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ODONTOLOGIA EM PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS 1 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA RECEBENDO A CRIANÇA ESPECIAL Deficiência intelectual, física, anomalias congênitas, distúrbios comportamentais, transtornos psiquiátricos, distúrbio sensoriais e de comunicação, doenças sistêmicas e crônicas, doenças infectocontagiosas, condições sistêmicas. Geralmente, o medo de dentista está presente ocasionando no atraso para retornos, assim o tratamento odontológico acaba tendo início orientado de sintomas, que poderiam ter sido evitados previamente. Em relação ao medo de dentista, a visão do instrumental, vibrações e sons, movimentos bruscos e sensação inesperada de dor podem intensifica-lo. Sempre fazer a avaliação comportamental do paciente analisando expressão facial e comportamental, sentimentos, tom e volume de voz. Transtorno do espectro do autismo: disfunção global do desenvolvimento com início na infância – atenção à interação social e comunicação. Para a criança com TEA (autismo) deve-se cumprir combinados, em sua visão, tudo deve ser padronizado. Abordagem psicológica nesses pacientes: habilidades cognitivas imaturas no desenvolvimento, distúrbios neurológicos e motores sendo incapazes de colaborar, dificuldades sistêmicas devendo evitar situações de estresse intenso comum em indivíduos odntofóbicos. ( + + ) Definitivamente positivo: aceita e participa ( + ) Positivo: colabora com reservas ( - ) Negativo: oferece resistência ( - - ) Definitivamente negativo: rejeição, choro, recusa Toda forma de comunicação deve ser usada, o manejo faz parte do atendimento. Protocolo de humanização: 1. Educação em saúde bucal 2. Promoção do empoderamento do núcleo familiar 3. Presença dos pais e/ou responsáveis na sala de atendimento 4. Uso constante de técnica básica de abordagem de comportamento durante todo o procedimento 5. Consulta com < tempo para evitar estresse 6. Priorizar a eliminação de dor 7. Otimizar tempo – proced. minimamente invasivos 8. Organização da mesa clínica 9. Estabilização protetora 10. Atendimento de bebês em trios Fazer uso da comunicação não-verbal: postura, expressão facial e linguagem corporal pois aumentam a eficácia de outras técnicas para ganhar ou manter a atenção e cooperação do paciente. SÍNDROMES GENÉTICAS Alterações genéticas são definidas como alterações na sequência de nucleotídeos em uma parte do DNA que alteram a estrutura de uma proteína e, consequentemente, causam anomalias anatômicas e fisiológicas. São classificadas em transtornos cromossômicos, de um único gene ou de herança multifatorial. A maioria das síndromes são causadas por aneuplodias (alteração do número de cromossomos contido em cada célula). Causas durante a gestação: vírus, RX, substâncias químicas, idade materna, calor, radiações, predisposição genética a não-separação dos cromossomos na divisão celular meiótica. Causas externas: existência de parentes próximos com doenças hereditárias ou retardo mental, outros filhos com síndromes, mulher> 35 anos e homem> 55 anos, casamentos cosanguíneos. SÍNDROMES GENÉTICAS Características físicas achatamento da parte de trás da cabeça, inclinação das fendas palpebrais, ponte nasal achatada, tônus muscular diminuído, orelhas menores e ESCALA COMPORTAMENTAL DE FRANKFURT MANEJO COMPORTAMENTAL SÍNDROME DE DOWN – TRISSOMIA DO 21 2 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA baixa implantação, baixa estatuta, pés e mãos pequenas, excesso de pele na nuca. Tendência a obesidade. Alterações sistêmicas Cardiopatia congênita, malformações do trato gastro intestinal, risco de leucemia aumentado (15x), perda auditiva, doença de Alzheimer em idade precoce, convulsões. Instabilidade atlanto-axial (vértebras C1 e C2), refluxo gastro esofágico, problemas oculares (hipertelorismo, estrabiamo, catarata), hipotireoidismo. Hipodesenvolvimento dos ossos e dos dentes = atraso na cronologia de irrupção dental. Alterações orais Mordida aberta anterior devido à psedomacroglossia e hipotonia lingual, gerando deslocamento dos dentes e mandíbula. Postura de boca aberta: nasofaringe estreita e tonsilas adenoides hiperplásicas = respiradores bucais. Fissura Labial; Úvula rífida (alongada) Prevalência de dentição mista – observa-se o retardo na erupção e esfoliação dos dentes decíduis e permanentes. Quanto as anomalias dentárias, as mais comuns são hipodontia, dentes coronóides, microdentes, hipocalcificação do esmalte, fusão e geminação. Alta prevalência de tártaro, porém baixa prevalência de lesões de cárie (alta concentração de cálcio, sódio e bicarbonato na saliva – capacidade tampão). TRATAMENTO ODONTOLÓGICO A utilização do reforço positivo, atendimento pontual, consultas curtas, atenção às formas de expressão, gestos e reações, procedimentos mais simples nas primeiras consultas, escovação supervisionada, observar presença de anquiloglossia. Atentar-se para maior possibilidade de alterações cardíacas. Caso existam, recomendar o uso de profilaxia antibiótica 1 hora antes da execução de procedimentos invasivos. Cuidado com a cadeira odontológica, deve haver estabilização da cabeça e do tronco do usuário, evitando movimentos bruscos e flexão ou extensão excessiva do pescoço, devido à maior instabilidade da articulação atlanto axial. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Anti-hipertensivos (propranol) interação com vasoconstrictor. Antiarrítimicos – interação vasoconstrictores. Características físicas Deformidades nos dedos da mãos, alterações congênitas, baixo peso ao nascer, pouco apetite, choro fraco, pescoço curto, maior presença de pelos, anomalias cerebrais, pernas cruzadas, tórax em formato incomum, hérnia lingual ou umbilical, encurtamento do dedão do pé, rugas na palma das mão e nos pés, má formação renal, anomalias vertebrais, má formação dos membros. Região craniofacial Microcefalia, fontanelas ampliadas, alongamento do diâmetro antero-posterior do crânio (escafocefalia), defeitos oculares (córnea opaca, catarata, microftalmia), zona occipital muito proeminente, palato alto e estreito por vezes fundido, fissura labial, abertura oral pequena, orelhas baixas e malformadas. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Fenda labial e fenda palatina, limitação de abertura bucal, orientação quanto ao atraso da irrupção dentária, consultas rápidas e pontuais. Consultas com intervalo máximo de 6 meses com orientações aos familiares sobre higienização oral. Mutação no gene FGFR2 – fator de crescimento fibroblástico – face plana Anomalia craniofacial, mal formação do crânio, terço médio da face, mão e pés, além de diversas alterações funcionais. SÍNDROME DE EDWARDS – TRISSOMIA DO 18 SÍNDROME DE APERT 3 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Má formação cardíaca: função de suturas cranianas, recuo do terço médio da face (região ocular), fusão dos dedos das mãos e dos pés, atresia pulmonar. Principais traços craniofaciais Acrobraquicefalia, hipertelorismo, depressão dos ossos temporais, boca em forma de trapézio. Repercussões bucais Hipoplasia do terço média de face com classe III, lábios hipotônicos, úvula bífida, irrupção ectópica, má oclusão, fenda labial e palatina, pseudofenda palatina, apinhamentos, gengiva espessa, respirador bucal. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Orientações quantos ao tratamento ortopédico e ortodôntico, orientações para uso de placas miorrelaxantes para bruxismo, prescrição de saliva artificial e hidratantes labiais. Déficit de crescimento, dismorfismo facial, anormalidades no SNC, alterações de Qi ou de comportamento, problemas cardíacos, desenvolvimento da dentição retardado, problemas auditivos e convulsões. Repercussões bucais A coordenação motora deficiente dificulta a correta higienizaçãodental, justificando a presença de lesões de cárie dentária; A alta incidência de maloclusão dental demonstra a necessidade do tratamento ortodôntico para a correção da arcada. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Orientar para escovas dentais adaptadas ou elétricas, que esses pacientes apresentam alterações motoras e de coordenação. Uso de abridores, retornos semestrais para evitar alto índice de lesões cariosas. Forma grave de epilepsia Atinge meninos com mais frequência. Espasmos mioclônicos (flexão da cabeça, abdução dos membros superiores e flexão das pernas), crises frequentes, alterações bucais (periodontias, bruxismo, traumatismos, palato ogival, respiração bucal). Repercussões bucais Bruxismo, respiração bucal, má oclusão dentária, gengivite, hiperplasia gengival medicamentosa, índice de lesões de cárie. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Orientações aos pais sobre tratamentos ortopédicos e ortodônticos, prescrição de hidratantes labiais e saliva artificial, remoção cirúrgica da hiperplasia gengival, consultas frequentes, evitar o uso de refletor. Paralisia bilateral completa ou incompleta dos nervos faciais e abducentes. Expressão facial, liberação de lágrimas e saliva deficiente. Perda total ou parcial dos movimentos do músculo da face, sendo pouco expressivo ou totalmente inexpressivo. Causas hipertermia, exposição da gestante a infecções virais, misoprostol, álcool e drogas, uso de talidomida e benzodiazepínicos. SÍNDROME ALCÓOLICA SÍNDROME DE WEST - EPILEPSIA SÍNDROME DE MOEBIUS 4 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Orientação quanto ao uso de abridores de boca para escovação bucal, prescrição de saliva artificial, ATM com fragilidade, recomendações para escovas pequenas e utilização de estabilizadores e almofadas cervicais. Neurogenético causado por falhas no cromossomo 15. Obesidade é a maior causa de mortalidade e morbidade – considerada doença da obesidade genética. Características clínicas Baixa estatura, retardo mental, baixo tônus muscular, problemas de comportamento, necessidade involuntária de comer constantemente, obesidade, características faciais peculiares. Características bucais Hipotonia da musculatura facial = mal oclusão grave, dentes com desgaste excessivo, boca pequena, lábio superior curto, palato ogival, apinhamento dentário. Respiradores bucais, secreção escassa da saliva (saliva espessa), atraso da irrupção dentária, microdontia, mal formação dentária (taurodontismo – alargamento da câmara pulpar e diminuição do tamanho das raízes), cáries e gengivite (causadas pela má higiene oral e diminuição da produção salivar). TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Aplicação de flúor com uso de sugador (paciente tende a comer, causando intoxicação), consultas com intervalo de 3 meses com orientações aos familiares sobre a quantidade do creme dental e orientações para não deglutir. Levar em conta os aspectos psicológicos (mudança de humor) Orientar para escovas dentais adaptadas ou elétricas visto a dificuldade. O tratamento com hormônio do crescimento trás sangramento gengival excessivo em áreas infectadas, logo, as alterações gengivais são comuns. Mal formação congênita Conjunto de deformidades craniofaciais, como achatamento dos ossos da face, queixo pequeno, pálpebras caídas, fissura no palato e ausência ou malformação das orelhas Manifestações bucais Dentes supranumerários impactados na região anterior superior, hipoplasia e alterações no posicionamento dos incisivos centrais superiores, micrognatia (mandíbula menor que o normal). Displasia de ATM, limitação de abertura bucal, desvio da linha média, falta de oclusão, sobremordida profunda, má oclusão de classe II ou III. ATENDIMENTO DOMICILIAR CD se desloca até domicílio para favorecer assistência odontológica com auxílio de equipamentos e acessórios portáteis (homecare). Procedimentos em domicílio: devolver saúde, periodontia, exodontia e selamento de cavidade. Contraindicações: procedimentos invasivos em pacientes com comprometimento sistêmico grave, falta de interação familiar, procedimentos acumulados. Geralmente, encontra-se com mais frequência: péssimos cuidados orais devido a doenças, trismo (dificuldade para abrir a boca), perimplantite (acumulação de biofilme no pino do implante). SÍNDROME DE PRADDER-WILLI – CROMOSSOMO 15 SÍNDROME DE TREACHER 5 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA PILARES DO ATENDIMENTO DOMICILIAR Preparo do ambiente (limpo, higienizado, boa luminosidade, e todas as regras de biossegurança) Não operar em jejum (1hr antes) Aferir pressão, ter pontualidade, seriedade e agendamento prévio. 1ª consulta (anamnese, prescreve exames de acordo com a necessidade, orientações de higiene) + kit clínico, abridor de boca e gaze Demais consultas: o que for precisar. Adaptação do CD: ergometria, temperatura,... Montagem do equipamento em bancada higienizada. O CD deve se adaptar e lançar mão de materiais para outros portáteis. Biossegurança Planejamento minuncioso com outros médicos envolvidos. Família colaborar e ajudar, principalmente durante anamese. Não atender se o paciente estiver apenas com o CD. ESTABILIZAÇÃO E CONTENÇÃO Garantir com segurança o atendimento odontológico Indicação Pacientes não colaboradores: deficiência intelectual, transtorno. Com movimentos involuntários: tremores, paralisia cerebral, distonia. Sem controle motor, cadeirante. Quando houver falhas nas outras técnicas de condicionamento: reforço positivo, recompensa, elogio. Contenção: para manter posição adequada, rígida. Abridor de boca; Física (segurar o paciente); Lençol e faixas. APENAS SE A MÃE PERMITIR Estabilização: Estabilizador godoy Estabilizador zinkpinho Colchão à vácuo PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO INTERAÇÕES MULTIDISCIPLINARES INTERAÇÃO FAMILIA ADAPTAÇÃO 6 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA TEA - AUTISMO Transtorno do espectro do autismo: déficits persistentes na comunicação e na interação social. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. A incidência do TEA tem aumentado de forma significativa em todo o mundo, portanto se faz necessário ter o aumento da conscientização sobre o tema, expansão dos critérios de diagnóstico e aprimoramento das informações reportada. Fatores causais: 80% genético, 18% mutação, 2% ambientais. É mito quando se diz que vacinas contra sarampo, dieta da mãe, comportamento dos pais e agrotóxicos inalados são os fatores causais. Critérios para diagnóstico Comunicação social e na interação social. Incapacidade ou dificuldade de iniciar interações com outros, compartilhar emoções ou afeto, engajar conversas; Comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual; Déficits na linguagem corporal ou na compreensão e uso de gestos, déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos; Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal; Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade e foco; Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente. TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL E O AUTISMO As pessoas dentro do TEA apresentam disfunções sensoriais. Uma sensação considerada normal e tolerável para uma pessoa neurotípica pode ser considerada como estímulo aversivo para um autista, a ponto de gerar angústia e sofrimentos incapacitantes. ODONTOLOGIA E AUTISMO Perfil bucaldo paciente com TEA: lesões de cárie, alterações periodontais, biofilme dental e lingual, lesões por automutilação, traumatismos dentários, bruxismo, má oclusões, higiene oral insatisfatória. A falta de controle do biofilme dental e as doenças periodontais associada as lesões de cárie são consideradas os principais problemas de saúde bucal nesses indivíduos com TEA. Hiperplasia periodontal como efeito colateral de medicamentos + falta de higiene. Geralmente dieta pastosa e líquida, rica em carboidratos e açúcares juntamente com o uso prolongado de chupetas, mamadeiras e outros bicos artificiais colaboram para a incidência de cárie. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Anamnese básica Controle de voz, comunicação não verbal, distrações e recompensas. Anamnese avançada Estabilização protetiva e contenção, dispositivos acessórios (para abertura bucal), sedação leve e moderada (benzodiazepínicos ex midazolan ação começa 30 – 45 min, benzodiazepínico – mais utilizado), anestesia geral. DÉFICITS PERSISTENTES NA COMUNICAÇÃO SOCIAL PADRÕES RESTRITOS E REPETITIVOS COMPOTAMENTAIS 7 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA PARALISIA CEREBRAL Dano cerebral que leva à inabilidade, à dificuldade ou ao descontrole de músculos e de outros movimentos do corpo, sem necessariamente estar associado à deficiência mental. Na paralisia cerebral, os processos primitivos (reflexos) não foram maturados, ex.: morder automaticamente. É um quadro permanente, não existe cura, uma vez PC, para sempre PC e o que pode ocorrer é a estimulação dos neurônios existentes. Se encaixa em deficiências físicas. É uma lesão estável, não progressiva que ocorre antes dos 2 anos de idade e que resulta em um desenvolvimento motor pobre, podendo ou não estar associado ao retardo mental. É resultado de uma lesão no cérebro NÃO hereditária, acarretando má postura e desenvolvimento motor anormal que se inicia nos períodos pré, peri e pós-natal. Lesões que ocorrem no SNC e têm preferência pelas áreas de núcleo (córtex cerebral e cerebelo), o que torna clara as alterações motoras que estes pacientes apresentam. PC é diferente de sequela, o primeiro é o dano ocorrido até os 2 anos de idade independente da causa, já a sequela é quando já está formado, após os 24 meses. Sinais característicos: espasticidade (rigidez muscular), desordem de movimento, fraqueza muscular (não é hipotônico, mas não tem a capacidade de desenvolver), ataxia (dificuldade de equilíbrio ao andar), rigidez. FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO Hipertonia dos músculos/ tônus muscular (alta contração) elevado, pode ser um lado do corpo afetado (hemiparesia), os quatro membros (tetraparesia) ou maior comprometimento dos membros inferiores (diplegia). 75% dos casos. Sinais e sintomas comuns: caminhada anormal, reflexos aumentados, rigidez em alguma parte do corpo. Movimentos involuntários e variações na tonicidade muscular. 18% dos casos. Sinais e sintomas comuns: flexibilidade aumentada, problemas de alimentação, problemas de postura, corpo rígido. Diminuição da tonicidade muscular, incoordenação dos movimentos e equilíbrio deficiente. Menos de 2% dos casos. Sinais e sintomas: dificuldade na fala, problemas na percepção de profundidade, tremores, afastamento dos pés ao caminhar (aumento da base de suporte). MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS QUE PODEM VIR A OCORRER: Epilepsia, deficiência mental (aproximadamente 50% dos casos), deficiências visuais, dificuldades de aprendizagem, dificuldades de fala e de alimentação, limitações das funções motoras orais, alterações na deglutição o que gera subnutrição e consequentemente impacto negativo no desenvolvimento físico cognitivo. MANIFESTAÇÕES BUCAIS Há um alto índice de cárie nesses pacientes, por falta de coordenação nos movimentos de higienização, bem como falta de conscientização e dedicação dos cuidadores. Dietas ricas em carboidratos e muito moles aumentam a possibilidade de cárie e doenças periodontais. O fato de terem a musculatura orofacial hipotônica associada a respiração bucal pode tornar esses pacientes xerostômicos, embora haja um aumento na quantidade de saliva, o que aumenta o índice de cárie e doença periodontal. Gengivite, hipoplasia de esmalte, hiperplasia gengival, maloclusão, traumatismos, bruxismo, perda precoce dos dentes. A deglutição atípica e a hipohidratação causa escoamento de saliva, dificuldade de deglutição, disfagia, incapacidade de controlar alimentos na boca, aspiração da saliva, infecções pulmonares e das vias aéreas superiores, por isso deve-se fazer a avaliação salivar. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO O principal objetivo do tratamento odontológico é oferecer boas condições de tratamento para o paciente, de acordo com suas necessidades e limitações. A relação do CD com a família do paciente in fluência diretamente na aceitação do tratamento, a atitude dos familiares é de tal importância para o sucesso do tratamento. SEQUÊNCIA SUGERIDA PARA AS PRIMEIRAS CONSULTAS Anamnese; formação de vínculo com o paciente e a família; perfil psicológico do paciente, da família e dinâmica familiar; atividades de vida diária; exame clínico; solicitação de ESPÁSTICA ATETÓIDE ATÁXICA 8 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA exames complementares e avaliação médica; plano de tratamento. Basicamente o paciente com PC não tem coordenação e apresentam contrações involuntárias. Atáxico: sente dificuldade em sentar-se por falta de equilíbrio. A conduta adequada seria calça-los com almofadas e roletes de toalha. Atetóide e espático: mais fácil manter na cadeira devido a contração muscular. A melhor conduta seria reclinar a cadeira para melhorar sua postura e tirá-lo do padrão de contração, a cabeça deverá ser apoiada em travesseiro ou no braço do profissional. Colocar pouco creme dental na escova, do tamanho de um grão de arroz, com flúor; Escovas de cerdas pequenas e macias. Escovas elétricas funcionam bem, porém nem todo indivíduo com PC suporta o estímulo, desencadeando movimentos involuntários que impedem a higienização adequada; Utilizar toalha enrolada na mão para abrir a boca de pacientes com espasmos musculares; Introduzir alimentos adstringentes na dieta como cenoura crua, maçãs, etc. quando for possível mastigar; Massagear a gengiva com gaze umedecida em pacientes que não mastigam, afim de remover restos alimentares; Fazer uso de abridores para evitar que morda o dedo; Escovar, sempre que possível, todas as faces do dente. Pequenas modificações deverão ser feitas para atender esse grupo de pacientes, no intuito de oferecer maior proteção em relação aos riscos inerentes ao tratamento, principalmente para aqueles que apresentam comprometimento nas reações dos reflexos normais. EPILEPSIA Distúrbio involuntário temporário da função cerebral que pode ser manifestada por perdas de consciência, atividade motora anormal, distúrbio sensorial ou disfunção anatômica. Convulsão é uma descarga elétrica cerebral desorganizada que leva a uma alteração da atividade cerebral. Na convulsão ocorre um desligamento momentâneo das sinapses, é caracterizada pela atividade excessiva descontrolada de uma parte do sistema nervoso central ou todo ele. Associada ao retardo mental e problemas cerebrais de 41% a 94% dos casos. CAUSA PRIMÁRIA Idiopática: causa desconhecida (75% dos casos); Hereditária: pai com epilepsia tem 4% de chance de desenvolver a doença, ambos os pais com epilepsia o risco é de 10% a 14%. CAUSA SECUNDÁRIA Massa tumoral, AVC, sangramento intracraniano, traumatismo craniocefalico, abstinência de álcool ou benzodiazepínicos, infecções, transtornos metabólicos, drogas, vasculites ou eclmapsia. Desconhecidas Parciais/ de origem focal/ pequena região (psicomotora): correspondem a 60% das crises e é dividida em simples,complexa e parcial com generalização posterior. Generalizadas/ de grande região envolvida: correspondem a 40% das crises. Não há nenhum sinal ou sintoma que indique a origem focal em um ponto específico do cérebro. O indivíduo perde a consciência de imediato por uma tremenda descarga, da qual participam dos dois hemisférios cerebrais e que podem provocar crises dos seguintes tipos: ausência, crise mioclônica, crise clônica, crise tônica, crise tronco-clônica, crise atônica. De grande mal 1. Tônico-clônica: a mais comum, 90% fase prodomica, convulsiva e pós convulsiva, ictal. Características: perda de consciência e queda ao solo, contrações musculares violentas, palidez e cianose (acinzentada/ azulada), eliminação de urina e fezes, salivação abundante, desvio de olhar ou olhar fixo, movimentos mastigatórios. Dura mais de 30min sem recuperação da consciência após as crises (sonolência e confusão mental). Dura tempo prolongado e se repete em curtos intervalos. 2. Tônicas: são contrações musculares repentinas e duradouras, deixando os membros tensos e estendidos. 3. Clônicas: são movimentos de flexão e estiramento dos membros de forma repetitiva e rítmica. MANEJO DO PACIENTE NA CADEIRA REGRAS DE HIGIENE BUCAL CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉTICAS TIPOS DE CRISES EPILÉTICAS 9 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA De pequeno mal 1. Crise ausência: mais comum em crianças, subta interrupção das funções mentais, olhar vazio, dura alguns segundos. 2. Parcial simples: apenas 1 hemisfério envolvido e não ocorre perda de consciência. 3. Parcial complexa: 2 hemisférios envolvidos e há perda de consciência. De acordo com as condições de aparecimento, as crises podem ser dividas em: 1. Ocasionais: não se evidencia a razão do aparecimento. 2. Cíclicas: fatores que levam ao aumento normal do funcionamento do cérebro (fatores hormonais, sono...) 3. Desencadeadas: por algo específico como luz, barulho... Além disso, podem ser de fatores específicos e não específicos. 1. Específicos: epilepsia reflexa provocada pela estimulação de luzes, videogames, farol de carro... De tratamento não medicamentoso. 2. Não específicos: estresse, privação de sono, suspensão abrupta de medicamentos antiepiléticos e sedativos, febre alta, fadiga, álcool, uso de drogas... Não suspender a medicação antiepilética, respeitar os horários da tomada de medicamentos, não modificar as doses, não usar outros medicamentos sem orientação médica, dormir o suficiente e regularmente, não ficar em jejum, não ingerir bebidas alcóolicas, fazer calendário das crises tentando relacioná-las aos eventos do dia. A saliva do epilético é contagiosa; há relação da epilepsia com espíritos e possessões; o ataque é causado por vermes; a criança epilética é sempre retardada; epiléticos não podem ter filhos; os remédios para ataques causam problemas mentais; o epilético necessita de alimentação especial. A gengivite pode ocorrer com ou sem aumento visível do volume gengival; As medicações utilizadas para o controle de crises convulsivas de hidantoína (fenitoína/ difenilidantoína), desencadeiam crescimento gengival (Hiperplasia gengival) mais comum nas regiões vestibulares de dentes anteriores. A hiperplasia gengival medicamentosa aparece em torno de 2 a 3 semanas após o início do tratamento e atinge o grau máximo de severidade após 9 a 12 meses. O tratamento deve ser iniciado pela boa higiene, remoção de cálculo e polimento das superfícies dentais (terapia periodontal) básica em conjunto com a excisão cirúrgica (gengivectomia). Em alguns casos, os pacientes podem morder a língua, promovendo úlcera traumática. Injurias com mais frequência em tecidos moles. A prevalência e severidade das doenças bucais é maior nessa população devido a dieta cariogênica e pastosa, dificuldade do controle de biofilme e higienização e medicações de uso contínuo. O CIRURGIÃO-DENTISTA E O PACIENTE EPILÉTICO Evitar estímulos desencadeantes de crises além de assegurar-se de que o controle médico/ medicamentoso é feito e observado rigorosamente. Fatores precipitantes: febre, retirada de anticonvulsionante, intoxicação medicamentosa, uremia, hipoglicemia e hipóxia. Interromper imediatamente o procedimento; Permanecer calmo e obervar o paciente; tranquilizar os familiares; afrouxar as roupas do paciente; posicionar a cabeça de lado para evitar a aspiração da saliva; Evitar traumatismos e ferimentos no paciente (proteger cabeça colocando uma almofada ou roupa dobrada sob a parte, afastar móveis e objetos cortantes); Manter vias aéreas livres; Não tentar mobilizar o paciente a força; enquanto a crise não cessar, permanecer ao lado do paciente; reconhecer a confusão mental posterior que pode durar mais de 15min; colocar uma toalha entre os dentes do paciente para evitar ferimentos dos tecidos moles ou fratura dental durante a crise; Não usar manobras violentas ou artefatos rígidos para impedir o fechamento da boca; Não tente desenrolar a língua com a mão; Não jogue água no rosto; Não usar oxigênio em casos que o paciente se encontra cianótico pois isso pode prolongar a crise; FATORES DESENCADEADORES DE CRISES RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA PREVINIR AS CRISES MITOS E ESTEREÓTIPOS SINAIS BUCAIS DA EPILEPSIA DURANTE A CRISE EPILÉTICA 10 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Deixar o paciente em repouso após a crise (5 a 10min); Monitorar os sinais vitais antes de liberar o paciente; Se a convulsão/ estado epilético prolongar mais que 3 minutos, administrar benzodiazepínicos - 1mg de Diazepam EV ou IM até no máximo 10mg; Administrar O2 (5 a 6l/min) e solicitar o serviço de urgência; Não interrogar o paciente agressivamente; se o paciente anda sem direção, o profissional deve fazê-lo sentar ou leva- lo até onde possa estar em segurança sempre com a voz calma e sem segurá-lo fortemente. Ficar com o paciente até que a confusão mental desapareça. O relacionamento entre o médico e o cirurgião-dentista é fundamental e deverá haver troca de informações entre ambos para controles de sintomas e medicações buscando ajuste medicamentoso que evite a crise convulsiva durante o tratamento. O estresse durante a consulta deve ser evitado, bem como o uso de estimulantes do SNC, como cafeína, codeína, epinefrina etc. Anestésicos locais: o anestésico de eleição é a prilocaína com vasoconstrictor. Evitar epinefrina e derivados. Analgésicos: deve-se evitar com cafeína e codeína. Anti-inflamatórios e antibióticos: epilepsia não é um fator determinante de contraindicação. REPERCUSSÕES BUCAIS EM DEPENDENTES QUÍMICOS Drogas são definidas como substâncias psicoativas naturais ou sintéticas que podem ser empregadas pelo homem com diversas finalidades. Na anamnese identifica-se o tipo de droga que o seu paciente é usuário através de um minuncioso questionário de saúde e posteriormente assinado. O Brasil é o país que mais consome álcool no mundo. Os indivíduos alcoolizados apresentam um conjunto de sinais e sintomas comuns: rubor e edema moderados na face, olhos lacrimejantes, eritrose palmar, hálito alcóolico, falta de coordenação motora, suores, tremores fino nas extremidades, vertigens, desequilíbrio, fala mole e arrastada, lento para andar. PRINCIPAIS ACHADOS BUCAIS: Xerostomia, cárie, perdas dentais, doença periodontal, infecções oportunistas por cândida, ardência bucal, diminuição do fluxo salivar. No atendimento odontológico não deve ser prescrito enxaguantes bucais que contenham álcool em sua composição para evitar ingestão, não prescrever acetilsalicico pois pode gerar hemorragias, cautela ao prescrever benzodiazepínicos pois o álcool pode potencializar seu efeito. Cuidado ao prescrever antimicrobianos (cetoconazol, metronizadol e alguns cefalosporinas)pois quando utilizados juntos com o dissulfiram (medicamento para tratar alcoolismo) pode provocar hiperventilação e sensação de pânico. Orientar fazer exames periódicos para prevenção do câncer bucal pois o alcoolismo aumenta o risco de lesões cancerosas. O índice de tabagismo no Brasil tem diminuído por conta das leis antitabagistas que vem sendo aplicadas. O epitélio que reveste o trato respiratório superior atua como a primeira linha de defesa contra agentes agressores, por isso, a fumaça inalada tanto passivamente como ativamente causa irritação e consequentemente doenças das vias aéreas superiores. ALTERAÇÃO SISTÊMICA DO TABAGISMO Alterações vasculares, risco aumentado de AVC, impotência sexual, risco aumentado de câncer de boca, de esôfago e de pulmão. O tabagismo retarda o processo de cicatrização de ferimentos e reduz a capacidade de regeneração dos tecidos. Por isso, a taxa de insucesso de implantes é duas vezes maior. AS PRINCIPAIS REPERCUSSÕES ORAIS Aumento do índice de lesão de cárie, manchas extrínsecas na lingual dos elementos dentários, cárie radicular, diminuição do fluxo salivar, diminuição das defesas imunológicas e retardo na cicatrização. O cigarro contém um elevado número de substâncias cancerígenas e quando associadas ao álcool, que permeabiliza a mucosa, aumenta consideravelmente o risco de desenvolvimento de câncer bucal. O tratamento medicamentoso visa minimizar os sintomas de abstinência a nicotina, porém, não devem ser utilizados isoladamente e sim com associação a uma boa abordagem. DURANTE UMA CRISE DE AUSÊNCIA TERAPIA MEDICAMENTOSA ÁLCOOL TABAGISMO 11 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA É papel do CD orientar o paciente a cessar o vício, se atentar para a mucosa rígida e friável (dificulta a anestesia), iniciar-se o tratamento pelas necessidades urgentes, prescrição de saliva artificial e fazer tratamentos preventivos a cárie. Essa droga pode ocasionar descontração, riso fácil, relaxamento, bem como pode desencadear perturbações na percepção de tempo e espaço, alucinações, delírios e crises de ansiedade. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Boca seca, fome, xerostomia, doenças periodontais, queimadura na mucosa, candidose e estomatite canábica. A combinação entre xerostomia, redução de pH salivar e estimulação de apetite, aliados a uma pobre higiene oral, menos idas ao dentista e dieta altamente cariogênica culminam numa maior prevalência de cáries em superfícies lisas em pacientes que consomem a droga. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE USUÁRIOS Olhos vermelhos, fala lenta, tranquilidade ou agitação excessiva, manchas amarelas nas pontas dos dedos. No atendimento odontológico deve-se observar a presença de estomatite canábica (tratamento com corticóides e laser) e o uso de anestésico local contendi adrenalina deve ser evitado pois pode prolongar a taquicardia já reduzida, o ideal seria a mepvacaína com felipressina. Deve-se orientar que se evite o consumo pelo menos uma semana antes e após o tratamento, pois intervenções invasivas podem ser preocupantes devido a diminuição transitória dos glóbulos brancos causados pela droga. O tratamento odontológico em pacientes sob efeito da droga pode resultar em crises de ansiedade aguda, disforia e pensamentos paranóicos psicóticos. Agente simpatomimético que estimula a liberação de norepinefrina e inibe sua recaptação PRINCIPAIS EFEITOS DA DROGA Falta de apetite, euforia, hiperatividade e insônia AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS Risco aumentado de AVC, enfartes, alterações pulmonares, infecções, ideias de perseguição com delírio As principais repercussões orais são: perfurações no septo nasal e palato duro, xerostomia, recasamento da mucosa, descamação gengival, maior formação de tártaro, periodontite, desmineralização dentaria cervical, carie rampante com coloração escura e sem sensibilidade, perdas dentarias, úlceras na região da língua, bruxismo e cândidose CARACTERÍSTICAS DOS USUÁRIOS: Agitado, fala acelerada, agitado, tenso, músculos travados e ofegante Conduta odontológica: Adiar o tratamento se o paciente estiver sob efeito da droga (recomenda-se um período de 24hs, pois a droga pode causar morte súbita) e usar anestésicos locais sem vasoconstrictores ou com felipressina (interação da cocaína com vasoconstrictor pode levar a uma crise hipertensiva) Mistura da pasta da cocaína com bicarbonato de sódio e tudo que for branco, sendo criado com finalidade de ser uma alternativa mais barata. Por isso, após o consumo o seu efeito de euforia intenso não dura amis que 10 minutos Por ser um derivado da cocaína, o crack tem as mesmas consequências sistêmicas e bucais A conduta odontológica também deve ser a mesma da dos usuários de cocaína Vendido na forma de uma pílula, no entanto, também é encontrado em forma líquida ou em pó que pode ser diluído para ser injetado EFEITOS A CURTO PRAZO Euforia, insônia fadiga, humor deprimido, diminuição da ansiedade, alteração na cognição, comportamentos bizarros, psicose e alucinações Os efeitos neuropsiquiátricos incluem alterações na percepção do tempo, diminuição da defesa e agressão seguida de aumento da interação social PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS BUCAIS Xerostomia, caries, bruxismo, tremores faciais, sensibilidade, periodontite, úlceras, edemas TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Não realizar o tratamento se caso o paciente tiver feito o uso até 24hs antes, realizar tratamento para bruxismo e tremores faciais, observar a presença de úlceras e começar o tratamento pelos procedimentos de maior urgência. MACONHA COCAÍNA CRACK ECXTASY 12 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Droga perturbadora do sistema nervoso que provoca alterações no funcionamento do cérebro, causando efeitos psíquicos, como alucinações, delírios e ilusões PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Excitação e hiperatividade ou passividade dependendo do caso, episódios de euforias seguidos de depressão, sensação do pânico, ampliação da percepção de cores e sons, sinestesia, alteração na percepção de tempo e espaço Os alucinógenos indólicos produzem pouco fenômeno de tolerância e não induzem dependência ALTERAÇÕES SISTÊMICAS A droga pode acentuar doenças psicológicas pré-existentes Principais alterações odontológicas: xerostomia, caries, bruxismo, tremores faciais, sensibilidade, periodontite, úlceras, edemas TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Não realizar o tratamento se caso o paciente tiver feito o uso até 24hs antes, realizar tratamento para bruxismo e tremores faciais, observar a presença de úlceras e começar o tratamento pelos procedimentos de maior urgência Drogas sintéticas que estimulam o SNC PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Hiperatividade, diminuição do sono e efeitos semelhantes a da cocaína PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ODONTOLÓGICAS Xerostomia, carie rampante, bruxismo, doença periodontal Compostos que provocam maior liberação de cetecolaminas e quando interagem com epinefrina causam taquicardíaca e aumento da pressão arterial (relação com vasoconstrictores) DISTÚRBIOS SENSORIAIS E DE COMUNICAÇÃO Alteração sensorial é qualquer redução na capacidade de receber estímulo que chegue por qualquer um dos sentidos. Na falta de um deles, os outros tendem a ser mais aguçados, muitas vezes compensado e superando qualquer deficiência. Quando se fala de uma pessoa surda-cega não se deve pensar que se trata de um sujeito cego que não pode ouvir, ou de um surdo que não pode ver, mas de uma pessoa com limitações que interferem no desenvolvimento social, comportamental, de aprendizagem e adaptação ao meio. Deficiência visual: 58,35% Deficiência auditiva: 15,8% Deficiência física: 21,6% DEFICIÊNCIA AUDITIVA Os pacientes surdos são aqueles nos quais os sentidos da audição não funcionam para as atividades normais da vida.Perda total ou parcial das possibilidades auditivas sonora, variando em graus e níveis. Pode se apresentar desde o nascimento, através da má formação do aparelho auditivo humano, mas também pode ser causada por lesões, doenças provocadas por ruídos ou pelo envelhecimento humano, que é uma consequência natural do organismo. 1. Perda auditiva leve: incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis. 2. Perda auditiva moderada: incapacidade de ouvir sons abaixo de 50 decibéis. 3. Perda auditiva severa: incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 80 decibéis. 4. Perda auditiva profunda: ausência da capacidade de ouvir ou a incapacidade de ouvir sons abaixo de cerca de 95 db. 1. Perda auditiva condutiva: ocorre quando há interferência na transmissão do som do ouvido externo até o interno. 2. Perda auditiva sensorioneural: ocorre quando há alguma possibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da cóclea ou do nervo auditivo. Irreversível. 3. Perda auditiva mista: combinação dos dois tipos de perda auditiva, ela afeta o ouvido interno, externo ou médio. O tratamento varia de acordo podendo ser medicamentoso, cirúrgico ou com uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares. 4. Perda auditiva neural: atinge especificamente o nervo auditivo. Ela é percebida na dificuldade da compreensão das informações sonoras e ocorre por conta de uma alteração no mecanismo de processamento de informações no tronco cerebral envolvendo o SNC. LDS ANFETAMINA E DERIVADOS CLASSIFICAÇÃO DA DEFICIÊNCIA AUDITIVA TIPOS DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA 13 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Desordens genéticas ou hereditárias, desnutrição/ subnutrição/ carências alimentares, hipertensão/ diabetes, fator RH, doenças infectocontagiosas na gravidez (rubéola, sífilis, citomegalovírus, caxumba, herpes, toxoplasmose), uso de drogas/ álcool, pré-maturidade, pós-maturidade, anóxia/ hipóxia, nascimento com uso de fórceps, infecção hospitalar, infecção (meningite, caxumba, sarampo), remédios ototóxicos, sífilis adquirida, traumatismos cranianos, exposição a ruídos por longo período. Deficiência auditiva pode ser tratada, mas a audição não pode ser restaurada. Na maioria dos casos, perda auditiva é tratada com aparelho auditivo. Algumas perdas auditivas são tratadas com diferentes tipos de implantes e cirurgias podem curar alguns tipos de perda auditiva condutiva. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Existem no Brasil 9,7 milhões de brasileiros surdos ou com severa deficiência auditiva. Por isso, é fundamental que todos nós sejamos capazes de nos comunicar com essa parte da população. É dessa forma que promovemos a inclusão social. Tanto para adultos como para crianças é fundamental que se tenha comunicação para o sucesso odontológico. Usando um intérprete de sinais deve-se ficar ou em pé ou do lado do interprete para que o paciente possa ver os dois ao mesmo tempo. O ritmo da conversa deve ser normal. Após a resposta do paciente, através do intérprete, deve-se olhar para o paciente e falar diretamente com ele. Sem a presença do intérprete deve-se utilizar a comunicação não verbal, permanecer sempre no campo visual do paciente, usar gestos, expressões faciais, figuras modelos, diagramas, que estejam relacionados com a mensagem que será passada. Quando a técnica da leitura labial é utilizada, posicione-se na mesma altura que o paciente para estar no mesmo campo de visão Atentar para onde está direcionado o foco de luz, para que não haja sombra. Não elevar a voz nem gritar O profissional deve estar familiarizado com a forma de comunicação que o paciente prefere usar para diminuir o grau de ansiedade e temor da pessoa com deficiência auditiva Quando o paciente for uma criança, os pais devem ser incluídos nas orientações para maximizar o aprendizado e autocontrole nas práticas de higiene diária O profissional poderá usar as experiências e atitudes dos pais para facilitar o emprego das técnicas de controle do comportamento durante o tratamento odontológico. DEFICIÊNCIA VISUAL É uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtudes de causas congênitas ou hereditárias, mesmo após o tratamento clínico e/ou cirúrgico associado ou não ao uso de óculos convencionais ou lentes. É classificada e visão subnormal/ visão baixa ou cegueira/ ausência total da resposta visual. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO Deve-se utilizar a voz com suavidade e informar sempre em que posição está, próximo ou não ao paciente, possibilitando que se oriente melhor no espaço. Ensinar a higiene oral ao paciente dom DV é uma situação que deve ser treinada pelo paciente, que assim poderá desenvolver melhor a coordenação motora fina, contribuindo cada vez mais para sua independência. Os deficientes visuais apresentam os mesmos padrões estomatológicos de pacientes não deficientes, porém a prevalência de doença periodontal é maior. As alterações bucais são mais frequentes pela dualidade em alcançar uma higiene bucal adequada sem o feedback visual. A primeira consulta deve ser exploratória e de reconhecimento do consultório. Os cuidadores devem acompanhar o paciente até sua familiarização com o ambiente odontológico A apresentação da equipe, do consultório e dos presentes na sala de espera facilita a integração do paciente assim como um ambiente tranquilo e silencioso, mantendo uma atmosfera descontraída A descrição da aparência do profissional permite que o paciente perceba que é uma pessoa e não apenas mãos que estão trabalhando em sua boca O tratamento odontológico, sempre que possível, deve limitar-se a um único profissional. O ambiente odontológico deve ser calmo, relaxante e informal; Oferecer atenção adequada, mas sem exagero Não deixar de apertar a sua mão ou abraçá-lo. Isso substitui o sorriso; Dirigir-se diretamente ao paciente e não ao cuidador; ETIOLOGIA TRATAMENTO CONDUTA 14 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Ao levar o paciente para o consultório indagar se ele deseja ajuda. Nunca o mover, segurá-lo ou pará-lo sem aviso prévio; Permitir que o indivíduo toque e sinta a cadeira dental antes de sentar-se; Antes de realizar qualquer procedimento, fornecer ao paciente, descrições detalhadas, claras e concisas do tratamento planejado para o dia; Descrever com detalhes os instrumentos e objetos que serão utilizados; deixar que o paciente sinta suas vibrações com contato na unha ou na mão; Evitar ruídos altos e inesperados, aplicar jatos de ar, água ou motores sem aviso prévio; Avisar o momento em que vai ser aplicada a anestesia, explicando as sensações que o paciente sentirá; Usar quantidades menores de materiais dentários que possuem sabor forte, pois poderão ser rejeitados; Permitir que o paciente participe do tratamento aceitando a sua ajuda e colaboração; deixando que ele realize o que sabe, pode e deve fazer sozinho Deve-se promover a independência do paciente com sugestões de artifícios, educação em saúde bucal e medidas preventivas; Revisão trimestral das necessidades do indivíduo para evitar dor e minimizar mais intervenções Redução do medo, estresse e constrangimento para o paciente e para o cuidador, encorajando uma abordagem de “portas abertas” e fornecendo apoio e amparo. ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO PARA PACIENTES GESTANTES Fazer uma boa anamnese, queixa principal; Estratégia e necessidade do tratamento Verificar a condição de saúde da paciente Oferecer segurança e controlar o nível de ansiedade Todas as gestantes deverão realizar, pelo menos, uma consulta odontológica durante o pré-natal, sendo recomendado haver uma consulta a cada trimestre. 1º trimestre: transformações iatrogênicas e 50% dos abortos espontâneos ocorrem nesse período. Os defeitos genéticos associados ao número de cromossos são a primeiracausa de aborto. Acredita-se que cerca de 80% dos abortos com idade gestacional abaixo de 8 semanas tenham alguma aneuploidia (alteração numérica) Eliminar focos infecciosos, procedimentos profiláticos e preventivos, procedimentos restauradores. 2º trimestre: melhor período para ocorrer o tratamento odontológico Procedimentos restauradores e reabilitadores, profilaxia e prevenção, cirurgias de urgência e emergência (eletivas devem ser evitadas) 3º trimestre: momento de maior risco de síncope, hipertensão e anemia. O desconforto na cadeira odontológica pode causar hipotensão postural e compressão da veia cava Fluorterapia, e controle terapêutico, procedimentos profiláticos Desde o momento da concepção o corpo da mulher passa por uma série de adaptações anatômicas, fisiológicas e metabólicas para criar as condições necessárias para a nova vida. Aumento do volume sanguíneo materno em 30% Proteção materna das perdas sanguíneas Proteção materno-fetal do retorno venoso comprometido Aumento da frequência respiratória- Necessidade de O2 Hiperparatireoidismo fisiológico- Aumento da produção de cálcio para compensar as perdas durante a gestação Hipotensão em decúbito dorsal – O feto pode exercer pressão na veia cava inferior quando a mãe está deitada, gerando prejuízo no retorno venoso, hipotensão e sincope A pressão baixa na gravidez é uma alteração muito comum, devido as alterações hormonais que provocam o relaxamento dos vasos sanguíneos Hipotensão ortostática/postural (é a queda excessiva da pressão arterial quando se assume a posição ortostática e põe de pé): Os fatores pré-disponentes são a idade, defeitos venosos nas pernas, gravidez, paciente mantido deitado por longo período, medicação, período de convalescência. Para prevenir a Hipotensão ortostática ao termino de cada sessão deve-se colocar o paciente em posição semi inclinada e aguardar 2 minutos, após isso, sentar o paciente e agudara mais 2 minutos, coloque o paciente em pé e aguarde mais 2 minutos. CONSULTA INICIAL MELHOR PERÍODO PARA O ATENDIMENTO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO 15 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Aumento do debito cardíaco (de 20% a 40% como resposta a demanda do crescimento fetal) Aumento dos fatores de coagulação (controle de hemorragias e tromboembolismo) Hematopoiese: o feto exige da mãe 58% de ferro a mais que o normal, desencadeando a anemia materna Alteração na glicose: fadiga no metabolismo de carboidratos, hipoglicemia (enjoo matutino) e diabetes gestacional Diabetes gestacional é a intolerância a carboidratos em qualquer grau, identificado durante o período gestacional, podendo ou não persistir depois do parto. Implica em uma doença induzida pela gestação, provavelmente devido as grandes mudanças fisiológicas. História previa de bebês grandes, história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau, hipertensão arterial sistêmica na gestação, idade materna a partir de 35 anos, ganho de peso excessivo, sobrepeso ou obesidade, síndrome dos ovários policistos, gestação múltipla, histórico de diabetes gestacionais na mãe da gestante ou histórico prévio. Avaliar RISCO X BENEFÍCIO para não submeter a gestante a riscos desnecessários Época e horário do atendimento Sessões curtas (45 a 60min) Agendar para a segunda metade da manhã Evitar horários coincidentes com crianças (prevenção de doenças viróticas) Observar o crescimento gengival devido aos níveis de progesterona Maior consumo de carboidratos maior é a acidez na cavidade bucal Quando necessário e bem indicado, seguindo o padrão de proteção e segurança, usando o coleto de chumbo e proteção cervical, o exame radiográfico não está contraindicado Avaliar a real necessidade do exame Empregar filmes ultrarrápidos Evitar erros técnicos na tomada radiográfica e no processamento Sempre usar todas as proteções necessárias! MANIFESTAÇÕES BUCAIS Gengivite gravídica; Hiperplasia gengival; Lesões gengivais pediculadas ou sesseis; Pericoronarite; Mobilidade dental; Resposta aumentada ao biofilme dental; Aumento do metabolismo do estrógeno na gengiva e maior produção de prostaglandinas; Granuloma pirogênico MAIOR TENDENCIA A CÁRIE: VERDADE OU MITO? Foi pesquisado o conteúdo mineral da dentina durante a gravidez, demonstrando que não há diminuição do teor de cálcio durante este período. Por isso, o que determina o aparecimento de carie durante a gestação é a negligência na higiene bucal e alteração na dieta. Diminuir o teor de açúcar na dieta visa diminuir a preferência por sabores doces desde o início da vida que é um período sensível para o desenvolvimento da percepção sensorial e das preferencias alimentares IMPORTANTE: ANAMNESE BEM CONDUZIDA As respostas que você recebe dependem das perguntas que você faz Primeira consulta- Dados pessoais, idade materna e gestacional, atividade profissional, situação de moradia e trabalho, levantamento dos fatores de risco, intercorrência clinica, avaliação de exames complementares, parecer da equipe de saúde, inquérito alimentar e de higiene bucal Obtenção de informações uteis Perfil da paciente PRÉ- NATAL ODONTOLÓGICO Medir a pressão antes, durante e despois do procedimento No primeiro e segundo trimestre: orientação sobre saúde bucal e tratamento de infecções na gengiva e estruturas de suporte dos dentes, bem como tratamento das infecções dentarias No terceiro trimestre: orientações de saúde e higienização bucal do bebe (alimentação, chupeta, mamadeira, irrupção dentaria), avaliação do frenulo lingual e anomalias anatômicas Sempre medir os sinais vitais- acima de 160x110mmHg encaminhar para o atendimento hospitalar OS FATORES DE RISCO PARA DIABETES GESTACIONAIS CUIDADOS NÃO FARMACOLÓGICOS EXAME RADIOGRÁFICO DIETA DA GESTANTE 16 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA As consequências da dor, estresse e infecções podem ser mais maléficas a mãe e ao feto do que aquelas decorrentes ao tratamento odontológico. O cessamento da dor não será efetiva sem a remoção da causa, mesmo que seja priorizado o tratamento medicamentoso Usar a menor dose efetiva do fármaco durante o menor tempo possível Orientar a paciente sobre sua condição Cuidado da barreira placentária Mecanismo de ação da droga (direto – interfere diretamente no feto, ou indireto – interfere na gestante e causa consequências no feto). O efeito das infecções não tratadas são mais prejudiciais do que a terapia necessária realizada com cautela ANTIBIÓTICOS Penicilina- droga de eleição, mecanismo de ação na parede celular, não causa MFC, risco potencial de reações alérgicas, ação bactericida Penicilina de espectro aumentado- Ampicilina, Amoxacilina, Amoxacilina +ac. Clavulanico, Amoxacilina + sulbactam Ampicilina x Amoxacilina Melhor absorvida via oral, não sofre modificações no organismo e é melhor tolerada Macrolídeos (inibição da síntese proteica) Efeitos adversos: toxicidade hepática; Farmacocinética: ótima absorção e biodisponibilidade VO; Pico de concentração plasmática: 1 a 4h, Ação biológica: bacteriostáticos/bactericida, Vias de excreção: urina e bile. Azitromicina: Meia-vida biológica bastante prolongada a nível tecidual, mantendo concentrações ativas durante até 10 dias no local da infecção Cefalosporinas: Mecanismo de ação = parede celular, Amplo espectro de ação, Nefrotóxico em altas doses, Sensibilidade cruzada Tetraciclina: Atravessa facilmente a barreira placentária; Mecanismo de ação = inibição da síntese protéica; Ação biológica: bacteriostática; Espectro de ação: amplo; Efeitos adversos: distúrbios TGI, ulcerações da boca, hipersensibilidade, colite pseudomembranosa; Hepatotóxica, nefrotóxica, pode aumentar o tempo de coagulação sanguínea e causar fotosensibilidade; Depósito em todos ostecidos em processo de calcificação sob a forma de um ortofosfato complexo; Má formações esqueléticas e anomalias dentárias Metronizadazol: Mecanismo de ação = atuam sobre a síntese do DNA Farmacocinética: muito bem absorvido VO, atravessando barreiras teciduais e sendo distribuído na saliva e fluidos gengivais; Ação biológica: bactericida; Espectro de ação: ativo contra bacilos G- anaeróbios Efeitos adversos: gosto metálico, dor estomacal, neuropatia periférica (administração prolongada). Apresentação: Metronidazol comp. 250mg 0u 400mg. Derivados pirazolonicos (dipirona) Discrasias sanguíneas; Nefrites crônica prévia; Insuficiência hepática, renal, hipertensão arterial; Doenças cutâneas; Crianças menores de 05 anos; Idosos Pac. com úlceras, gastrite ANESTÉSICO Lidocaína + Vasoconstrictor Lidocaína: Pode se encontrada para uso odontológico nas concentrações de 2% e 3%, sem vasoconstrictor ou associada a vasoconstrictores como ADRENALINA (1:100.000 e 1: 50.000) , NORADRENALINA (1:100.000 e 1:50.000) e FENILEFRINA (1:25.000); ü Lidocaína 2% + Fenilefrina: maiores variações de PA, dor na região occipital, náuseas e alterações visuais; Uso em gestantes: LIDOCAÍNA 2% + ADRENALINA (1:100.000) e LIDOCAÍNA 2% + NORADRENALINA (1:50.000); LIDOCAÍNA 2% + NORADRENALINA (1:50.000). Fatores que determinam a quantidade e a velocidade de transferência placentária dos anestésicos locais: Tamanho da molécula, Grau de ligação do AL às proteínas plasmáticas na circulação materna; Risco de metahemoglobinemia Bupivacaína: Alto grau de ligação com as proteínas plasmáticas da mãe; ü Longo tempo de duração (5 a 6h); Cardiotoxicidade. Mepivacaína: Restrições para uso em gestantes; Não é metabolizada pelo fígado fetal; Prilocaína: Não há trabalhos científicos que comprovem a segurança do uso em gestantes; Metahemoglobinemia; Vasoconstrictor : Felipressina Metahemoglobinemia: Semelhante à cianose, com ausência de anormalidades cardíacas ou respiratórias; Pacientes de risco: Insuficiência cardíaca, anemia, problemas respiratórios e portadores de deficiência da CUIDADOS FARMACOLÓGICOS INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 17 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA metahemoglobinemia redutase; Anemia gestacional; Sinais e sintomas surgem após 3 a 4h da administração do fármaco. ANTIBIÓTICO: penicilina (melhor escolha) – Ampicilina, amoxicilina CEFALOSPORINA: está entre os antibióticos mais seguros para gestantes. ASPIRINA contraindicado nos 3 últimos meses. ANTI-INFLAMATÓRIO: betametasona, dexametasona. ANALGÉSICO: dipirona, paracetamol. AINES. Tranquilização verbal; Benzodiazepínicos = Uso questionável, Fendas labial e/ou palatina, Óxido nitroso, Trocar informações com o médico ANAMNESE – AVALIAÇÃO CLÍNICA -ENCAMINHAMENTO Dificuldade na amamentação →Enfermagem/ consultorias em aleitamento / Nutri Mastigação ineficiente →Fonoaudiólogo ü Atraso na fala/ troca fonêmica Sobrepeso/ Erosão/ Alterações →Psicólogo/ Psiquiatra/ Nutricionista Respiração bucal/ maloclusão →Otorrino/ fono/ ortopedista/ fisioterapeuta Erupção/ Esfoliação dentária →Endocrinologista CENTRO CIRÚRGICO E ANESTESIA GERAL A anestesia geral é uma técnica que promove inconsciência, total abolição de dor e relaxamento Regulamentado pelo CFM e CFO- O responsável pelo paciente é o médico anestesista, em qualquer circunstância Refere-se a um estado de inconsciência reversível, imobilidade, analgesia e bloqueio dos reflexos autonômicos obtidos pela administração de fármacos específicos por via inalação e/ou administração endovenosa Homeostase das funções vitais A anestesia geral é um recurso adicional, e em algumas situações, ela pode ou deve ser instituída para o tratamento odontológico de crianças com ou sem necessidades especiais Pode ser introduzida por via intramuscular, endovenosa ou por inalação de gases A ventilação pulmonar pode ser espontânea ou controlada por aparelhos de ventilação Anestesia geral: inalatória, intravenosa e balanceada (inalatória + intravenosa) Anestesia combinada: geral + regional Anestesia local: anestesia infiltrativa localizada Hipnose, analgesia, amnesia, início e término de ação rápida, ausência de efeitos sobre a função cadiorrespiratória, eliminação independente da função hepática e renal, metabolitos inativos, sem efeitos cumulativos, custo baixo e moderado Condições fisiológicas, mentais e psicológicas do paciente, Doenças preexistentes, Tipo e duração do procedimento cirúrgico, Posição do paciente para a realização da cirurgia, Recuperação pós-operatória, Manuseio da dor no pós- operatório, Exigências particulares do cirurgião Classe 1 ou ASA 1 - Paciente saudável Classe 2 ou ASA 2 - Paciente com doença sistêmica, porém controlada Classe 3 ou ASA 3 -Paciente com doença sistêmica grave (sem controle) Classe 4 ou ASA 4 - Paciente com doença ou condição sistêmica grave, risco de vida Classe 5 ou ASA 5 - Paciente moribundo, com pouca probabilidade de sobrevida Classe 6 ou ASA 6 - Paciente com morte cerebral – Paciente para doação de Órgãos. Para a realização da intubação, são utilizados relaxantes musculares potentes e de uso exclusivo em centro cirúrgico. A intubação traqueal pode ser realizada por três vias: Pela boca: Técnica não tão utilizada em odontologia, sendo mais empregada em cirurgias em outras partes do corpo SEDAÇÃO EM GESTANTES RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR CLASSIFICAÇÃO DAS ANESTESIAS CARACTERÍSTICAS DE UMA SEDAÇÃO IDEAL FATORES QUE DETERMINAM A ESCOLHA CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES FÍSICAS DO PACIENTE INTUBAÇÃO 18 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Pelo nariz: Técnica usada na odontologia, pois a sonda não concorre com o espaço para a realização dos procedimentos Pela traqueia: Utilizada quando o paciente tem um traumatismo grande na face ou já se encontra traqueostomizado 1. INDUÇÃO: Começa com a administração de agentes anestésicos e se prolonga até o início do procedimento cirúrgico; a intubação orotraqueal ocorre no início dessa fase 2. MANUTENÇÃO Manter o paciente em plano cirúrgico até o fim da cirurgia, através de inalação de agentes e/ou administração de medicamentos Ev – doses tituladas ou infusões contínuas, corresponde do início ao término do procedimento cirúrgico 3. REVERSÃO É a superficialização do estado da anestesia. Depende da profundidade e da duração do procedimento anestésico. A reversão termina quando o paciente está pronto para deixar a sala de operação Comprometimento cardiovascular, Depressão respiratória, Adição, Tolerância ao fármaco, Aumento do tempo de ventilação mecânica, Aumento do risco de infecção respiratória, Perda de massa muscular, Aumento de risco de tvp, Inibição do sono REM, Aumento da necessidade de traqueostomia. Anestesia/sedação insuficientes, Complicações respiratórias, Hipóxia, Dificuldade de ventilação e intubação traqueal, Aspiração do conteúdo gástrico, Broncoespasmo, Complicações cardiovasculares, Complicações relacionadas ao T.G.I, Reações alérgica, Hipertermia maligna Náusea e vômitos, Boca seca / Rouquidão, Calafrios, Dor muscular, Coceira pelo corpo, Dificuldade para urinar, Tontura, Delírio, Amnésia. As indicações da anestesia geral em crianças com ou sem necessidades especiais baseiam se em três fatores fundamentais: 1. Condições Clínicas: paciente com severo comprometimento físico, distúrbio neuro motor, neuropsicomotor ou deficiência mental do tipo severa ou profunda 2. Condições Bucais: tratamento odontológico muito extenso, extração de dente não irrompido, extrações múltiplas, hiperplasias, cistos, tumores e cirurgias de porte maior 3. Condições comportamentais: pacientes extremamente ansiosos, não cooperativos por problemas cognitivos, distúrbios comportamentais (autismo, Síndrome do X- Frágil e hiperatividade)ou psiquiátricos (Esquizofrenia, Síndrome do Pânico), demências. A anestesia geral deve ser a última opção, antes deve-se tentar o condicionamento com o paciente (controle de voz, distrações, recompensas, comunicação não verbal), se for falho tentar a utilização de fitoterápicos (medicamentos calmantes naturais) e/ou benzodiazepínicos (midazolam), se ainda assim for falho aí deve-se considerar a anestesia geral 1. Solicitação de exames laboratoriais: Sangue (hemograma completo, coagulograma, glicemia) 2. Solicitação de parecer cardiológico e/ou risco cirúrgico 3. Encaminhamento para anestesiologista para risco cirúrgico 4. Consulta para avaliação dos exames, planejamento do tratamento e agendamento do centro cirúrgico 5. Preenchimento do consentimento esclarecido e assinatura do responsável legal pelo paciente 6. Preenchimento do pedido de internação e marcação da cirurgia. 1. O paciente deve estar em jejum absoluto 2. Paciente e responsável apresentam-se na sala de internação. 3. O paciente é encaminhado para o centro cirúrgico em companhia do responsável 4. Caso necessário, será realizada medicação pré- anestésica pelo anestesista com a finalidade de diminuir a ansiedade. FASES DA ANESTESIA RISCOS DA ANESTESIA GERAL COMPLICAÇÕES DURANTE A ANESTESIA EFEITOS ADVERSOS IMEDIATOS INDICAÇÃO DA ANESTESIA GERAL NA ODONTOLOGIA CONDUTA PRÉ-OPERATÓRIA INTERNAÇÃO E PRÉ-ANESTESIA 19 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA 5. Se o paciente não chegar sedado ao centro cirúrgico, será solicitada a ajuda daquele que tem maior grau de afetividade no acompanhamento até a sala cirúrgica. Após a indução anestésica o acompanhante deixa a sala. ATUAÇÃO DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO CENTRO CIRÚRGICO 1. Paramentação da equipe. 2. Preparo da mesa e equipamentos odontológicos: A montagem da mesa e verificação dos equipamentos odontológicos deverão ser realizadas pelo Cirurgião- Dentista e/ou por sua auxiliar. 3. Preparo do campo operatório, antissepsia intra e extraoral 4. Colocação dos campos operatórios estéreis. 5. Aspiração e colocação do tampão orofaríngeo. 6. Uso de abridores de boca para manter e facilitar o tratamento preventivo/reabilitador/cirúrgico. A equipe multidisciplinar é composta por: Médico anestesista, Equipe de enfermagem e Equipe odontológica É importante que a equipe seja integrada e é de boa conduta a presença do cirurgião-dentista de referência da família no centro cirúrgico no dia da intervenção. A equipe odontológica deverá ser formada por dois cirurgiões e um auxiliar de saúde bucal (ASB) 1. Equipo 2. Instrumentos manuais e rotatórios 3. Fotopolimerizador 4. Amalgamador 5. Aspirador de secreções 6. Equipamento para raspagem com ultrassom 7. Abridores de boca 8. Todo material de consumo e instrumentais utilizados na realização de procedimentos odontológicos TRATAMENTO E CONDUTA ODONTOLÓGICA NO CENTRO CIRÚRGICO É importante considerar as condições do paciente para planejar da melhor forma possível o tratamento restaurador e cirúrgico Podem ser necessárias intervenções menos conservadoras (exodontias parciais ou totais), em detrimento as reabilitadoras (endodontia) A ordem dos procedimentos pode ser alterada Usar a sutura com fio reabsorvível Limpeza do campo operatório com soro fisiológico Comunicar ao anestesista o término dos procedimentos odontológicos Remoção do tampão orofaríngeo Acompanhamento do despertar do paciente e sua remoção para sala de recuperação 1. Paciente é encaminhado para a sala de recuperação 2. Preenchimento das fichas do prontuário: relatório da cirurgia e prescrições pós-operatórias 3. Alta hospitalar, com o paciente plenamente recuperado, após alta d anestesista (Geralmente concedida no mesmo dia do procedimento, desde que o paciente esteja em perfeitas condições de saúde bucal e sistêmica) O retorno do paciente ao consultório deve ser planejado segundo suas necessidades individuais. Os retornos periódicos são importantes para dessensibilização do paciente quanto aos tratamentos preventivos e curativos futuros. Nesses retornos é estabelecido um vínculo maior entre paciente/família/profissional. EQUIPE NO CENTRO CIRÚRGICO EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NO CENTRO CIRÚRGICO CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS MANUTENÇÃO
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