas. Dessa maneira, de acordo com Chiavenato (2008) e exposto pela Figura 07, o setor responsável pela análise e gestão de cargos deve necessariamente executar as funções de: 1) Agregar pessoas: através dos processos de recrutamento e seleção, a empresa irá selecionar que são os ocupantes dos diversos cargos que a mesma possui. 2) Aplicar Pessoas: esse aspecto é o que está diretamente relacionado ao trabalho de gestão de cargos, visto que é nesse contexto que são analisados os cargos, construídos os desenhos de cargos e a sua respectiva avaliação de desempenho. 3) Recompensar as Pessoas: como a empresa define, analisa e melhora os critérios de remuneração de todos os ocupantes de seus diversos cargos 4) Desenvolver pessoas: ou seja, como a organização realiza estratégias para que aconteça o perfeito e adequado treinamento, desenvolvimento, mudanças e a comunicação entre os ocupantes dos cargos e entre os diversos níveis dos cargos, de acordo com o organograma estipulado pela organização. 5) Manter pessoas: como a organização se estrutura e desenvolve políticas e estratégias para conseguir manter as pessoas exercendo suas funções e desempenhando as atividades de seus cargos pelo maior tempo possível. Esse detalhe se tornou importante, pois na atualidade, todas as empresas desejam profissionais talentosos e os talentos podem deixar a empresa e destinar-se aos concorrentes. Dessa maneira, toda organização necessita definir abertamente AN02FREV001/REV 4.0 23 estratégias para impedir que seus talentos se percam e deixem-na, indo exercer suas atividades nas empresas concorrentes. 6) Monitorando as pessoas: é uma atividade de controle, onde as empresas necessitam acompanhar o desempenho de seus cargos (e ocupantes) como controle para o alcance dos objetivos. FIGURA 07 – A MODERNA GESTÃO DE PESSOAS MODERNA GESTÃO DE PESSOAS APLICAR PESSOAS RECOMPENSAR PESSOAS MANTER PESSOAS DESENVOLVER PESSOAS AGREGAR PESSOAS QUEM DEVETRABALHAR NA ORGANIZAÇÃO: recrutamento e seleção de pessoas COMO RECOMPENSAR AS PESSOAS: remuneração e benefícios COMO DESENVOLVER AS PESSOAS: treinamento, mudanças e comunicação COMO MANTER AS PESSOAS: benefícios e análise dos cargos COMO SABER O QUE AS PESSOAS FAZEM E SÃO: sistemas de informação MONITORANDO AS PESSOAS O QUE AS PESSOAS DEVERÃO FAZER: desenho de cargos e avaliação de desempenho FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). 3 A MOTIVAÇÃO HUMANA ALIADA ÀS NECESSIDADES DE MASLOW A motivação humana é de grande importância para a execução de uma correta gestão de pessoas e, consequentemente, para a gestão de cargos e salários. Dessa maneira, as pessoas que exercem as suas atividades nos diversos cargos existentes nas empresas necessitam realizar um trabalho excelente, ou seja, para que as empresas e demais organizações possam ser cada vez mais competitivas e possam enfrentar a concorrência, tendo a sua participação no mercado e aumentando também essa participação, necessitam que os seus AN02FREV001/REV 4.0 24 funcionários (ou colaboradores em muitas empresas) desempenhem as suas funções de forma excelente, pois essa excelência é que se torna diferencial para a abrupta concorrência e disputa pelos mercados entre as empresas. Assim sendo, para que os colaboradores possam realizar essas atividades nos seus cargos com a máxima excelência só será possível pelo grau de motivação que os mesmos se encontram, ou como a motivação é influenciadora nesse contexto. Desse modo, estudar e compreender a motivação dos funcionários e como a mesma influencia os processos que são realizados pelos cargos é de suficiente valor para o sucesso empresarial. Dessa forma, ao se falar de motivação, torna-se necessário descrever sobre os estudos de Maslow sobre a motivação humana e os seus estudos sobre as necessidades humanas. A Figura 08 mostra uma foto de Maslow. FIGURA 08 – MASLOW FONTE: Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/Abraham_Maslow> Acesso em: 01 fev.2013. Maslow, em seus estudos sobre a motivação humana defende o pensamento que a pessoa humana modifica o seu estado motivacional em função de uma série de necessidades que lhe são peculiares, e em função do atendimento a essas necessidades é que surgem os graus de motivação ou de não motivação. http://en.wikipedia.org/wiki/Abraham_Maslow http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=x0uVEtc9Ux3XeM&tbnid=49XDsxVmLSQZJM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://en.wikipedia.org/wiki/Abraham_Maslow&ei=ZqoKUevBN5Pw8ATv4oCoBw&psig=AFQjCNF7uqYKegf2EZ4Xfcm2sa-8YOaHoA&ust=1359739878952398 AN02FREV001/REV 4.0 25 Dessa forma, segundo Maslow, a pessoa humana se motiva, e permanece motivada, em função do atendimento às suas necessidades humanas. Dentro desse contexto, a pessoa que ocupa um cargo, estará motivada, ou desmotivada, naquele cargo em função do nível de atendimento às suas necessidades humanas, que ocorrerá em virtude das recompensas que o próprio cargo oferece. Maslow definiu que as pessoas possuem cinco tipos de necessidades humanas, e de acordo com cada tipo de necessidade, ele fez uma classificação das mesmas agrupando-as em formato de pirâmide, o qual recebeu o nome de “Pirâmide de Maslow”, como é demonstrado na Figura 09 abaixo. FIGURA 09 – PIRÂMIDE DE MASLOW FONTE: Disponível em <http://rafamorawski.blogspot.com.br/2012/08/teoria-motivacao-frederick- herzberg.html> Acesso em: 31 jan. 2013. Como é exposto, a Pirâmide de Maslow classifica a motivação humana em cinco níveis, onde na base da pirâmide estão às necessidades chamadas de “Fisiológicas” ou Fisiologia, que são aquelas necessidades relacionadas à própria sobrevivência da pessoa, ou seja, são os aspectos necessários para que a pessoa conserve sua vida como alimentação, respiração, água, sexo, etc. http://rafamorawski.blogspot.com.br/2012/08/teoria-motivacao-frederick-herzberg.html http://rafamorawski.blogspot.com.br/2012/08/teoria-motivacao-frederick-herzberg.html http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=syM2GCbOR4LldM&tbnid=GQuceadkyyjoPM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://rafamorawski.blogspot.com/2012/08/teoria-motivacao-frederick-herzberg.html&ei=P6cKUazqJYq09QSzm4G4Cg&psig=AFQjCNFlaPVJLhf3IpeRrEBUHGNNncoXoA&ust=1359739071658956 AN02FREV001/REV 4.0 26 Dessa maneira, as necessidades fisiológicas são as de maior importância e de maior ocorrência, visto que elas necessitam de atendimento para que continuem vivendo. Desse modo, as pessoas que ocupam os diversos cargos nas organizações pleiteiam as recompensas que o mesmo lhes oferece, como forma de poder satisfazer as suas necessidades fisiológicas, ou seja, as pessoas irão adquirir alimentos, água, buscar um local para dormir, uma pessoa para ser companheira, etc. com os valores financeiros que recebem das organizações para atenderem a estas grandes necessidades humanas. Dessa maneira, a motivação das pessoas surge como forma de buscar a remuneração adequada para poder adquirir os diversos componentes que proporcionarão o atendimento a essas necessidades. No entanto, segundo a teoria de Maslow, após as necessidades fisiológicas serem atendidas, a motivação humana aumenta para o atendimento a um novo nível de necessidade humana, que é o nível de necessidades de segurança. Assim, a pessoa quando atinge o nível de necessidade de segurança, ela irá procurar formas de recompensa financeira onde ela consiga proteger os aspectos de segurança pessoal, patrimonial e familiar, ou seja, a pessoa buscará encontrar moradia para manter a segurança, apólices de seguro para proteger à vida, seus bens, etc. entre outros aspectos que podem proporcionar segurança. Nesse contexto, após as necessidades fisiológicas e de segurança terem sido atendidas, a pessoa passa a ter a necessidade de estar presente em um grupo, ou de ter relacionamentos. Dessa maneira, a motivação humana nesse momento é direcionada para o atendimento destes aspectos, ou seja, a pessoa buscará formas para participar de um grupo social, ou de possuir relacionamentos amorosos e de amizade, entre outros. As necessidades de segurança são aquelas que proporcionam todo tipo de segurança à pessoa, seja no ambiente pessoal, profissional, familiar, entre outras. AN02FREV001/REV 4.0 27 FIGURA 10 – PIRÂMIDE DE MASLOW DETALHADA FONTE: Disponível em <http://hgmconsultores.com.br/paginarapida/ate_que_ponto_vale_a_pena_investir_nos_recursos_hu manos> Acesso em: 31 jan. 2013. Após esses três níveis de necessidades serem atendidos, a motivação humana surge para o atendimento das necessidades de estima, ou de status, onde a pessoa busca o reconhecimento pessoal e profissional, e outras ações de autoestima, de crescimento, entre outros aspectos. Por fim, no último estágio da teoria da pirâmide de Maslow, surgem as necessidades de autorrealização, com a busca pela moralidade, tomada de decisões, crescimento e estabilização profissional, etc. http://hgmconsultores.com.br/paginarapida/ate_que_ponto_vale_a_pena_investir_nos_recursos_humanos http://hgmconsultores.com.br/paginarapida/ate_que_ponto_vale_a_pena_investir_nos_recursos_humanos http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=YeazC97m3yjSIM&tbnid=sNBkEjdRfqKcMM:&ved=0CAgQjRwwADgS&url=http://hgmconsultores.com.br/pagina-rapida/ate_que_ponto_vale_a_pena_investir_nos_recursos_humanos&ei=rqYKUan-KorU9QTIsIDABA&psig=AFQjCNGCCWRFQZ-7TGf8_QUtXTRGsie98w&ust=1359738926742701 AN02FREV001/REV 4.0 28 Assim sendo, segundo Maslow, a motivação humana será em virtude do posicionamento que a pessoa ocupa na pirâmide, ou seja, em que nível a pessoa ocupante de um cargo se encontra na situação de suas necessidades. 4 A MOTIVAÇÃO SEGUNDO HERZBERGHerzberg foi outro estudioso da motivação humana, e juntamente com Maslow, são os maiores estudiosos do assunto. A Figura 11 expõe uma foto de Herzberg. Dessa forma, em função das necessidades que a pessoa precisa satisfazer será o processo motivacional da mesma. Nesse contexto, a forma de motivar uma pessoa que se encontra no nível básico, ou de necessidades fisiológicas será diferente de outra que está no nível de estima, pois as necessidades são diferentes e a forma de satisfazê-las também são, sendo necessárias ações diferentes para poder motivar todas as pessoas em cada nível de necessidade que elas se encontram. AN02FREV001/REV 4.0 29 FIGURA 11 – HERZBERG FONTE: Disponível em <http://rafamorawski.blogspot.com.br/2012/08/teoria-motivacao-frederick- herzberg.html> Acesso em 31 jan. 2013. A teoria de Herzberg é semelhante aos estudos de Maslow, pois o conceito é semelhante nos dois casos. No entanto, Herzberg estipulou os seus estudos definindo que as necessidades humanas, e a motivação humana, acontecem em função de dois fatores, que foram denominados por ele de fatores higiênicos ou extrínsecos e fatores motivacionais ou intrínsecos. Assim sendo, os fatores higiênicos são todos aqueles que surgem em função do trabalho propriamente dito, onde o funcionário recebe as recompensas pelo trabalho desenvolvido no seu cargo. Dentro os fatores higiênicos estão: a política da empresa, as condições de trabalho, como acontece à supervisão, o salário, a estabilidade no seu cargo, os benefícios, entre outros aspectos. Já os fatores motivacionais são todos aqueles aspectos que estão presentes no dia a dia das pessoas que ocupam os diversos cargos nas organizações, mas que segundo Herzberg, são os fatores que geram, ou produzem a motivação para que a pessoa seja estimulada a desempenhar as suas atividades de forma comprometida e eficaz. Entre os fatores motivacionais estão: o reconhecimento, as diversas responsabilidades no cargo, a realização pessoal e conquistas profissionais e pessoais, o progresso ou ascensão, entre outros. http://rafamorawski.blogspot.com.br/2012/08/teoria-motivacao-frederick-herzberg.html http://rafamorawski.blogspot.com.br/2012/08/teoria-motivacao-frederick-herzberg.html http://2.bp.blogspot.com/-8wueyFUhtV8/UCuVUfj7bvI/AAAAAAAAFrc/pkj3B6ZgyLE/s1600/425177_114169732043253_1588786268_n.jpg AN02FREV001/REV 4.0 30 Dessa maneira, pode-se fazer uma comparação entre a Teoria de Maslow e a Teoria de Herzberg, onde analisando a Figura 12 abaixo, pode-se perceber que os três primeiros fatores da pirâmide de Maslow (necessidades fisiológicas, de segurança e sociais) podem ser classificados como fatores higiênicos, e os dois últimos níveis da pirâmide (necessidades de estima e autorealização) são classificados como fatores motivacionais. FIGURA 12 – COMPARATIVO DAS TEORIAS DE MASLOW E HERZBERG FONTE: Disponível em <www.bbconsult.com.bracesso> Acesso em 01 fev. 2013. Dessa maneira, Herzberg desenvolveu uma análise que expõe como acontece a satisfação, ou a sua falta, baseado nas características dos fatores higiênicos e motivacionais. Assim sendo, se em alguma organização, ou nos diversos cargos, surge a ocorrência de fatores higiênicos, que são os mais convencionais, os ocupantes dos cargos ficam não insatisfeitos, como afirma Herzberg, pois nessa situação o ocupante do cargo não está plenamente realizado, ou motivado, mas não fica também insatisfeito, pois ele está obtendo os fatores higiênicos. Dessa forma, por exemplo, se o ocupante do cargo recebe o seu salário no dia combinado, no valor correto, ele fica não insatisfeito, pois o pagamento do salário é algo que não motiva ou deixa satisfeito o funcionário, mas se ele acontece normalmente, a pessoa que http://www.bbconsult.com.br/impressao.asp?id=16 http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=kpreHHsX6K7ePM&tbnid=8-K_u4Jro69snM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://www.bbconsult.com.br/impressao.asp?id=16&ei=QacKUcCSH5Ok8ATnloDoCA&psig=AFQjCNEq0ykBiVwaQPtvHjEGbWx45y_ssA&ust=1359739073541951 AN02FREV001/REV 4.0 31 ocupa o cargo não fica insatisfeita também, pois ele recebeu o pagamento do salário normalmente, como é demonstrado pela Figura 13. FIGURA 13 – TEORIA MOTIVACIONAL DE HERZBERG SATISFAÇÃO NÃO - INSATISFAÇÃO PRESENÇA DE FATORES MOTIVACIONAIS INSATISFAÇÃO AUSÊNCIA DE FATORES HIGIÊNICOS NÃO - INSATISFAÇÃO PRESENÇA DE FATORES HIGIÊNICOS AUSÊNCIA DE FATORES MOTIVACIONAIS FONTE: Arquivo particular do Autor. Do mesmo modo se houver a falta, ou ausência, de fatores higiênicos, automaticamente é produzida a insatisfação. Como no exemplo anterior, se o ocupante do cargo não receber o seu salário no dia combinado, ou no valor combinado, ele fica automaticamente insatisfeito e esse sentimento gera a desmotivação pelo cargo e pela empresa como um todo. Nesse contexto, por outro lado, se ocorre à ausência de fatores motivacionais, o ocupante do cargo fica não insatisfeito, pois a falta desses fatores não afeta o indivíduo para causar insatisfação, visto que ele continua realizando as suas atividades, ele continua a receber o salário e demais fatores higiênicos, mas AN02FREV001/REV 4.0 32 fica chateado, aborrecido e não insatisfeito por não ter tido a presença dos fatores motivacionais. Assim sendo, se o ocupante do cargo recebe o salário normalmente, de forma correta, mas não tem reconhecimento, elogios, novos desafios, etc. ele continua alegre, mas não totalmente satisfeito, pois estes aspectos é que causam a motivação, e estão ausentes nesse caso. Em contrapartida, se acontece à presença de fatores motivacionais, aí ocorre à satisfação, e consequentemente, aumento na motivação. Esse ocupante do cargo está plenamente comprometido com a empresa e o cargo. FIGURA 14 – TEORIA MOTIVACIONAL DE HERZBERG DETALHADA FONTE: Disponível em <http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_3mod/lider_desenv_gerencial/web/Aula13/verprint.htm> Acesso em 01 fev. 2013. Dessa maneira, segundo a Figura 14 acima, pode-se visualizar um resumo dessa análise, onde no primeiro quadrante ocorre a presença de fatores motivacionais e ausência de fatores higiênicos, produzindo um ambiente de trabalho de insatisfação, mas com uma grande motivação para o trabalho. Já no quadrante dois, ocorre a presença de fatores motivacionais e a presença de fatores higiênicos, onde o trabalho e o ambiente são motivadores e o ocupante do cargo se sente plenamente satisfeito. http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_3mod/lider_desenv_gerencial/web/Aula13/verprint.htm AN02FREV001/REV 4.0 33 Por outro lado, na análise do quadrante três, ocorre a ausência de fatores motivacionais e higiênicos, caracterizando tanto o ambiente como o trabalho no cargo como produtores de insatisfação e de desmotivação. Já no quadrante quatro, acontece a ausência de fatores motivacionais e presença de fatores higiênicos, caracterizando o cargo como sendo um ambiente de não insatisfação e sem a motivação adequada para as atividades do mesmo. FIGURA 15 – CHARGE TEORIAS MOTIVACIONAIS FONTE: Disponível em <http://www.questoesdeconcursos.com.br/questoes/d1c8743c-3> acesso em 01 fev. 2013. http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=L3S3w_84rXTL-M&tbnid=X2p5ymgYM0989M:&ved=0CAgQjRwwADi2Ag&url=http://www.questoesdeconcursos.com.br/questoes/d1c8743c-3e&ei=16cKUZSYB4Xe9ATKlICoBA&psig=AFQjCNH1QdUzqziy3TfcQUY0WS333Kc5UA&ust=1359739223181361 AN02FREV001/REV 4.0 34 5 AS NECESSIDADES DO HOMEM DO SÉCULO XXI Baseado nas duas teorias motivacionais pode-se afirmar que todas as pessoas possuem as necessidades básicas, como as necessidades fisiológicas, de segurança e sociais, e as necessidades secundárias, ondese encaixam as necessidades de estima/status e de autorrealização. Dessa maneira, as pessoas ocupam cargos nas diversas organizações visando atender as suas necessidades, que estão alocadas em pontos da pirâmide de Maslow ou nos dois fatores de Herzberg. Assim sendo, pode-se demonstrar uma série de fatores e objetivos que as pessoas e as empresas buscam alcançar no momento atual e que estão relacionados com as necessidades convencionais e outras que são necessárias no momento de grandes transformações que vivenciamos como é demonstrado pela Figura 16 abaixo. No entanto, no momento atual, as necessidades das pessoas são um pouco mais complexas, pois o homem do século XXI busca além de satisfazer as suas necessidades, como expostas pela pirâmide de Maslow, também deseja o alcance de outros objetivos que lhe são peculiares, em função das transformações que aconteceram nesse momento que vivemos. AN02FREV001/REV 4.0 35 FIGURA 16 – OBJETIVOS EMPRESARIAIS E PESSOAS OBJETIVOS DAS PESSOAS 1. Melhores Salários 2. Melhores Benefícios 3. Estabilidade no Emprego 4. Segurança no Trabalho 5. Qualidade de Vida no Trabalho 6. Satisfação no Trabalho 7. Consideração e Respeito 8. Oportunidades de Crescimento 9. Liberdade para Trabalhar 10. Liderança Liberal 11. Orgulho da Organização OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO 1) Sobrevivência 2) Crescimento Sustentado 3) Lucratividade 4) Produtividade 5) Qualidade nos Produtos/Serviços 6) Redução de Custos 7) Participação no Mercado 8) Novos Mercados 9) Novos Clientes 10)Competitividade 11) Imagem no Mercado FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Assim sendo, as pessoas buscam atender a todas as necessidades que foram expostas por Maslow e Herzberg, mas também buscam alcançar melhorias e crescimento, almejando melhores salários, benefícios, segurança e estabilidade, desafios, crescimento, liberdade e participação, além de sentir orgulho pela organização e pelo cargo, qualidade de vida no trabalho, entre outras. Porém, nesse contexto ocorre um conflito entre os desejos e objetivos das pessoas que ocupam os cargos e as organizações que oferecem os cargos e precisam das pessoas para desempenhar as funções e atividades que são pertinentes ao mesmo. Desse modo, as empresas desejam obter a maior lucratividade, aumento de clientes, redução de custos, terem uma imagem perfeita no mercado, entre outros. Dessa maneira, em alguns momentos podem-se produzir alguns conflitos entre as pessoas que ocupam os cargos e a organização. AN02FREV001/REV 4.0 36 Cabe ao departamento de gestão de pessoas cadenciarem esses mecanismos que podem produzir esses conflitos e tomar decisões que os minimizem, fazendo com que ambas as partes mantenham-se satisfeitos. 6 DESENHO DO CARGO O desenho de cargos corresponde à forma adotada pela organização para desempenhar a modelagem dos cargos segundo algum critério que a mesma possa adotar e que atenda aos objetivos organizacionais que a empresa deseja alcançar. Dessa maneira, realizar o desenho dos cargos corresponde a definir alguns aspectos pertinentes aos cargos como: AN02FREV001/REV 4.0 37 7 AS ESPECIFICIDADES DO CARGO Dentro do contexto do planejamento de cargos e salário um detalhe importante deve ser analisado, que diz respeito às especificidades de cada cargo, visto que em uma organização, existem inúmeros cargos, realizando e 1. O conteúdo do cargo: corresponde ao montante total de tarefas, funções e atribuições que o ocupante do cargo deverá desempenhar no seu dia a dia para que as atividades daquele cargo sejam devidamente realizadas e alcancem-se os objetivos da organização. 2. Métodos e processos de trabalho: após a definição de todas as atividades, deve-se expor como as mesmas deverão ser realizadas, ou seja, de que forma, de que maneira, com quais métodos, normas, estruturas, equipamentos, ferramentas, etc. as atividades relacionadas ao cargo serão feitas para o alcance dos objetivos. É a parte operacional e prática do cargo no dia a dia. 3. Responsabilidade: nesta fase devem ser explicados quais são as devidas responsabilidades do cargo, bem como a posição hierárquica ocupada pelo mesmo no organograma, a estrutura hierárquica que será ocupada por aquele cargo e como será a subordinação, a prestação de contas, entre outros aspectos. Neste item é importante deixar bem claro como deve ser a relação entre os diversos ocupantes dos cargos, além da relação com os superiores e pares, demonstrando todas as relações que possam existir e o grau de subordinação entre eles e ao qual deverão estar sujeitos. 4. Autoridade: se o cargo for ocupante de uma posição na estrutura hierárquica que tenha o exercício do poder, ou de comando, esse cargo será possuidor de autoridade, ou seja, o mesmo tem poder e comando sobre uma equipe ou até mesmo sobre algumas pessoas. Assim sendo, nesse caso deve-se ser explicitado todas as formas de autoridade, sendo detalhado como acontece esse comando, sobre quais cargos existe a autoridade e qual o seu reporte, ou seja, acima do cargo como esta a autoridade que o mesmo responderá. Também deverá ser exposto quem são as pessoas ocupadoras dos cargos sob o comando desse cargo que possui o comando e a descrição destes, bem como a relação mantida nesses critérios de autoridade. AN02FREV001/REV 4.0 38 desempenhando uma série grandiosa de funções, tarefas, atribuições ou demais atividades. No entanto, para cada cargo existem características que são específicas para cada cargo e estas especificidades necessitam ser analisadas e descritas de forma que essas características que tornam os diversos cargos diferenciados, são os fatos mais importantes na sua execução, visto que as atividades padrões, ou rotineiras, acabam sendo iguais para todos os cargos. Contudo, as atividades que são específicas em cada cargo é que definem o seu grau de importância, ou de agregação de valor para a organização e para o ocupante do cargo em si, visto que esse profissional acaba sendo um profissional diferenciado por fazer essas atividades que são particulares ao seu cargo. No momento da construção do planejamento de cargos e salários, as especificidades necessitam ser analisadas de forma diferenciada, pois são estes aspectos que modificam o executar de alguns cargos. 8 PADRONIZAÇÃO DAS FUNÇÕES EM SEUS RESPECTIVOS CARGOS Outra situação que acontece muitas vezes na execução das inúmeras tarefas que as organizações necessitam desempenhar para atingir os seus objetivos é a padronização de atividades e funções que são semelhantes em seus respectivos cargos. O objetivo dessa padronização é poder igualar essas atividades dentro de cargos semelhantes, com o intuito de criar cargos que são semelhantes, com algumas características específicas que o diferenciam. Essa padronização torna-se importante para o momento da construção do plano de cargos e salários, visto que não é possível atualmente, manter-se uma grande quantidade de cargos, fato que dificulta a gestão e a elaboração do próprio plano de cargos e salários, além de outras ações que acabam complicando todo o processo de gestão de pessoas. Dessa maneira, as empresas e demais organizações estão reduzindo a quantidade de cargos, diminuindo o organograma (o chamado achatamento da AN02FREV001/REV 4.0 39 pirâmide hierárquica), com vistas a tornar o processo mais simplificado e mais fácil de ser gerenciado, além de favorecer as pessoas que exercem as funções. Assim sendo, a padronização de cargos e funções semelhantes torna-se uma prática de grande importância, pois favorece a junção de ações menosimportantes, ou pouco diferenciadas, e auxilia na valorização de funções e atividades mais específicas e de maior valor agregado para a organização. 9 CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PLANO DE CARGOS & SALÁRIOS Após ter-se demonstrado sobre o plano de cargos e salários, citar-se-á alguns aspectos básicos principais sobre como deve ser realizado esse planejamento e a sua utilização. Esse pequeno descritivo serve como introdutório ao assunto, visto que o Módulo II irá tratar desse aspecto em detalhes. Dessa forma, a finalidade do plano de cargos e salários é determinar por meio de um processo formal e documentado, quais são os instrumentos, normas e procedimentos que irão operacionalizar as políticas de remuneração da empresa, com objetivo de motivar os funcionários, criando e mantendo a satisfação nos executantes dos diversos cargos, além de conseguir captar novos talentos para agregar valor ao negócio desenvolvido pela mesma, e também como forma de reter os talentos existentes nos diversos cargos, oferecendo condições para que os funcionários sintam orgulho de pertencer ao conjunto da organização. A construção de um plano de cargos e salários propicia alguns benefícios, como: a) Linguagem única: toda a empresa adota um critério único para administrar os cargos e as formas de remuneração. b) Tratamento igualitário para todos os funcionários: com a adoção do plano de cargos e salários, a empresa trata todos os seus funcionários de forma igualitária e justa, o que possibilita a melhoria na gestão e na organização como um todo. c) Manutenção de salários competitivos: com a implantação do plano de cargos e salários, a empresa consegue identificar facilmente, e mais abertamente, como são os cargos e suas respectivas remunerações praticados no mercado, fato AN02FREV001/REV 4.0 40 que possibilita a criação de diretrizes para se estabelecer e alcançar o equilíbrio interno e externo da organização nesse aspecto, tornando-se mais competitiva e conseguindo atrair e reter as pessoas competentes e talentosas, que fazem a diferença nos processos empresariais atualmente. d) Remunerações por desempenho e resultados: a empresa consegue ter um sistema que irá remunerar os seus ocupantes de cargos pelos resultados obtidos, como a produtividade, por exemplo, fato que explica outros aspectos que melhoram a empresa e o próprio funcionário. O plano de cargos e salários é construído e implantado seguindo algumas etapas, que são: 1. Análise e diagnóstico do negócio: onde a empresa necessita conhecer os principais aspectos da gestão das pessoas que são praticados no mercado e que devem ser construídos para o seu negócio. 2. Coleta de informações: é a fase onde a empresa busca por informações relacionadas aos cargos, salários e demais aspectos da política de cargos e salários para poder ter subsídios para compor seu planejamento. 3. Elaboração ou revisão das descrições dos cargos: é a fase onde as informações coletadas na fase anterior são analisadas e estruturadas, em forma de esboço, para a confecção do plano oficial que a empresa adotará. 4. Análise das descrições dos cargos: após a construção do esboço do plano, feito na fase anterior, a empresa começa a descrever os seus diversos cargos, detalhando todos os aspectos que são pertinentes para a construção do plano. 5. Avaliação dos cargos: nesta fase são feitas diversas análises para se analisar e avaliar as descrições dos cargos que foram realizados na fase anterior, buscando a correção de descrições feitas de forma incorreta, ou falhas nesse processo. 6. Elaboração da estrutura de cargos: aqui é estruturado o organograma, realocando-se os cargos na estrutura hierárquica de acordo com a descrição e avaliação dos cargos, bem como as novas formas de remuneração que deverão ser implantadas. 7. Desenho da política salarial: é a fase de definição de todos os aspectos que comporão o plano de cargos e salários e como deverá ser a sua implantação. AN02FREV001/REV 4.0 41 Nesse caso, todos os procedimentos, instruções e normas relacionadas aos cargos e aos tipos de remuneração deverão ser descritos, expostos e aplicados, como forma de ser o direcionador para o alcance dos objetivos da organização. . FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 42 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 43 CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 44 MÓDULO II 10 ELABORAÇÃO DE PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS 10.1 PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS O plano de cargos e salários é um instrumento utilizado pelas empresas, e demais organizações, visando conseguir atender a diversos aspectos que atualmente estão sendo necessários para o perfeito atingimento dos objetivos organizacionais. Assim sendo, com todas as modificações que surgiram após 1990 e os primeiros anos da década 2000-2010, exigiram dessas organizações a adequação a situações completamente novas, e que até então não eram realizadas. Nesse contexto, grandes mudanças afetaram o mercado onde as empresas atuam, destacando-se o aumento da concorrência, a globalização mundial, o aumento no nível de exigência dos consumidores em relação aos produtos e serviços disponibilizados pelas empresas no mercado, a atuação governamental nos processos empresariais, entre outras modificações que surgiram, fazendo com que as organizações fossem obrigadas a modificar-se e adaptar-se nesse novo contexto do mundo de negócios. Assim, para conseguir superar todas essas exigências e conseguir sobreviver no mercado, obtendo ainda os objetivos organizacionais que as empresas explicitam em seu planejamento de longo prazo, novas técnicas de gerenciamento foram criados e com eles, outras ferramentas que até então não eram utilizadas, ou não existiam. Nesse ínterim, o plano de cargos e salários é uma ferramenta que surgiu como forma de melhor aproveitar o potencial humano nas empresas, buscando melhorar a eficácia, eficiência e o alcance dos objetivos globais da empresa. AN02FREV001/REV 4.0 45 Essa situação surgiu em virtude da valorização das pessoas nas empresas, com a gigantesca modificação surgida nos momentos de globalização, onde as empresas notaram que o grande diferencial para o alcance dos objetivos, e a permanência contínua dessa situação, ou seja, o atingimento dos objetivos por muitos anos, só são possíveis em função das pessoas que exercem funções e ocupam cargos nas organizações. O grande diferencial exatamente são as pessoas e, desta forma, as empresas passaram a visualizar as pessoas com novos olhares, desenvolvendo ações e atitudes que até então não existiam. Com esse novo modelo de gestão de pessoas, surgiu automaticamente o processo de planejamento de cargos e salários. FIGURA 17 – INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS E ORGANIZACIONAIS Influências Ambientais Externas Influências Organizacionais Internas Processos de Recursos Humanos Processos de Agregar Pessoas Processos de Aplicar Pessoas Processos de Recompensar Pessoas Processos de Desenvolver Pessoas Processos de Monitorar Pessoas Processos deManter Pessoas Resultados Finais Desejáveis Práticas éticas e socialmente responsáveis Qualidade de Vida no Trabalho Produtos e Serviços competitivos FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Dessa maneira, as empresas são obrigadas a auferirem resultados que só são alcançados devido a melhor gestão de pessoas e dos processos gerenciais de pessoas que são percebidos, como ações de agregar pessoas, aplicar pessoas, AN02FREV001/REV 4.0 46 recompensar pessoas, desenvolver pessoas, manter e monitorar pessoas, pois somente com esses processos pode-se atingir os resultados que são esperados, como a realização de práticas éticas e responsáveis socialmente, produtos que sejam competitivos no mercado e a devida qualidade de vida (Figura 17) 11 METODOLOGIAS PARA CONSTRUÇÃO DE PLANOS DE CARGOS E SALÁRIOS Para que a empresa possa elaborar um planejamento de cargos e salários, visando alcançar os seus objetivos e consiga gerenciar de forma adequada os seus recursos humanos, ou as pessoas que estão na empresa ocupando os cargos e desempenando funções, ela precisa elaborar uma metodologia para conseguir construir esse plano de forma completa e com condições de ser implantado e utilizado pelos diversos ocupantes do cargo. É lógica que o plano de cargos e salários, como todo planejamento é dinâmico, contínuo e sofrerá diversas alterações e mudanças no decorrer do tempo, como forma de adequar-se aos objetivos que a empresa busca alcançar. Dessa maneira, a empresa necessita definir qual melhor metodologia irá adotar para poder construir o seu plano de cargos e salários. Fica exposto que cada empresa possui autonomia e flexibilidade para poder definir como será feito o plano. A definição da metodologia para a construção do plano de cargos é totalmente livre e aberto, sendo que a empresa pode definir essa metodologia da melhor forma, podendo agregar alguns aspectos que sejam pertinentes e outros que não sejam tão importantes e mereçam ser eliminados do processo. No entanto, após definir-se a metodologia, a empresa necessita seguir este processo, com a intenção de poder construir um plano de cargos e salários que realmente seja eficiente e onde a empresa possa se basear para atingir os seus objetivos. AN02FREV001/REV 4.0 47 12 COMO DESENVOLVER UM PLANO DE CARREIRA Para que a organização possa desenvolver e elaborar um plano de cargos e carreiras torna-se necessário seguir-se a metodologia que foi adotada pela mesma, a fim de ter-se um delineador para a construção do mesmo. Assim sendo, após ter-se definido qual a metodologia que será utilizada para a construção do plano de cargos, a empresa, ou outro tipo de organização, necessita dividir essa construção em fases, visto que a construção do plano em si é de certo modo bem complexa e, sendo assim, torna-se mais fácil a sua elaboração, pois o contexto geral de construção desse plano fica mais direcionado e centrado na descrição de cada uma das fases. 13 CONSTRUÇÃO DAS FASES DO PROJETO DO PLANO DE CARGOS & SALÁRIOS Na elaboração do plano de cargos e salários é imprescindível que se faça a divisão do mesmo em fases, ou etapas, pois esse planejamento é, de certa forma, complexo, exigindo que se faça um detalhamento em forma de fases, para no final obter-se o plano completo relacionado aos cargos e salários. Assim sendo, a construção do plano de cargos e salários pode ser realizada por meio da subdivisão em quatro fases, que são: AN02FREV001/REV 4.0 48 Assim sendo, iremos descrever a partir desse momento, as diversas fases da construção do plano de cargos e salários. 14 ENRIQUECIMENTO DE CARGOS Na análise dos cargos para a construção do plano de cargos e salários, um item de destaque diz respeito às diversas formas de enriquecimento dos cargos, ou seja, como a organização pode implementar ações que tornem o cargo mais complexo, ou o seu ocupante com maiores responsabilidades e funções. Esse enriquecimento torna-se importante em um momento em que a empresa, ou outro tipo de organização, necessita realizar novas atividades e não dispõe de novos cargos, ou ocupantes para tal, ou então, em momentos em que é essencial que o ocupante do cargo possa desempenhar novas atividades em função a) Fase 01: aspectos relacionados aos cargos, ou seja, todos os aspectos que devem ser estudados e detalhados em relação aos cargos como a descrição, o enriquecimento, a avaliação e a meritocracia. b) Fase 02: nesta fase torna-se necessária a construção do diagnóstico da organização, onde devem ser analisadas as diversas funções, os departamentos e as suas especificidades. c) Fase 03: a terceira fase do processo de construção do plano de cargos e salários diz respeito a todos os aspectos salariais, ou seja, como são definidas a estrutura salarial, as tabelas, os níveis salariais, etc, que a organização deve adotar, além das formas de promoção e movimentação do pessoal nas carreiras que são possíveis na organização. d) Fase 04: por fim, a fase quatro corresponde ao processo completo de avaliação do desempenho, que deve ser feito para todos os cargos, como forma de melhorar o processo de cargos e salários, bem como as formas de recompensas em função do desempenho auferido. AN02FREV001/REV 4.0 49 de sua disponibilidade de tempo, ou de suas habilidades para o mesmo, ou como forma de agregar valor ao cargo, com as devidas recompensas. Assim sendo, é extremamente saudável que aconteça esse enriquecimento, tanto para a organização quanto para o ocupante do cargo, pois ambos obterão vantagens deste, seja no curto ou no médio e longo prazo. Dessa maneira, é possível fazer-se o enriquecimento do cargo de forma vertical ou horizontal, como é demonstrado pela Figura 18. Quando ocorre na forma horizontal, o cargo é atribuído de novas funções e atividades, que podem ser complementares ou diferentes das atividades já existentes e praticadas pelo seu ocupante. Quando ocorre o enriquecimento vertical, o ocupante do cargo passa a ter novas responsabilidades, diferentes daquelas antes executadas, inclusive com atribuições de autoridade, em alguns casos (Comando). FIGURA 18 – ENRIQUECIMENTO DOS CARGOS Enriquecimento Vertical CARGO Enriquecimento Horizontal Enriquecimento HorizontalCARGO FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Desse modo, como é mostrado na Figura 19, quando o enriquecimento do cargo é realizado de forma vertical, são atribuídos ao mesmo, novas responsabilidades que são mais elevadas, ou seja, atribuições maiores daquelas que o ocupante do cargo já desempenhava. AN02FREV001/REV 4.0 50 Em paralelo a esse enriquecimento, algumas atividades que antes eram desempenhadas pelo ocupante do cargo passam a ser atribuídas a outros cargos, ou então são automatizadas. Esse processo acontece quando o ocupante do cargo passa a exercer atividades destacadas nos níveis gerenciais ou estratégicos, deixando o caráter operacional. Dessa maneira, quando o foco do cargo passa a ser gerencial ou estratégico, a atuação operacional que antes era feito, é atribuído a outro cargo, ou então é automatizado, permitindo que o ocupante do cargo exerça atividades específicas de análise, planejamento e controle dos negócios da empresa. Um bom exemplo disso é o caso do vendedor que passa a exercer funções de supervisão ou de gerência de vendas, pois o mesmo deixa de vender, ou faz poucas vendas, e vai executar ações de planejamento das vendas, gestão dos vendedores, controle das vendas, etc. FIGURA 19 – FORMAS DE ENRIQUECIMENTO DOS CARGOS Para enriquecer um cargo deve-se rearranjar seus elementos Atribuir responsabilidades mais elevadas Incluir o trabalhoposterior Atribuir a outros ou automatizar tarefas simples Incluir o trabalho anterior Carga Vertical: aumenta a complexidade do cargo Carga Horizontal: aumenta a variedade do cargo FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). AN02FREV001/REV 4.0 51 Por outro lado, quando o enriquecimento é feito de forma horizontal, o ocupante do cargo pode desenvolver atividades do cargo anterior ao seu, como no caso de uma linha de montagem, e também do cargo posterior, de maneira horizontal. Dessa forma, o ocupante do cargo passa a desempenhar as suas funções já existentes, e torna-se complementar aos cargos anteriores e posteriores, exercendo algumas tarefas desses cargos. 15 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DE CARGOS A descrição do cargo consta de um documento formal, onde a empresa realiza a definição de todas as atividades que o seu ocupante realiza, bem como os demais aspectos pertinentes para o alcance dos objetivos daquele cargo, como as tarefas e atividades que devem ser executadas e em que período, ou momento, que as mesmas devem ser feitas e concluídas. Além disso, também é descrito a utilização de equipamentos, máquinas e ferramentas que auxiliam na execução das atividades do cargo. Também é descrito o local de realização do trabalho e quais são os objetivos do cargo, as metas, responsabilidades e autoridades, além da descrição da estrutura hierárquica constituinte do cargo, como é exposto pela Figura 20. AN02FREV001/REV 4.0 52 FIGURA 20 – DESCRIÇÃO DE CARGOS DESCRIÇÃO DO CARGO QUANDO FAZ COMO FAZ POR QUE FAZ ONDE FAZ O QUE FAZ TAREFAS E ATIVIDADES A EXECUTAR PERIODICIDADE: DIÁRIA, SEMANAL, MENSAL, ANUAL, ETC. ATRAVÉS DE PESSOAS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, MATERIAIS, INFORMAÇÕES LOCAL E AMBIENTE DE TRABALHO OBJETIVOS DO CARGO, METAS E RESULTADOS A ALCANÇAR FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Desse modo, todas as pessoas envolvidas com as funções e os diversos cargos, recebem as informações de forma clara e objetiva, na qual se torna mais transparente o processo de contratação, avaliação de desempenho, promoções, etc. Com este documento, todos os setores administrativos da empresa conseguem gerenciar de maneira efetiva as atividades, responsabilidades, funções e rotinas dos cargos. Como exemplos, são demonstrados abaixo um modelo de descrição de cargos, com as principais informações que são pertinentes para a perfeita execução do cargo. É lógico que esse modelo não é o mais correto, ou adequado a todo tipo de organização, mas serve como parâmetro para a construção deste importante documento. Na verdade, cada organização possui total liberdade e autonomia para a confecção de seus documentos de descrição dos cargos, fato que deve ser desenvolvido pelo setor de Recursos Humanos da empresa, juntamente com os setores estratégicos, descrevendo os seus objetivos em relação à política de Gestão de Pessoas que a empresa pretende usufruir, buscando atingir os objetivos empresariais. AN02FREV001/REV 4.0 53 Outro detalhe importante é que esse descritivo de cargos deve ser revisado constantemente pelo setor responsável, buscando atualizar as informações do cargo, buscando estar constantemente alinhado com o mercado, se tornando mais competitivo e alcançando melhores resultados. TABELA 01 – MODELO DE FICHA DE DESCRIÇÃO DE CARGO EMPRESA XXXXX Descrição de Cargo Mensalista Cargo: Analista de Cargos e Salários Sênior SUMÁRIO DO CARGO ou DESCRIÇÃO SUCINTA Reportando-se ao Supervisor de Remuneração, auxiliando-o no planejamento estratégico da área, bem como responde pelas análises do organograma da empresa, análises e movimentações da massa salarial, cargos e salários da empresa. TAREFAS PERIÓDICAS PARTICIPA na confecção do planejamento do departamento fornecendo informações e analisando cenários internos e externos. ANALISA todas as alterações propostas internamente no que se refere a cargos e salários, confrontando-as com os procedimentos e políticas em vigor, aprovando ou não. RESPONDE pelo desenho de organograma da empresa e sugestões de modificações neste. CONFECCIONA relatórios finais da área de remuneração para subsidiar decisões superiores. TAREFAS OCASIONAIS (Se houver) SUBORDINAÇÃO Reporta-se ao Supervisor de Remuneração AN02FREV001/REV 4.0 54 CONTINUAÇÃO DA TABELA 01 REQUISITOS OU QUALIFICAÇÕES EXIGIDAS Escolaridade: superior em Administração de Empresas Experiência Anterior: mínimo de três anos na função de Analista Pleno Conhecimentos: digitação, Office, redação, habilidade no relacionamento humano, cálculos de média complexidade, fluência verbal e escrita, visão abrangente do business, forte poder de argumentação e convencimento. APROVAÇÕES Superior Imediato Data:____/____/____. FONTE: o Autor. 16 AVALIAÇÃO DE CARGOS Após a empresa ter construído o processo de descrição dos cargos, é essencial que a mesma faça a avaliação desses cargos, ou seja, como ocorre a atitude do funcionário em relação aos cargos e perante a empresa. Dessa forma, por meio da avaliação de cargos é possível alterar-se a descrição de cargos, corrigindo possíveis erros de construção, ou melhorando alguns aspectos que são pertinentes ao cargo na prática e que possam ter passado despercebidos. Dessa maneira, a avaliação serve de parâmetro para que a descrição dos cargos seja completa e o mais aproximado possível da realidade da empresa e do cargo, buscando-se esclarecer todas as atitudes daquele cargo no contexto global da empresa e do mercado como um todo. AN02FREV001/REV 4.0 55 Desse modo, na construção do plano de cargos e salários é importante que se façam a avaliação de forma constante, como meio de atualizar e corrigir detalhes da descrição dos cargos que sejam pertinentes e relevantes. FIGURA 21 – ATITUDES DO OCUPANTE DOS CARGOS Atitude do Funcionário Atitude perante o cargo 1. Atividades variadas e inovadoras 2. Identificação com as tarefas 3. Autonomia e independência 4. Satisfação com o cargo 5. Trabalho em equipe 6. Boa Remuneração 7. Qualidade de Vida no Trabalho Atitude diante da empresa 1. Clima Organizacional Positivo 2. Cultura Democrática 3. Reconhecimento e Status 4. Oportunidade de Crescimento 5. Orgulho da Empresa 6. Qualidade de Vida 7. Receptividade de idéias Fonte: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Desse modo, como é mostrado pela Figura 21 acima, no processo de avaliação de cargos é essencial analisar-se a atitude do funcionário perante o cargo e perante a empresa. Assim sendo, na avaliação perante o cargo devem ser considerados os aspectos relacionados a todas as atividades que são desenvolvidas pelo ocupante do cargo, notando-se se as mesmas oferecem algum caráter inovador ou não, além de perceber se essas atividades são variadas, ou são rotineiras. Além disso, é preciso identificar-se as atividades com o seu ocupante, ou seja, é essencial que o funcionário que ocupa o cargo seja coerente com as suas AN02FREV001/REV 4.0 56 atividades, que ele tenha identificação com as tarefas e funções que desempenha, possuindo habilidades que permitam o desenvolvimento da atividade e o alcance dos objetivos. Além do mais, também se torna preciso a avaliação do cargo nos aspectos de autonomia e satisfação do funcionário em realizá-lo, e também, se a execução do cargo proporciona qualidade de vida no trabalho, ou seja, as diversas atividades que são desempenhadas no dia a dia fazem com que o funcionário sinta-se confortável com as atitudes e ações que o cargo proporciona a ele, produzindo satisfação e alegria em exercer aquela função.Em outro foco, a avaliação dos cargos deve ser realizada baseada na atitude perante a empresa, ou seja, como a empresa age para que a avaliação do cargo seja satisfatória. Desse modo, a avaliação nesse aspecto deve perceber como são os aspectos do clima organizacional, ou seja, o ambiente geral da organização é positivo e influencia o desenvolvimento das atividades de forma produtiva, ou não, o clima é negativo e atrapalha o desenvolvimento das atividades. Outro aspecto é analisar a influência da cultura organizacional e as suas influencias nas atividades. Diante disso, aspectos como reconhecimento, orgulho da organização, qualidade de vida no trabalho, entre outros podem ser também avaliados e descritos como auxiliadores no processo de execução das atividades da empresa, ou como não existentes ou pouco influenciadores no contexto geral das atividades empresariais da organização. 17 MÉTODOS TRADICIONAIS DE AVALIAÇÃO DE CARGOS Existem vários métodos para se fazer a avaliação de cargos. No entanto, os métodos tradicionais são aqueles que são mais utilizados, em função de considerarem apenas alguns requisitos básicos para a avaliação dos mesmos. AN02FREV001/REV 4.0 57 Assim sendo, esses métodos consideram alguns requisitos que são necessários para que os cargos possam desempenhar eficazmente as suas tarefas e atribuições, como são demonstrados pela Figura 22 abaixo: FIGURA 22 – FATORES DE ESPECIFICAÇÃO NA AVALIAÇÃODOS CARGOS FATORES DE ESPECIFICAÇÕES Requisitos Físicos Responsabilidades Condições de Trabalho Requisitos Mentais 1. Instrução 2. Experiência Anterior 3. Iniciativa 4. Aptidão 1. Supervisão de Pessoas 2. Material, equipamentos e ferramentas 3. Dinheiro, documentos 4. Contatos Internos e externos 1. Ambiente Físico de Trabalho 2. Riscos de Acidentes 1. Esforço Físico 2. Concentração Visual e Mental 3. Habilidades 4. Porte Físico FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Desse modo, os modelos tradicionais consideram os seguintes requisitos para a avaliação de cargos: a) Requisitos Mentais: onde são avaliados os aspectos relacionados aos cargos no condizente aos níveis de formação acadêmica e profissional, as experiências anteriores em outros cargos na mesma organização, ou em outras empresas, ou em cargos semelhantes em organizações diferentes. Também são analisadas as formas de iniciativa, de coerência e aptidões necessárias para o desenvolvimento das atividades que o cargo exige. b) Requisitos Físicos: nesse aspecto, são avaliados todos os requisitos físicos que são necessários para o desempenho no cargo, como força e esforço AN02FREV001/REV 4.0 58 físico, habilidades físicas, desenvoltura e porte físico do ocupante do cargo, além de certo nível de concentração visual e mental. c) Responsabilidades: aqui são avaliados todos os aspectos que devem ser atribuídos como as responsabilidades pelo ocupante do cargo, como características de supervisão e controle, sejam no tocante às pessoas, ou máquinas, equipamentos, documentos e outros relacionados. d) Condições de Trabalho: por fim, a avaliação tradicional considera o ambiente global de desempenho do cargo, considerando aspectos que impactam nessa avaliação, como o ambiente físico e a existência de riscos e acidentes, por exemplo. 18 COMITÊ DE AVALIAÇÃO Dentro do contexto de avaliação dos cargos, é importante que essa análise e avaliação dos cargos, com as suas respectivas descrições, sejam realizadas sempre por profissionais competentes e habilitados para tais tarefas. Geralmente, essas atividades são realizadas pelo departamento de Gestão de Pessoas, que possui requisitos próprios para fazer esse trabalho. Porém, em alguns momentos, somente o Setor de Pessoas não consegue realizar esse trabalho de forma abrangente e alcançando os resultados almejados, seja em função de pouca capacidade técnica do setor e falta de conhecimentos e habilidades para tal desempenho, ou seja, por desconhecimento estratégico do Setor de Pessoas do planejamento estratégico da organização como um todo, onde os objetivos do Departamento de Pessoas podem estar bem aquém daqueles alocados no planejamento estratégico, ou não existirem no mesmo, ou outro motivo que seja. Assim sendo, se ocorrer essa falta de competências para se avaliar e analisar a política de plano de cargos e salários torna-se essencial a construção de um comitê de avaliação, reunindo diversos profissionais da empresa, no seu contexto global e que estejam entendidos e comprometidos com a política AN02FREV001/REV 4.0 59 estratégica que a organização pretende obter, com os objetivos bem esclarecidos e detalhados. Assim sendo, esse comitê acaba tendo melhores condições de desempenhar eficazmente o processo de avaliação dos cargos e a sua perfeita prática no plano de cargos e salários. 19 MERITOCRACIA - FORÇAS E FRAQUEZAS A meritocracia é um sistema de motivação e estímulo ao comprometimento dos cargos que utiliza a forma de recompensas financeiras aos ocupantes dos cargos em função dos resultados produzidos pelos mesmos. Dessa forma, em função dos resultados conseguidos, ou mérito, o funcionário ocupante de um cargo é recompensado. O sistema possui algumas forças e algumas fraquezas, que podem viabilizar ou atrapalhar o planejamento de cargos e salários e a sua perfeita gestão. Uma das forças ou até mesmo fraquezas, é que a empresa necessita modificar alguns aspectos da cultura organizacional que existe até então. Dessa forma, alguns aspectos que fazem a meritocracia funcionar acabam intervindo na cultura existente, que precisa ser modificada para o êxito do processo. Por exemplo, como o sistema é de remuneração pelos resultados, alguns funcionários terão recompensas maiores que outros, em função dos resultados. Isso pode gerar problemas internos e até conflitos entre colegas, parceiros e entre subordinados e superiores. Outro aspecto diz respeito a integração entre os setores, entre os departamentos e áreas e entre os ocupantes de cargos, pois o sistema acaba criando um sistema de forças entre todos os envolvidos no negócio. Não é possível agir isoladamente, pois tudo esta interligado. A grande força desse sistema é a divisão dos ganhos entre os diversos cargos, descentralizando-se as recompensas entre todos os que cooperaram para a sua efetiva realização. AN02FREV001/REV 4.0 60 20 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL Neste item inicia-se a chamada Fase 02 do processo de construção do plano de cargos e salários, onde após a organização analisar e identificar todos aos aspectos referentes aos cargos em si, como a descrição, análise e avaliação dos cargos que possui e outros aspectos importantes, como a meritocracia, torna-se possível a análise da empresa em si como sendo a organização que detém os cargos e que necessita desenvolver o planejamento de cargos e salários como meio de atender às diversas necessidades empresariais do meio em que está inserida e como forma de poder motivar os seus funcionários, que são os ocupantes dos cargos, e conseguir alguma diferenciação através desse processo, obtendo ganhos com essa política no âmbito geral de sua participação empresarial. Dentro desse contexto, o diagnóstico organizacional consta de uma análise dos principais aspectos que são realizados e desenvolvidos dentro da organização, no tocante aos diversos cargos que existem, antes de se fazer a construção do plano de cargos e salários. Esse diagnóstico descreve e relata todas as exterioridades que existem na organização, detalhando como cada cargo é realizado e desenvolvido, como é a estrutura dos cargos, como acontece o processo hierárquico, entre outros aspectos condizentes ao trabalho das pessoas na organização. Essa análise deve ser realizada de maneira maisaproximada do que realmente acontece na organização em função das atividades que são desenvolvidas em cada cargo, mesmo considerando-se os possíveis erros e acertos que são feitos, além das ações de melhorias e correções que são e foram realizados. O diagnóstico organizacional é o primeiro passo para a descrição do plano de cargos e salários, pois é por meio do conhecimento da real situação da empresa, no tocante aos diversos cargos, é que as ações que serão desenvolvidas no planejamento de cargos e salários poderão ser praticadas com vistas ao processo de correção das atitudes errôneas e ao alcance de melhorias. AN02FREV001/REV 4.0 61 21 DIAGNÓSTICO DAS FUNÇÕES Dentro do escopo da análise do diagnostico organizacional, torna-se necessário desempenhar o diagnóstico das diversas funções existentes na organização, pois a análise dos cargos e suas funções só podem ser realizadas após ter-se analisado corretamente a situação real que a organização se encontra no momento antes da construção do plano de cargos e salários. Assim sendo, para poder desempenhar corretamente a análise e avaliação dos cargos, é necessário fazer-se o diagnóstico das existentes em cada cargo, além de descrever como as mesmas são realizadas e como se enquadram na construção de cada cargo, tendo, em um segundo momento, a classificação dessas funções em cada cargo, como forma de poder-se analisar, e avaliar, se todas essas funções são realmente necessárias para o cargo que está sendo avaliado, além de poder atribuir certo grau de importância para essas funções, separando funções que são de maior importância, os quais o cargo necessita desempenhar totalmente para atingir os seus objetivos, e outras funções de média e baixa importância, onde o cargo em destaque, ou não precisa realizá-las, ou necessita realizar com pouca importância. Desse modo, no momento em que o plano de cargos será construído, algumas funções deixam de ser feitas, outras são feitas com menor intensidade e somente as atividades que criam valor para o cargo, e consequentemente para a organização, são realizadas de forma coerente e precisa, com vistas a atingir os objetivos organizacionais e do cargo em si. 22 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DAS FUNÇÕES DEPARTAMENTAIS Para fazer-se a avaliação das funções departamentais é necessário que a organização desenvolva alguma metodologia de investigação para tal propósito. Algumas técnicas para se conseguir avaliar as funções de cada cargo em cada departamento das organizações consistem na sua investigação e resultado, ou seja, no diagnóstico destas funções. AN02FREV001/REV 4.0 62 O objetivo é analisar, avaliar e entender a dinâmica das funções em cada departamento da empresa, com vistas a poder interferir nesse contexto, modificando-os a fim de obter melhorias e correções dos possíveis erros e falhas. A investigação consiste em levantar informações sobre todas as funções desempenhadas em cada cargo, em todos os departamentos de uma organização, descrevendo-as e classificando, onde se pode pretender reduzir a incidência de funções que não agregam valor aos propósitos da organização, ou são ineficientes, obsoletas, desprezíveis e até descartáveis. Sendo assim, por meio da investigação, que pode ser tanto por meio de observação, ou de coleta de informações por pesquisas, entrevistas, questionários, conversas informais, etc. Assim sendo, a empresa pode obter diversas informações sobre as funções que são desempenhadas e utilizar essas informações para o melhor atingimento dos objetivos. 23 PROCESSO DE DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES Após a realização do diagnóstico das funções e a investigação das funções nos diversos departamentos, é necessário que se realize o processo de descrição das funções, ou seja, a empresa iniciou a análise e avaliação das funções, realizando a coleta dessas informações por meio das etapas descritas anteriormente. De posse dessas informações, a empresa, ou outro tipo de organização que esteja desenvolvendo essa atividade, necessita classificar as funções para cada cargo, eliminando aquelas que não agregam valor ao negócio que a organização busca e desenvolve, além de contemplar melhorias e atualizações para as funções que são agregadoras de valor para o negócio. Dessa maneira, para que o resultado dessas atividades seja conhecido, é necessário que seja construída uma descrição das funções, semelhante ao processo documental de descrição de cargos, como já fora explicitado nesse curso. AN02FREV001/REV 4.0 63 É claro que a descrição de funções não deve ser tão formal quanto à descrição de cargos, mas é um processo que necessita ser identificado, detalhado e descrito claramente para que a realização dessas funções seja feita como forma de agregar valor ao negócio da empresa, onde todas as funções que foram descritas e avaliadas como não agregadoras de valor possam ser eliminadas ou realizadas de forma a não atrapalhar o processo empresarial como um todo. 23.1 DEFININDO AS ESPECIFICAÇÕES DAS FUNÇÕES Essa atividade é complementar ao processo descrito anteriormente, visto que depois de realizada a descrição das funções, pode-se determinar as especificações de cada uma destas em cada cargo, ou seja, pela descrição das funções é possível levantar e descrever as especificações relevantes de cada função. Esse mecanismo é até certo modo uma forma de se classificar as funções e os cargos, pois as funções acabam sendo específicas ou não específicas em cada cargo, ou departamento. Desse modo, quando uma função é específica para um cargo, ela se torna importante e essencial para o mesmo, podendo ser fonte de grande agregação de valor ao cargo. Pode-se perceber que a definição das especificações de todas as funções dos cargos em uma empresa acaba sendo uma das atividades mais importantes no processo de construção do plano de cargos e salários, pois é nesse momento que as funções são alocadas realmente em cada cargo, conferindo o nível de importância para a realização das atividades pertinentes àquele cargo. AN02FREV001/REV 4.0 64 24 PROCESSO DE FEEDBACK Para concluir essa segunda fase do processo de construção do plano de cargos e salários, é importante que ocorra o processo de feedback, ou seja, é necessário que todas as análises e avaliações dos cargos e das funções, seja no nível departamental, ou no nível de diagnóstico e investigação obtenham o retorno adequado desse trabalho. Assim sendo, após fazer-se todo esse processo de diagnóstico e avaliação, onde as funções são classificados pelo grau de importância, de especificidade e de agregação de valor, é muito importante que se obtenha o feedback desse trabalho na pratica, no dia a dia desses cargos. Desse modo, para que o feedback ocorra é importante que sejam implementadas essas análises de forma prática, mesmo que seja em caráter experimental, ou em uma pequena amostragem dos cargos e funções que existem na empresa, para poder visualizar-se na prática se o trabalho de análise e avaliação dos cargos e funções foi realizado de forma correta e coerente com os objetivos que a organização deseja obter com o planejamento de cargos e salários. Dessa forma, é possível verificar-se se todo esse trabalho está adequado e pode-se continuar a desempenhar as atividades até completar-se o plano total. Por meio do processo de feedback, pode-se corrigir erros, ou imperfeições que possam existir e que não foram percebidos nas fases anteriores, ou pela falta da implementação das decisões realizadas nessas etapas. É um importante momento para analisar-se a construção do plano de cargos e salários. AN02FREV001/REV 4.0 65 25 ESTRUTURA SALARIAL Nessa etapa inicia-sea terceira fase, ou fase três, do processo de construção do plano de cargos e salários. Nesta fase, a preocupação acontece com todo o processo de recompensas, ou da entrega e pagamentos de salários, no tocante aos cargos desempenhados, as diversas funções que são desempenhadas em todos os setores e departamentos da empresa e toda essa dinâmica de execução das atividades dos cargos e o pagamento dos respectivos salários. Assim sendo, para executar essa fase torna-se necessário que seja desenvolvida uma política salarial, onde as diversas estruturas salariais sejam formadas, descritas e implantadas no plano de cargos e salários, a fim de atingir os objetivos que o fazem acontecer. Assim sendo, para definir a estrutura salarial torna-se necessário que a empresa determine qual método de definição salarial irá adotar para construir essa estrutura. Para tal, pode-se fazer essa construção de três maneiras comumente utilizadas: a) Método do escalonamento No método do escalonamento, os cargos são classificados de maneira simplificada em razão de sua importância nos itens complexidade, responsabilidade, requisito e importância para empresa. Para se construir essa metodologia, é necessário que se determine os tipos de cargos que adotarão esse método, que podem adotar-se todos os cargos da empresa, ou alguns tipos, como os operacionais, por exemplo. Após isso, torna-se preciso determinar quantas classes salariais serão construídas e qual será o critério de classificação dos mesmos. Dessa maneira, a) Método do Escalonamento. b) Método baseado em um Sistema de Pontos. c) Método da Comparação de Fatores. AN02FREV001/REV 4.0 66 pode-se determinar, por exemplo, 10 classes, nomeadas de 1 a 10 e como critério de escalonamento os valores salariais que cada classe terá, por exemplo. Assim sendo, exemplifica-se por meio da Tabela 02, um modelo de estrutura salarial contendo 10 classes e os respectivos valores salariais pagos pelo mercado. TABELA 02 – MODELO DE ESTRUTURA SALARIAL CARGO SALÁRIO PAGO PELOMERCADO (R$) Serviços Gerais 900,00 Auxiliar Administrativo 1.050,00 Almoxarife 1.320,00 Assistente Administrativo 1.530,00 Operador de Computador 1.450,00 Assistente Financeiro 1.600,00 Comprador 1.650,00 Analista de Recursos Humanos 2.140,00 Analista de Sistemas 2.930,00 Supervisor de Vendas 3.350,00 FONTE: o Autor b) Método baseado em um sistema de pontos Esse é um método quantitativo onde a sua aplicação é baseada na construção de uma matriz de pontos de acordo com fatores como experiência, escolaridade, complexidades, desafios, etc. A construção desse modelo inicia-se com a determinação das categorias de acordo com os grupos de cargos e funções, podendo ser subdivididos em categorias operacionais, técnicas, administrativas, executivos, gerenciais, estratégicos, entre outros. A próxima etapa consiste na avaliação e escolha dos fatores que constituirão o sistema de pontos, como experiência, responsabilidade, liderança, etc. AN02FREV001/REV 4.0 67 Após isso é necessário classificar os diversos níveis de importância e os respectivos graus de importância A fase seguinte consta de determinar percentualmente o grau de importância e distribuir os pontos correspondentes a cada nível Depois disso, a fase seguinte consiste em uma pequena aplicação do sistema, aplicando a sistemática para alguns cargos. É como se fosse um pequeno teste. Assim sendo, por exemplo, podem-se definir os padrões de classificação seguindo alguns critérios, como exemplificado abaixo: 1 ESCOLARIDADE: pode ser classificado em a) Ensino Fundamental completo e incompleto. b) Ensino Médio completo e incompleto. c) Ensino Superior completo e incompleto. d) Pós-graduação. 2 EXPERIÊNCIA: onde é determinado o tempo de trabalho no cargo, tanto na empresa em destaque, quanto em outras empresas, podendo ser: a) Nível 1: até 6 meses de experiência. b) Nível 2: 6 meses a 1 ano. c) Nível 3: de 1 a 5 anos. d) Nível 4: de 5 a 10 anos. e) Nível 5: mais de 10 anos. 3 ESFORÇO FÍSICO: é a classificação em função do nível de esforço físico utilizado no cargo, podendo ser: a) Tipo 1: Esforço físico mínimo. b) Tipo 2: Esforço físico baixo. c) Tipo 3: Esforço físico médio. d) Tipo 4: Esforço físico alto. 4 ESFORÇO MENTAL: semelhantemente ao anterior, é a classificação em função do nível de esforço mental e intelectual utilizado no cargo, podendo ser: a) Tipo 1: Esforço mental mínimo. AN02FREV001/REV 4.0 68 b) Tipo 2: Esforço mental normal. c) Tipo 3: Esforço mental de média intensidade. d) Tipo 4: Esforço mental de alta intensidade. 5 ERROS e PATRIMÔNIO: nesse aspecto são considerados o nível de erros e falhas, bem como a responsabilidade com os ativos da empresa, podendo ser classificado em: a) Grau 1: Responsabilidade pequena. b) Grau 2: Responsabilidade média. c) Grau 3: Responsabilidade moderada. d) Grau 4: Responsabilidade alta. 6 LIDERANÇA E SUPERVISÃO: nesse aspecto são analisadas as formas de exercer-se a liderança e supervisão de equipes de trabalho, podendo ser classificado em: a) Nível 1 - Não exerce supervisão. b) Nível 2 - Supervisiona indiretamente tarefas. c) Nível 3 - Supervisiona área de menor complexidade. d) Nível 4 - Supervisiona área de alguma complexidade. e) Nível 5 - Supervisiona área de maior complexidade. c) Método da comparação de fatores É um método semelhante ao anterior, onde se faz a definição dos fatores importantes para a classificação e atribui-se um peso percentual de importância para cada fator, baseado em um valor nominal de salário do mercado. Assim, de acordo com a Tabela 03, é demonstrado como se faz esse processo, considerando-se o cargo de auxiliar administrativo com salário médio de R$ 1.000,00. AN02FREV001/REV 4.0 69 TABELA 03 – EXEMPLO DO MÉTODO DE COMPARAÇÃO DE FATORES Fatores Complexidade Escolaridade Experiência Desafios Relacionamento Interpessoal Resultado Final Pesos 20% 30% 30% 10% 10% 100% Valores R$ 200,00 R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 1.000,00 FONTE: o Autor. Feito isso, é determinado à quantidade de faixas ou graus de importância que serão usados. Nesse caso, serão 5 (Cinco) níveis ou faixas, sendo que o nível com salário médio de R$ 1.000,00 torna-se, como padrão, o nível intermediário, ou seja, o nível 3, como é exposto pela Tabela 04. TABELA 04 – EXEMPLO DO MÉTODO DE COMPARAÇÃO DE FATORES (2) Graus de Importância Complexi dade Escolaridade Experiência Desafios Relacionamento Interpessoal Resultado 3 R$ 200,00 R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 1.000,00 FONTE: o Autor. Assim, após essa determinação, é estipulado um valor percentual para cada nível acima e abaixo do nível padrão. AN02FREV001/REV 4.0 70 No caso ilustrativo, o percentual é de 10%, ou seja, cada nível acima do padrão cresce 10% e para baixo do padrão, decresce 10%, como é demonstrado pela Tabela 05 abaixo: TABELA 05 – EXEMPLO DO MÉTODO DE COMPARAÇÃO DE FATORES (3) Graus de Importância Complexi dade Escolaridade Experiência Desafios Relaciona mento Interpessoal Resultado Final 1 R$ 242,00 R$ 363,00 R$ 363,00 R$ 121,00 R$ 121,00 R$ 1.210,00 2 R$ 220,00 R$ 330,00 R$ 330,00 R$ 110,00 R$ 110,00 R$ 1.100,00 3 R$ 200,00 R$ 300,00 R$ 300,00 R$ 100,00 R$ 100,00R$ 1.000,00 4 R$ 180,00 R$ 270,00 R$ 270,00 R$ 90,00 R$ 90,00 R$ 900,00 5 R$ 162,00 R$ 243,00 R$ 243,00 R$ 81,00 R$ 81,00 R$ 810,00 FONTE: o Autor. Dessa forma, o passo seguinte é alocar cada cargo em função das cinco classificações e atribuir o respectivo salário correspondente. 26 TABELAS E FAIXAS SALARIAIS Assim sendo, após a definição da estrutura salarial, torna-se necessário definir as diversas faixas salariais que comporão essa estrutura. Uma metodologia eficiente para a construção dessas faixas salariais expõe sobre o cálculo de três pontos de valores salariais, chamados de ponto mínimo, ponto médio e ponto máximo, onde as classes de cargos são agrupadas. AN02FREV001/REV 4.0 71 O procedimento para construir-se essa metodologia é exposto a seguir. O primeiro passo é saber quais são os valores máximos e mínimos de salários pagos pela organização, ou seja, qual o menor salário da empresa e qual o maior salário. Feito isso, utilizaremos uma equação para poder encontrar uma razão comum entre esses valores, a fim de poder determinar as classes salariais que comporão as diversas faixas, além dos valores mínimos, médios e máximos. Para fazer isso, vamos utilizar a estrutura de progressão geométrica, que é o mais utilizado na composição dos salários. A estrutura de progressão geométrica utiliza uma fórmula para se calcular a razão entre todos os valores, que é mostrado abaixo: Assim sendo, vamos considerar um exemplo onde se deseja criar 12 faixas salariais, sendo que o salário mais baixo é de R$ 680,00 e o maior salário é de R$ 3.870,00. Fazendo a aplicação na fórmula, iremos encontrar o valor “q”, que é a razão para compor as diversas faixas. O valor de “na” corresponde ao maior valor, no caso R$ 3.870,00 e o valor a1 corresponde ao menor salário, que é de R$ 680,00. O valor de “n” é correspondente ao número de faixas salariais que irá se construir. Dessa maneira temos: an = R$ 3.870 a1 = R$ 680,00 n = 12 q = ? Com o auxílio de uma calculadora científica, encontramos o valor de: q = 1,171264 AN02FREV001/REV 4.0 72 Após calcular o valor de “q” pode-se construir a tabela com os valores médios dos salários, ou seja, o ponto médio de cada classe da faixa salarial e seu respectivo valor médio, como é demonstrado pela Tabela 06 abaixo: TABELA 06 – EXEMPLO DO CÁLCULO DO PONTO MÉDIO CLASSE CÁLCULO ÍNDICE "q" PONTO MÉDIO 1 menor salário 1,171264 R$ 680,00 2 R$ 680,00 1,171264 R$ 796,46 3 R$ 796,46 1,171264 R$ 932,86 4 R$ 932,86 1,171264 R$ 1.092,63 5 R$ 1.092,63 1,171264 R$ 1.279,76 6 R$ 1.279,76 1,171264 R$ 1.498,94 7 R$ 1.498,94 1,171264 R$ 1.755,65 8 R$ 1.755,65 1,171264 R$ 2.056,33 9 R$ 2.056,33 1,171264 R$ 2.408,50 10 R$ 2.408,50 1,171264 R$ 2.820,99 11 R$ 2.820,99 1,171264 R$ 3.304,13 12 R$ 3.304,13 1,171264 R$ 3.870,01 FONTE: o Autor. O cálculo foi feito apenas multiplicando-se o valor do menor salário pelo índice “q”, encontrando o valor médio da classe 2. Para encontrar o valor da Classe 03, basta multiplicar o valor médio da Classe 02 pelo índice “q” e assim por diante para todas as classes. Por fim, para definirem-se as diversas faixas salariais, é preciso calcular os valores mínimos, chamados de ponto mínimo, e os valores máximos, chamado de ponto máximo. Para tal, precisamos encontrar a “raiz quadrada do valor q”, que ficou e, 1,08225. Feito isso, para achar o valor do ponto mínimo basta dividir os valores do AN02FREV001/REV 4.0 73 ponto médio pelo valor da raiz quadrada do valor “q”. Assim temos que para a classe 01, o valor mínimo é de: R$ 680,00 / 1,08225 = R$ 628,32 E dessa maneira para todas as faixas salariais, como é demonstrado pela Tabela 07 abaixo: TABELA 07 – EXEMPLO DO CÁLCULO DO PONTO MÍNIMO E MÁXIMO CLASSE PONTO MÉDIO Raiz Quadrada de"q" PONTO MÁXIMO PONTO MÍNIMO 1 R$ 680,00 1,08225 R$735,93 R$ 628,32 2 R$ 796,46 1,08225 R$861,97 R$735,93 3 R$ 932,86 1,08225 R$1.009,59 R$861,97 4 R$1.092,63 1,08225 R$1.182,50 R$1.009,59 5 R$1.279,76 1,08225 R$1.385,02 R$1.182,50 6 R$1.498,94 1,08225 R$1.622,22 R$1.385,02 7 R$1.755,65 1,08225 R$1.900,05 R$1.622,22 8 R$2.056,33 1,08225 R$2.225,46 R$1.900,05 9 R$2.408,50 1,08225 R$2.606,60 R$2.225,46 10 R$2.820,99 1,08225 R$3.053,02 R$2.606,60 11 R$3.304,13 1,08225 R$3.575,89 R$3.053,02 12 R$3.870,01 1,08225 R$ 4.188,31 R$3.575,89 FONTE: o Autor. Do mesmo modo, para achar o valor do ponto máximo basta multiplicar os valores do ponto médio pelo valor da raiz quadrada do valor “q”. Assim temos que para a classe 01, o valor máximo é de: AN02FREV001/REV 4.0 74 R$ 680,00 X 1,08225 = R$ 735,93 E dessa maneira para todas as faixas salariais. Assim sendo, para cada classe salarial que foi definida pela empresa, existem três valores para aplicar-se o salário dessa faixa, ou seja, o valor médio, mínimo e máximo. 26.1 DEFINIÇÃO DE SALÁRIOS DE ADMISSÃO O plano de cargos e salários é um planejamento que a organização realiza para conseguir obter alguns objetivos, como a retenção de talentos, diferenciação de suas pessoas por meio de uma clara e aberta política de remuneração por meio dos cargos, etc. No entanto, o plano realmente é aplicado após o ocupante de o cargo estar na organização, desempenhando suas funções e podendo ser aplicado às políticas definidas pelo plano. Porém, antes do ocupante estar na empresa, a mesma necessita definir estratégias para o processo de recrutamento e seleção entre outros tantos, já descritos e, necessita também, definir os valores de salários de admissão. Em muitas organizações, o valor desse salário é o menor valor do salário descrito nas faixas salariais, como exposto no tópico anterior e dessa forma, conforme há o crescimento do cargo, os valores vão sendo aumentados. 26.2 PROMOÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DE PESSOAL Da mesma forma que o plano de cargos e salários precisa definir os valores dos salários de admissão, também se torna importante descrever os critérios de promoção e crescimento na carreira. Assim sendo, existem diversas formas de proporcionar o crescimento na carreira, e cada empresa deve adotar o critério e as formas que melhor se adequarem a sua política e estrutura salarial. AN02FREV001/REV 4.0 75 O ponto crucial nesse detalhamento diz respeito aos períodos, formas e possibilidades de crescimento na empresa, e que são demonstrados pelo plano de cargos e salários. Assim sendo, a empresa necessita descrever claramente no seu plano de cargos esses fatores, como por exemplo: a) Formas de crescimento e promoção: as formas podem ser as mais variadas, podendo o crescimento ocorrer de forma vertical, horizontal ou ambas. Assim sendo, a empresa precisa deixar claro como é a forma de promoção de cada cargo. Por exemplo, se uma empresa possui o cargo de vendedor e o crescimento pode acontecer de forma horizontal e vertical, isso precisa ser descrito, onde a empresa deve expor que o crescimento horizontal ocorrerá com agregação de novos clientes e regiões de venda ao que o vendedor já possui os aumentos progressivos dos valores da remuneração, e o crescimento vertical ocorrerão nas condições de supervisor de vendas, gerente de vendas e diretor de vendas, por exemplo. b) Períodos: da mesma forma, no plano de cargos deve ser descrito o momento em que o crescimento na carreira irá acontecer. É claro que existe cargos em que isso não é possível determinar-se esse momento, em virtude de serem estratégicosou estarem em função de modificações ambientais externas, como crescimento da empresa, expansão, etc. No entanto, para alguns cargos é possível determinar um momento em que o ocupante do cargo obtém o crescimento na carreira, assumindo novas responsabilidades e novos cargos. Dessa forma, o período pode ser descrito como dois anos, ou cinco anos, por exemplo. c) Possibilidades: também devem ser descritos todas as possibilidades de crescimento e promoção, mostrando para ao ocupante do cargo que a sua carreira pode seguir diversos caminhos diferentes, de acordo com as necessidades empresariais e pessoais. 27 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO A avaliação do desempenho é uma das tarefas mais importantes no desenvolvimento e implantação do plano de cargos e salários, visto que é por meio AN02FREV001/REV 4.0 76 desse procedimento que se pode controlar a operacionalização do plano de cargos e salários. Dessa maneira, avaliar o desempenho dos ocupantes dos diversos cargos é um processo que necessita ser realizado observando-se alguns critérios e deve ser realizado com cuidados, pois os resultados da avaliação servirão para o processo de tomada de decisões pelos gestores de pessoas, ou pelos responsáveis pelas empresas ou pelo plano de cargos e salários, e essas informações devem repercutir a realidade que a empresa está presenciando. Desse modo, existem algumas razões pelos quais as empresas realizam a avaliação de desempenho de seus ocupantes de cargos. Entre elas estão: a. Recompensas: por meio da avaliação do desempenho, é possível aplicar-se aumentos salariais, promoções e, também, a demissão de funcionários. b. Desenvolvimento das pessoas: é possível verificar todos os pontos fortes e fracos que as pessoas ocupantes dos cargos têm, e como utilizá-los para melhor proveito no desempenho das atividades diárias. c. Aconselhamento: a avaliação oferece preciosas informações aos gestores, que podem utilizá-las para fazer o aconselhamento aos seus funcionários, como forma de desenvolvimento dessas pessoas e da empresa como um todo. O processo de avaliação de desempenho pode ser realizado conforme é demonstrado pela Figura 23 abaixo: AN02FREV001/REV 4.0 77 FIGURA 23 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FONTE: o autor (baseado em chiavenato, 2008). a. Identificar objetivos específicos da Avaliação de Desempenho: esta é a fase inicial do processo de avaliação, onde se deve identificar e descrever o que se deseja alcançar com a avaliação de desempenho. É importante esta descrição para pode conduzir o processo de forma clara e transparente. Os objetivos podem ser os descritos anteriormente, como o desenvolvimento do funcionário, conhecer os resultados produzidos, etc., ou outros que se desejam mensurar para algum tipo de decisão. b. Análise do Trabalho: nesta etapa deve ser desenvolvido um momento em que se demonstre quais as expectativas para ambas as partes, empresa e empregado, para se fazer a avaliação do desempenho, além de analisar resumidamente como acontece o trabalho do cargo que será analisado, a fim de poder avaliar corretamente. c. Examinar o trabalho desempenhado: Nessa etapa são detalhados em pormenores todo o trabalho que é desempenhado pelo cargo, os possíveis AN02FREV001/REV 4.0 78 resultados, os pontos forte e fracos, a ocorrência de erros e falhas, os níveis de responsabilidade entre outros aspectos. d. Avaliar o desempenho: Nesta etapa é que o trabalho é realmente avaliado, por meio da utilização de algum tipo de ferramenta para isso e obtido os resultados para a análise e tomada de decisões. e. Discutir a avaliação com o funcionário: neste momento, de posse dos resultados obtidos pela avaliação, os mesmos são apresentados ao ocupante do cargo e analisados e discutidos em conjunto com o mesmo, a fim de poder encontrar detalhes que justifiquem possíveis erros e falhas, como forma de evitar a sua ocorrência, ou então são discutidos os aspectos que geraram grandes resultados e como isso foi possível. FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 79 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 80 CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 81 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA MÓDULO III 28 DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA SALARIAL 28 .1 PESQUISA SALARIAL – DEFINIÇÕES E CONCEITOS Um dos instrumentos utilizados na construção do plano de cargos e salários diz respeito à pesquisa salarial, que consta de um levantamento de dados e informações relacionados aos salários, e demais componentes da remuneração, que são atribuídos aos diversos cargos existentes em determinada organização, com a finalidade de poderem comparar-se os níveis salariais entre as empresas participantes de determinado mercado que pode ser local, regional, nacional e até mesmo global. Dessa forma, a pesquisa serve para que a organização possa receber informações diversificadas sobre as políticas salariais que são praticadas no seu mercado de atuação com o intuito de poder tomar decisões estratégicas e operacionais sobre a sua política salarial e todas as políticas relacionadas à gestão de pessoas. A necessidade da pesquisa salarial se justifica pelo fato de as pessoas serem a principal forma de diferenciação que as empresas possuem, onde no mercado altamente competitivo existente atualmente, os processos, produtos e serviços praticamente ficaram iguais, com muitas semelhanças entre os diversos concorrentes, proporcionando ganhos finais cada vez menores e provocando uma competição fortemente acirrada entre as empresas para conquistar os mercados e os consumidores que, via de regra, passou a ser cada vez mais exigente mudando o seu perfil consumidor em função, principalmente, dessa elevada concorrência entre as empresas, que disponibilizam cada vez mais produtos ao mercado, que se torna AN02FREV001/REV 4.0 82 oferecedor de uma gama imensa de opções para o consumidor final, que se vê na posição de escolher o produto e serviço que melhor atenda aos seus desejos e necessidades. Desse modo, para poder competir nesse mercado elevadamente competitivo, e esta competição se estende aos níveis globais, pelo fato da globalização mundial, que derrubou as fronteiras dos países, tornando a produção e consumo únicos no mundo todo, as empresas perceberam que precisam ter pessoas cada vez mais estimuladas a exercer suas funções na mesma de forma a produzir diferenciais, que façam com que o produto que a empresa oferece se torne diferenciado, com forte atração ao consumidor. E essa diferenciação só pode ser produzida pelas pessoas e pelo talento, capacidade de inovação, adaptação, entre outros aspectos que caracterizam as pessoas que trabalham nas empresas. Desse modo, a pesquisa salarial serve como um medidor do posicionamento da empresa no mercado que ela atua, seja em qual nível for, demonstrando se as recompensas que são oferecidas pela mesma aos seus colaboradores são melhores, iguais ou piores que a dos concorrentes e possibilitando que a mesma possa tomar decisõesem função desses resultados. Em muitas ocasiões, pela complexidade que as empresas se transformam e pela competição mundial, a remuneração acaba deixando de ser analisada de forma estratégica, ou fica-se um período de tempo muito longo sem dar-se a devida atenção a este quesito. No entanto, as pessoas que possibilitam que a empresa atinja os seus objetivos são fortemente analisadas e visualizadas pelos concorrentes dessas empresas, com o intuito de transferirem esses talentos para suas dependências. Desse modo, a realização de uma pesquisa salarial possibilita que a empresa enxergue como está a valorização de seus talentos e evite que os concorrentes os retirem de sua atuação. AN02FREV001/REV 4.0 83 29 PLANEJAMENTO DA PESQUISA SALARIAL Assim sendo, para que a empresa consiga obter as informações que necessita relacionadas aos diversos aspectos que compõem a política salarial, bem como entender o seu posicionamento em termos de remuneração aos seus colaboradores, torna-se essencial o uso e a construção de uma pesquisa salarial. Porém, a pesquisa salarial é um estudo que é relativamente simples de se construir e que produz resultados muito satisfatórios para que a empresa possa tomar decisões estratégicas, táticas e operacionais no tocante às políticas de gestão de pessoas e também para a construção, elaboração e gestão de cargos e salários, visto que para se obter essa importante ferramenta gerencial é necessário compreender a situação de cada cargo em relação a respectiva remuneração. Para que os gestores possam elaborar, implantar e gerenciar um plano de cargos e salários é necessário compreender todas as políticas salariais existentes internamente e no mercado em que atua, analisando os seus concorrentes, parceiros, fornecedores e outras empresas que atuam em setores diferentes, mas que possam contribuir para o entendimento do mercado e das políticas salariais vigentes. Desse modo, como foi dito anteriormente, a pesquisa salarial é de simples realização, porém, a mesma exige que se realizem diversos critérios para a efetiva realização de todos os processos para a construção da mesma, exigindo que os responsáveis pela sua construção, desde o início até a finalização, tenham a convicção que é um trabalho simples de ser feito, mas trabalhoso para conseguir alcançar todos os objetivos. Desse modo, para a efetiva construção e elaboração da pesquisa salarial torna-se necessária a construção de um planejamento centrado nas diversas atividades que são necessárias para a construção da pesquisa. Nesse planejamento da pesquisa salarial é importante que sejam descritos, e detalhados alguns pontos para que a realização da pesquisa atenda ao seu propósito. AN02FREV001/REV 4.0 84 Os principais pontos a serem planejados são: I. COMO A PESQUISA SERÁ REALIZADA? Ou seja, a empresa irá desenvolver a pesquisa salarial baseada em qual modelo de construção da mesma? Entre as possíveis formas elaboração de uma pesquisa salarial, a empresa pode adotar três formas, que são: a. Pesquisas anteriores realizadas por outras empresas nas quais a empresa participou da coleta de informações: nesse caso, a empresa colaborou fornecendo informações para pesquisas realizadas por outras empresas, que podem ser concorrentes, parceiros, fornecedores e empresas relacionadas, onde a mesma pode ter obtido algumas informações relacionadas à política salarial adotada pela mesma, e de posse dessas informações pode-se construir o plano de salários. Outra maneira é utilizarem-se pesquisas anteriores, mas não é aconselhável em virtude da atualização das informações. b. Pesquisa salarial construída e realizada por completo pela própria empresa: nesse tipo, a própria empresa concentra todas as etapas e atividades da pesquisa salarial, onde ela mesma faz todo o planejamento, elaboração, execução, coleta de dados, análise e detalhamento dos resultados, apresentação dos resultados e tomada de decisões. Dessa maneira, todas as atividades, bem como os custos e a posse da pesquisa fica a cargo da própria empresa interessada na pesquisa. c. Pesquisa salarial construída e realizada por outra empresa especializada: nesse tipo de trabalho, a empresa que necessita dos resultados de uma pesquisa salarial solicita a outra empresa especializada em pesquisa para que faça esta, entregando apenas os resultados para a empresa solicitante, mediante o pagamento financeiro desses serviços. Desse modo, a empresa não se preocupa com todo o processo operacional da realização da pesquisa, obtendo apenas os resultados desta para a perfeita tomada de decisões. II. QUAIS AS EMPRESAS QUE PARTICIPARÃO DA PESQUISA? Este é o próximo critério que necessita ser discriminado, visto que a pesquisa salarial precisa ser feito em organizações empresariais semelhantes aos cargos existentes na empresa que necessita dessas informações, como forma de poder obter a AN02FREV001/REV 4.0 85 confiabilidade das informações obtidas e poder realmente tomar decisões acertadas sobre o plano de cargos e salários, onde estas decisões irão agregar valor aos propósitos empresariais da referida organização. Assim sendo, a empresa que precisa realizar a pesquisa precisa planejar em quais empresas serão coletadas as informações relacionadas à pesquisa e de que maneira. Também é necessário descrever e determinar a quantidade de empresas que serão necessárias para que a coleta de informações seja abrangente e alcance os seus objetivos. O ideal é que a coleta de dados nas empresas seja realizada em empresas que possuam os cargos que estão sendo pesquisados e a quantidade de empresas precisa ser representativa do total existente na região abrangente da pesquisa. O ideal é que a pesquisa seja feita na totalidade de empresas existentes, mas isso nem sempre é possível, em virtude da complexidade dos aspectos que circundam a coleta de dados, como distância entre as empresas, dispersão das mesmas, em áreas diferentes, grande quantidade de empresas que podem ser fruto da coleta de dados, entre outros fatores. Desse modo, quando a coleta de dados se torna muito complexa, torna-se necessário que o planejamento da pesquisa considere a realização desta em uma amostragem do todo que existe naquele universo que se deseja pesquisa. Por exemplo, vamos considerar que a empresa deseja fazer a pesquisa salarial para um cargo existente em todas as empresas industriais no estado de São Paulo. Desse modo, em virtude da grande complexidade para poder se levantar dados e informações para a confecção dessa pesquisa salarial, os responsáveis pelo planejamento da mesma necessitam determinar um universo de amostragem dessas empresas, segundo algum critério que seja representativo de todas as empresas industriais do estado de São Paulo. Desse modo, a empresa consegue levantar que existem 45.000 empresas industriais no estado de São Paulo e a mesma está localizada na região metropolitana da cidade de São Paulo, onde existem 18.000 empresas industriais. Desse modo, a empresa determina que serão pesquisadas somente as empresas que estão localizadas na região metropolitana da cidade de São Paulo, visto que as demais, que estão localizadas em outras regiões do estado de São Paulo, não tem o mesmo formato da empresa que está fazendo a pesquisa. Assim sendo, eliminam-se as demais empresas e foca-se a coleta de dados somente nas 18.000 empresas que estão na mesma região da empresa foco. AN02FREV001/REV 4.0 86 No entanto, em virtude dessas empresas estarem distribuídas em uma região muito grande, distante entre elas e ainda com uma quantidade muito grande de organizações, a empresa então determina um universo amostral menor para a realização da pesquisa, onde, por exemplo, define-se a amostragem de 5% de todas as empresas desta região.Assim sendo, é determinado que a coleta de informações para a pesquisa salarial será feita em 900 empresas. Outro aspecto que necessita ser detalhado para a escolha e definição das empresas que comporão aquelas relacionadas à coleta de dados diz respeito, além da amostragem, ou totalidade, da forma dessas empresas em relação ao porte e tamanho, ramo de negócio, quantidade de funcionários, estrutura departamental interna, entre outros aspectos. III. QUAIS OS CARGOS QUE SERÃO PESQUISADOS OS VALORES SALARIAIS? Este é outro aspecto importante que necessita ser determinado no processo de planejamento da pesquisa salarial, pois existem diversos pormenores nesse quesito. Assim sendo, a empresa pode definir em escolher apenas um cargo, alguns cargos, muitos cargos ou a totalidade de cargos para se levantar as diversas informações relacionadas. Isso vai depender do foco que a mesma necessita desenvolver naquele período em que estará fazendo a pesquisa. Tirando-se as situações em que todos os cargos são analisados e pesquisados, a definição dos demais tipos de pesquisa relacionados a quais cargos serão analisados dependerá dos objetivos que a empresa almeja naquele instante e de outros aspectos, como por exemplo, os aspectos relacionados à posição estratégica do cargo para a empresa, ou da quantidade de funcionários que ocupam aquele cargo, ou ainda a representatividade do cargo no mercado e para a empresa. Assim sendo, após definir quais cargos serão pesquisados, a empresa necessita saber se esses cargos possuem importância estratégica, ou outro tipo, que justifique a realização da pesquisa. IV. A PESQUISA IRÁ ABRANGER SOMENTE O QUE DIZ RESPEITO AO SALÁRIO OU A REMUNERAÇÃO COMPLETA? Este é outro detalhe que necessita ser planejado, pois existem algumas diferenças entre o salário e os demais tipos de remuneração (será detalhado no módulo IV). Assim sendo, a empresa que fará a pesquisa necessita compreender qual é o impacto dos AN02FREV001/REV 4.0 87 resultados no seu plano de cargos e salários, visto que muitas empresas oferecem outros componentes da remuneração de seus ocupantes de cargos que vão além do salário exposto pela legislação trabalhista. E, no momento da pesquisa, é necessário fazer essa diferenciação, ou seja, é preciso definir claramente se a pesquisa irá considerar apenas os valores financeiros que são pagos a título de salário, visto que a pesquisa se chama salarial em virtude de analisar o pagamento de salários, ou irá considerar a remuneração por completo, acrescentando todos os demais componentes da mesma, como benefícios, prêmios e outros tipos. Para ter-se uma ideia clara desse aspecto, a empresa deve considerar como é a remuneração por ela paga aos funcionários, ou seja, é somente salário ou possui outros constituintes, e fazer a mesma análise com as empresas participantes da pesquisa, pois dessa forma o padrão de informações coletados serão semelhantes e os resultados poderão ser analisados em um mesmo parâmetro. V. COMO SERÁ A COLETA DE DADOS? Neste ponto é necessário especificar como que será feita a coleta de dados, ou seja, como a empresa irá realizar a pesquisa salarial propriamente dita a fim de obter os objetivos propostos. Assim sendo, essa pesquisa salarial pode ser feita de diversas, e diferentes, maneiras e essa forma necessita ser especificada no momento do planejamento da pesquisa, visto que as demais ações para a coleta de dados e informações depende dessa tomada de decisão. Desse modo, a coleta de informações da pesquisa salarial pode ser feito por meio de: a. Questionários pré-estabelecidos: onde são construídos formulários com questões a serem respondidas pelas empresas participantes da pesquisa. Esses questionários são formulados pela empresa responsável pela pesquisa, impressos e entregues nas empresas respondentes para serem preenchidos e devolvidos àquela. b. Entrevistas: é semelhante ao questionário, porém a empresa pesquisada responde às perguntas específicas da pesquisa diretamente a outra pessoa encarregada pela aplicação e coleta de informações da pesquisa salarial. É mais trabalhoso de ser realizado, mas possui a vantagem da obter as respostas diretamente na fonte e com garantia de veracidade. AN02FREV001/REV 4.0 88 c. Entrevistas usando o telefone: possui as mesmas características da entrevista formal, porém, é realizada por meio do telefone. d. Questionários respondidos por meio da internet: é uma forma rápida e simples de ser realizado, onde o questionário é enviado às empresas que responderão à pesquisa salarial, por meio de e-mail, e da mesma forma, ele é preenchido e devolvido À empresa que está pesquisando. Outro forma é fazer o mesmo por meio de formulários eletrônicos, onde as respostas são feitas diretamente em sites. Possui a vantagem de compilar as informações e já oferecer os resultados aos pesquisadores. VI. COMO SERÁ A TABULAÇÃO DOS DADOS? Este é outro ponto a ser planejado, pois é o passo seguinte após a coleta de dados. A tabulação de dados consiste na apuração e organização dos dados coletados por meio dos elementos usados pela pesquisa (questionários, entrevistas, etc.) e que agora precisam ser analisados para obterem-se as informações produzidas pela pesquisa. Parece simples essa definição, mas a tabulação pode ser feita de várias formas e a empresa necessita definir esse passo na etapa de planejamento, pois a tabulação precisa estar definida para que no momento em que as respostas estiverem prontas, esse processo possa ser realizado de forma rápida, prática e sem a perda dos dados apurados. Esse aspecto será detalhado mais a frente. VII. QUANTO TEMPO LEVARÁ O PROCESSO TOTAL DE PESQUISA SALARIAL? Este parece um ponto muito simples, e até desprezível, mas que é de grande importância, pois o tempo é um fator que pode causar grandes ganhos ou grandes perdas e, dependendo, pode comprometer completamente os objetivos da pesquisa. Dessa forma, é preciso que se determine um período fixo para a realização da pesquisa, que não pode ser muito extensa, visto que as mudanças acontecem de forma muito rápida e se a pesquisa demorar muito tempo para produzir os resultados e prepará-los para que os gestores possam tomar as decisões relacionadas, essas decisões acabam sendo obsoletas e não geram agregação de valor para a empresa. Então, quanto mais rápido a pesquisa for feita, melhor resultados ela trará. Dessa maneira, a melhor forma de controlar o tempo é estabelecer um cronograma, onde todas as atividades que serão realizadas para a AN02FREV001/REV 4.0 89 conclusão da pesquisa são detalhadas e em quais momentos. Dessa forma, a pesquisa é realizada de forma consistente e produz os objetivos que se deseja. VIII. QUAL O CUSTO TOTAL DA PESQUISA? Por fim, a empresa precisa mensurar quanto que vai custar todo esse processo, pois todo o desenvolvimento da pesquisa envolve custos financeiros, sejam operacionais, como a elaboração dos questionários e chamadas telefônicas, por exemplo, como também custos gerenciais e estratégicos, como no momento das análises dos resultados da pesquisa e a implementação de ações. Assim sendo, para que não aconteça nenhum imprevisto que possa atrapalhar o processo de construção da pesquisa, é necessário planejar os custos com a mesma e poder incluir estes no orçamento da empresa, como forma de ter os recursos disponíveis para todos os procedimentos que se forem realizar e no momento em que são necessários. 30 A TABELA SALARIAL A tabela salarial é uma ferramenta onde são descritos todos os níveis e valores salariais de cada cargo, em determinada região e período. A tabela serve como orientação para que a remuneração oferecida pelas empresas sejam adequadas e, também, como guia para que os funcionários possam visualizar os seus ganhos atuais e futuros.Dessa maneira, as empresas necessitam incorporar no plano de cargos e salários, e também dentro do processo completo de Gestão de Cargos e Salários, os valores respectivos de cada cargo que a empresa possui, atualizando esses valores de acordo com as correções que se sucedem durante o ano. A tabela mostra para o funcionário em que nível da estrutura salarial ele se encontra e como poderá crescer dentro desse processo, obtendo maiores remunerações de acordo com o crescimento de sua carreira. Assim sendo, existem tabelas salariais que são organizadas em função das diversas profissões existentes no mercado, além de tabelas feitas por entidades de AN02FREV001/REV 4.0 90 classes, como o CREA, CRA, CRC, entre outros e também as tabelas que as próprias empresas constroem e baseiam-se para a sua política salarial. Por meio da Tabela 08 é ilustrado um exemplo de tabela salarial para funcionários do setor de marketing, de acordo com o cargo ocupado e o tempo de trabalho nas empresas. TABELA 08 – EXEMPLO DE TABELA SALARIAL PARA FUNCIONÁRIOS DO SETOR DE MARKETING Cargo (0 a 2 anos) (3 a 5 anos) (6 a 9 anos) (10 a 15 anos) Diretor comercial R$ 15 mil – R$ 25 mil R$ 16 mil – R$ 28 mil R$ 18 mil – R$ 30 mil R$ 20 mil – R$ 35 mil Diretor de marketing R$ 14 mil – R$ 22 mil R$ 15 mil – R$ 25 mil R$ 18 mil – R$ 30 mil R$ 20 mil – R$ 35 mil Gerente comercial R$ 8 mil – R$ 12 mil R$ 10 mil – R$ 15 mil R$ 13 mil – R$ 20 mil R$ 14 mil – R$ 22 mil Gerente de Marketing R$ 7 mil – R$ 16 mil R$ 8 mil – R$ 18 mil R$ 10 mil – R$ 20 mil R$ 13 mil – R$ 23 mil Gerente de produto R$ 4 mil – R$ 9 mil R$ 5 mil – R$ 12 mil R$ 6 mil – R$ 15 mil R$ 7 mil – R$ 18 mil Gerente de Contas R$ 5 mil – R$ 10 mil R$ 7 mil – R$ 12 mil R$ 8 mil – R$ 15 mil R$ 9 mil – R$ 17 mil Gerente de Atendimento R$ 3 mil – R$ 7,5 mil R$ 4 mil – R$ 9 mil R$ 6 mil – R$ 11 mil R$ 8 mil – R$ 13 mil Especialista de mercado R$ 2 mil – R$ 5,5 mil R$ 3 mil – R$ 7 mil R$ 5 mil – 9 mil R$ 7,5 mil – R$ 10 mil Especialista de marketing R$ 2 mil – R$ 5 mil R$ 2,5 mil – R$ 6,5 mil R$ 4,5 mil – R$ 8,5 mil R$ 7 mil – R$ 9 mil Especialista de Comunicação R$ 2 mil – R$ 4 mil R$ 2,5 mil – R$ 5,5 mil R$ 3,5 mil – R$ 6 mil R$ 4,5 mil – R$ 8 mil FONTE: Disponível em: <http://www.tabelasalarial.com/piso-salarial-2/tabela-salarial- marketing/> Acesso em: 13 fev. 2013. Do mesmo modo, pela Tabela 09 é ilustrado um exemplo de tabela salarial para professores da rede pública de ensino, de acordo com o cargo ocupado na educação básica. http://www.tabelasalarial.com/piso-salarial-2/tabela-salarial-marketing/ http://www.tabelasalarial.com/piso-salarial-2/tabela-salarial-marketing/ AN02FREV001/REV 4.0 91 TABELA 08 – EXEMPLO DE TABELA SALARIAL PARA PROFESSORES Piso de Salários dos Professores Piso salarial na educação básica (válido a partir de 1º de maio de 2012) educação infantil (em escolas que só possuem educação infantil) R$ 803,68 educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental R$ 898,06 6º ao 9º ano do ensino fundamental R$ 10,62 ensino médio DIURNO R$ 11,82 ensino médio NOTURNO R$ 10,62 ensino técnico R$ 11,24 pré-vestibular R$ 16,50 * jornada semanal de 22 horas ** valor da hora-aula, com duração máxima de 50’ (aula no período diurno) e 40’ (no período noturno) FONTE: Disponível em: <http://www.tabelasalarial.com/piso-salarial-2/tabela-salarial-de- professores/> Acesso em: 13 fev. 2013. 31 CRITÉRIOS DAS MEDIDAS DE SEPARATRIZES Dentro do contexto de análise da pesquisa salarial, após serem feitos todos os procedimentos para a realização da mesma, como o planejamento completo da pesquisa, definindo-se os mais diversos aspectos, além da coleta de dados, sob a forma como a empresa decidiu realizar, além da tabulação e entrega de resultados preliminares para a conclusão da pesquisa salarial e a sequência dos trabalhos, com a tomada de decisões e implantação destas, visando o alcance dos objetivos, é necessário usar-se de algumas ferramentas estatísticas para analisar corretamente as informações geradas pela pesquisa. Nesse contexto, é comum fazer-se uso das chamadas medidas separatrizes, que auxiliam nesse processo de análise das informações. As principais medidas separatrizes são: http://www.tabelasalarial.com/piso-salarial-2/tabela-salarial-de-professores/ http://www.tabelasalarial.com/piso-salarial-2/tabela-salarial-de-professores/ AN02FREV001/REV 4.0 92 Além dessas medidas, outras também são utilizadas, aumentando a utilização das medidas anteriores e proporcionando melhores análises. Esta expansão é alcançada por meio das medidas separatrizes Quartil, Decil e Percentil. Desse modo, a Mediana divide o conjunto em duas metades, enquanto o Quartil separa em quatro partes iguais. O Decil divide o conjunto de informações em dez partes e o Percentil em cem partes iguais. A utilização dessas ferramentas proporciona apurar alguns detalhes importantes na análise da pesquisa, ou na análise dos dados tabulados, fornecendo informações preciosas aos gestores. A forma como se usa essas ferramentas será descrito mais adiante. 32 COMO TABULAR PESQUISA A tabulação é o processo seguinte à coleta dos dados e informações que foram conseguidos pela pesquisa nas empresas que responderam à mesma, de acordo com os critérios que foram planejados e que já foram descritos anteriormente. I. Média: é usada para se obter a medida de posição que possui a maior estabilidade. II. Moda: é utilizado para se obter uma medida rápida e aproximada de uma posição. III. Mediana: é usado para poder obter-se o ponto que divide a distribuição em partes iguais. AN02FREV001/REV 4.0 93 Ela consiste na organização e arrumação desses dados para que se possa desenvolver algum tipo de interpretação e análise, visto que os dados brutos que retornam pelas empresas respondentes não possibilitam a interpretação e a tomada de decisão. Dessa maneira, as empresas necessitam determinar como serão tabulados os dados da sua pesquisa salarial, como forma de poder extrair o máximo de detalhes para a perfeita interpretação dessa ferramenta. Os principais métodos de tabulação constam na construção e: a) Média simples. b) Média ponderada. c) Mediana. d) Quartil, decentil e percentil. e) Desvio-padrão. Os detalhes dessas ferramentas de tabulação de dados serão descritos adiante. 33 COMO DETERMINAR QUARTIS, MÉDIA E MEDIANA 33.1 QUARTIS (Q) Para poder calcular os quartis, é necessário compreender que o mesmo corresponde aos valores de uma série que a dividem em quatro partes iguais, onde é necessário encontrar-se três quartis (Q1, Q2 e Q3), (pois o quartil Q4 é dado automaticamente pela subtração dos quartis anteriores), para dividir a série em quatro partes iguais. Logo, o quartil 02 (Q2) sempre será igual a mediana, visto que a mediana é a medida central do eventos ocorridos. Assim sendo, vamos dar um exemplo: Suponha que exista uma série dada pelos números 45, 3, 15, 8, 23, 7 e 67 onde se necessita calcular os quartis. AN02FREV001/REV 4.0 94 O primeiro passo é fazer a ordenação desses números tanto em ordem crescente como em ordem decrescente. Assim, vamos optar por ordenar essa série em valores crescentes, onde, depois de ordenados de modo crescente, a mesma fica da seguinte forma: 3, 7, 8, 15, 23, 45, 67 Desse modo, conseguimos de imediato definir a mediana, ou seja, o quartil Q2, que é exatamente o valor que divide a série ao meio. Assim sendo, o valor da mediana é 15, pois é o número que se encontra localizado no centro da série, ou seja, no meio da série. Assim sendo,o quartil Q2 é igual a 15. Para encontrar os demais quartis, basta realizar o mesmo raciocínio, ou seja, encontrar a mediana das duas séries que ficaram entre o valor da mediana, ou do quartil Q2. Assim sendo, podem-se separar os valores em dois grupos, a partir da mediana encontrada. Grupo 01: os valores que ficaram a esquerda da mediana Q2 = 3, 7 e 8 Grupo 02: os valores que ficaram a direita da mediana Q2 = 23,45 e 67 Desse modo, a mediana do Grupo 01 é 07 e a mediana do Grupo 02 é 45. Assim sendo, pode-se afirmar que: o quartil Q1 = 07 o quartil Q2 = 15 o quartil Q3 = 45 Agora vamos considerar o mesmo exemplo aplicado a uma pesquisa salarial, onde os valores encontrados para um determinado cargo são demonstrados pela Tabela 09 abaixo: AN02FREV001/REV 4.0 95 TABELA 09 – EXEMPLO DE TABULAÇÃO PELOS QUARTIS DE UMA PESQUISA SALARIAL Empresa Salário CAMERON R$ 758,00 GOIA R$ 1.200,00 JAVAMAM R$ 1.500,00 CARACOP R$ 819,00 SAFATER R$ 1.000,00 CORAF R$ 2.300,00 SANTAF R$ 2.120,00 MELEMENE R$ 800,00 FROTEGOI R$ 765,00 PROTEM R$ 790,00 DOREIE R$ 1.622,00 FONTE: o Autor. Da mesma forma do exemplo anterior, é necessário ordenar os dados em ordem, que pode ser crescente ou decrescente. Vamos optar pelo ordenamento crescente dos valores, como é demonstrado na Tabela 10 abaixo: TABELA 10 – EXEMPLO DE TABULAÇÃO PELOS QUARTIS DE UMA PESQUISA SALARIAL (2) Empresa Salário CAMERON R$ 758,00 FROTEGOI R$ 765,00 PROTEM R$ 790,00 MELEMENE R$ 800,00 CARACOP R$ 819,00 SAFATER R$ 1.000,00 GOIA R$ 1.200,00 JAVAMAM R$ 1.500,00 DOREIE R$ 1.622,00 SANTAF R$ 2.120,00 CORAF R$ 2.300,00 FONTE: o Autor. AN02FREV001/REV 4.0 96 Após fazer-se esse ordenamento, conseguimos definir a mediana, que é o quartil Q2, observando a tabela e encontrando o valor que se localiza no centro da mesma. Assim, pode-se perceber que a mediana corresponde ao valor de R$ 1.000,00. Desse modo, o quartil Q2 é correspondente ao valor de R$ 1.000,00, como é mostrado na Tabela 11 abaixo: TABELA 11 – CÁLCULO DA MEDIANA Empresa Salário CAMERON R$ 758,00 FROTEGOI R$ 765,00 PROTEM R$ 790,00 MELEMENE R$ 800,00 CARACOP R$ 819,00 SAFATER R$ 1.000,00 MEDIANA GOIA R$ 1.200,00 JAVAMAM R$ 1.500,00 DOREIE R$ 1.622,00 SANTAF R$ 2.120,00 CORAF R$ 2.300,00 FONTE: o Autor. Da mesma maneira, os valores que estão na tabela acima da mediana, e que são valores menores que R$ 1.000,00 são separados em um grupo, chamado Grupos 01, em que encontramos a mediana desse grupo 01, que é o valor que se encontra no centro dos valores da série compreendida entre R$ 758,00, R$ 765,00, R$ 790,00, R$ 800,00 e R$ 819,00. Desse modo, o valor do Quartil Q1 é igual a R$ 790,00, como é mostrado na Tabela 12. AN02FREV001/REV 4.0 97 TABELA 12 – EXEMPLO DE TABULAÇÃO PELOS QUARTIS Q1 DE UMA PESQUISA SALARIAL Empresa Salário CAMERO R$ 758,00 FROTEGOI R$ 765,00 PROTEM R$ 790,00 Q1 MELEMENE R$ 800,00 CARACOP R$ 819,00 SAFATER R$ 1.000,00 MEDIANA GOIA R$ 1.200,00 JAVAMAM R$ 1.500,00 DOREIE R$ 1.622,00 SANTAF R$ 2.120,00 CORAF R$ 2.300,00 FONTE: o Autor. Do mesmo modo, fazemos para os valores que estão abaixo da mediana na tabela, ou seja, os valores maiores que a mediana (R$ 1.000,00). Assim temos um novo grupo de valores, chamados de Grupo 02 que corresponde aos valores R$ 1.200,00, R$ 1.500,00, R$ 1.622,00, R$ 2.120,00 e R$ 2.300,00, onde para encontrar o quartil Q3 basta achar a mediana desse grupo, que corresponde ao valor de R$ 1.622,00, como é mostrado pela Tabela 13. TABELA 13 – EXEMPLO DE TABULAÇÃO PELOS QUARTIS Q3 DE UMA PESQUISA SALARIAL Empresa Salário CAMERON R$ 758,00 FROTEGOI R$ 765,00 PROTEM R$ 790,00 MELEMENE R$ 800,00 CARACOP R$ 819,00 SAFATER R$ 1.000,00 MEDIANA AN02FREV001/REV 4.0 98 GOIA R$ 1.200,00 JAVAMAM R$ 1.500,00 DOREIE R$ 1.622,00 Q3 SANTAF R$ 2.120,00 CORAF R$ 2.300,00 FONTE: o Autor. Portanto, o resultado final, demonstrado pela Tabela 14 abaixo, fica sendo: TABELA 14 – EXEMPLO DE TABULAÇÃO PELOS QUARTIS Q1, Q3 E MEDIANA DE UMA PESQUISA SALARIAL Mediana ou quartil Q2 = R$ 1.000,00 Quartil Q1 = R$ 790,00 Quartil Q3 = 1.622,00 Empresa Salário CAMERON R$ 758,00 FROTEGOI R$ 765,00 PROTEM R$ 790,00 Q1 MELEMENE R$ 800,00 CARACOP R$ 819,00 SAFATER R$ 1.000,00 MEDIANA GOIA R$ 1.200,00 JAVAMAM R$ 1.500,00 DOREIE R$ 1.622,00 Q3 SANTAF R$ 2.120,00 CORAF R$ 2.300,00 FONTE: o Autor. Assim sendo, com os valores dos salários mostrados nesse caso, pode-se concluir que 25% dos cargos percebem um valor salarial menor que R$ 790,00, enquanto outros 25% obtém um salário maior que R$ 1.622,00. Por outro lado, a metade dos cargos destacados nesse caso recebe salário com valor menor que R$ 1.000,00, e consequentemente, outra metade recebe salários maiores que esse valor. AN02FREV001/REV 4.0 99 33.2 MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES É a medida de tendência central mais conhecida e de fácil resolução, pois a mesma demonstra a soma de todos os dados componente de uma série dividido pelo número de vezes que foi observado. Por exemplo, se uma empresa vende por dia a quantidade de arroz que é demonstrado pela Tabela 15: TABELA 15 – EXEMPLO DE CÁLCULO DA MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES Dias da semana Vendas de Arroz ( em Kg) Segunda-feira 17 Terça-feira 12 Quarta-feira 13 Quinta-feira 19 Sexta-feira 16 Sábado 19 FONTE: o Autor. Para calcular a média aritmética simples é necessário somar-se todos os valores que foram vendidos no período total, ou seja, durante toda a semana e depois dividir pela quantidade de ocorrências. Assim sendo, pode-se verificar pela Tabela 16 que o total vendido na semana foi de 96 quilogramas. TABELA 16 – EXEMPLO DE CÁLCULO DA MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES (2) Dias da semana Vendas de Arroz ( em Kg) Segunda-feira 17 Terça-feira 12 AN02FREV001/REV 4.0 100 Quarta-feira 13 Quinta-feira 19 Sexta-feira 16 Sábado 19 TOTAL 96 FONTE: o Autor. Assim, para achar-se a média aritmética simples basta dividir o valor de 96 kg por 6 dias da semana em que ocorreram as vendas. Assim tem-se que a média é de 96/ 06 = 16 kg por dia Nesse caso, a média de vendas na semana foi de 16 quilogramas por dia de arroz. 33.3 MEDIANA A mediana de uma série de valores corresponde ao valor que está localizado no centro da disposição da série, após a mesma ter sido ordenada coerentemente, seja em forma crescente ou decrescente de valores. Desse modo, o valor encontrado no centro, ou meio, da sequência separa essa série em dois subgrupos, de tal forma que cada um deles tenha exatamente 50% dos valores da série. Vamos ilustrar um caso, visto que já fora demonstrado anteriormente o cálculo da mediana. Desse modo, considerar-se a série formada pelos valores abaixo: 5, 2, 6, 13, 9, 15, 10 Assim sendo, o primeiro passo é fazer o correto ordenamento desses valores, podendo ser em ordem crescente ou decrescente. Se optar-se pelo ordenamento em ordem crescente, os valores ficam da seguinte forma: AN02FREV001/REV 4.0 101 2, 5, 6, 9, 10, 13, 15 Portanto, a mediana é encontrada por meio do valor que divide a série acima em duas partes iguais, ou seja, a mediana é igual a 9. No exemplo acima, a quantidade de termos é impar, o que facilita encontrar a mediana. No entanto, se a série de valores possuir uma quantidade de elementos que seja par, o cálculo teráque ser realizado por meio da média dos dois valores centrais, como é mostrado no exemplo abaixo: 3, 5, 5, 6, 7, 8, 9, 9 Os elementos centrais da série, ou seja, a mediana são os termos “6” e “7”. Para tal, a mediana será a média aritmética entre esses termos, ou seja: (6+7)/ 2 = 6,5 34 COMO CALCULAR DESVIO PADRÃO Em muitas situações as análises necessitam ser um pouco mais detalhadas, pois consistem de informações mais complexas, que se usando apenas a média e mediana não se pode resolver, principalmente quando os termos da série de amostragem apresentam grandes dispersões, que acabam distorcendo a interpretação dos resultados e mascaram uma realidade existente. Assim sendo, é essencial a utilização do desvio-padrão. Para descrever-se sobre o uso dessa ferramenta estatística, iremos exemplificar com um caso simples. Consideremos que em uma sala de aula existem dezoito alunos e as notas finais desses alunos estão expostas pela Tabela 17 abaixo: AN02FREV001/REV 4.0 102 TABELA 17 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO DESVIO PADRÃO Aluno Notas Aline 9,00 Amadeu 7,00 Ana Gabriela 5,00 Andrey 3,00 Anselmo 2,00 Beatriz 8,00 Bruna 7,50 Bruno 4,50 Debora 6,00 Fernanda 7,00 Gabriel 7,00 Giovana 9,00 Júlia 9,50 Julio 9,00 Karolyne 2,50 Larissa 6,50 Letícia 8,00 Marco 7,50 MÉDIA SIMPLES 6,56 FONTE: o Autor. Pode-se perceber que as notas oscilam bastante, não tendo condições de analisar-se a turma como um todo. Assim sendo, faz-se o cálculo da média aritmética simples, para poder interpretar esses dados, e verifica-se que a média da turma toda foi de 6,56. Para calcular-se o desvio padrão dessa sala, começamos encontrando qual foi o desvio, ou seja, qual o valor que cada aluno obteve a sua nota em relação à média aritmética simples. Esse cálculo mostra a oscilação de cada aluno em relação a media, como é demonstrado pela Tabela 18 abaixo: AN02FREV001/REV 4.0 103 TABELA 18 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO DESVIO PADRÃO (2) Notas Média Desvio 9,00 6,56 2,44 7,00 6,56 0,44 5,00 6,56 -1,56 3,00 6,56 -3,56 2,00 6,56 -4,56 8,00 6,56 1,44 7,50 6,56 0,94 4,50 6,56 -2,06 6,00 6,56 -0,56 7,00 6,56 0,44 7,00 6,56 0,44 9,00 6,56 2,44 9,50 6,56 2,94 9,00 6,56 2,44 2,50 6,56 -4,06 6,50 6,56 -0,06 8,00 6,56 1,44 7,50 6,56 0,94 FONTE: o Autor. O passo seguinte consiste em elevar-se ao quadrado os valores desse desvio e depois somar-se, encontrando o total dos desvios, como é mostrado na Tabela 19 abaixo: TABELA 19 – EXEMPLO DE CÁLCULODO DESVIO PADRÃO (3) Notas Média Desvio Quadrado dos Desvios 9,00 6,56 2,44 5,95 7,00 6,56 0,44 0,19 5,00 6,56 -1,56 2,43 3,00 6,56 -3,56 12,67 AN02FREV001/REV 4.0 104 2,00 6,56 -4,56 20,79 8,00 6,56 1,44 2,07 7,50 6,56 0,94 0,88 4,50 6,56 -2,06 4,24 6,00 6,56 -0,56 0,31 7,00 6,56 0,44 0,19 7,00 6,56 0,44 0,19 9,00 6,56 2,44 5,95 9,50 6,56 2,94 8,64 9,00 6,56 2,44 5,95 2,50 6,56 -4,06 16,48 6,50 6,56 -0,06 0,00 8,00 6,56 1,44 2,07 7,50 6,56 0,94 0,88 Soma dos quadrados dos desvios 89,94 FONTE: o Autor. Dessa maneira, encontramos o valor de 89,94, que representa a soma dos quadrados dos desvios. A soma dos quadrados dos desvios dividida pelo número de ocorrências é chamada de VARIÂNCIA. Logo: VARIÂNCIA = 89,94 / 18 =4,99 A partir do conhecimento da variância, pode-se encontrar o valor do DESVIO PADRÃO, que consiste na raiz quadrada do valor da variância, ou seja: Desvio Padrão = 2,23 Isso significa que as notas obtidas pelos alunos tiveram uma dispersão real que oscila até o valor de 2,23 do valor encontrado pela média simples, tanto para valores maiores quanto para valores menores, ou seja, a grande maioria notas obtidas pelos alunos se situa no intervalo entre: 8,79 e 4,33 AN02FREV001/REV 4.0 105 Desse modo, pode-se realizar a análise de uma pesquisa salarial por meio do cálculo do desvio padrão, procedendo da mesma maneira que o descrito acima. Assim sendo, vamos imaginar uma pesquisa salarial que obteve os seguintes dados na fase de coleta, como é descrito pela Tabela 20 abaixo: TABELA 20 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO DESVIO PADRÃO EM UMA PESQUISA SALARIAL Empresa Frequência (Fi) Salário (Xi) CAMERON 12 R$758,00 GOIA 9 R$ 780,00 JAVAMAM 23 R$ 737,00 CARACOP 43 R$760,00 SAFATER 19 R$815,00 CORAF 23 R$809,00 SANTAF 19 R$799,00 MELEMENE 11 R$821,00 FROTEGOI 2 R$765,00 Soma 161 FONTE: o Autor. Desse modo, torna-se necessário encontrar-se a média aritmética simples desses dados, onde é preciso multiplicar o valor do salário demonstrado por cada empresa pela quantidade de ocupantes dos cargos existentes nas mesmas, ou seja, deve-se multiplicar o valor da FREQUÊNCIA PELO VALOR DO SALÁRIO, onde se encontra os valores que estão na coluna “Fi*Xi”, como é mostrado pela Tabela 21. AN02FREV001/REV 4.0 106 TABELA 21 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO DESVIO PADRÃO EM UMA PESQUISA SALARIAL (2) Empresa Frequência (Fi) Salário (Xi) Fi * Xi Salário Médio (X) CAMERON 12 758,00 9.096,00 780 GOIA 9 780,00 7.020,00 780 JAVAMAM 23 737,00 16.951,00 780 CARACOP 43 760,00 32.680,00 780 SAFATER 19 815,00 15.485,00 780 CORAF 23 809,00 18.607,00 780 SANTAF 19 799,00 15.181,00 780 MELEMENE 11 821,00 9.031,00 780 FROTEGOI 2 765,00 1.530,00 780 Soma 161 125.581,0 0 FONTE: o Autor. Assim sendo, para calcular o valor do salário médio, é necessário somar-se o total da “Frequência” e o total da coluna “Fi*Xi”. Assim tem-se que o total da frequência é de 161 ocupantes dos cargos, e o valor total da coluna “Fi*Xi” é igual a 125.581,00. O valor do salário médio é a divisão entre esses dois valores, ou seja: Salário Médio = 125.581,00 / 161 = 780,00 Feito isso, o próximo passo é encontrar a variância, ou seja, a soma dos quadrados dos desvios multiplicada pela frequência. Para isso, precisam-se calcular quais são os desvios, que se dá pelo cálculo da diferença entre os valores dos salários de cada empresa pelo salário médio encontrado anteriormente. Desse modo, acham-se os valores do desvio de cada valor obtido na coleta de dados. Com esses valores dos desvios, há a necessidade de elevá-los ao AN02FREV001/REV 4.0 107 quadrado e depois, iremos multiplicar o valor de cada quadrado dos desvios pela respectiva frequência dada para cada linha da tabela, ou cada empresa que respondeu a pesquisa salarial, como é demonstrado pela Tabela 22 abaixo: TABELA 22 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO DESVIO PADRÃO EM UMA PESQUISA SALARIAL (3) Empresa Frequênci a (Fi) Salário (Xi) Fi * Xi Salário Médio (X) Desvio Quadrado dos Desvios Quadrado dos Desvios X Frequência CAMERON 12 758,00 9.096,00 780 - 22 484 5.808 GOIA 9 780,00 7.020,00 780 0 0 0 JAVAMAM 23 737,00 16.951,00 780 - 43 1.849 42.527 CARACOP 43 760,00 32.680,00 780 - 20 400 17.200 SAFATER 19 815,00 15.485,00 780 3 5 1.225 23.275 CORAF 23 809,00 18.607,00 780 2 9 841 19.343 SANTAF 19 799,00 15.181,00 780 1 9 361 6.859 MELEMENE 11 821,00 9.031,00 780 4 1 1.681 18.491 FROTEGOI 2 765,00 1.530,00 780 - 15 225 450 Soma 161 125.581,0 0 133.953 FONTE: o Autor. Por fim, iremos somar os valores do quadrado dos desvios multiplicado pela frequência, encontrando o valor de 133.953, que corresponde à variância. De posse da variância, pode-se encontrar o Desvio Padrão, que corresponde à raiz quadrada da variância pela frequência, ou seja: S= AN02FREV001/REV 4.0 108 S= 832 S= √ S= 28,84 Dessa maneira, tem-se que o desvio padrão nessa pesquisa foi de R$ 28,84 nos devidos intervalos. Assim,ao encontrar-se o desvio-padrão significa que existe uma alternância dos valores em R$ 28,84, ou seja, do valor do salário médio obtido, pode-se haver uma dispersão dos valores em R$ 28,84. No entanto, para considerarem-se os resultados da pesquisa salarial, utilizando o exemplo que destacamos, é necessário que se faça um ajuste em todos os valores obtidos pela pesquisa salarial, como forma de considerar o intervalo descrito pelo desvio-padrão. Assim sendo, vamos considerar os valores salariais apenas compreendidos entre o valor do salário médio e entre o intervalo deste com o valor do desvio- padrão. Dessa maneira, temos: Intervalo Superior de faixas Salariais = Salário Médio + Desvio Padrão Intervalo Inferior de faixas Salariais = Salário Médio - Desvio Padrão Assim sendo, ao aplicarem-se os valores encontrados no exemplo, tem-se: Intervalo Superior de faixas Salariais = 780,00 + 28,84 =809,00 AN02FREV001/REV 4.0 109 Intervalo Inferior de faixas Salariais = 780,00 – 28,84 = 751,00 Dessa maneira, os valores que estiverem fora do intervalo entre R$ 751,00 e R$ 809,00 são descartados da análise, pois estão compreendidos fora do espaço entre o salário médio e o desvio padrão. Assim sendo, pode-se construir a tabela de análise dos valores da pesquisa salarial com os respectivos salários pagos dentro dos limites encontrados, como é mostrado pela Tabela 23 abaixo: TABELA 23 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO DESVIO PADRÃO EM UMA PESQUISA SALARIAL (4) Empresa Frequência (Fi) Salário (Xi) Fi * Xi Salário Médio (X) Desvio Quadrado dos Desvios Quadrado dos DesviosX Frequência CAMERON 12 758,00 9.096,00 780 - 22 484 5.808 CARACOP 43 760,00 32.680,00 780 - 20 400 17.200 FROTEGOI 2 765,00 1.530,00 780 - 15 225 450 GOIA 9 780,00 7.020,00 780 0 0 0 SANTAF 19 799,00 15.181,00 780 19 361 6.859 CORAF 23 809,00 18.607,00 780 29 841 19.343 Soma 108 84.114,00 49.660 FONTE: o Autor. Assim, de posse dessa nova tabela, iremos encontrar a mediana e os quartis. Para achar a mediana, temos os valores compreendidos entre 758,00 e 809,00, tendo seis ocorrências. Dessa maneira, a mediana está compreendida entre o valor de 765,00 e 780,00 (respectivamente as linhas 3 e 4 da tabela). Portanto, a mediana é a média entre esses dois valores, ou seja: (765+780) / 2 =772,50. AN02FREV001/REV 4.0 110 Para encontrar os quartis Q1 e Q3 é necessária a utilização de uma fórmula que descreve a atuação do quartil, visto que o mesmo divide os valores em quatro partes, pode-se descrever que para cada evento que se deseja encontrar o quartil respectivo, basta dividir o mesmo em quatro partes. Assim sendo, tem-se: Para achar os valores do 1o Quartil = (N + 1) x 1 4 Onde N = número de salários (6 +1)= 1,75 x 1 = 1,75 ~ 2 4 Para achar os valores do 3o Quartil = (N + 1) x 3 4 (6 + 1)= 1,75 x 3 = 5,25 ~ 5 4 Dessa maneira, o quartil Q1 é o valor que está na posição 02 na tabela = 760,00. Já para o quartil Q3 é o valor que está na posição 05 na tabela = 799,00 Concluindo: Mediana = 772,50 Quartil Q1 = 760,00 Quartil Q3 = 799,00 35 CONCLUSÕES DA PESQUISA E PLANEJAMENTO Depois de realizada todas as etapas da pesquisa salarial, os resultados obtidos pelas diversas análises e interpretações devem ser comunicados aos gestores de pessoas das organizações para que sejam utilizados como forma de AN02FREV001/REV 4.0 111 tomada de decisão para programar essas análises no tocante aos cargos e salários, como forma de atingir os objetivos e continuar operando no mercado, com ganhos reais, atingindo os objetivos e agregando valor ao negócio empresarial que a mesma desenvolve. FIM DO MÓDULO III AN02FREV001/REV 4.0 112 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 113 CURSO DE GESTÃO DE CARGOS E SALÁRIOS MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 114 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA MODULO IV 36 ESTRATÉGIAS DE REMUNERAÇÃO De acordo com CHIAVENATO (2004), a remuneração é toda retribuição concedida aos diversos funcionários em uma organização, em função do mesmo ocupar um cargo e desempenhar diversas atividades, tarefas e funções por meio de seus conhecimentos e habilidades, em que o funcionário realiza a troca destes conhecimentos, habilidades com as diversas recompensas quantificáveis que o mesmo recebe. Assim sendo, as recompensas que a organização pode oferecer ao funcionário podem ser financeiras e não financeiras, em virtude das políticas de remuneração que a empresa decide desenvolver, como é mostrado pela Figura 24. FIGURA 24 – PROCESSO DE RECOMPENSAS ORGANIZACIONAIS FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008) AN02FREV001/REV 4.0 115 36 .1 CONCEITOS DE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO Há certa confusão nos conceitos de salário e remuneração, onde os dois termos são confundidos. Dessa forma, o salário é a contraprestação recebida financeiramente pelo empregado, pago diretamente pelo empregador, em função da prestação de serviço do mesmo e em decorrência do contrato de trabalho. Assim sendo, o artigo 76 da CLT expõe sobre o salário mínimo, que deve ser o valor mínimo pago diretamente pelo empregador a todo trabalhador. Já a remuneração é a quantidade total que o funcionário recebe pelo seu trabalho e em função do contrato. No conceito de remuneração está compreendido o salário e todos os demais componentes, como gorjetas, adicionais, comissões, gratificações, etc. Dessa forma, de acordo com o Artigo 457 da CLT, compreendem-se na remuneração do empregado, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, também as gorjetas que receber como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953). Assim, por meio da Figura 25 abaixo, pode-se compreender os conceitos de salário e remuneração. FIGURA 25 – PROCESSO DE RECOMPENSAS ORGANIZACIONAIS FONTE: o Autor. AN02FREV001/REV 4.0 116 37 TIPOS DE SALÁRIOS Como fora exposto, o salário é o valor nominal que é acordado entre empregado e empregador, como forma de recompensar o trabalho prestado pelo empregado ao empregador. Dessa maneira, o valor financeiro correspondente ao salário é acordado formalmente em contrato de trabalho, regido pela legislação. Assim, geralmente o empregador paga o salário ao empregado por meio do salário fixo ou salário variável, onde a forma utilizada depende de cada tipo de trabalho, ou da jornada de trabalho, do tipo de contrato, etc. Assim sendo, o valor correspondente ao salário fixo pode-se apresentar de diversas formas: 1. Salário-base: é o valor que foi acordado por meio do contrato de trabalho e que é pago diretamente pelo empregador e usado como base para os diversos cálculos trabalhistas. 2. Salário mínimo: é o menor valor correspondente ao salário que é pago ao trabalhador pelo empregador, sendo corrigidoanualmente. 3. Piso salarial: é o menor valor de um salário que é usado para uma determinada categoria profissional ou atividade econômica de uma empresa, como por exemplo, o piso salarial dos professores, etc. 4. Salário profissional: é o valor que é pago pelos empregadores e que é utilizado para categorias profissionais liberais, como médicos, advogados, engenheiros, sendo determinado pela legislação específica de cada profissão. 5. Salário normativo: é o salário que possui um valor específico que é calculado e determinado pela categoria profissional o qual o empregado faz parte. 6. Salário líquido: é o valor que o empregado recebe após as devidas deduções legais como o imposto de renda retido na fonte (IRRF) e a contribuição para o instituto nacional da seguridade social (INSS). 7. Salário bruto: é o valor que o empregado recebe a título de salário antes de se efetuar as devidas deduções legais. 8. Salário variável: é o valor a ser pago a título de salário pelo empregador, porém, esse valor do período, podendo ser mensal, semanal ou diário, AN02FREV001/REV 4.0 117 não é um valor predeterminado, sendo que o mesmo oscila em função de algum critério estabelecido e acordado anteriormente, podendo ser o atingimento de metas, produção de determinada quantidade de produtos no período, etc. Um detalhe é que nesse tipo de pagamento de salário, o valor total mensal nunca pode ser inferior ao salário mínimo vigente. 38 SISTEMAS TRADICIONAIS E REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA No ambiente empresarial atual, é mais comum as empresas oferecem aos seus empregados não somente o salário, mas outros componentes seja por força legal, que em certas situações as empresas necessitam acrescentar outros valores ao valor do salário nominal acordado em contrato, como os adicionais de horas extras, noturno, além de outros tipos, como as comissões, prêmios e gratificações. Dessa forma, o conceito de remuneração é mais utilizado que o conceito de salário, visto que poucos cargos somente percebem o valor do salário. Assim sendo, a remuneração pode ser aplicada por meio de três componentes principais, que são: 1. Remuneração Básica: que consta de todos os valores que o empregado tem direito em função de seu trabalho realizado, onde se incluem o valor contratado do salário e todos os demais componentes, como horas extras e adicionais. 2. Incentivos Salariais: constam de certos programas que recompensam os funcionários pelo seu desempenho e pelos resultados produzidos. 3. Benefícios: são outros componentes da remuneração que são ofertados por meio de outras formas não financeiras, como seguro de vida, plano de saúde, refeições, transportes, por exemplo. Desse modo, os sistemas de remuneração podem ser oferecidos aos trabalhadores de duas formas: o sistema tradicional e o sistema de remuneração estratégica. O sistema de remuneração tradicional é o método onde são oferecidos o pagamento de salários fixos e adicionais previstos em legislação em troca dos AN02FREV001/REV 4.0 118 serviços prestados pelo empregado. Esse sistema possui alguns problemas que são: I. Inflexibilidade: visto que nesse sistema os salários e demais componentes da remuneração são fixos e gerais, não podendo ser modificados em função das características do trabalho executado. II. Conservadorismo: nesse sistema, geralmente a estrutura organizacional é rígida e burocrática, com utilização extrema de morosidade e pouca eficácia na comunicação interna. III. Metodologia desatualizada: a forma de implantação e utilização desse sistema de remuneração exige-se uma grande quantidade de trabalho para poder se atingir os seus objetivos, além de possuírem características de inflexibilidade e lentidão nos processos. IV. Divergências: com o sistema tradicional, em virtude de sua posição engessada, ocorrem grandes dificuldades no alinhamento dos esforços para o alcance de objetivos comuns, visto que o próprio sistema inflexível limita qualquer atuação com visão futurista e orientação estratégica da organização. Por outro lado, a remuneração estratégica consta de um conjunto de diversas formas diferentes de recompensar o funcionário, onde são considerados os aspectos que a organização deseja obter, como os objetivos estratégicos, além de outros aspectos que são importantes para a perpetuação das ações empresariais da mesma. Com a remuneração estratégica, as empresas pretendem ter um vínculo muito maior com os seus funcionários, transformando-os em verdadeiros parceiros de negócios, estimulando o comprometimento e a melhoria no alcance dos resultados individuais e coletivos, beneficiando tanto a empresa quanto os colaboradores. Nesse contexto, a remuneração estratégica passa a ser um ponto forte de ligação entre a empresa e os seus funcionários, para que juntos consigam alcançar os objetivos empresariais. Desse modo, a remuneração não é vista pela empresa apenas como um custo a ser reduzido, mas como uma fonte de agregação de valor ao contexto empresarial global, vinculado ao trabalho exercido pelos seus integrantes. AN02FREV001/REV 4.0 119 Dessa maneira, os principais tipos de remuneração são: a) Remuneração Funcional: é um sistema que é construído por meio do plano de cargos e salários, onde diversos aspectos são analisados, como descrição de cargos, pesquisas salariais, avaliação de desempenho, entre outros, para poder atribuir-se os valores a cada integrante da organização. b) Salário Indireto: é todo benefício que a empresa oferece aos seus trabalhadores, como forma complementar de remuneração. c) Remuneração por Habilidades e por Competências: é o tipo de remuneração que é entregue ao funcionário em virtude de suas habilidades técnicas, humanas e conceituais e em virtude das suas competências. d) Remuneração Variável: é um conjunto de diferentes formas de remuneração como forma complementar ao salário fixo, como comissões, gratificações, prêmios por metas alcançadas, etc. e) Participação Acionária: é uma forma inovadora de remuneração, onde o funcionário recebe determinada quantidade de ações da própria empresa em que trabalha, tornando-se acionista da mesma e obtendo os ganhos consequentes dessa participação. 39 CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA DE REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA. Para se construir e implantar um sistema de remuneração estratégica, a empresa necessita seguir algumas etapas, descritas a seguir: a. Diagnóstico da empresa: é a fase inicial, onde a empresa necessita diagnosticar a sua situação atual em relação à política salarial, considerando como é o seu sistema atual, quais são as vantagens e desvantagens que o mesmo produz, como que a política salarial está alinhada com as estratégias empresariais e as influências da cultura organizacional no processo de remuneração. b. Direcionamento da empresa: nessa fase é importante descrever quais são os objetivos da empresa, além de determinar quais são as diretrizes AN02FREV001/REV 4.0 120 utilizadas, além dos fatores críticos de sucesso que podem impactar o processo de mudança do sistema de remuneração. c. Definição de um modelo de remuneração: nesse aspecto são levantadas as competências e habilidades que são necessárias para a execução das diversas atividades e funções dos cargos, além da definição dos critérios para as formas de remuneração que serão adotadas. Também é necessária a construção de parâmetros de comparação entre os cargos semelhantes e os respectivos salários, bem como será feita a comunicação e a transparência desse sistema com os funcionários. d. Construção do sistema de remuneração: nessa etapa, acontece a construção do sistema, onde são definidas todas as políticas e diretrizes que são usadas com a remuneração estratégica, definindo-se as formas e critérios de remuneração, bem como as exigênciasde cada cargo para que se alcancem os objetivos organizacionais. e. Implantação do sistema de remuneração estratégica: nessa fase, acontece o início da implantação do sistema, com a devida comunicação a todos os seus integrantes, além do desenvolvimento de algumas ações para que a implantação seja bem sucedida, como o treinamento das pessoas envolvidas, o comprometimento dos líderes, etc. f. Controle contínuo do sistema: essa fase é desenvolvida após a implantação, como forma de controle dos procedimentos e do sistema como um todo, onde os erros necessitam ser corrigidos para que o sistema seja eficiente. Assim sendo, a fase final do processo de construção de um sistema de remuneração estratégica é continuo, pois ele estará acompanhando o processo até que chegue ao processo de total maturação e eficiência alcançadas. AN02FREV001/REV 4.0 121 40 REMUNERAÇÃO POR HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Esse tipo de remuneração é um dos utilizados pelo sistema de remuneração estratégica, onde os funcionários são recompensados em virtude de suas habilidades, atitudes e competências. O cargo, nesse aspecto, não é tão importante na definição da remuneração, pois o que importa realmente são os resultados obtidos por meio das habilidades e competências de cada pessoa na execução das funções que o cargo exige. Dessa maneira, há um incremento na qualidade do trabalho, na produtividade, além de ocorrer à diminuição do índice de faltas e rotatividade de pessoal, tendo como consequência, uma possível redução de custos e ganhos financeiros. A Remuneração por Habilidades é mais aplicada no nível operacional, onde estão ligadas a procedimentos fixos. Com essa metodologia, a empresa consegue algumas vantagens, visto que os funcionários se tornam habilitados em diversas funções, desenvolvendo atividades maiores àquelas que eram feitas no sistema convencional. No entanto, para determinar, mensurar e desenvolver as habilidades de cada funcionário torna-se necessário que a empresa realize alguns investimentos, principalmente nos aspectos treinamento e desenvolvimento das habilidades. O processo de remuneração das habilidades é bem flexível e dinâmico, podendo ser configurado como o pagamento de salário fixo e adicionais pelo desempenho, pela produtividade, pelo atingimento de objetivos que estão alinhados com as habilidades que o funcionário possui. Assim sendo, o processo de remuneração por habilidades proporciona algumas vantagens como: 1. Valorização do profissional que possui as habilidades que são necessárias para a execução do cargo; 2. O processo de execução das atividades do cargo é realizado pelos funcionários com mais determinação; 3. Ocorre o maior desempenho no trabalho; AN02FREV001/REV 4.0 122 4. Como consequência de todo esse trabalho, acontece o crescimento profissional do funcionário, em virtude da valorização de suas habilidades. Já a remuneração por competências é aquela em que o destaque está nas competências exigidas para o cargo que são desenvolvidas pelos funcionários. Essas competências são mais destacadas nos níveis tático e estratégico das empresas, que necessitam de profissionais com conhecimentos holísticos sobre o processo empresarial, como forma de diferenciar-se no mercado. Dessa maneira, a remuneração por competências visa atender ao desenvolvimento das mesmas, objetivando as melhorias consequentes desse sistema. Assim sendo, para possuir um sistema que privilegia as competências dos ocupantes de cargos, a empresa necessita selecionar e descrever quais são as competências necessárias para cada atividade, ou cargo, a fim de poder desenvolver e melhorar todo esse processo. Dessa forma, é necessário que sejam detalhados quais são as competências genéricas e quais são as especificas que são necessárias ao processo empresarial daquele negócio. Geralmente, as competências genéricas são aquelas que se aplicam a todos os colaboradores envolvidos na execução de atividades, como por exemplo, o trabalho em equipe. Já as competências específicas, são alocadas em determinada atividade e são intrínsecas a esta, devendo ser descritas e desenvolvidas pelos gestores de cargos e salários a fim de alcançar o melhor resultado. 41 PLANOS DE BONIFICAÇÃO ANUAL Os planos de bonificação anual são constituintes do processo de remuneração estratégica e correspondem a prêmios e gratificações que são pagas aos funcionários ao fim do ano fiscal, como reconhecimento de um bom trabalho realizado, por meio da medição e vinculação dos resultados conseguidos naquele ano com os resultados que eram o objetivo do mesmo, ou seja, em função do AN02FREV001/REV 4.0 123 alcance dos objetivos que foram planejados no início do ano, a empresa concede bonificações para os seus funcionários que participaram do alcance desses objetivos. O plano de bonificação anual pode ser uma gratificação informal que o empregador concede ao funcionário, com valor determinado pelo mesmo, sem vínculo formal em contrato de trabalho, ou outra forma, reconhecendo a contribuição do mesmo para o alcance dos objetivos que foram realizados. É outra forma de bonificação anual, mais complexa, mais engajada, com mecanismos formais de avaliação, implantação e determinação dos resultados alcançados e dos valores a serem pagos aos funcionários é o chamado participação nos lucros e resultados. 42 REMUNERAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS A remuneração da força de vendas, ou da equipe de vendas é um aspecto sem separado em uma organização, visto que as vendas é uma das atividades mais importantes em uma empresa, pois é por meio destas vendas que a empresa consegue obter os resultados financeiros que objetiva. Assim sendo, para que as vendas sejam realizadas, torna-se necessário que a remuneração dos vendedores seja realizada de forma a agregar valor para a empresa, ao invés de prejudicá-la. Dessa forma, a remuneração de vendedores pode ser feita de três formas: 1. Salário fixo: é o tipo de remuneração que não considera o valor que foi vendido, ou comercializado, pelo vendedor. Assim sendo, o vendedor assume a função de vendas como se fosse outra função qualquer na empresa, e percebe o seu salário no fim do mês, sem ter nenhum vínculo com a sua produção, ou seja, com a quantidade vendida por ele. Esse método oferece certa segurança ao vendedor, que receberá a sua remuneração normalmente, tendo um resultado bom ou ruim em relação às vendas. AN02FREV001/REV 4.0 124 2. Comissão: esse sistema é o oposto do sistema de salário fixo, visto que o vendedor é remunerado em função, totalmente, de sua produção, ou seja, a remuneração dele é construída por um valor percentual relacionado ao montante total que foi vendido no período, que pode ser mensal ou semanal, por exemplo. É um sistema que aufere ao vendedor a possibilidade de conseguir grandes ganhos, pois quanto mais ele vender maior será a sua remuneração, mas em contrapartida, pode oferecer um pequeno valor de salário, visto que as vendas podem ser poucas também em determinado período. 3. Plano misto: é o sistema mais democrático, onde é garantido um valor de salário fixo mensal e mais um valor variável em função das vendas (comissão). Dessa forma, o vendedor consegue ter alguma segurança, em virtude de possuir o salário fixo, e também ter a possibilidade de obter bons ganhos de remuneração em virtude do montante vendido. 43 REMUNERAÇÃO VARIÁVEL E POR RESULTADOS A remuneração variável é um tipo específico de remuneração que oferece ganhos aos funcionários em virtude dos resultados alcançados. Podem ser aplicados tanto no nível estratégico e tático, como no nível operacional. Dessa maneira, quebra-se o paradigma da remuneração tradicional e fixa, para um sistema onde a produtividadeé incentivada, além da qualidade, comprometimento e dedicação por parte do funcionário são essenciais. Nesse sistema, o grande desafio que as empresa enfrentam para conseguir o sucesso está na forma de implantar e na forma de mensurar os resultados, visto que nem sempre isso é possível, pois existem cargos e situações que não se podem medir objetivamente os resultados produzidos e atribuir os ganhos financeiros. Dessa maneira, a empresa precisa determinar corretamente e transmitir aos funcionários como será a implantação e o processo de medição do desempenho, dos resultados alcançados e como isso repercutirá na remuneração de cada um. É um sistema muito eficiente e justo, desde que seja corretamente aplicado e monitorado constantemente, pois ele possibilita a diferenciação na remuneração dos AN02FREV001/REV 4.0 125 funcionários em função da produtividade, ou seja, os funcionários que possuem desempenho melhor e maior, são remunerados de forma maior que os que produziram menos, ou tiveram resultados menores. 44 RETENÇÃO DE TALENTOS A retenção de talentos é uma forma muito utilizada na política de gestão estratégica, onde a empresa promove ações e atitudes para conseguir “segurar” as pessoas que se destacam por suas competências, atitudes e habilidades, desejando a fidelização de seus colaboradores, obtendo ganhos financeiros pela diferenciação que esses talentos proporcionam para as empresas, como forma de agregar valor para as imensas atividades empresariais que são realizadas e desenvolvidas. Assim sendo, as empresas lutam constantemente para conseguir ter essas pessoas talentosas dentro do seu contexto, desejando obter os ganhos que essas pessoas podem produzir, em virtude de suas competências. Além do mais, quando a empresa “perde” um talento, ela está perdendo a capacidade produtiva destacada daquela pessoa, com as suas atitudes, habilidades e competências que geravam valor para a mesma, mas também se vê em uma situação de ter que repor aquele talento, fato que leva tempo e produz grandes custos. Dessa maneira, é muito melhor para a empresa, seja em quais aspectos forem considerados, a retenção dos talentos. AN02FREV001/REV 4.0 126 FIGURA 26 – RETENÇÃO DE TALENTOS FONTE: Disponível em: <http://aquintaonda.blogspot.com.br/2009/11/retencao-de-talentos-20.html> Acesso em: 14 fev. 2013. 45 PLANO DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS Esse é um sistema que exige o comprometimento completo de todas as equipes e funcionários que estão na organização, pois a política adotada por este sistema de remuneração estratégica especifica que o resultado financeiro que o funcionário irá obter será em virtude do resultado financeiro global que a empresa conseguirá. Como o próprio nome do sistema de remuneração expõe, os funcionários participam dos lucros e dos resultados positivos que a empresa conseguiu ao longo do ano corrente, onde a organização determina uma parcela de seu lucro e resultados para que seja remunerado aos funcionários, como forma de recompensar o esforço de todos para que aquele lucro fosse alcançado. Assim sendo, como é mostrado pela Figura 27 abaixo, a empresa expõe qual a parcela do lucro que estará disponível para a remuneração entre todos os funcionários e determina os critérios para que se faça a divisão deste montante a http://aquintaonda.blogspot.com.br/2009/11/retencao-de-talentos-20.html http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=Cf_IJR_UpwF4DM&tbnid=AvJf8SZ4c_IJiM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://aquintaonda.blogspot.com/2009/11/retencao-de-talentos-20.html&ei=LNwcUY2uDoLm8gTNuoGACg&psig=AFQjCNGMP6A9vTxaq7MsOPHh7xGRVyLlNA&ust=1360932268260899 AN02FREV001/REV 4.0 127 todos os participantes, podendo dividir em parcelas iguais, sem nenhuma distinção, ou colocando montantes diferentes para os níveis operacionais, táticos e estratégicos, em função do objetivo que a empresa busca. Assim sendo, na definição desses critérios deve ser observado quem exercerá maior trabalho ao longo do ano, e destacar a remuneração maior para esses cargos e setores. Dessa maneira, se o objetivo é alcançado ao fim do ano, o prêmio é dividido de acordo com o critério que fora determinado, que pode ser o salário nominal, ou outro tipo de critério. FIGURA 27 – PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS Lucro ou Resultado Valor Disponível 10% Metas Corporativas (70%) Alvos Estratégicos Metas Setoriais (30%) Alvos Operacionais Prêmio Proporcional ao Salário Nominal Prêmio Proporcional ao Salário Nominal FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). Assim sendo, por meio da Figura 28 percebe-se que é um sistema de remuneração que possui uma lógica bem simples e que os parâmetros para que a AN02FREV001/REV 4.0 128 mesma aconteça é basicamente a ocorrência e produção de lucro para a empresa, na qual a mesma concede uma parte do mesmo aos seus funcionários. Isso acaba exigindo maior envolvimento e comprometimento de todos os funcionários, pois todos são responsáveis pela produção do lucro. Se não houver lucro, os funcionários não recebem essa remuneração, o que pode descontentar os funcionários, mas é a essência do sistema. FIGURA 28 – PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS (2) FONTE: o Autor (baseado em Chiavenato, 2008). AN02FREV001/REV 4.0 129 46 REMUNERAÇÃO FUNCIONAL A remuneração funcional é o tipo de remuneração que é desenvolvida por meio da construção do Plano de Cargos e Salários, onde todas as ações e atitudes dos funcionários perante a sua remuneração são descritas e detalhadas no plano de cargos. Dessa forma, para que ocorra a remuneração, torna-se essencial realizar a perfeita descrição dos cargos, bem como estabelecerem-se os critérios para a avaliação do desempenho e então, é atribuído os valores da remuneração em virtude desse sistema. Como é o plano de cargos e salários que gerencia este tipo de remuneração, a sua proposta é que determina como será a mesma, ou seja, em virtude das faixas e tabelas salariais que são descritas no plano, elaborado por meio da pesquisa salarial e da descrição dos cargos são estabelecidas a forma de remuneração e também de crescimento funcional do trabalhador, onde também é aumentada a remuneração. 47 SALÁRIO INDIRETO A grande maioria das empresas utiliza o sistema de remuneração indireto, que nada mais é do que os diversos benefícios que são concedidos aos ocupantes de cargos na empresa. Os benefícios não são obrigatórios pela legislação trabalhista, mas as empresas passaram a usar esse tipo de remuneração como forma de diferenciar-se das demais empresas concorrentes e poder fidelizar o seu funcionário, por meio da concessão de algumas vantagens que o mesmo antes precisava ter, como plano de saúde, cesta básica, seguros, etc. AN02FREV001/REV 4.0 130 Porém, atualmente esses benefícios se tornaram tão utilizados que já não conseguem agregar valor ao trabalho das pessoas, sendo que algumas empresas passaram a usar outros tipos de remunerações para obter essas vantagens, como a participação nos lucros e a disponibilidade de ações da empresa para os funcionários. 48 PLANOS PRIVADOS DE APOSENTADORIA Esse é um tipo de remuneração estratégica que visa o comprometimento do funcionário no longo prazo com a empresa, visto que é um tipo de remuneração que será concedido como um benefício para o funcionário no momento de sua aposentadoria. Dessa maneira, a empresa concede o plano de aposentadoria privada, ou complementação de aposentadoria, como sendo uma parte da remuneração, porém, o funcionário só terá a concessão desse sistema no momentoem que se aposentar. Assim sendo, vincula-se o aumento do comprometimento do funcionário com a empresa, pois é uma remuneração atrativa para o funcionário que possibilita uma melhoria na renda após a aposentadoria. Existem os planos abertos e os planos fechados. Geralmente, as empresas concedem os planos aos seus funcionários, mas os mesmos podem obter esse benefício por meio próprio. 49 PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA E DISTRIBUIÇÃO DE AÇÕES DA EMPRESA AOS EMPREGADOS É um tipo de remuneração estratégica que possibilita grandes vantagens para a empresa e para os funcionários, principalmente no longo prazo. AN02FREV001/REV 4.0 131 Consta de um sistema onde a empresa disponibiliza aos seus funcionários determinada quantidade de ações suas, sendo assim que os funcionários passam a ser donos, ou acionistas, da própria empresa onde trabalha. É um sistema complexo e sofisticado, mas que oferece resultados muito interessantes, modificando a visão das pessoas em relação ao seu trabalho, pois os funcionários compreendem que se tornaram acionistas da empresa e que o seu ganho será em virtude do resultado que a empresa conseguir. Assim sendo, ocorre a motivação para que os procedimentos e atividades sejam realizados de forma comprometida e com visão estratégica, voltado para os resultados e para os ganhos para todos os envolvidos. FIM DO MÓDULO IV AN02FREV001/REV 4.0 132 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASPECTOS DOS TIPOS DE REMUNERAÇÕES EXISTENTES NO MERCADO DE TRABALHO NO BRASIL. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=122 68> Acesso em: 13 fev. 2013. AULA 10 - Salário e Remuneração. Disponível em: <http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_3mod/leg_social_trabalhista/pdf/lst_aul a10.pdf> Acesso em: 13 fev. 2013. CASTRO, L.T. E NEVES, M.F. Administração de vendas: planejamento, estratégia e gestão. São Paulo: Atlas, 2005. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ______. Gestão de Pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CLT ON LINE COMENTADA. Disponível em: <http://cltonline.blogspot.com.br/2010/02/art-457.html> Acesso em: 10 fev. 2013. LEI No 1.999, DE 1º DE OUTUBRO DE 1953. Disponível em: <http://www.leidireto.com.br/lei-1999.html> Acesso em: 10 fev. 2013. NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO. Salário e Remuneração: Conceito e Distinções. Disponível em: <http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico- judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e- distincoes.html> Acesso em: 14 fev. 2013. NOÇÕES DE ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/matematica/media-desvio-padrao-e-variancia-nocoes- de-estatistica.jhtm> Acesso em: 10 fev.2013. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO. Disponível em: <http://www.tecnolegis.com/estudo- dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao- conceito-e-distincoes.html> Acesso em: 14 fev. 2013. http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12268 http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12268 http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_3mod/leg_social_trabalhista/pdf/lst_aula10.pdf http://arquivos.unama.br/nead/gol/gol_adm_3mod/leg_social_trabalhista/pdf/lst_aula10.pdf http://cltonline.blogspot.com.br/2010/02/art-457.html http://www.leidireto.com.br/lei-1999.html http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e-distincoes.html http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e-distincoes.html http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e-distincoes.html http://educacao.uol.com.br/matematica/media-desvio-padrao-e-variancia-nocoes-de-estatistica.jhtm http://educacao.uol.com.br/matematica/media-desvio-padrao-e-variancia-nocoes-de-estatistica.jhtm http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e-distincoes.html http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e-distincoes.html http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/tecnico-judiciario-trt9-2010/direito-do-trabalho-salario-e-remuneracao-conceito-e-distincoes.html AN02FREV001/REV 4.0 133 FIM DO CURSO