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AD2- Imagem, Cult e Tecnologia - 2021 2

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD	
Disciplina de Imagem, Cultura e Tecnologia
Avaliação a Distância (AD2) 2021-2
Nome:						Matrícula: 			
Polo: 					
A Cultura, como já abordado em nossas aulas, pode ser entendida como sendo o conjunto de práticas que uma sociedade estabelece como comum a todos os sujeitos que dela fazem parte compostas por vários elementos, e que deveriam expressar nossa verdadeira identidade e nos unir enquanto povos pertencentes a uma mesma origem. Contudo, não é o que acontece na prática, ademais após os avanços tecnológicos.
É indiscutível que a tecnologia traz benefícios para as variadas esferas sociais, e um exemplo claro disso é a evolução da medicina; porém, não devemos deixar de pensar nos impactos que esses “atrativos” lançam na sociedade, como a enxurrada de informações às quais estamos expostos. Os variados aparelhos tecnológicos em consonância com a Computação Gráfica, por exemplo, e técnicas diversas, facilitam o desenvolvimento e aprimoramento da imagem de modo rápido e abrangente, tendo espaço cada vez mais relevante em nosso meio. 
Na atualidade, a mídia eleva-se cada vez mais, lançando-se a todos as pessoas, independente de sua faixa etária. Essa cultura dominante da mídia instaura modelos e regras na sociedade, fazendo um grande número de pessoas enxergarem o mundo apenas através de suas lentes, ou seja, faz com que as pessoas fiquem em suas bolhas, ocasionando alterações em suas condutas, substituindo crenças, comportamentos, opiniões, no passo que atribui novos sentidos de valores e novas verdades, alterando ainda a subjetividade dos sujeitos.
O curta-metragem “Cores e Botas” e o artigo “Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais, experiência dialógica e processos de identificação” de Mailsa Carla, nos apresentam alguns desses processos de manipulação midiáticos e os problemas advindos do mesmo, como a escassez de diversidade na cultura midiática, que afeta não só um indivíduo, mas as demais pessoas a sua volta. A questão do mérito não ser suficiente também é colocado, onde o sonho de Joana de ser Paquita é interrompido através das zombarias e risos de colegas e professoras, demonstrando que o mérito em si não é fundamental naquele momento, mas que as características físicas “falam” mais, e que o branco é o “padrão social”, e quem é “diferente”, é excluído. 
No artigo, a autora nos apresenta a história de Karoline, que se relaciona com o curta-metragem pelo fato de ser uma menina negra que provavelmente só percebe os heróis como sendo brancos, nos fazendo refletir acerca das referências e como se forma a subjetividade de uma menina negra de 5 anos na América Latina, assim como Joana, que parece, até então, só perceber a Xuxa como rainha. O artigo aponta justamente para o fato de que essas imagens de personagens como a Branca de Neve, e outras tantas que são brancas e de cabelo louro, circularem em espaços escolares e terem sido naturalizadas por nós, mesmo que não tenham nada a ver conosco.
Outro fator visível no curta, bem como no artigo, é a ausência de identidade. No caso de Joana, a menina não percebe características de si que tenham a ver com o programa da Xuxa, como em seu cabelo, que não estava adequado ao “padrão” e tenta mudá-lo, levando a perda de identidade, que infelizmente, é bastante visível em nossa sociedade. No caso do artigo em questão, a autora traz, além da vivência de Karoline, a história de Madalena, que apesar de sempre ter sido artista plástica, nunca se reconheceu como tal, nos fazendo refletir, não somente sobre a vida de mulheres afro-brasileiras que não se reconhecem em suas subjetividades, mas também a histórias de várias pessoas negras, sejam crianças ou adultas, que não enxergam quem são e suas reais identidades, justamente pelos apontamentos errados.
Infelizmente, é notório que herdamos essa cultura de preconceito e discriminações, e o racismo se faz presente e parece ficar cada vez mais forte; e a mídia, por sua vez, se tornou uma arma poderosa e em alerta nas mãos daqueles que controlam o curso de informações, ou seja, “os titulares” do saber e do poder; formando opiniões e criando/reproduzindo culturas, e que, tristemente, apontam que ser branco é uma norma cidadã.
Assim, o curta-metragem e o artigo nos fazem refletir acerca da circulação de imagens no interior de nossas escolas, que pouco ou nada se aproximam das realidades existentes no chão das mesmas. Ainda, nos remetem formas para que possamos auxiliar as crianças na percepção de suas subjetividades, bem como para que tenhamos atenção, enquanto docentes, para formar crianças sem racismo, e para que escapem dos “perigos de uma história única”, como a autora do artigo pontua, de modo a desenvolver o respeito às diversidades e valorização das culturas.
É sabido que os sujeitos e os sentidos vão se engendrando ao mesmo tempo por meio de um processo discursivo. Assim, o artigo contribuiu ainda mais para o meu entendimento sobre a temática no contexto escolar, no passo que revelou sobre a importância de se trabalhar com diferentes linguagens, com a literatura, a música, formas de arte diversas, entendendo a arte como prática/linguagem mediadora de sujeitos, sendo por meio “desses/nesses momentos de “encontro” que laços e alianças se estabelecem, práticas e saberes produzidos como não existência – junto com seus praticantes – emergem”. (PASSOS, 2013, p. 234) . Ou seja, é através dessa troca de discursos que o sujeito ressignifica o outro na mesma medida em que se ressignifica.
Destarte, considero que o artigo e o curta-metragem, não se distanciam, mas no meu ponto de vista, dialogam, no passo que se completam. Ambos contribuindo de modo significativo para maior entendimento acerca desse assunto tão emergente, e para que se perceba a importância de trabalhos pautados no desenvolvimento do pertencimento, valorização cultural e subjetiva, nos revelam os impactos da circulação de imagens no interior da escola, bem como nos chamam atenção para que se compreenda cada vez mais, as crianças negras e da periferia como sujeitos de grande espaço na sociedade e a necessidade de uma educação pautada no diálogo para desenvolvimento desse pertencimento, respeito às diferenças e orgulho de quem somos.
Referências Bibliográficas:
CAMARA, Leda. Cores e botas: 7 motivos para entender importância desta obra. Otageek, 2021. Disponível em: https://otageek.com.br/2021/01/28/cores-botas-7-motivos-para-entender-importancia-obra-para-brasil/. Acesso em: 28 de out. 2021.
Cores e Botas (Colors & Boots) - by Juliana Vicente. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Ll8EYEygU0o&t=2s. Acesso em: 28 de out.2021.
PASSOS, Mailsa Carla Pinto. Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais, experiência dialógica e processos de identificação. Educar em Revista, [S.l.], v. 30, n. 51, p. p. 227-242, out. 2013. ISSN 1984-0411. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/33398>. Acesso em: 27 de out. 2021.

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