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Neuroanatomia ✎ O sistema nervoso central é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, enquanto o periférico é composto pelos nervos, podendo ser dividido em SNP somático e autônomo, sendo que esse último ainda se ramifica em simpático e parassimpático. Encéfalo: ✎ O encéfalo corresponde ao cérebro com sua parte mais externa e interna – telencéfalo e diencéfalo –, o tronco encefálico – composto pelo mesencéfalo, ponte e bulbo – e o cerebelo. Vale ressaltar que o diencéfalo corresponde ao tálamo (conduz impulsos sensitivos, provenientes de outras áreas do encéfalo e da medula, ao córtex), hipotálamo (importante para a hemostasia) e o epitálamo (possui glândula pineal, produtora de melanina). ✎ As estruturas do encéfalo são protegidas por membranas (meninges), líquido (líquor) e a estrutura óssea. ✎ O cérebro é dividido a partir a fissura longitudinal em dois hemisférios (direito e esquerdo) que são conectados através do corpo caloso. Ademais, na região do córtex possui uma substância cinza, onde se localiza os sulcos e giros, e a região subcortical possui uma substância branca. ✎ O cérebro também é dividido em lóbulos, sendo eles: lobo frontal, parietal, occipital e temporal. ✎ Os sulcos mais importantes são o sulco central – que separa o lobo frontal do parietal –, o sulco parietoccipital – que delimita o lobo parietal e o occipital – e o sulco lateral – que fica entre o lobo temporal e o frontal. ✎ Os giros de destaque são o giro pré central – que se localiza antes do sulco central e contém a área motora primaria – e o giro pós central – que se encontra após o giro central e corresponde a área somatossensitiva primaria do córtex cerebral. ✎ A ínsula é uma estrutura mais profunda que não é visualizada na superficie do encéfalo, pois se localiza no interior do sulco lateral; ela faz parte do sistema límbico, o qual é responsável pelo controle das emoções. ✎ O corpo caloso corresponde a uma comissura, uma ponte que leva e traz informações de um hemisferio para outro. Alem disso, é contornado por um giro chamado de giro do cíngulo/cingular. ✎ Na região inferior do lobulo frontal é encontrado o giro reto, enquanto no lobulo temporal medial há uma estrutura chamada de uncus. Já próximo ao hipocampo, localiza-se o giro para-hipocampal, e posteriormente o giro occipitotemporal lateral e medial, que vai do lobulo temporal ao occipital. ✎ Na região da substancia branca, encontra-se axônios mielinizados agrupados em três tipo de tratos: tratos de associação (conduzem impulsos entre os giros de um mesmo hemisferio), tratos comissurais (conduzem impulsos entre giros de hemisferios diferentes), e tratos de projeção (faz a comunição de impulsos com as partes inferiores do SNC). Medula Espinhal: ✎ A medula espinal é um tubo cilindrico de tecido nervoso, que se inicia logo abaixo do bulbo. Ela possui a função de transmitir informações do encéfalo para a periferia do corpo e é resonsavel por coordenar atividades musculares e reflexos. ✎ A medula espinal passa através do canal vertebral, o qual é formado a partir da união de vários forames vertebrais presentes nas vértebras e é um mecanismo de proteção junto ao líquor e as meninges. ✎ Entre a meninge dura-mater (mais externa) e o canal vertebral existe a cavidade epidural/peridural, a qual possui um tecido adiposo e conjuntivo que auxilia a proteção da medula. ✎ A medula se inicia na altura do forame magno do crânio e vai até aproximadamente a segunda vértebra lombar (L2), sendo que em algumas partes – como na cervical e na lombar – ela possui intumescências (partes mais largadas). ✎ A intumescência cervical é onde partem os nervos que vão enervar os membro superiores, formando o plaxo braquial. Ademais, a intumescência lombar/lombo-sacra é o local onde saem os nervos responsáveis por enervar os membros inferiores e formar o plexo lombossacro. ✎ Os nervos que saem da parte final da medula se projetam por dentro do canal vertebral, formando uma estrutura chamada de cauda equina, enquanto no final da medula é formado uma estrutura cônica denominada cone medular, que termina entre a L1 e L2.. ✎ A medula é dividida em duas metades, dada anteriormente pela fissura mediana anterior, e posteriormente pelo sulco mediano posterior. ✎ A parte interna da medula possui uma substância cinzenta no formato de H ou borboleta, circundada por uma substância branca. No centro da comissura cinzenta, encontra-se o canal central, o qual consiste em um pequeno espaço que contém líquido cerebrospinal. ✎ A parte posterior do H, possui duas pontas mais finas, denominadas cornos posteriores e recebem os neurônios sensitivos vindo dos nervos periféricos; enquanto os cornos anteriores, nos quais partem os neurônios motores até os periféricos. ✎ A região da subtância branca é organizada em colunas/funículos: anterior, posterior e laterais. Nervos e gânglios: ✎ Os gânglios nervosos são corpos de neuronios localizados fora do SNC. ✎ Os nervos podem partir do encéfalo – nervos cranianos – ou da medula – nervos espinais. Vale ressaltar que cada par de nervo craniano (total de 12 pares) recebe um nome relacionado as estruturas que serão enervadas, e um algarismo romano relacionado com a posição anatômica. ✎ Os nervos são: o olfatório, o óptico, o oculomotor, o troclear, o trigêmeo, o abducente, o facial, o vestíbulo coclear, o glossofarígeo, o vago, o acessório e o hipoglosso. ✎ Quando se trata de nervos espinais é encontrado 31 pares, e são agrupados de acordo com a região da coluna que é localizado. Logo, são 8 pares de nervos cervicais, 12 pares de nervos toraxicos, 5 pares de lombares, 5 pares de sacrais e 1 coccígeos. ✎ Os nervos saem da medula através dos cornos anteriores e posteriores, sendo que antes de ocorrer a união desses dois “caminhos”, eles são chamados de raízes nervosas, sendo que a raiz posterior é sensitiva e a anterior é motora, e quando se unem formam um nervo misto. Vale ressaltar que a raiz posterior possui um gânglio denominado de gânglio sensitivo ou gânglio sensintivo do nervo espinal. Potencial de Ação: ✎ Os canais iônicos se abrem e fecham devido a presença de comportas – região da proteína que que se move para selar ou abrir o canal. ✎ Há quatro tipos de canais: canal de vazamento, que funciona de forma aleatória; canal ativado por ligante, que se da a partir de um estímulo químico; canal mecanoativado, que parte de um estímulo mecânico; e canal dependente de voltagem, que funciona em resposta a uma diferença de voltagem. ✎ As células nervosas possuem uma diferença de voltagem na membrana plasmática, a partir da diferença da concentração de íons carregados positivamente ou negativamente no meio interno e externo. ✎ É chamado de potencial de repouso da membrana quando a célula nervosa se encontra com o meio intracelular carregado mais negativamente que o meio extracelular. ✎ O sódio e o potássio são dois íons importantes nesse processo, sendo que no repouso – quando a célula não está recebendo estímulo – o seu interior tem uma maior concentração de potássio, enquanto a parte externa possui maior concetração de sódio. ✎ Na membrana celular há uma proteína responsável pela manutenção do potencial de membrana, através do transporte ativo de três sódios para fora da célula e dois potássios para dentro da célula. Esse processo é chamado de bomba de sódio e potássio. ✎ O potencial de repouso do neurônio é comum ser aproximadamente -70mV, mas pode variar. ✎ Quando uma célula nervosa recebe um estímulo, os canais de sódio se abrem e o sódio passa por difusão para dentro da célula, dado que ele vai do maio mais concentrado para o menos concentrado. A partir disso, o meio intracelular que estava negativo, passa a ficar menos negativo até atingir uma voltagem limiar – geralmente acima de -55mV –, é entãoque outros canais de sódio se abrem e uma quantidade de sódio entra na célula de forma abrupta, invertendo a sua polaridade. Esse processo é chamado de despolarização. ✎ Nesse momento os canais de Na+ se fecham e os canais de K+ se abrem. Assim, o potássio, por difusão, vai de dentro para fora da célula, tornando o potencial menos positivo. Esse processo é chamado de repolarização. ✎ Os canais de K+ demoram fechar, o que provoca a hiperpolarização (pós hiperpolarização), deixando o potencial mais negativo do que no estado de repouso, cerca de -90mV. ✎ Com isso, a Bomba de Na+ e K+ fica encarregada por restaurar o potencial de repouso. Esse processo de alteração de potencial de membrana é o chamado de Potencial de Ação. ✎ Na Bomba de sódio e potássio (transporte ativo) a transferência de sais se dá através de uma proteína carregadora chamada de ATPase, que possui três sítios destinados ao Na+ e dois sítios para o K+. Essa proteína quebra um ATP, o qual vai ter um fosfato incorporado na membrana e essa ligação é responsável pelo fechamento da proteína no lado interior (retirada do Na+ e liberação do K+) e abertura da proteína do lado exterior (liberação do Na+ e retirada do K+). ✎ Esse processo vai fazer com que o potencial de repouso seja estabelecido novamente, deixando o meio intracelular negativo e o extracelular positivo. Neurotransmissores: ✎ O neurotransmissor é uma substância química localizada na fenda sináptica, e é responsável por fazer a comunicação entre neurônios, na forma de sinalizador, podendo excitar ou inibir o neurônio. ✎ A acetilcolina (ACh) é um tipo de neurotransmissor exitatório em algumas sinapses, como na ligação de ACh com receptores ionotrópicos, que resulta na abertura de canais catiônicos – despolarização da célula. Entretanto, ela também pode ser inibitória, quando se liga a receptores metabotrópicos provocando a abertura de canais aniônicos. ✎ Existem vários aminoácidos que são neurotransmissores, como o glutamato (ácido glutâmico) e o asparato (ácido aspártico), os quais possuem caráter exitatório, abrindo canais catiônicos. Além desses aminoácidos, há o ácido gama-aminobutírico (GABA) e a glicina, os quais têm funções inibitórias, dado que abrem os canais de cloro (CL-) e favorecem a hiperpolarização. ✎ O óxido nítrico (NO) e o monóxido de carbono (CO) são neurotransmissores exitatórios, com ação curta e imediata, dado que não é armazenado nas vesículas sinápticas. ✎ Os neurotransmissores compostos por 3 a 40 aminoácidos ligados, são chamados de neuropeptídios, e podem possuir ação inibitória ou exitatória dependendo do seu receptor na sinapse. ✎ A norepinefrina, serotonina, epinefrina (adrenalina) e dopamina são exemplos de aminas biogênicas (aminioácidos descarboxilados), e podem atuar de maneira inibitória ou exitatória, dependendo do tipo de receptor na sinapse. Por exemplo, a dopamina ligada ao receptor D2 é inibitória, mas quando ligada ao D1 é exitatória. Outro caso, é a serotonina ligada ao 5HT1 que é iibitória, e ligada ao 5HT4 é exitatória. ✎ A noradranalina atua no despertar, nos sonhos e na regulação do humor; já a epinefrina é pouco utilizada como neurotransmissor, pois sua atuação maior é como hormônio. Ademais, a dopamina gera respostas emocionais e experiências agradáveis; e a serotonina atua no controle do humor, apetite, percepções sensoriais, entre outros. Sinapses Químicas e Elétricas: ✎ A sinapse é a região de comunicação entre um neurônio e outro. ✎ Na sinapse química os neurônios se aproximam mas não se tocam, sendo que o neurônio localizado antes da sinapse (aquele que passa a informação) é chamado de neurônio pré sináptico. Já o neurônio que vai receber a informação é denominado neurônio pós sináptico. Vale ressaltar que as sinapses químicas são unidirecionais. ✎ O espaço entre os dois neurônios é chamado de fenda sináptica, enquanto as terminações dos neurônios pré sinápticos são conhecidos comos botões terminais. ✎ Essas sinapses acontecem a partir da atuação dos neurotransmissores nas fendas sinápticas, fazendo a comunicação entre os neurônios. Sendo que de início esses neurotransmissores são armazenados em vesículas sinápticas posicionadas nos botões terminais. ✎ Quando o potencial de ação chega no botão terminal, canais de cálcio voltagem dependentes irão se abrir, permitindo que – por difusão – o cálcio entre no neurônio pré sináptico. Com a entrada desse íon, as vesículas se deslocam para a membrana pré sináptica e liberam os neurotransmissores na fenda sináptica por exocitose. A partir disso, esses neurotransmissores se ligam a receptores específicos, localizados na membrana do neurônio pós sináptico. ✎ À medida que os íons passam pelos canais abertos, a voltagem da membrana se modifica. Esta mudança na voltagem é chamada potencial pós-sináptico. ✎ Dependendo de quantos íons caibam no canal, o potencial pós-sináptico pode ser despolarizante (excitação) ou hiperpolarizante (inibição). Por exemplo, a abertura de canais de Na+ permite a entrada de Na+, causando uma despolarização. Entretanto, a abertura de canais de Cl– ou de K+ causa uma hiperpolarização. ✎ Já no caso da sinapse elétrica, os neurônios estão muito próximos, conectados por proteínas chamadas de conexinas, as quais se unem formando canais que permitem a passagem de íons de um neurônio para o outro, sendo que essas junções são conhecidas como junções comunicantes ou do tipo GAP. Vale ressaltar que a sinapse elétrica não é unidirecional como a química. ✎ A sinapse elétrica acontecem em partes restritas do cérebro e possui velocidade extremamente rápida. Estrutura do Neurônio: ✎ As partes básicas de um neurônio são os dendritos, o corpo celular e o axônio. ✎ No corpo celular do neurônio é encontrado o seu núcleo (pericárdio ou soma), o qual é cercado por citoplasma e organelas celulares. ✎ Os dendritos são as porções receptoras de um neurônio e consistem em prolongamentos que se estendem a partir do corpo celular. ✎ O axônio é um projeção longa, fina e cilíndrica do corpo celular, e é responsável por propagar o impulso nervoso para outro neurônio, para uma fibra muscular ou para uma célula glandular. ✎ Há uma classificação dos neurônios quanto a sua estrutura, sendo eles: neurônios multipolares, os quais possuem vários dendritos e um axônio; neurônios bipolares, os quais possuem um dendrito principal e um axônio; e os neurônios unipolares, os quais têm dendritos e um axônio que se fundem para formar um prolongamento contínuo que emerge do corpo celular Referências: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Grupo GEN, 2016. 9788527728867. E- book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9 788527728867/. Acesso em: 10 ago. 2022. TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728867/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728867/