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PERITONITE INFECCIOSA FELINA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA 
Graduação Medicina Veterinária 
 
 
 
Beatriz Cardoso, Clara Del Rio, Elaine Rezende, Emanuelle Moreira, Emily Ramos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) 
Revisão Bibliográfica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contagem 
2022 
 
Beatriz Elias Cardoso 42014197 
Clara Del Rio Santos 42015844 
Elaine Rezende 42116001 
Emanuelle Moreira Antunes 42110390 
Emily Ramos Machado 42112477 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) 
Revisão Bibliográfica 
 
 
 
 
Trabalho da UC Medicina veterinária investigativa 
da faculdade UNA – Campus Contagem – esse foi 
elaborado com o objetivo de desenvolver a temática 
vinculada à Peritonite infecciosa felina (PIF) desde a 
etiologia da doença até o desenvolvimento do 
possível diagnóstico diferencial. 
 
Professor: Idelvânia Nonato e Maria da Glória 
Quintão 
 
 
 
Contagem 
2022
 
1 
 
Sumário 
1- Introdução 2 
2- Conceito 2 
3- Etiologia 2 
4- Fatores de risco 3 
5- Diagnósticos diferenciais 4 
6- Patogenia 4 
7- Sintomatologia 5 
8- Descrição macroscópica dos órgãos e sistemas 5 
9- Descrição microscópica (histopatologia) 7 
10- Tratamento e prevenção 8 
11- Considerações finais 9 
12- Referências bibliográficas 10 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1- Introdução 
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) está relacionada à contaminação viral felina, em 
razão da mutação do vírus coronavírus, no qual é caracterizado por desencadear uma resposta 
imunomediada e sistêmica no organismo acometido. Essa doença pode ser classificada como 
efusiva ou não efusiva, sendo que sua classificação irá variar de acordo com as lesões 
apresentadas (Addie & Jarret, 2006). 
Nesse sentido, na forma efusiva, essa contaminação viral está vinculada, 
principalmente, ao processo inflamatório que é desencadeado no peritônio e no pericárdio, 
sendo ambos caracterizados por uma membrana serosa que reveste os órgãos localizados na 
cavidade abdominal e o coração/grandes vasos, respectivamente, onde acontece polisserosite 
(efusão abdominal e torácica devido a vasculite) (Addie et al., 2009; Anjos et al., 2016). 
Ainda nesse contexto, na forma não efusiva, os órgãos da cavidade abdominal, cavidade 
torácica, olhos, sistema nervoso central e pele apresentam lesões granulomatosas ou 
piogranulomatosas (Pedersen, 2009). 
A transmissão da doença ocorre pelo contato oro-fecal e sua eliminação ocorre via 
fecal (Casagrande & Machado, 2016). A falta de sinais patognomônicos e a baixa 
sensibilidade e especificidade dos exames tornam dificultoso o diagnostico ante mortem da 
doença (Uliana et al., 2012). Essa ainda não possui cura e o tratamento realizado é de suporte 
(Barros, 2014), mas novos estudos têm mostrado resultados promissores em infecções in vitro 
e in vivo. 
2- Conceito 
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma patologia causada pela mutação do 
Coronavírus Felino (CoVF), que dá origem ao Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (VPIF) e 
que acomete gatos domésticos. Essa pode se manifestar de duas formas, efusiva e não efusiva, 
e os sinais clínicos irão variar de acordo com estas formas. A doença não possui cura e, por 
este motivo, o tratamento utilizado é de suporte. 
3- Etiologia 
O Coronavírus Felino (CoVF) é um vírus do gênero Coronavirus pertencente à família 
Coronaviridae, da ordem Nidovirales (Murphy et al., 1999), subgênero Alphacoronavirus 
(Lai & Holmes, 1996). Este vírus é um RNA de cadeia simples não segmentado e envelopado 
que infecta o trato respiratório e o trato gastrointestinal (Barros, 2014). 
3 
 
Existem diversas teorias com relação à mutação e desenvolvimento da Peritonite 
Infecciosa Felina. A teoria da mutação interna propõe que o CoVF sofre uma mutação viral 
in vivo e, assim, dá origem ao Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (VPIF), levando ao 
desenvolvimento da PIF por meio da disseminação de forma sistêmica através de monócitos e 
macrófagos (Rottier et al., 2005; Vennema et al., 1998). A segunda teoria, chamada de teoria 
da circulação de linhagens virulentas e avirulentas, propõe que existem duas linhagens 
distintas, sendo uma virulenta e outra avirulenta, e que os animais expostos e predispostos 
irão desenvolver a doença (Brown et al., 2009). Segundo Hora et al. (2013), ambas as teorias 
são admissíveis, sugerindo que o VPIF pode ter origem endógena e pode ser transmitido a 
outros gatos por se tratar de um biótipo virulento. 
Por último, ainda nesse sentido, a teoria da relação entre a resposta imune e a interação 
hospedeiro-vírus sugere que qualquer linhagem de CoVF pode dar origem à PIF, mas essa 
somente irá se desenvolver se alguns fatores relativos ao hospedeiro estiverem presentes, 
como, por exemplo, o nível de resposta imunológica baixo (Myrrha et al., 2011). 
Estudos mostram que, mesmo com o alto índice de exposição de gatos domésticos ao 
CoVF, a infecção por variantes do vírus da PIF é mais incomum (Kummrow et al., 2005). 
4- Fatores de risco 
Segundo Bisset et al. (2009) a patologia é mais comum em animais de até 24 meses, 
devido a uma imaturidade do sistema imune e por, muitas vezes, serem portadores de agentes 
patológicos como Giardia sp. que, de alguma forma, podem contribuir com a replicação do 
CoVF nos macrófagos ou em animais mais velhos, devido ao declínio da função imunitária, 
principalmente pela presença de comorbidades (Worthing et al., 2012). 
A espécie felina possui uma maior vulnerabilidade de ser acometida, uma vez que essa 
afecção está diretamente relacionada com os históricos de infecção vinculados ao vírus da 
imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV) uma vez que, ambos, 
tendem a cursar com a imunossupressão, fato que se destaca como fator central no 
desencadeamento patológico (McReynolds & Macy, 1997; Hoskins & Loar, 1993). 
Segundo Cave et al. (2004), felinos que convivem em grandes grupos têm o dobro de 
chance de serem portadores do CoVF, principalmente nos casos em que esses têm livre acesso 
à rua. Ademais, diversos outros fatores podem contribuir com o desenvolvimento da doença, 
como predisposição racial, gênero, estado reprodutivo e sazonalidade (Pesteanu-Somogyi et 
al., 2006; Casanova et al., 2010; Benetka et al., 2004; Rohrbach et al., 2001; Worthing et al., 
2012). 
4 
 
5- Diagnósticos diferenciais 
Após análise dos métodos de diagnósticos diferenciais, afirma-se que esse está 
relacionado diretamente ao diagnóstico convencional, mas nesse processo ocorrem 
comparações e exclusões de sinais clínicos, dinâmica realizada com o intuito de promover 
maior especificidade descritiva à patologia. O diagnósticoante mortem da doença é um 
desafio, principalmente nos casos em que a forma não efusiva está presente, visto que os 
sintomas são comuns a diversas outras doenças. 
A associação de exame físico, achados laboratoriais e de imagem é o método utilizado 
para a busca do diagnóstico da doença, mas a única maneira de realizar diagnóstico definitivo 
é pela histopatologia de tecidos coletados em necropsia ou biópsia. (Barlough & Stoddart, 
1990; Souza, 2003). 
O diagnóstico diferencial dá-se por febre de origem desconhecida, cardiopatia que 
causa efusão pleural, palpação, lesões de linfoma (rins), tumores no sistema nervoso central, 
doença respiratória (calicivírus felino, herpesvírus felino, clamidiose, entre outras bactérias), 
panesteatite e panleucopenia que produz enterite (Tilley & Smith Jr, 2003). 
Nos exames hematológicos e bioquímicos, pode ser observado uma anemia intensa, 
leucocitose, trombocitopenia, hiperproteinemia, hiperbilirrubinemia, aumento de ureia, 
creatinina, alanina aminotransferase e fosfatase alcalina. (Luz et al., 2018; Norsworthy et al., 
2004; Silva, 2013). 
Demais exames complementares podem ser utilizados para auxiliar diagnóstico da 
doença, como radiografia, ultrassonografia, o Teste de Rivalta, a imuno-histoquímica, ELISA 
(Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), Proteína C reativa (PCR) e análise do líquido 
cefalorraquidiano (nos casos de animais com sinais neurológicos) (Lewis & O’Brien, 2010; 
Sharif et al., 2010; Fischer et al., 2013; Pedersen, 2009; Uliana et al., 2012; Jericó et al., 
2015). 
6- Patogenia 
Em relação à patogenia da Peritonite Infecciosa Felina (PIF), infere-se que o 
desenvolvimento patológico se inicia durante a contaminação pelo Coronavírus felino, sendo 
que, essa etapa pode ocorrer pela ingestão, inalação ou inoculação direta desse. É importante 
destacar, ainda, que a contaminação viral pode ocorrer em razão da transmissão placentária 
(Carlton, 1995). O vírus da PIF se replica inicialmente nas células epiteliais do trato 
respiratório superior ou da orofaringe (Tilley & Smith Jr, 2003). 
5 
 
Dessa forma, em relação à PIF não efusiva, posteriormente, o vírus se replica, 
principalmente, nas criptas intestinais, logo em seguida ocorre à infecção dos macrófagos e a 
formação da resposta imunológica que irá promover a formação de imunocomplexos 
(associação de anticorpos e vírus). Essa associação irá se instalar no interior dos vasos 
sanguíneos e por consequência desencadear o processo inflamatório no endotélio vascular 
(vasculite), fato que acarreta o desenvolvimento de lesões e posteriormente o 
aparecimento/acúmulo do exsudato na cavidade abdominal e torácica. Já a PIF na forma 
efusiva, embora o processo inicial seja semelhante, a resposta imunológica é mínima, fato que 
acarreta o acúmulo mínimo de exsudato e a formação de granulomas. (Santos & Alessi, 2016) 
7- Sintomatologia 
 A sintomatologia está vinculada à interpretação do conjunto de sinais clínicos e 
achados laboratoriais que a patologia promove, sendo assim, a PIF se manifesta por meio do 
aumento de temperatura em razão do processo inflamatório, inapetência, emagrecimento 
progressivo, ascite, distensão abdominal e dispneia, principalmente relacionada à formação de 
efusões pleurais (Nelson, 2001). 
 Ademais, vinculado aos achados laboratoriais, afirma-se que há diminuição dos 
leucócitos, sendo notados principalmente através da linfopenia, neutropenia, e o aumento ou 
diminuição dos eritrócitos, caracterizados como policitemia e anemia, respectivamente. Já em 
relação ao exsudato, esse mantém coloração amarelada a marrom, em razão ao alto teor 
proteico e detém aspecto seroso, viscoso e mucinoso. Ademais há a presença de um exsudato 
granular branco-acinzentado sobre todas as superfícies serosas (Jones, 2000). 
8- Descrição macroscópica dos órgãos e sistemas 
Em relação à manifestação macroscópica da PIF, afirma-se que essa patologia acomete 
de forma generalizada os órgãos da cavidade abdominal e torácica. Dessa forma, essa está 
vinculada ao desenvolvimento de processos inflamatórios no peritônio (membrana de 
revestimento da cavidade abdominal), na pleura (membrana de revestimento da cavidade 
torácica), nos grandes vasos sanguíneos e/ou no pericárdio (membrana que reveste o coração). 
Destarte, é válido salientar que essa patologia é manifestada de forma efusiva/úmida, na qual 
se manifesta por meio do acúmulo de líquido e de forma não efusiva/seca, na qual se 
manifesta por meio da formação de nódulos (Santos & Alessi, 2016). 
A forma efusiva acomete cavidade torácica, espaço pleural, cavidade abdominal, saco 
pericárdico, cavidade peritoneal e/ou espaço subcapsular renal e a forma não efusiva afeta 
6 
 
rins, linfonodos viscerais, fígado, baço, pâncreas, parede intestinal, omento, pulmões, coração, 
trato gastrintestinal, sistema nervoso central, os olhos e a pele (Santos & Alessi, 2016). 
Ademais, em razão do desenvolvimento desses processos inflamatórios supracitados, é 
destacada macroscopicamente a presença de líquido (exsudato) nessas membranas, sendo que 
a característica desse pode variar de acordo com sua localização membranosa. Nesse sentido, 
na forma efusiva, esse exsudato presente nas cavidades abdominal e torácica, é caracterizado 
como viscoso, amarelado e translúcido, podendo estar associado a flocos de fibrina e no 
peritônio e na serosa parietal, esse é esbranquiçado com placas necróticas disseminadas 
(Santos & Alessi, 2016). 
Ainda nesse contexto macroscópico, na forma não efusiva, é observado nas 
membranas de revestimento, e por consequência nos órgãos abdominais, torácicos, nos 
grandes vasos e no coração a presença de lesões piogranulomatosas. Além disso, essas lesões 
podem ser observadas também ao longo do sistema nervoso central, especificamente nas 
leptomeninges, na substância branca periventricular e na medula espinhal. Ainda nesse 
contexto, a extensão ocular também pode ser comprometida, fato que pode acarretar aos 
quadros de uveíte, descolamento da retina, entre outras patologias secundárias (Santos & 
Alessi, 2016). 
 
 
Figura 1 - Cavidade abdominal: Líquido amarelado, viscoso e contendo fibrina. 
Fonte: Revista Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.5, p.905-911, set-out 2003. 
 
7 
 
 
Figura 2 - Peritonite infecciosa não-efusiva em felino. Cavidade abdominal, fígado com 
coloração alaranjada e bexiga acentuadamente repleta. 
Fonte: Laboratório de Patologia – UNICRUZ, 2017. 
 
 
Figura 3 - Peritonite infecciosa não-efusiva em felino. Rins, múltiplas áreas circulares 
brancacentas em superfície capsular. 
Fonte: Laboratório de Patologia – UNICRUZ, 2017. 
9- Descrição microscópica (histopatologia) 
Em relação à manifestação microscópica da PIF, afirma-se que as lesões serosas 
apresentam características fibrinosa, por meio do infltrado celular compostos, principalmente, 
por células de defesa (como linfócitos, neutrófilos, macrófagos e entre outros), recobertos por 
uma camada espessa de fibrina. Ademais, é importante destacar que essas lesões tendem a se 
desenvolverem ao redor das estruturas vasculares teciduais (Santos & Alessi, 2016). 
Além disso, vinculado a forma não efusiva, destaca-se a presença de piogranulomas e 
granulomas, (esses medem aproximadamente 0,2 mm), associados ao infiltrado inflamatório 
mononucleares, além da presença de processo inflamatórios relacionado aos vasos sanguíneos 
adjacentes (vasculite) (Santos & Alessi, 2016). 
 
8 
 
 
Figura 4 - Peritonite infecciosa não-efusiva em felino. Rim, infiltrado inflamatório 
focalmente extenso piogranulomatoso. HE, 20x. 
Fonte: Laboratório de Patologia – UNICRUZ, 2017. 
 
 
Figura 5 - Peritonite infecciosa não-efusiva em felino. Medula espinhal, sobre leptomeninges 
estendendo-se à substância branca, infiltrado inflamatório piogranulomatoso. Observa-se 
ainda vacuolização de substância branca com formação de esferoides axonais. HE, 20x.Fonte: Laboratório de Patologia – UNICRUZ, 2017 
10- Tratamento e prevenção 
O tratamento realizado é de suporte a fim de prolongar e garantir qualidade à vida do 
animal visto que a doença não possui cura (Hartmann, 2010). Nesse sentido, de acordo com o 
grau de desenvolvimento e tipo apresentado da doença, são utilizadas drogas 
imunossupressoras, interferon, antitérmicos, vitaminas, antibioticoterapia (em casos com 
infecções secundárias) e abdominocentese (quando necessário) (Casagrande & Machado, 
2016; Crivellenti & Borin-Crivelleti, 2015). 
A prevenção é realizada através de cuidados com a higine do ambiente em que o 
animal vive, devendo-se realizar constantemente a limpeza da caixa da areia, comedouros, 
bebedouros e cama do animal. Ademais, deve-se evitar que o animal saia de casa, a fim de 
9 
 
evitar o contato desse com ambientes e animais infectados. Também nesse sentido, ao ser 
introduzido um novo animal no ambiente em que residem outros animais, esse deve ser 
mantido em quarentena a fim de monitorar o surgimento de sinais clínicos da doença (Mota, 
2010). 
11- Considerações finais 
Em relação a Peritonite Infecciosa Felina (PIF), afirma-se que essa patologia é causada 
pela mutação do coronavírus felino e pode causar prejuízos a toda dinâmica morfofuncional 
da espécie felina. Sendo assim, é importante destacar que esse patógeno irá causar o processo 
inflamatório nos vasos sanguíneos (vasculite), fato que irá promover o aumento da 
permeabilidade vascular e posteriormente o desenvolvimento de lesões em órgãos e tecidos 
adjacentes. 
Sendo assim, a PIF pode ser manifestada de forma efusiva, no qual irá promover o 
acúmulo de líquido nas membranas de revestimento e nos órgãos adjacentes ou na forma não 
efusiva, no qual irá promover a formação e desenvolvimento de nódulos nos mesmos órgãos 
supracitados, como intestino, rim, baço, fígado, podendo atingir também os olhos e a medula 
espinhal. Destarte, as instalações dessas lesões irão comprometer o desempenho histológico 
em geral, fato que irá promover prejuízos a toda dinâmica morfofisiológica desses. Ademais, 
a PIF não possui sinais específicos, sendo com frequência diagnosticada tardiamente. O 
método padrão ouro para diagnóstico ante mortem e post mortem é a histopatologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
12- Referências bibliográficas 
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