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FUNDAMENTOS, METODOLOGIA E FERRAMENTAS DA QUALIDADE Taisson Toigo 2FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (NEAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Sabrina Maciel Revisora Caiani Martins INTRODUÇÃO 3 HISTÓRICO E CONCEITOS DE QUALIDADE 4 A Era da Inspeção 7 A Era do Controle 7 A Garantia da Qualidade 8 Qualidade Total 8 Revisão 9 GURUS DA QUALIDADE 11 W. Edwards Deming 12 Joseph Moses Juran 15 Philip Crosby 16 Armand Vallin Feigenbaum 18 Kaoru Ishikawa 19 Genichi Taguchi 21 Vicente Falconi Campos 23 Walter Shewhart 24 Revisão 24 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL 26 TQM 27 Gerenciamento por Processos 28 Padronização 29 Gerenciamento da Rotina 29 Gerenciamento pelas Diretrizes 29 Revisão 30 PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE QUALIDADE 32 PDCA 33 Fluxogramas 33 Cinco porquês 34 Diagrama de Pareto 35 5W2H 36 Diagrama de Causa e Efeito 37 Folha de Verificação 38 Diagrama de Dispersão 39 Histograma 39 MASP 40 Revisão 41 QUALIDADE POR SETORES 43 Qualidade na Agricultura 44 Qualidade no Comércio 45 Qualidade na Indústria 45 Qualidade em Serviços 46 Qualidade na indústria química e petroquímica 47 Qualidade na indústria automobilística 47 Qualidade em projetos na construção civil 47 Qualidade em serviços da saúde 48 Qualidade no serviço público 48 Revisão 49 AS NORMAS E CERTIFICAÇÕES 51 Normatização da Qualidade 52 ISO 52 Normas ISO 9000 52 Implementação 58 Auditoria e Certificação 60 Revisão 61 QUALIDADE NA GESTÃO 63 Modelo de Excelência em Gestão 64 Diagrama do MEG 65 Fundamento da Gestão para Excelência 65 Diagrama do Ciclo de Gestão 66 Critérios e Prêmios de Excelência 67 Revisão 68 REFERÊNCIAS 70 INTRODUÇÃO Olá, alunos e alunas! Este Ebook tem o objetivo de apresentar o tema Gestão da Qualidade. Ele é balizador e tem caráter introdutório ao tema! Está dividido em sete capítulos, agrupados por temas! No primeiro capítulo vamos conhe- cer de onde vem o conceito de qualidade. Conheceremos, também, como este con- ceito evoluiu ao longo do tempo e em que situação estamos atualmente em relação a ele. A Qualidade teve grandes pensadores e praticantes que contribuíram para a rele- vância do tema. Devido a isso, no segundo capítulo veremos um pouco mais sobre os chamados Gurus da Qualidade, que são pessoas muito importantes na área dos estudos sobre Qualidade, que agregaram valor e contribuíram para o que a área é hoje. Já, no terceiro capítulo, aproveitamos a temática iniciada no primeiro (Qualidade Total) para falarmos sobre ele. Sabemos que uma empresa é composta por vários processos, sistemas, atividades, interesses, objetivos, métodos, pessoas e administrar uma empresa significa gerenciar tudo isso. No quarto capítulo continuaremos nossa caminhada pela qualidade e para alegria da grande maioria este é um tema que não fica somente em nível teórico e conceitual. É sem dúvida uma discipli- na que apresenta muitas ferramentas de aplicação possível e real no dia a dia em- presarial. Portanto, vamos conhecer as principais ferramentas da qualidade. Considerando que o conceito de qualidade foi criado baseado nas indus- trias, vários outros setores como comércio e serviços também passaram a utilizar esta definição em prol do crescimento e desen- volvimento. Por isso vamos, no capitulo 5, conhecer a Qualidade por Setores. Quando perguntamos a alguém sobre o que ele entende por qualidade, a primeira resposta que vem à cabeça é “ISO”. De fato, a ISO 9001 tem um papel fundamental na disseminação do conceito e na prática da qualidade nas organizações. Assim, o capítulo 6 é dedicado a ISO. E por fim, no capítulo 7 vamos fe- char nosso conteúdo com o Modelos de Excelência em Gestão, que agrupa boa parte do nosso aprendizado (Qualidade Total, Ferramentas, I S O , Qualidade por Setores , etc) em um tema de extrema relevância e atualidade. Você, está pronto para iniciar esta importante caminhada em rumo do co- nhecimento? Sabemos quemuitos aluno já têm uma considerável vivência neste tema e isso se ref letirá na qualidade das nossas discussões e atividades! Bons Estudos! 4FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE HISTÓRICO E CONCEITOS DE QUALIDADE De onde surgiu e qual é o conceito mais atual de qualidade? Neste capítulo vamos conhecer de onde vem o conceito de qualidade. Vamos também conhecer como este conceito evoluiu ao longo do tempo e em que situação estamos atual- mente em relação a este tema. Iniciaremos com as visões de qualidade, para depois falarmos sobre as “Eras”, ou etapas históricas. Ao final, en- traremos no assunto Gestão da Qualidade Total, de forma breve, pois dedicaremos um capítulo neste Ebook somente para este tema. Então, vamos juntos conhecer as abordagens e os concei- tos. Este primeiro capítulo nos ajudará a percorrer e entender todo o restante do nosso Ebook e a sedimentar os conheci- mentos básicos para termos sucesso nesta caminhada. 5FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE São muitas as pessoas que têm co- nhecimento do que se trata a palavra qua- lidade e acabam utilizando no seu vocabu- lário. Ao comprar qualquer produto, seja ele um eletrônico ou uma roupa, ficamos atentos para saber se estes possuem qua- lidade, ou seja, avaliamos a durabilidade, conforto, praticidade, economia, seguran- ça e uma infinidade de aspectos que nos auxiliam na decisão pela melhor compra. A qualidade total não é muito dife- rente disso. O conceito da qualidade total foi criado após a Segunda Guerra Mundial e implementado com bastante sucesso em empresas japonesas. Hoje, graças à filo- sofia da qualidade total, eles ainda são reconhecidos, pois os produtos japoneses até hoje são lembrados pela sua qualidade. Existem diversas particularidades em cada definição dada por vários autores sobre a qualidade total, porém o conceito de qualidade está diretamente ligado a três fatores que são a redução de custos, o aumento da produtividade e a satisfação dos clientes. Além disso, o relacionamento ético entre todos os elementos envolvidos na produção e comercialização de um produto ou serviço, vem sendo uma premissa que dá norte ao que se chama de qualidade. Aí podemos dizer que são todos mesmo, desde o funcionário que trabalha na pro- dução até a alta administração. Quando o cliente vai adquirir um produto ou serviço, ele geralmente avalia a relação de “custo-benefício”. Sendo que o custo está ligado ao preço que se paga e o benefício a durabilidade, desempenho, estética, segurança, facilidade e etc., que acabam agregando valor ao produto se- gundo a percepção do cliente. Outros dois fatores vêm sendo per- cebidos e considerados pelos clientes quan- do fazem a relação para avaliar o custo- -benefício. São eles, o impacto ambiental da produção de bens e a responsabilidade social, que seriam as relações que as or- ganizações mantém, como por exemplo, com seus colaboradores e a comunidade ao seu redor. Outra premissa comum a todos conceitos de qualidade é que ela não gera custos, ao contrário, reduz a quantidade de erros nos processos e faz com que as empresas gastem menos e produzam mais. Assim, trabalhando com qualidade: • Evita-se o desperdício de matéria- -prima; • Reduz o tempo para a produção de um produto ou serviço; • Melhora a satisfação dos colabora- dores. Uma terceira premissa das defini- ções da qualidade está relacionada ao pla- nejamento da produção. A qualidade deve começar antes da produção. A seguir, na figura visualizaremos as três premissas da qualidade, as quais acabamos de citar. 6FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Manter a qualidade e produtosem serviços não é fácil, não é rápido, nem infalível. Um sistema de qualidade total poderá ajudar as organizações a se tor- narem mais competitivas e estarem bem posicionadas diante do mercado em que atuam, porém é necessário um trabalho constante, uma gestão atenta e pessoas adeptas a mudanças. O interesse pela qualidade não é recente. Na idade Média, por exemplo, os artíf ices, que realizavam trabalhos manuais, eram valorizados quando seus trabalhos apresentavam mais qualidade. Podemos citar também, a forma com que nossas mães se preocupavam em nos dar alimentos saudáveis, assim, quando estes não possuíssem a qualidade julgada como ideal, eram descartados. Agora, alunos(as), vamos conhecer um pouco melhor as principais eras: da inspeção da qualidade, do controle da qua- lidade, da garantia da qualidade e por fim da qualidade total. A Era da Inspeção A inspeção que nos referimos está relacionada aos produtos já acabados, ou seja, após um alimento estragar, não há o que possa ser feito com ele além de ser des- cartado. Então, em uma empresa, quando a inspeção é feita em um produto já acabado, ela não poderá fazer nada pela qualida- de desse produto, além de descartá-lo ou corrigi-lo para que o mesmo fique bom. Dessa forma, a inspeção evita que o produto mal-acabado chegue ao cliente final, porém não analisa nem identifica o que levou o mesmo a ser defeituoso, nem previne o aparecimento de outros com o mesmo problema, gerando desperdício. Com a revolução industrial no sé- culo XVIII, a produção manufatureira foi substituída pelas máquinas a vapor, que aumentaram a capacidade de produção. Aos poucos, as indústrias passaram a fazer a divisão de trabalho, recomendado pelo Taylor. Assim, foi necessário a criação de sistemas de inspeção para que os funcio- nários responsáveis por eles, pudessem acompanhar a quantidade produzida. Es- ses funcionários foram denominados como inspetores, que seriam os responsáveis pelo controle da qualidade. Essa época ficou conhecida como era das inspeções. Logo, com o aumento da produção surgiram dificuldades, pois se tornou cada vez mais complicado verificar o que estava de acordo com os modelos estabelecidos. Então, passou-se a utilizar as primeiras ferramentas para controle estatístico. IMPLICA ÉTICA PREMISSAS DA QUALIDADE NÃO GERA CUSTOS COMEÇA ANTES DA PRODUÇÃO AS TRÊS PREMISSAS EM TODAS AS DEFINIÇÕES DE QUALIDADE Fonte: Gestão da qualidade – Consultor técnico Prof. Dr.Carlos Henrique Pereira Mello 7FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE A Era do Controle Com o aumento da produtividade se tornava cada vez mais difícil inspecionar os produtos, então passou-se a utilizar mecanismos que auxiliaram na inspeção. Após isso, iniciou-se o uso de procedimen- tos embasados na estatística, por exemplo, a amostragem. Um dos maiores responsáveis pelo início do uso dos métodos estatísticos de controle da qualidade foi o físico norte americano Walter A. Shewart. No fim da década de 1930, surgiu o controle es- tatístico da qualidade (CEQ ), e assim as empresas passaram a ter setores específicos para avaliar a qualidade dos produtos. Já em 1940, Shewart criou o gráfico de controle de processo, uma ferramen- ta que permitia identificar variações nos processos produtivos, onde se identificava a causa dos defeitos. Após, com o fim da Segunda Guerra Mundial, o controle dos processos tornou-se rotineiro nas empresas e aos poucos foi substituindo a inspeção dos produtos. Logo, surgiam Deming e Joseph M. Juran, e estes foram convidados pela Japanese Union of Scientists and Engi- neers (JUSE) para treinar o empresariado nipônico no controle da qualidade. E desde então, após sua implementação, os resul- tados foram surpreendentes e iniciou-se uma revolução na indústria japonesa. A Garantia da Qualidade Na década de 1950 iniciava-se a ga- rantia na qualidade. Nesta época a priori- dade para a indústria americana era a pro- dução de artefatos de uso militar, devido ao período de guerra. No pós -guerra, o foco das indústrias era abastecer o mercado e recuperar as perdas, fazendo com que a prioridade fosse a quantidade e não mais a qualidade. Em contrapartida, o Japão passou a criar padrões e normas de qualidade, objetivando a prevenção de defeitos. Sur- gia o conceito de qualidade total. Assim, foram criados sistemas de qualidade, que ao invés de responsabilizar somente um departamento pela qualidade dos produtos, envolviam todos os funcionários. Desde então, as empresas passaram a calcular o custo da falta de qualidade dos produtos e a investir em métodos para a prevenção deles. Com esse processo pre- via-se uma grande economia para as or- ganizações. Qualidade Total Na década de 1970 iniciou-se a era da gestão da qualidade total, onde o prin- cipal objetivo era priorizar os clientes e os processos de gestão. Daí então, a qualidade passou a ser vista como uma maneira de agregar valor aos produtos, tornando as empresas mais competitivas e diferencian- do-as no mercado. Mesmo assim, o Japão continuou se destacando no mercado no quesito quali- dade, pois ele continuava implementando novas teorias, antes dos outros países. Para 8FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE eles, era cultural a preocupação com qua- lidade, pois há três décadas já trabalhavam buscando e praticando ações para obter a perfeição em seus produtos e serviços. Com o rápido crescimento e de- senvolvimento das indústrias japonesas, o mundo queria conhecer as ferramentas que eram utilizadas para a gestão da qualidade total, e então nas décadas de 1980 e 1990 todo o conhecimento foi disseminado. Em 1980 surgiram as normas da ISO 9000, que serão estudadas mais adiante e que são reconhecidas como símbolo de qualidade. No início do século XX, houve uma evolução no conceito qualidade, conforme é ilustrado nos tópicos a seguir: Inspeção • Conformidade do produto com um padrão. • Inspeção do produto acabado, sem análise do processo. Controle estatístico • Inspeção por amostragem. • Setores responsáveis pela qualidade. • Ferramentas estatísticas para detec- ção de variações no processo pro- dutivo. Garantia da qualidade • Foco na prevenção de defeitos. • Envolvimento de todos os setores da empresa. • Criação de sistemas de qualidade. • Conceito de qualidade total. Gestão da qualidade total • Foco na gestão. • Envolvimento integral da empresa. • Superação das expectativas dos clientes. • Surgimento das normas ISO. Revisão Neste capítulo conhecemos a his- tória da qualidade e também suas prin- cipais fases até a chegada do conceito da Qualidade Total. É interessante notar que algumas empresas tratam a qualida- de como se ainda estivessem em alguma das eras passadas, mas isso não é um problema. Cada empresa aplica e vê a qualidade da forma que irá se beneficiar, mas uma coisa é certa: qualquer empresa deve atender a todas partes interessadas. Podemos concluir facilmente, que o foco principal é o cliente com a empre- sa e consecutivamente a empresa com a sociedade. Todas as teorias foram anali- sadas e reinterpretadas, servindo como base para esse novo conceito. A tabela seguinte fecha e resume este capítulo. 9FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE IDENTIFICAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS INSPEÇÃO CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE GARANTIA DA QUALIDADE GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DA QUALIDADE Preocupação básica Verificação Controle Coordenação Impacto estratégico Visão da qualidade Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido Um problema a ser resolvido, mas enfrentado proatividade Uma oportunidade de concorrência Ênfase Uniformidade do produto Uniformidade do produto com menos inspeção Toda cadeia de produção, desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais para impedir falhas de qualidade As necessidades de mercado e do consumidor Métodos Instrumento de mediçãoInstrumento e técnicas estatísticas Programas e sistemas Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e mobilização da organização Papel dos profissionais da qualidade Inspeção, classificação, contagem e avaliação Solução de problemas e aplicação de métodos estatísticos Mensuração e planejamento da qualidade e do projeto de programas Estabelecimento de objetivos, educação e treinamento, trabalho, consultivo com outros departamentos e detalhamentos de programas Responsável pela qualidade Departamento de inspeção Departamento de produção e engenharia Todos os departamentos, embora a alta gerência só se envolva perifericamente com o planejamento e a execução das políticas da qualidade Todos na empresa com alta gerência exercendo a forte liderança Orientação e Abordagem Inspeciona a qualidade “Controla” a qualidade controla a qualidade “Gerencia” a qualidade Fonte: Garvin, 1992. Caros alunos, ao final desse primeiro capítulo gostaria de convidá-los a algumas reflexões que visam auxiliar nossa aprendizagem sobre os temas propostos até o momento. Então, solicito que reflitam sobre as seguintes questões: • De onde surgiu a qualidade enquanto conceito? • Quais as características mais marcantes da Era da Inspeção? • Quais as características mais marcantes da Era do Controle da Qualidade? • Quais as características mais marcantes da Era da Garantia da Qualidade? • Quais as características mais marcantes da Era da Qualidade Total? 11FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE GURUS DA QUALIDADE Quais foram os principais pensadores e praticantes da qualidade? Neste capítulo, vamos conhecer um pouco mais sobre os chamados Gurus da Qualidade. São pessoas muito impor- tantes na área dos estudos sobre Qualidade, que agregaram valor e contribuíram para o que a área é hoje. Ao longo do século XX, foram várias concepções e teorias sobre Qualidade, especialmente em países como Es- tados Unidos e Japão que são os que mais se destacaram nos estudos sobre o tema. Vamos então conhecer os principais nomes do tema? São nomes que você nunca mais irá esquecer! 12FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE W. Edwards Deming Deming foi um estudioso e professor da academia Americana por mais de 50 anos. Ele publicou diversos artigos e livros construindo um conjunto de teorias e ensinamentos que mudaram a maneira como pensamos sobre a qualidade, gestão e liderança. Contribuição de Deming The System of Profound Knowledge (SoPK) ou Sistema de Conhecimento Profundo – neste, Deming define a organização como um sistema que constitui uma rede de componentes interdependentes que trabalham em conjunto para alcançar um objetivo, como podemos visualizar na figura. Fonte: Deming (1990, p.3). 13FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Deming determinou o “método Deming de Administração”, que ficou conhecido, baseado em 14 Princípios de Administração. Os 14 princípios para a gestão da qualidade, segundo sua teo- ria, descrevem o que fazer para alcançar a qualidade total, o qual deve ser sempre aperfeiçoado. OS 14 PRINCÍPIOS DE ADMNISTRAÇÃO SEGUNDO DEMING 1. Crie constância de propósitos para melhoria do produto e do serviço. 2. Adote a nova filosofia. 3. Cesse a dependência da inspeção da massa. 4. Acabe com a prática de aprovar or- çamentos apenas com base no preço. 5. Melhore constantemente o sistema de produção e de serviço. 6. Institua treinamento. 7. Adote e institua liderança. 8. Afaste o medo. 9. Rompa as barreiras entre os diversos setores de pessoal. 10. Elimine “slogans”, exortação e me- tas para a mão de obra. 11. Suprima as cotas numéricas para a mão de obra. 12. Remova as barreiras que privam os funcionários de se orgulharem pelo trabalho bem executado. 13. Estimule a formação e o autoaprimo- ramento de todos. 14. Tome a iniciativa de começar a trans- formação, engajando todos nesse pro- cesso. A teoria das sete doenças mortais de uma organização passou a ser referência uni- versal no ensino e na prática da qualidade, pois a mesma descreve as principais dificuldades que a administração enfrenta para melhorar a eficácia e a melhoria contínua. Vejamos o que Deming aponta (1990): 1. Falta de constância de propósito para planejar produtos e serviços que tenham um mercado e que possam manter os negócios e criar empregos. 2. Ênfase em lucros no curto prazo: o pensamento de curto prazo alimen- tado por medo de uma perda hostil e por impulso de banqueiros e donos dos dividendos. 3. Avaliação de desempenho, avaliação de mérito ou revisão anual. 4. Mobilidade de gestão, mudanças de trabalho. 5. Gestão apenas pela utilização de nú- meros visíveis, com pouca ou nenhuma consideração de figuras que são desco- nhecidas ou impossíveis de reconhecer. 6. Custos excessivos com assistência mé- dica. 14FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Fonte: Ishikawa (1986, p. 53). 7. Custos excessivos de responsabilidade civil, ampliados por advogados que trabalham com base em porcentagens. Já, o Experimento Funil, é utilizado para ilustrar os efeitos adversos da modificação de um processo que considera alterações sem um estudo aprofundado das possíveis causas da variação nesse processo. • Ajustar um processo quando uma parte dele está fora das especificações; • Fazer mudanças sem o auxílio de gráficos de controle; • Mudar a política da empresa com base no último levantamento de atitude; • Modificando a cota para ref letir saída de corrente; • Usando variações para definir orçamentos; • Baseando-se na história passada de geração em geração. Sabemos que a qualidade é definida de acordo com as necessidades e exigências do cliente e estas poderão mudar frequentemente. Sendo assim, é importante que as empresas se adequem e modifiquem as especificações de qualidade. De acordo com Deming, não é o suficiente seguir as especificações, é necessário a utilização de ferramentas de controle estatístico da qualidade. Com esta finalidade Deming criou o Ciclo PDCA (da sigla no inglês, Plan, Do, Check, Action) sua definição e aplicação foram introduzidos pela primeira vez por Dr. Deming por inf luência de seu mentor, Walter Shewhard, utilizando-se uma série sistemática de medidas para obtenção de aprendizagem e conhecimentos importantes para a aprimoração contínua de um produto ou processo. Ciclo da Qualidade de Deming ou Ciclo PDCA – De- ming. 15FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Joseph Moses Juran Com formação em engenharia elétrica e Ph.D em Direito Joseph Juran, foi um dos primeiros a aplicar conceitos de qualidade à gestão empresarial, principalmente por não considerar benéfico desassociar planejamento de execução. Juran descreve qualidade a partir da perspectiva do cliente, destacando dois aspectos: 1. Maior qualidade significa um número maior de funcionalidades que atendam às necessidades dos clientes. 2. “Liberdade de problemas”, ou seja, maior qualidade consiste em menos defeitos. Dr. Juran escreveu importantes obras, dentre elas o Manual de Controle de Qualidade, de 1951, o Breakthrough Gerencial, de 1964, e The Juran Trilogy, de 1086. Após quase 50 anos de pesquisa, sua trilogia determinou três processos de gestão exigidos por todas as organizações que buscam a melhoria contínua: 1. Planejamento da qualidade, onde se identifica as necessidade dos clientes, se projeta os produtos adequados a elas e se planeja os processos adequados aos produtos. 2. O controle da qualidade, que avalia o desempenho real da qualidade, se compara o desempenho com as metas e se propõem medidas corretivas quando necessário. 3. Melhoria da qualidade, que se determina o que é necessário melhorar conti- nuamente na qualidade, se define projetos de melhoria e seus responsáveis e se treina, motiva e apoia a equipe. 16FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Philip Crosby Crosby foi um empresário e escritor que colaborou para a Teoria daGestão e Práticas de Gestão da Qualidade. Para ele existem cinco pressupostos equivocados em relação a qualidade: 1. Entender a qualidade como sinô- nimo de virtude, como valor das coisas, o que é diferente para cada pessoa. 2. Acreditar que a qualidade é intangí- vel e, portanto, de impossível men- suração. 3. Defender a economia em detrimento da qualidade; em geral, quem acha que custa caro acrescentar qualida- de a um produto está entendendo o conceito de forma errada. 4. Atribuir os problemas de qualidade ao setor de produção. 5. Acreditar que a qualidade será dada pelo departamento de qualidade de uma empresa (apud MELLO, 2011, P.10). Para Crosby a qualidade é muito importante para sobrevivência das orga- nizações e de acordo com seu modelo zero defeito, fazer o trabalho corretamente na primeira vez era o objetivo. Segundo o autor os erros acontecem por falta de co- nhecimento ou atenção. Vejamos 14 etapas do programa de Crosby: 1. A gerência deve se comprometer com a qualidade. 2. Deve ser formada uma equipe de melhoria da qualidade, composta por pessoas dos diversos departa- mentos da empresa. 3. A qualidade deve ser calculada em todos os departamentos quantifi- cando-se as não conformidades. 4. Deve-se avaliar o custo da não qua- lidade. 17FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE 5. É necessário conscientizar toda a equipe, estabelecendo uma comuni- cação direta e proveitosa entre todos os departamentos. 6. É preciso tomar medidas corretivas sempre que um problema se mani- festar. 7. Deve-se criar um comitê para es- tudar e implementar o programa zero defeito. 8. É necessário treinar os gestores de forma que eles não só conheçam bem o programa, mas também co- muniquem adequadamente as suas equipes. 9. É importante criar o dia do defeito zero, para marcar o início de um novo comportamento. 10. Estabelecer metas para cada depar- tamento, em comum acordo com os funcionários. As metas devem ser claras e passíveis de cálculo. 11. É igualmente importante remo- ver as causas dos erros, atendendo prontamente aos apontamentos dos funcionários sobre os problemas que os impedem de fazer as coisas cor- retamente. 12. É necessário reconhecer de maneira formal e não financeira, as contri- buições relevantes para o programa. 13. É preciso manter reuniões regulares entre as pessoas do departamento da qualidade e os chefes das equipes, criando uma espécie de conselho de qualidade. 14. Após implementar o programa, é importante comemorar seu aniver- sário no dia do Defeito Zero e re- começa-lo formando novas equipes de trabalho (apud MELLO, 2011, P. 19-20). 18FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Armand Vallin Feigenbaum O americano Armand V. Fei- genbaum nasceu em 1920 e com 24 anos já era um expert em qualidade na empresa General Eletric (GE). Dr. Feigenbaum defende uma abordagem sistêmica da qua- lidade, onde deverá haver o esforço de todos os setores de uma empresa, pelo fato de que todos são importantes. Vejamos os 10 princípios escrito pelo estudioso que definem a qualidade total: 1. Qualidade é um processo extensivo a toda empresa. 2. Qualidade é o que o consumidor julga ser. 3. Qualidade e custo são a soma e não a diferença. 4. Qualidade exige zelo individual e conjunto. 5. Qualidade é um modo de geren- ciamento. 6. Qualidade e inovação são mutua- mente diferentes. 7. Qualidade é ética. 8. Qualidade exige aperfeiçoamento continuado. 9. Qualidade é o caminho mais efeti- vo em custo e menos intensivo em capital rumo a produtividade. 10. Qualidade é implementada com sistema total associado a clientes e fornecedores (FEIGENBAUM, 1994, p. 287-289, apud MELLO, 2011, p. 20-21). Segundo Feigenbaum, não basta seguir somente esses dez princípios, pois para que o controle da qualidade total te- nha um resultado eficaz, é necessário que todas as pessoas envolvidas na gestão tenham conhecimento do sistema que está sendo implementado. 19FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Kaoru Ishikawa Ishikawa foi o responsável por juntar as ferramentas básicas do controle da qualidade, definindo-as como as sete ferramentas básicas da qualidade, descritas a seguir: 1. Diagrama de causa e efeito; 2. Folha de verificação; 3. Fluxograma; 4. Histograma; 5. Gráfico de controle; 6. Diagrama de dispersão/correlação; 7. Diagrama de Pereto. Ishikawa também ficou conhecido pela difusão dos Círculos de Controle de Qualidade – CCQ , e pelo Diagrama de Ishikawa. 20FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Círculos de Controle de Qualidade: são pequenas equipes de profissionais que gerenciam, de forma voluntária, métodos de controle de qualidade em uma área da organização. Seus objetivos são contribuir para o desenvolvimento da empresa, melhorar o clima da organização e incentivar a criatividade dos funcionários para a resolução de problemas. Diagrama de Ishikawa: usado para identificar as causas de desvio de qualidade, que se denomina efeito. Para a criação do diagrama, devem-se observar os 6 MS: mão de obra, materiais, máquinas, métodos, meio ambiente e medição. Vejamos a figura.... Os 6 Ms da causa e efeito. Fonte: Gestão da qualidade – Consultor técnico Prof. Dr.Carlos Henrique Pereira Mello 21FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Genichi Taguchi Taguchi apresenta ideias divergentes das que os autores anteriores apresenta- ram. Segundo ele, a qualidade está ligada a perda que um produto faz à sociedade, a partir do momento em que é colocado à disposição dos clientes. Analisando a figura abaixo podemos entender melhor a relação entre perda e custo referida pelo autor. Conceitos de perda e custo, segundo Taguchi. Fonte: Mello (2011, p.23). 22FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Relação entre qualidade e custo, segundo Taguchi. Após observarmos o quadro, podemos concluir que com redução de custos e garantia de qualidade, de modo geral, as perdas serão menores para a sociedade. Qualidade Custo Quando um produto é colocado à venda? Quando está em conformidade com os padrões determinados. Quando um produto não é colocado à venda? Quando não foi produzido em conformidade com padrões determinados. Quando um produto é colocado à venda causa perda? Quando não funciona adequadamente ou não atende as necessidades do cliente. Quando um produto não é colocado à venda causa perda? A partir do momento em que gera desperdício ou retrabalho. A quem esse produto causa perda? Ao cliente. A quem esse produto causa perda? À empresa. Fonte: Mello (2011, p. 23). 23FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Vicente Falconi Campos Falconi é referência para os estudos de gestão da qualidade no Brasil. De acordo com o autor, o reconhecimento da qualidade de um produto ou serviço por parte do cliente é a meta a ser alcançada. Esse guru iniciou a pesquisa do tema “linha Japonesa” em 1984 e de 1986 a 1988 percorreu o mundo em um projeto do governo brasileiro e do Banco Mundial. Assim iniciou o movimento Qualidade Total no Brasil, onde realizou a implementação do TQC Japonês em diversas empresas do país. O TQC (Total Quality Control), é um modelo administrativo desenvolvido pelo grupo de pesquisa do controle da qualidade de JUCE (Union of Japonese Scientists and Engineers), que auxiliou na implementação da metodologia no Brasil. http://ftec.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788543009940/ pages/-6 http://ftec.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788543009940/pages/-6 http://ftec.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788543009940/pages/-6 24FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Walter Shewhart As teorias de Taylor, ainda que tenham aberto o caminho para a criação de novas e mais eficazes formas de trabalho, focavam apenas um ponto do processo produtivo, em que os custos de produção já estavam comprometidos, tanto nos produtos “bons” como naqueles “descartáveis”.Considerando que o processo de produção em massa ainda poderia ser melhorado, em 1924, o matemático Walter Shewhart introduziu o Controle Estatístico da Qualidade, com o objetivo de efetuar um acompanhamento mais amplo e não apenas verificar o produto final, após o processo realizado. Shewhart estabeleceu o conceito de tolerância e passou a usar o gráfico de controle de qualidade de produtos. A variabilidade, que é a oscilação em torno da média de um produto ou serviço, é um ponto fundamental para o controle da quali- dade, pois dela deriva a “Não Uniformidade” das matérias-primas, dos processos de cada etapa da produção, das máquinas. O CEP: Controle Estatístico de Produção, se mostra fundamental para a garantia da qualidade, pois apresenta ferramentas de baixo custo, que possibilitam identificar as causas para a melhoria do processo. Com Shewhart, o foco da Qualidade tem a primeira grande mudança de foco, já que sai da verificação do produto pronto e passa a considerar os elementos da cadeia produtiva, desde a qualidade da matéria prima empregada. Revisão Neste capítulo, conhecemos os principais nomes da história da qualidade. Além de grandes estudiosos do tema, todos eles foram praticantes dos seus postulados e teorias. E ao final desse capítulo gostaria de convidá-los a algu- mas reflexões que visam auxiliar nossa aprendizagem sobre os temas propostos até o momento. Então, solicito que reflitam sobre as seguintes questões: • Quem são e de onde vem os principais Gurus da Qua- lidade? • Qual Guru você considera que tenha feito as maiores contribuições? • Quais foram os Gurus que mais contribuíram para a inserção de métodos estatísticos na Qualidade? • Quais foram os Gurus que mais contribuíram para o conceito de planejamento da qualidade? • Quais foram os Gurus que mais contribuíram para a inserção de métodos de correção e melhoria contínua? 26FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Atendendo a todas as partes interessadas. Sabemos que uma empresa é composta por vários pro- cessos, sistemas, atividades, interesses, objetivos, métodos e pessoas. Administrar uma empresa significa gerenciar tudo isso. Mas de todos esses processos, as pessoas são o que mais importam, pois sem elas nada funciona. É por isso que para fazer a gestão da qualidade em uma organização, é necessário fazer a gestão de pessoas. Vamos então conhecer melhor o Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) e a Gestão por Processos? 27FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Fonte: Falconi Campos, (2004b, p. 11-12). Clientes: Devem sentir- se satisfeitos com a compra de um produto ou com a utilização de um serviço. Empregados: Precisam ser bem remunerados e respeitados, com oportunidades de crescimento. Vizinhos: Necessitam de respeito, e o controle ambiental é um mode de fazer isso. TQC Acionistas: Precisam ter garantido o retorno de seus investimentos e a lucratividade, para que posam reinvestir e gerar mais empregos. TQM TQM – total quality management ou também conhecida como TQC – total quality control, é um sistema de gerencia- mento que auxilia na conquista pela qualidade. Então um sis- tema pode ser definido, como um conjunto de elementos e/ou processos, organizados de determinada forma, de acordo com uma lógica, para um fim específico. Uma empresa é composta por diversos sistemas, e o TQM é um sistema de gerenciamento que se diferencia dos demais por buscar sempre a qualidade. Quando uma organização é gerenciada pelo princípio da qualidade, os demais objetivos derivam desse. Isso não quer dizer que as empresas deixam de pensar na lucratividade, pois ela acaba sendo uma consequência da qualidade. A próxima figura mostra os objetivos da empresa conforme Falconi Campos: Para Falconi Campos, ao gerenciar uma empresa é neces- sário saber quais dos seus objetivos não foram realizados, avaliar por que isso aconteceu, identificando as causas dos problemas e desenvolver ações para melhorar os seus resultados. O autor define o TQC em 11 tópicos, resumidos a seguir: 1. Orientação pelo cliente: atender o cliente dando a devida atenção. 2. Qualidade em primeiro lugar: desenvolver produtos de qualidade, pode ajudar a garantir o lucro contínuo. 3. Ação orientada por prioridades: definir prioridade e fazer as coisas que têm maior importância. 4. Ação orientada por fatos e dados: deve-se tomar decisões sempre pelo fato que está acontecendo. 5. Controle de processos: deve-se garantir a qualidade nos processos. 6. Controle de dispersão: é importante descobrir as dispersões dos dados e suas causas e realizar correções. 7. Próximo passo é o cliente: deve-se atender os clientes atingindo suas expectativas ou até mesmo superando. É muito importante conhecê-los bem. 28FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Fonte: Livro Gestão da qualidade – Organizadora Eliacy Cavalcanti Lélis 8. Controle a montante: controlar o problema desde o início. 9. Ação de bloqueio: um erro não deve- rá acontecer duas vezes pelo mesmo motivo. 10. Respeito pelo empregado como ser humano: as pessoas devem se sen- tir cooperando e crescendo junto a empresa. 11. Comprometimento da alta direção: a alta administração deve se com- prometer e contribuir, segundo suas diretrizes. Analisando os 11 princípios, po- demos perceber que não é tão simples implantar um sistema de qualidade em uma empresa. É preciso do envolvimento de todas as pessoas que fazem parte da organização, além de uma mudança no modelo mental, um trabalho de educação e treinamento. O ciclo PDCA auxilia na análise de processos e permite a intervenção caso seja necessário uma melhoria, tanto em um processo produtivo completo ou em qualquer outra atividade de uma empresa. • Planejar (PLAN): nesta etapa se define os objetivos, metas e as es- tratégias para alcançá-las. • Executar (DO): ao executar, se co- loca em prática o planejamento. • Checar (CHECK): se verifica os dados gerados pelo processo e se avalia se está de acordo com o re- sultado pretendido. • Agir (Act):nesta última etapa, se efetiva as mudanças propostas na etapa anterior, voltando a primeira etapa e corrigindo o método ou as metas do planejamento. O ciclo PDCA pode ser usado tanto para controlar um processo, quanto para aperfeiçoá-lo, objetivando a melhoria con- tínua. Gerenciamento por Processos Gerenciamento por processos é a gestão de cada processo que acontece den- tro de uma empresa. O gerenciamento compartilhado, é onde todas as pessoas envolvidas no processo o conhecem exa- tamente e contribuem daquele processo com a organização. Os processos podem ter vários ní- veis, e cada nível poderá ser revisto até chegar uma simples atividade da empresa. Podemos definir essas etapas como “ma- peamento” de processos, que é uma forma rápida de identificação dos problemas e 29FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE causas, pois permite a correção com agi- lidade e rapidez. Padronização A padronização nada mais é que fazer algo sempre da mesma forma. As empresas padronizam com o objetivo de ter sempre o mesmo resultado, mas para isso é importante que estejam claros os objetivos e métodos para obtenção dos resultados esperados pela organização. Ao padronizar os processos em uma empresa, é necessário o registro de todos os procedimentos-padrões e o acompanha- mento para que esses sejam efetivamente seguidos, reduzindo as chances de erro e mantendo os resultados esperados pela organização. A padronização também pode ser uma questão de segurança, pois onde se envolve riscos como, por exemplo, com pessoas e meio ambiente, os processos de- verão ser padronizados e rigorosamente seguidos. Dentro de uma organização, com a padronização, é necessário a avaliação dos procedimentos estabelecidos. Ou seja, a disseminação das informações, o treina- mento, a avaliação do uso e dos resultados dos padrões estabelecidose também a sua atualização. Enfim, para que exista a padroni- zação é muito importante que o gestor responsável envolva toda a equipe nesse processo e que os colaboradores participem das discussões sobre a padronização. Gerenciamento da Rotina O gerenciamento de rotina faz parte do gerenciamento pelas diretrizes, que será citado no próximo tópico. Ela diz respeito a autonomia que os funcionários tem para solucionar problemas e garantir a quali- dade nos processos que estão sobre sua responsabilidade. A intenção é que cada colaborador seja responsável pelo que faz, executando suas ações conforme critérios estabelecidos pela organização. Vale ressaltar, que para uma em- presa chegar a esse ponto, é importante definir unidades gerenciais básicas, onde as compete garantir a qualidade dos pro- dutos entregues aos clientes, ou seja, os clientes internos. Por isso, o gerenciamento de rotina é uma das primeiras etapas ao implemen- tar o TQC. Refere-se a dar liberdade as equipes de trabalho para que comandem suas atividades do dia a dia com perfeição, contribuindo na excelência dos processos e da empresa. Gerenciamento pelas Diretrizes O gerenciamento pelas diretrizes permite que as unidades gerenciais básicas tomem suas decisões e gerenciem suas atividades de acordo com o planejamento estratégico da empresa. Uma organização precisa que todos entendam suas metas e objetivos, e assim as ações a sejam imple- mentadas para o alcance dos resultados esperados. 30FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE É fundamental e muito importante, o envolvimento da direção da empresa para se obter bons resultados nesse gerenciamento, pois ela deverá desdobrar o planejamento estratégico e o que foi estabelecido e repassar as informações para os demais níveis hierárquicos da empresa. Em geral, o gerenciamento pelas diretrizes é um sistema administrativo que divulga e orienta as diretrizes e metas da empresa, para que todos os colaboradores compreendam exatamente o que fazer para auxiliar no sucesso da empresa. Revisão Neste capítulo conhecemos os conceitos fundamentais do Gerenciamento da Qualidade Total e já entramos em algumas visões importantes que compõe a gestão de uma empresa que tenha ou que busque a qualidade total. Gerenciar por processos (e não por áreas) é sem dúvida um paradigma, uma barreira a ser quebrada. Assim como a gestão por processos, a padronização e a aplicação de qualquer ferramenta passa por dois caminhos fundamentais: 1) Envolvimento da alta direção e 2) Com- prometimento de toda empresa. E ao final desse capítulo gostaria de convidá-los a algu- mas reflexões que visam auxiliar nossa aprendizagem sobre os temas propostos até o momento. Então, solicito que reflitam sobre as seguintes questões: • Como o conceito de Qualidade Total se aplica? • Quem são e como mapear as partes interessadas de uma empresa? • Qual o conceito e como se manifesta a Padronização? • Qual o conceito e como se manifesta o Gerenciamento de Rotinas? • Qual a importância da direção no envolvimento em todos esses processos? 32FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE QUALIDADE Quais são as ferramentas que utilizamos e para que? Continuamos nossa caminhada pela qualidade e para alegria da grande maioria este é um tema que não fica somente em nível teórico e conceitual, é sem dúvida uma disciplina que apresenta muitas ferramentas de aplicação possível e real no dia a dia empresarial. Estão prontos para conhece-las? São muitas delas e dificilmente uma empresa aplica todas, pois as empresas têm problemas e realidades completamente diferentes, mas cabe a nós gestores termos o domínio destas principais que apre- sentamos a seguir. 33FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE PDCA Falamos brevemente do PDCA no capítulo anterior e aqui vamos dar mais ênfase. O Ciclo PDCA, também é conhecido como Ciclo de Deming e Ciclo de Shewhard, é uma ferramenta da qualidade composto por quatro etapas descritas logo a seguir: 1. Plan (planejar) - define-se os objetivos e os critérios de aceitação. Ele subdivide-se em duas partes, onde uma é a definição da meta e a outra a definição do método. 2. Do (fazer) - implementa-se o plano. Nesta etapa as ações administrativas dividem-se em treinar, executar e coletar dados do processo. 3. Check (conferir) - etapa de vistoriar e medir a evolução dos produtos e processos comparados com o plano traçado inicialmente. 4. Act (agir) – etapa de ajuste para o desenvolvimento de melhoria contínua, e deve acontecer quando percebida a oportunidade de correção. Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio Fluxogramas O f luxograma é uma ferramenta gráfica que expressa a sequência de um processo utilizando símbolos básicos para descrever as ações que fazem parte deste. Sua análise permite a abordagem da situação atual e a proposta de uma nova condição. Para que se possa elaborar um f luxograma é necessário conhecer todas as atividades. A seguir seguem os tipos de f lu- xogramas: 34FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE 1. Diagramas de blocos linear – não está relacionado a tomada de decisão e auxilia para uma rápida avaliação de um processo; 2. Fluxograma funcional – permite a visualização de como os setores de uma empresa interagem; 3. Fluxograma Ansi – é utilizado na programação de sistemas e na gestão da qualidade e negócios; 4. Fluxograma de processo simples – utilizado para auxiliar na tomada de decisões; Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio 5. Fluxograma vertical – conhecido pelas suas simbologias relacionadas as operações; O f luxograma auxilia o entendi- mento de processos de forma clara e preci- sa, pois quando testamos as situações que serão implementadas, podemos identificar erros e fazer melhorias. Cinco porquês Os cinco porquês é uma técnica utilizada para identificar a causa de um problema. Para aplicar a técnica deve-se perguntar o porquê cinco vezes e provavel- mente na quinta pergunta se identificará o que ocasionou o problema. Por exemplo, Taiichi Ohno dá este exemplo a respeito de uma máquina que parou de funcionar (Ohno, 1988): 1. Por que a máquina parou? Houve uma sobrecarga e o fusível queimou. 2. Por que houve uma sobrecarga? O rolamento não foi lubrificado como deveria. 3. Por que não foi devidamente lubrifi- cado? Porque a bomba lubrificadora não estava bombeando o suficiente. 4. Por que a bomba não estava bombe- ando o suficiente? O eixo da bomba estava danificado e fazia barulho. 5. Por que o eixo estava danificado? Porque não havia proteção e cavacos acumulavam-se na bomba. Sem as perguntas sucessivas, os gerentes iriam simplesmente substituir o fusível ou a bomba e a falha ocorreria novamente. O número cinco, especifica- mente, não é o que importa. O importante é continuar perguntando até que a causa- -raiz seja identificada e eliminada. 35FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Diagrama de Pareto A ferramenta diagrama de Pareto foi criada por Vilfredo Pareto, mas foi reconhecida quando Juran a utilizou em estudos de economia e distribuição de renda. O objetivo principal do estudo foi a análise feita em que 80% das riquezas estavam em poder de aproximadamente 20% da população. E por isso, essa metodologia também ficou conhecida como 80/20. Para a realização da coleta de dados, se utiliza uma lista de verificação onde nesta estão definidos os critérios de ava- liação. Após a coleta de dados, deve-se classifica-los de forma decrescente, quanto as suas quantidades , calcular o percentual de participação individual e após, calcular o percentual acu- mulado. O resultado desta ferramenta servirá de matéria prima para o brainstorming e para o diagrama de Ishikawa. Então, vejamos a seguir um exemplo de uma empresa que utiliza o diagrama paragerenciar seu processo, verificar os principais problemas de qualidade e gerar um plano de ação. Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio O gráfico é gerado e geralmente classificado em curva ABC, cujos fatores A são os de maior relevância, os fatores B são de média relevância e os fatores C, de baixa relevância. 36FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE 5W2H A técnica 5W2H é basicamente um plano de ação, que desenvolve a solução de problemas para a tomada de decisão e aponta os principais itens a serem abordados. A termologia 5W2H originou-se nos Estados Unidos e consiste em cinco perguntas básicas que auxiliam do desenvolvimento de um plano de ação, onde os Ws e os Hs correspondem as palavras em inglês, conforme segue: What (o quê)? O que será feito? Why (porque)? Por que fazer? Where (onde)? Onde será feito? When (quando)? Quando será feito? Who (quem)? Quem fará? How (como)? Como será feito? How much (quanto custa)? Quanto custará? Para utilizar essa técnica, é necessário o uso de formulários conforme exemplo a seguir: Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio Brainstorming Brainstorming é uma técnica utilizada para buscar ideias inovadoras ou soluções de problemas. Para isso, são realizadas reuniões, onde o grupo tem um líder que media os encontros e apresenta o motivo da reunião, e um secretário que toma nota de todas as ideias sugeridas. Existem duas formas para um brainstorming, conforme listadas a seguir: 1. Estruturado - o grupo é organizado para que todos possam contribuir com suas ideias, mas caso alguém não queira dar nenhuma sugestão, poderá passar a vez. 2. Não estruturado - os participantes dão sugestões conforme surgem as ideias. O que? Como? Quem? Quando? Onde? Por quê? Quanto? Início Fim Reduzir o consumo da energia Diminuindo os consumos desnecessários, desligando a iluminação e o ar condicionado quando não estiver no ambiente Todos 05/10/2017 31/12/2017 Na empresa inteira Os custos do consumo de energia causam impacto no custo do produto Redução de 12% no custo da energia 37FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE A efetividade do uso da técnica está ligado a uma sequência lógica, onde cada etapa deverá ser concluída afim de pro- duzir um resultado final vantajoso para a empresa. A seguir serão descritas cinto etapas para a realização do brainstorming: 1. Definição da equipe: O grupo ge- ralmente não ultrapassa 12 pesso- as, onde é composto pelo líder, o secretário que faz as anotações e as pessoas que auxiliarão na resolução do problema com ideias criativas. 2. Apresentação do tema: o líder apre- senta o tema a todo grupo, ressaltan- do a importância da participação de todos para realização do problema. 3. Geração de ideias: disponibiliza-se um tempo para o grupo pensar so- bre o problema e discutam as ideias. É nesse momento que o secretário anota as ideias em um f lip-chart. 4. Análise e seleção de ideias: o grupo deverá descartar as ideias sem im- portância e selecionar as de maior relevância para a solução do pro- blema. 5. Priorização de ideias: listar e dar prioridade para a realização das ideias mais importantes. Diagrama de Causa e Efeito O diagrama de causa e efeito foi criado na década de 1940 por Kaoru Ishi- kawa. Essa ferramenta também é conhe- cida como “espinha de peixe” e é utiliza- da para identificar as causas e efeitos de problemas nas empresas. Sua estrutura e aplicação estão fundamentadas em geral- mente seis fatores: 1. Máquina (MQ ) – máquinas, aces- sórios, dispositivos, instalações e ferramentas. 2. Método (MT) – roteiros de fabrica- ção, procedimentos e rotinas. 3. Material (MP) – matéria prima, insumos e partes compradas para formação de produtos. 4. Mão de Obra (MO) – pessoas que interferem em processos. 5. Medida (ME) - processos de afe- rição e calibração dos instrumentos de medição. 6. Meio Ambiente (MA) – aspectos ambientais que podem interferir em processos e inclusive no meio ambiente. O diagrama é parecido com a es- pinha de um peixe, é composto por uma linha central e a extremidade direita co- necta-se ao texto descritivo dos efeitos ocasionados pelo problema. A partir da linha central, surgem seis outras linhas, sendo três para cima e três para baixo, que indicam os seis grupos a serem analisados na formulação do diagrama. O diagrama é utilizado com as fer- ramentas brainstorming, folha de veri- ficação e os cinco porquês. Para usar de forma adequada é necessária a formação 38FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE de grupos, onde os integrantes envolvidos deverão apresentar o assunto escrevendo na ponta do diagrama. Dividir em seis grandes grupos de causas, iniciar o processo participativo com o uso das ferramentas brainstorming, folha de verificação e os cinco porquês, onde priorizarão as causas que geram efeito e, por fim, desenvolverão um plano de ação utilizando o 5W2H’s. Folha de Verificação A folha de verificação é basicamente uma tabela para coleta de dados a serem analisados durante um processo ou na avaliação de um produto ou serviço. A ferramenta gera uma redução no tempo do processo de coleta de dados, pois a sua construção é feita com base em uma pré-análise dos dados a serem coletados. Exemplo: A empresa “Joia Rara “está sendo prejudicada por proble- mas de fornecimento. Como são quatro os principais fornecedo- res, o diretor de operações pediu que fosse feito o levantamento de dados que auxilie na construção de um plano de ação para a solucionar a entrega dos produtos. Para isso foi utilizada a folha de verificação que segue conforme tabela: Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio Após interpretação da ferramenta, a empresa “Joia Rara”, deverá fazer um trabalho junto ao fornecedor D. Diagrama de Dispersão Ao utilizar o diagrama de dispersão é possível identificar relações de causas e efeitos pela interpretação gráfica das vari- áveis. Para construir o diagrama, é necessário coletar os dados em pares ordenados, por exemplo: peso x altura, peso x idade. Vale ressaltar que para o uso da ferramenta, é necessário o co- nhecimento básico em estatística. A seguir será apresentado Fornecedores Critérios de Avaliação A B C D Peças recebidas 200 300 4000 150 Peças com defeito 2 15 300 50 Porcentagem de defeito 1% 5% 8% 33% Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio 39FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE um modelo em um gráfico em que a causa é expressa no eixo horizontal e o efeito no eixo vertical. Histograma O histograma é um gráfico de barras onde o eixo horizon- tal é subdividido em vários pequenos intervalos, apresentando valores assumidos por uma variável de interesse A ferramenta mostra a frequência com que um determinado dado aparece em um grupo de dados. Essa é uma ferramenta estatística e para a sua elaboração, é necessário seguir alguns passos conforme a seguir: • Decisão da medição do processo: os dados são medidos em uma escala contínua e poderão variar. Exemplo: tempo, massa, velocidade; • Coleta de dados: a coleta deverá ter no mínimo cem varia- ções caso queira calcular desvio padrão, média, variação e forma; • Demonstração: o desenvolvimento da tabela e a coleta de dados. MASP São poucas as empresas que conseguem estruturar seus problemas de forma que facilite o uso de uma ferramenta quan- Fonte: Livro Gestão da qualidade e produtividade – Organizador Marcos Franqui Custódio 40FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE titativa ou um software para resolução dos mesmos. Um problema como a progra- mação de um mix de produtos pode ser estruturado e resolvido através de uma técnica específica. Já, peças com defeitos e produtos entregues a clientes errados não são estruturadoso suficiente e não possuem uma técnica específica. A Metodologia de Análise e So- lução de Problemas pode ser utilizado cotidianamente ou quando detectado um problema através do uso de alguma fer- ramenta de acompanhamento e avaliação de um processo ou até mesmo em uma etapa de melhoria, corrigindo e evitando os fatores causadores dos problemas. Com o uso da ferramenta MASP, um problema pode ser resolvido seguindo as seguintes etapas: 1. Identificação do problema: defina o problema mostrando a importância da resolução do mesmo. 2. Observação: investigue os fatores causadores do problema através da coleta de dados qualitativos, quan- titativos e observando o local onde acontece o problema. 3. Análise: verifique, discuta e des- cubra as verdadeiras causas do pro- blema. 4. Plano de ação: desenvolva um plano de ação para eliminar o problema. 5. Ação: implemente o plano de ação envolvendo toda a equipe, mas para isso é importante lembrar que todos devem estar treinados de acordo com as medidas corretivas. 6. Verificação: analise se o problema foi resolvido e caso não tenha sido, deve-se voltar ao passo dois. 7. Padronização: padronize os proces- sos, treinando as pessoas envolvidas e impedindo que o problema acon- teça novamente. 8. Conclusão: ref lita sobre as dificul- dades e o que ainda poderá ser me- lhorado com o uso do método para as próximas aplicações. Mesmo parecendo um método sim- ples, ao usar de forma correta, acaba se tornando um caminho mais seguro e rá- pido para solução de problemas. Revisão Neste capítulo conhecemos as princi- pais ferramentas da qualidade. Diria que, sem dúvida a de maior uso e maior destaque é o PDCA, pois através dela podemos implantar a visão da qualidade da melhoria contínua. Mas não esqueçam das outras, pois o importante é entender que cada ferramentas tem seu pro- posito. Existem ótimas ferramenta para lidar com problemas (MASP, Espinha de Peixe, 5 Por Quês, etc) e para gerar ideias existe o brainstorming e os grupos de qualidade. Além disso, a chave para dominar es- sas ferramentas é a prática! Vamos lá, praticar no dia a dia, que tal adotar uma destas fer- ramentas e já tentar aplicar no seu trabalho, ou até mesmo no seu dia a dia? E ao final desse capítulo gostaria de convidá-los a algu- mas reflexões que visam auxiliar nossa aprendizagem sobre os temas propostos até o momento. Então, solicito que reflitam sobre as seguintes questões: • Qual a principal ferramenta da qualidade e que se baseia na melhoria contínua? • Quais as ferramentas apropriadas para apresentar dados coletados? • Quais as ferramentas apropriadas para identificar causas de problemas? • Quais as ferramentas apropriadas para discutir pos- síveis soluções? • Quais as ferramentas apropriadas para apresentar planos de ação? 42FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE QUALIDADE POR SETORES Afinal, como a qualidade difere em relação a setores industriais distintos? O conceito de qualidade foi criado baseado nas indús- trias, porém vários outros setores como comércio e serviços também passaram a utilizar esta definição em prol do cres- cimento e desenvolvimento. Neste capítulo, serão apresentados os aspectos mais relevantes da qualidade nos setores da agricultura, indústria, serviços e comércio. Afinal, será que há diferenças? Qualidade na Agricultura Nos capítulos anteriores, vimos que a gestão da quali- dade ajuda a produzir mais com o melhor custo e por muitas vezes atendendo ou superando a expectativas dos clientes. Aí pensamos, será que podemos aplicar esses conceitos no setor da agricultura, onde a produção depende de fatores 43FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE climáticos? Para responder esse pergunta vamos entender como era a agricultura no início do século XX. Heinrich Eduard Jacob, alemão nascido no final do século XIX, ficou conhecido pela sua obra Seis mil e seis anos de pão, publicada um pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Nesse livro, Jacob conta a história da evolução do pão. Conforme o autor, em 1850 eram necessárias quatro horas e meia para culti- var um alqueire de milho, sendo que em 1940 isso era feito em dezesseis minutos. A redução no tempo de cultivo foi possível com a melhora na qualidade. A criação de fertilizantes e má- quinas agrícolas fizeram com que a qualidade na agricultura evoluísse e esses avanços impactaram também na resistência a pragas, um transporte adequado, redução de perdas e diversas outras coisas que auxiliaram o setor produtivo agrícola. Já sabemos que o planejamento é uma etapa muito im- portante da qualidade. Na atividade agrícola devemos planejar todos os processos para que os produtos tenham qualidade e cheguem aos consu- midores finais atendendo suas expectativas. O nível de exigência dos clientes cresce cada vez mais e a busca por produtos saudáveis e de confiança se tornou essen- cial. Por falar em saúde, podemos comentar sobre os produtos transgênicos, que são aqueles que sofrem mudanças genéticas, seja para deixar o mesmo com uma melhor aparência ou para deixa-lo mais resistente a pragas. Mas ainda não sabemos se os produtos transgênicos fazem mal a saúde, o que leva muitos consumidores a optar pelos produtos orgânicos. Falando em produtos orgânicos, que são aqueles cultivados sem ajuda de pesticidas ou fertilizantes químicos. Mas como ter certeza? O consumidor poderá procurar a certificação do produto, um selo de garantia de segurança e qualidade. Um bom exemplo que auxilia no controle da qualidade é o sistema de produção Integrada de Frutas (PIF). O PIF foi lançado pelo Mapa em parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro), ele surgiu para satisfazer as necessidade dos importadores. O PIF considera aspectos como sabor, aroma, textura dentre outros que poderão ser analisados na figura a seguir. Sustentabilidade econômica Segurança alimentar Relações de trabalho Valores nutricionais Textura Aroma Sabor Produto Agrícola de qualidade Aspectos de um produto agrícola de qualidade, considerados pelo PIF Fonte: Gestão da qualidade – Consultor técnico Prof. Dr.Carlos Henrique Pereira Mello Aspectos relativo ao produto Aspectos relativo ao processo 44FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Há selos que certificam os produtos a nível internacional, mas o Brasil tem que amadurecer essa ideia, pois produtos certificadores se tornam mais caros, fazen- do com que estes sejam acessíveis a uma classe social mais elevada. Mas quando a certificação se tornar uma prática, esse cenário poderá mudar. Qualidade no Comércio A qualidade no comércio não está relacionada somente a qualidade dos pro- dutos, mas também ao atendimento, nos preços praticados, formas de pagamento, responsabilidade social dentre uma diver- sidade de fatores. Algo que vem ganhando cada vez mais mercado é o e-commerce. Cada vez mais pessoas são adeptas da facilidade de fazer compras on-line e por isso destacam- -se duas características que estão ligadas diretamente a qualidade. Uma delas é o atendimento. O fato do cliente não poder analisar a mercadoria pessoalmente, gera várias dúvidas. Sen- do assim, um atendimento rápido e com clareza nas respostas ajuda no momento da venda, caso contrário, o cliente pode acabar desistindo de comprar. A segunda característica é a influên- cia da opinião dos clientes. Os internautas se comunicam por fóruns, e-mails, blogs e a opinião do cliente pode afetar positi- vamente ou negativamente a imagem das empresas e vendedores de forma muito rápida. Qualidade na Indústria Já sabemos que a qualidade não é uma preocupação recente, pois desde os tempos em que os produtos eram feitos a mão já existia essa necessidade. Quando foi inventada a primeira máquina o princi- pal objetivo era melhorar a qualidade dos produtos, assim como a maior produção. Mas, com o passar dos anos muitas coisasmudaram, duas destas mudanças merecem destaque: • A criação das máquinas movidas a energia elétrica; • O desenvolvimento da informática e da automação. Essas novidades resultaram no aumento da produção das indústrias, e também no consumo. Para entender um pouco melhor vamos analisar como era no passado. Antes, as fábricas produziam o que as pessoas precisavam para viver, hoje, as indústrias estimulam os consumidores a comprar mais do que necessitam. Sabemos que o consumismo não depende somente da criação de novos produtos, mas também do poder aqui- sitivo das pessoas. Mas isso também foi pensado, e as fábricas passaram a produzir e comercializar produtos mais acessíveis e duvidosos com relação a qualidade. Hoje a qualidade também está relacionada a aspectos ambientais, então se a fabricação de um produto prejudicar o meio ambiente, podemos voltar a nos questionar se esse realmente tem qualidade. 45FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE A qualidade está ligada a redução de custos, maior produtividade, satisfação dos clientes e uma diversidade de fato- res. Mas como dizemos que produzimos com qualidade com custos ambientais e sociais tão altos? Nossas indústrias ainda têm muito que melhorar. Qualidade em Serviços Quando a qualidade passou a ser um assunto comentado, eram poucos os serviços e muitos os produtos oferecidos aos consumidores. Com o crescimento do setor, e se pararmos para analisar, podemos identificar vários serviços que pagamos, como provedor de internet, TV a cabo, educação, entre outros. Então, se tornou muito importante falar sobre como con- trolar a qualidade deles. Mas o que seria um serviço de qua- lidade? Isso pode variar de acordo com as expectativas de cada cliente. Mas vale ressaltar que clientes satisfeitos acabam fazendo propaganda gratuita, já um clien- te insatisfeito é quase sempre um cliente perdido. Então, para que a gestão da quali- dade em serviços aconteça, deve-se levar algumas características a sério: • Foco no cliente: é necessário conhe- cer os clientes e saber quais são suas expectativas; • Onipresença na empresa: a quali- dade deve fazer parte de todos os setores e atividades da empresa; • Participação de todos: a qualidade precisa ser planejada, produzida e compartilhada com todos os cola- boradores da organização, pois serão eles que atenderão os clientes. Qualidade na indústria química e petroquímica As fábricas do ramo químico e pe- troquímico podem prejudicar muito o meio ambiente, pois as atividades destas indústrias produzem algumas substâncias tóxicas o que ocasionam a poluição do ar e fazem mal à saúde do homem. Mas até o final da década de 1980 as indústrias brasileiras não demandavam esforços para reduzir os efeitos negativos causados por elas. Porém, em 1990, com o aumento da concorrência com produ- tos estrangeiros, as empresas precisaram passar por algumas mudanças para sobre- viver. A partir daí começaram a copiar os padrões de qualidade e segurança das concorrentes estrangeiras. Dentre os pro- gramas adotados se destacam a ISO 9000 e a ISO 14000, que levaram as indústrias a considerar a gestão ambiental. Qualidade na indústria automobilística De todos os setores da indústria um dos que mais cresceu foi o automobilís- tico, isso porque muitas pessoas acabam optando pela compra de um carro em vez de fazer viagens ou até mesmo comprar uma casa. Já sabemos que a qualidade deve 46FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE incluir toda a cadeia produtiva, então va- mos pensar em um carro. Ele possui vá- rias peças e materiais e por isso, para que se possa fazer um modelo é necessário a contratação de vários fornecedores e estes deverão ter qualidade. Mas no passado, cada empresa tinha suas especificações para gerenciar a sua qualidade total e os fornecedores tinham que atender todas essas normas. Então, com a ISO e a cria- ção da especificação técnica 16949 acabou facilitando o trabalho desses fornecedores. Qualidade em projetos na construção civil A construção civil é um setor que cresceu muito no Brasil e acabou gerando muitos empregos, até mesmo para pes- soas de baixa escolaridade. Mas com o mesmo ritmo de crescimento, vieram as reclamações de clientes insatisfeitos com a qualidade das obras. A mão de obra qualificada é um dos fatores que mais inf luenciam no re- sultado final, mas não podemos esque- cer da qualidade dos materiais utilizados nas construções, os atrasos nas entregas, documentações irregulares que acabam inf luenciando diretamente no resultado final e na satisfação do cliente. Mas para melhorar a qualidade do setor, em 1998, o Governo Federal lançou o Programa Brasileiro da Qualidade e Pro- dutividade do Habitat (PBQO-H), onde os principais objetivos eram a moderni- zação e uso de tecnologias no setor. Além desse programa também existe o SiAC, um sistema que avalia se as construtoras estão de acordo com as normas ISO 9000. Também existem os Organismos de Certi- ficação de Obras (OCOs), esses têm como finalidade certificar a qualidade de uma empresa em diferentes níveis, mas antes de obter essa certificação, a construtora precisa provar para um OCO, que ela já possui um determinado nível de qualidade. Qualidade em serviços da saúde Não é fácil fazer a gestão de um hospital, pois além de contar com uma di- versidade de especialistas, procedimentos, turnos de trabalho, acaba lidando com a saúde de seus clientes. É muito difícil de- finir a qualidade nesse tipo de serviço, mas os clientes geralmente esperam bons mé- dicos e enfermeiros, equipamentos moder- nos, quartos limpos e confortáveis, preços justos, informações claras sobre remédios/ tratamentos e diagnósticos precisos. Mas não é suficiente dizer que o hospital tem qualidade, o paciente precisa melhorar. Então, para que se possa saber se realmente o serviço será bom, foram criados alguns programas no Brasil que certificam a qualidade de bons hospitais. Em 1998, foi criado o Programa Nacio- nal de Avaliação de Serviços Hospitala- res (Pnash), cujo objetivo é pesquisar se os clientes de hospitais estão satisfeitos. Em 2005 o Pnash passou a ser chamado Programa Nacional de Serviços da Saúde (Pnss). Ainda assim, os hospitais que se interessarem, podem buscar certificações de qualidade como a ISO 9000. Qualidade no serviço público 47FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Os serviços públicos evoluíram mui- to no quesito qualidade, pois mesmo não tendo a competitividade como fator in- fluenciador tinham a eficiência e economia como maior motivador para a realização de melhorias. Um bom exemplo é a declaração de imposto de renda anual. Essas eram feitas à mão e demandavam uma grande quantidade de funcionários para digitar e computar os dados. Além dos erros, a restituição chegava a demorar anos e era mais difícil identificar os sonegadores de impostos. O sistema online trouxe uma economia de dinheiro e tempo. Vejamos algumas estratégias que o governo federal adotou para estimular a gestão da qualidade no serviço público: • Programa Nacional de Gestão Pú- blica e Desburocratização (GesPú- blica) – Criado em 2005, o objetivo é promover a gestão de serviços pú- blicos de qualidade. • Modelo de Excelência em Ges- tão Pública (MEGP) – Criado em 1990, onde o objetivo era servir de exemplo para instituições públicas, prestadoras de serviços de qualidade. • Prêmio Nacional de Gestão Pública – Criado em 1998, onde o objetivo é premiar empresas públicas com serviços de qualidade. Revisão Neste capítulo observamos as visões e até mesmo algumas especificações da qualidade dependendo do setor econô- mico. Afinal, realmente fica mais fácil observarmos a qualidade quando há algo tangível, na indústria por exemplo. Mas já parou para pensar como avalias a qualidade quando está numa consulta médica? Ou cortando o cabelo? Pois é, a qualidade se manifesta de diversas formase em todos os setores. E ao final desse capítulo gostaria de convidá-los a algu- mas reflexões que visam auxiliar nossa aprendizagem sobre os temas propostos até o momento. Então, solicito que reflitam sobre as seguintes questões: • A visão mais clássica da qualidade foi instituída em qual setor? • Como a qualidade se manifesta especificamente na in- dústria em geral? • Como a qualidade se manifesta em Serviços? • Como a qualidade se manifesta no comércio? • Que outros setores têm definições e práticas muito es- pecíficas? 49FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE AS NORMAS E CERTIFICAÇÕES Como as normas e certificações como a ISO 9001 estão ligadas a qualidade? É muito comum quando perguntamos a alguém sobre o que ela entende por qualidade a primeira coisa que vem a cabeça é “ISO” e de fato a I S O 9001 tem um papel funda- mental na disseminação do conceito e na prática da qualidade nas organizações. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa norma espe- cificamente, mas também sobre o que afinal são essas normas e as certificaçoes. Normatização da Qualidade De Acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2015), normatização é a atividade que es- tabelece, com relação a problemas já existentes ou potenciais, normas relacionadas a utilização comum e repetitiva, para obtenção de uma ótima ordem em um dado contexto. 50FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE O objetivo da normatização dos sistemas de gestão de qualidade é criar um critério único para a compreensão e aceitação. A normatização está presente no desenvolvimento de produtos, na transfe- rência de tecnologia, no aprimoramento da qualidade de vida e na prestação de serviços, por meio de normas relaciona- das a qualidade, à segurança, à saúde e a preservação do meio ambiente. ISO ISO é uma sigla derivada do inglês (International Organization for Standar- dization), e significa Organização Na- cional de Normatização. A ISO é uma organização não governamental, e sua sede se situa em Genebra (Suíça), estando pre- sente hoje em 157 países, cujo objetivo é desenvolver e promover padrões de apro- vação mundial, através da normatização de produtos e serviços, onde a qualidade desses venha a ser sempre aprimorada. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) representa o Brasil nessa orga- nização. Atuante em diferentes seguimentos, a ISO pode ser utilizada tanto para normas e especificações de produtos e matérias- -primas, até sistemas de gestão em todas as áreas. Hoje existem mais de 11 mil normas internacionais, e as séries mais conhecidas são ISO 9000 e ISO 14000. Existem 180 comitês técnicos da ISO e cada um é responsável por uma área em particular que engloba todos os setores da indústria. Com exceção dos relaciona- dos, a engenharia elétrica e eletrônica são de responsabilidade de outra comissão. Normas ISO 9000 Em 1987 foram lançadas as nor- mas da série ISO 9000, onde o propósito era indicar o rumo para as empresas im- plementarem um sistema de qualidade, e assim fornecer produtos de acordo com as necessidades dos clientes. A família de normas ISO 9000 in- dicam requisitos que ajudam a: • Aprimorar processos internos; • Ter pessoas mais capacitadas; • Gerenciar do ambiente de trabalho; • Avaliar a satisfação do cliente, equi- pe e fornecedores. Com a primeira versão, foram cria- das três normas, a ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003, e estas eram sujeitas a certi- ficação. A ISO 9000 era uma espécie de modelo para a escolha da norma que mais se adequasse ao formato da empresa. Após três anos, a ABNT publicou a primeira versão da série ISO 9000 no Bra- sil e esta foi nomeada como NBR 19000. Logo em seguida, após revisão ela passou a ser NBR ISO 9000. As normas ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003 serviram como referenciais para certificação. Já as versões de 1994 51FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE das normas ISO 9002 e ISO 9003 foram consolidadas na ISO 9001 versão 2000. ISO 9000: 1987 Primeira versão baseada na norma britânica BS 5750. ISO 9000: 1994 A versão 1994 buscou dar preferências a ações preventivas mantendo a mesma estrutura da versão anterior e criando mais requisitos (20 no total). ISO 9001: 2000 A versão 2000 da norma ISO 9000 apresenta uma me- todologia na qual se baseiam todas as outras normas de gestão. Nessa versão, a estrutura foi alterada e um novo modelo foi criado, englobando e reorganizando três divisões (ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003) das versões anteriores em um só formato, a ISO 9001. ISO 9001: 2008 Em 2005 foi divulgada uma versão da ISO 9000, a qual relata os fundamentos do sistema de gestão de qualidade, e esses estabelecem o objetivo da família ISO 9000 e os termos relacionados. As normas ISO 9001e ISO 9004 constituíram a versão 2000. A versão 2008 foi criada para ter mais compatibilidade com a família das normas ISO 14000, e essas mudanças me- lhoraram as traduções e consequentemente as interpretações. A ISO 9001 está estruturada a partir de oito fundamentos: 1. Foco no cliente. 2. Liderança. 3. Gestão de pessoas. 4. Abordagem por processos. 5. Visão sistêmica. 6. Melhoria contínua. 7. Decisões baseadas em fatos. 8. Parceria com fornecedores. No quadro seguinte apresentamos um resumo dos requi- sitos existentes na ISO 9001: 2008. 52FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Requisitos Interpretação Requisitos Gerais Define e descreve como a organização deve estabelecer, documentar, implantar e manter um sistema de gestão de qualidade. Requisitos de documentação Estabelece quais documentos devem compor o sistema de gestão de qualidade, que deve incluir: política da qualidade, manual da qualidade, procedimento documentados e registros, bem como sua abragência. São dadas as diretrizes para elaboração do manual da qualidade e para o controle de documentos e registros. Comprometimento da direção Estabelece como deve ser o comprometimento da alta direção com o desenvolvimento , a implementação e a melhoria contínua do sistema de gestão. Foco no cliente Requisistos do cliente devem ser determinados e atendidos. Política da qualidade Institui as diretrizes para estabelecer as políticas de qualidade. Planejamento Estabelecimento dos objetivos da qualidade e planejamento do sistema de gestão da qualidade. Responsabilidade, autoridade e comunicação Define as responsabilidades e autoridades, em especial a responsabilidade do representante da direção. Define como deve ser a comunicação relativa à eficácia do sistema de gestão. Análise crítica pela direção Estabelece como deve ser realizada a análise crítica de sistema pela alta administração e quais devem ser determinados e providos. Provisão de recursos Os recursos para implementar e manter o sistema gestão e para aumentar a satisfação dos clientes devem ser determinados e providos. Recursos humanos As pessoas que executam as atividades que afetam a conformidade do produto devem ser competentes, com base em educação, treinamento, habilidade e experiência. Recursos para treinamentos devem ser providos. Deve-se avaliar a eficácia dos treinamentos efetuados. 53FUNDAMENTOS, METODOLOGIA EFERRAMENTAS DA QUALIDADE Infraestrutura A organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura para alcançar a conformidade com os requisitos do produto, e essa infraestrutura inclui: edíficios e instalações, equipamentos e serviços de apoio. Ambiente de trabalho Deve-se determinar o ambiente de trabalho necessário para alcançar a conformidade com os requisitos dos produtos Planejamento da realização do produto Estabelece como deve ser feito todo o planejamento do produto, devendo ser consistente como os requisistos de outros processos do sistema de gestão. Processos relacionados a clientes Os requisitos especificados pelo cliente (declarados ou não declarados) devem ser determinados, assim como os requisitos estatutários e adicionais.
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