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BRONQUIOLITE E LACTENTE CHIADOR BRONQUIOLITE DEFINIÇÃO ● Primeiro episódio de sibilância no lactente. ● Se restringe a faixa etária abaixo de 2 anos. EPIDEMIOLOGIA ● Padrão sazonal, mais comum no período de outono. ● Pico: 2-5 meses. ● Importante morbimortalidade. ● 1% requer internação. ● Datasus (2008-2015): ↑ 49% taxas de hospitalização. ● 90% de infectam até 2 anos. FATORES DE RISCO ● Prematuridade. ● Cardiopatias congênitas. ● Imunossuprimidos. ● Pneumopatias crônicas. ● < 12 meses de vida. ● Gênero masculino. ● Tabagismo. ● Síndrome de down. ETILOGIA ● 80%: vírus sincicial respiratório (VSR). ● Outros agentes: parainfluenza/influenza, rinovírus, metapneumovírus, bocavírus e coronavírus. VSR ● Paramyxoviridae. ● Pneumovirinae. ● Tipo A e B. ● Glicoproteínas P e F. ● Período de incubação de 2 a 8 dias. ● Transmissão por contato com secreções. FISIOPATOGENIA ● Acomete as vias aéreas superiores. ● A inflamação local causa a produção de muco e acúmulo de células degeneradas, levando ao estreitamento dos bronquíolos. ● Não se usa broncodilatador pois o estreitamento da passagem é devido a secreção. QUADRO CLÍNICO ● 2-3 dias: parece uma IVAS comum. � A criança começa com coriza, tosse, pode aparecer com febre ou não. ● Piora no 5° dia. � O vírus chega nos bronquíolos, aparecendo sinais de desconforto respiratório. ● Sinais variados de desconforto respiratório. � Tiragem intercostais, ausculta ruidosa. ● Ausculta pulmonar: sibilos ou estertores. � As secreções podem gerar colabação, gerando os ruídos. ESCORES CLÍNICOS ● Escore de Tal modificado: ● Instrumento de avaliação de desconforto respiratório (RDAI): ● Avaliação da gravidade da bronquiolite viral aguda: COMPLICAÇÕES ● Normalmente evolui de forma limitada em até 2 semanas sem complicações. ● Insuficiência respiratória aguda. ● Atelectasia. � Raio X com pinçamento dos arcos intercostais. ● Alterações cardíacas. ● Distúrbios hidroeletrolíticos. ● Bronquiolite obliterante. ● Co-infecção. � Associação de vírus causando bronquiolite ou até mesmo bactérias. EXAMES COMPLEMENTARES ● Diagnóstico clínico. ● RX de tórax. � Para avaliar complicações e para descartar diagnósticos diferenciais. ● Hemograma/PCR/HMC. � Mais em casos de internação, HMC para descartar diagnósticos diferenciais. ● Teste rápido (swab nasofaringe). � PCR. � Imunofluorescência/imunocromatografia. TRATAMENTO ● Quanto menos, melhor! ● Todo paciente com saturação menor que 90% não recebe alta, é feito algum tipo de suporte. ● Medidas não farmacológicas: � Suporte (aporte hídrico). � Se tiver uma FC acima de 70, normalmente mantem o paciente em soro ou sonda para não haver broncoaspiração. � Fisioterapia. ● Medidas farmacológicas: Oxigenoterapia. ÚNICA UTILIZADA!!!!! � Β-2-agonistas inalatórios. � Adrenalina inalatória. � Corticosteroides. � Salina hipertônica 3% � Ribavirina. PREVENÇÃO ● Imunoglobulina IgG 1 anti-proteína F. � Palivizumabe (Synagis). � Dose: 15mg/kg � Via: intramuscular. � Esquema de uma dose mensal (5 meses). � Fornecido pelo CRIEs. ● Indicações do Palivizumabe: � Prematuros < 29 semanas de IG (1 ano). � DPC ou DPB (2 anos). � Cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica (2 anos). � PREVENÇÃO. SBP: até 32 semanas (6 meses). SÍNDROME DO LACTENTE SIBILANTE DEFINIÇÃO ● 3 episódios de sibilância no último ano ou episódio único de sibilância com duração de 1 mês. � Sendo os 3 episódios consecutivos ou não. ● É um diagnóstico sindrômico. EPIDEMIOLOGIA ● Prevalência de sibilância episódica no 1° ano: 27,1 – 63,6%. ● Prevalência de sibilância recorrente: 11,8-36,3% (Dados do EISL – Estudio Internacional de Sibilancias em Lactantes). ● Maior morbimortalidade nos sibilantes recorrentes. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ● Fibrose cística. ● Imunodeficiência. ● Traqueobroncomalácia. ● Displasia broncopulmonar. ● Fístula traqueoesofágica. ● DRGE. ● Cardiopatia congênita. ● Discinesia ciliar primária. ● Anel vascular. ● Síndrome de Loffler. ● Bronquiolite obliterante. ● Asma. ● Hipertrofia adenoideana. ● Rinossinusite. ● Aspiração de corpo estranho. ● Cistos broncogênicos. FENÓTIPOS ● Sociedade Européia de Doenças Respiratórias (2008): � Lactentes e pré-escolares sibilantes pós-infecções virais. � Sibilantes por múltiplos desencadeantes PAPEL DOS PATÓGENOS ● Vírus indutores de sibilância: VSR e Rinovírus. ● Bactérias: � Germes atípicos (Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae). � Colonização por Moraxella, H.influenzae e pneumococo. PAPEL DAS ALERGIAS ● Atopia: história pessoal e familiar. ● Coorte de Tucson (*atopia materna). ● Sensibilização precoce aos aeroalérgenos. ÍNDICES PREDITIVOS DE ASMA DIAGNÓSTICO DE ASMA NO PRÉ-ESCOLAR/LACTENTE ● 3 ou mais episódios de sibilância ao ano na ausência de IVAS; ● Pais e/ou irmãos usaram broncodilatador em algum momento da vida; ● Dispneia, sibilância e tosse noturna desencadeadas por exercícios físicos ou gargalhadas, exposição aos aeroalérgenos, na ausência de IVAS; ● Resposta ao broncodilatador inalatório documentada por médico. ● Controle dos sintomas após prova terapêutica com corticosteroide inalatório por 2-3 meses, com subsequente piora após suspenção. EXACERBAÇÃO ABORDAGEM ● Tratamento de exacerbação x manutenção/profilaxia. ● Educação e orientação: técnica inalatória. � SABA: sabutamol. � Sempre tenta manter o corticoide em dose mínima. � LABA: broncodilatador de duração longa. � Usar acima de 5 anos. � LAMA: antimuscarinicos de ação longa. � Atrovent � Na prática se usa mais o HFA, dipropionato de beclometasona. PREVENÇÃO ● Prevenção primária: � Aleitamento materno. � Prebióticos. � Probióticos. � Imunoterapia na gestante. CASO CLÍNICO ● ID: A.S.P., menina, 5 meses, branca, procedente de Lençois Paulista-SP ● QD: tosse e cansaço há 4 dias ● HDA: há 4 dias, iniciou com tosse seca esporádica, coriza hialina e febre de até 37,8 graus a cada 6h, associados com inapetência (só aceita mamar). Hoje cedo, a mãe acha que ele começou a “chiar o peito”. Nega vômitos, alterações do HI ou HU. Está fazendo uso de nebulização com SF0,9% e lavagem nasal com conta gotas (1x/dia). ● AP: RNT, AIG, parto vaginal sem intercorrências. PN 3200g, CN 48cm, IG 38s3d, PC 34cm, APGAR 9/10/10 Peso de alta: 3000g (48hv) Iniciou aleitamento materno na 1ª hv, porém mãe foi orientada pela avó a ofertar FI de partida, pois “o leite dela não estava sustentando”! ● Vacinação atualizada, checada na Caderneta da Criança ● DNPM adequado: � Firmou pescoço aos 2 meses � Já está rolando no berço � Iniciando sentar-se, com apoio � Fala: sons guturais � Aceita colo de todos ● Higiene Mental/Sono: � Dorme no berço, ao lado da cama dos pais � Usa chupeta apenas para dormir � Usa mamadeira com bico ortodôntico BPA free � Dorme 6h de madrugada (acorda 2x para mamar) � Cochilo de 2h na tarde ● AF: Pais atópicos (mãe teve bronquite na infância até 8 anos); Pai com rinite alérgica Irmão (3 anos): tem dermatite atópica ● EF da admissão: BEG, corada, hidratada, taquidispneica, aaa. FANT FR = 52 ipm / FR = 110 bpm / SatO2 = 93% ar ambiente / PESO = 9,2 kg Pele: ndn Oroscopia: discreto enantema de orofaringe Otoscopia: sem alterações MV+ nd com roncos difusos, sibilos expiratórios esparsos e crepitações finas bibasais, com TIC + TF + TSD leves 2 BRNF sem sopros. Abdome globoso, RHA+, indolor, normotenso, fígado palpável a 3 cm abaixo do RCD na LHCD; baço NPNP; ausência de MPP; som timpânico globalmente distribuído Pulsos periféricos cheios, TEC<3seg ● HD: � INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA � BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA � PNEUMONIA � SÍNDROME GRIPAL/ COVID-19 ● CD na Emergência Pediátrica: � Nebulização com SF0,9% 5 ml + Berotec 3 gotas (20/20 minutos na 1ª hora) � Metilprednisolona 1 mg/kg (EV) � CNO2 1 L/min -> SatO2 96% aa, com TIC leve � Internação na Enfermaria
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