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RESUMO DA AP1 – DE IMAGEM, CULTURA E TECNOLOGIA AULA 1: O QUE É O REAL? O QUE É A IMAGEM? COMO SE ATRAVESSAM E SE ALTERAM? Selfies. Links. Lives. Vídeos. Fotografias. Noticiários. Publicidade. Quantas imagens somamos ao final de um dia? Em que elas ajudam a construir o que chamamos de "vida real"? O que nossa imagem diz de nós ao circular com tanta intensidade nas redes sociais? Como nossa vida privada foi se tornando pública nessa circulação? Como ensinar e aprender foram ganhando novos contornos? O propósito desta disciplina é indagar sobre a produção e circulação de imagens em nossa sociedade. Em que medida o avanço das tecnologias de informação e comunicação transformaram a produção e a circulação de imagens? No que isso afeta a nossa forma de perceber o mundo social? Um primeiro convite que fazemos é o de pensar sobre o cotidiano e de anotarem com quantos tipos de imagens vocês se relacionam no dia a dia. São tantas, que muitas vezes ocupam nossa vida sem que tenhamos tempo de pensar um pouco sobre elas. A ideia central desta Disciplina é um convite a esse pensar, a um desnaturalizar das imagens cotidianas. Indagar sobre como as imagens são produzidas, que sentidos provocam, o que tornam visível e o que visibilizam. Observe as imagens nas redes sociais, nas mídias eletrônicas, nos livros infantis, nos livros didáticos. De que cultura tratam? Que rostos mostram? Que estéticas padronizam? Em que imagens você se sente representado/a? A ideia é colocar as imagens em condição de questionamento. De forma enfática, porém, com leveza. E para fechar este primeiro encontro, trazemos um vídeo com esculturas do artista Robin Wight. Construídas em metal desenham um verdadeiro balé ao vento - desafio de leveza que procuraremos manter nesta disciplina no diálogo com a arte. TEXTO 1: A Mágica da Imagem, de Jorge Furtad, dezembro de 1995. O texto fala sobre a proibição de fazer imagens e adorá-las, como ensinado no Livro do Êxodo. Ele destaca como a humanidade tem sido fascinada pelas imagens ao longo da história, desde desenhos em cavernas até a tecnologia moderna. Discute-se o impacto das imagens na vida contemporânea, apontando sua influência na sociedade, política e cultura, bem como suas consequências, como a falta de contato com a realidade e a superficialidade das relações humanas. O autor questiona o propósito das imagens, destacando questões como a busca pelo lucro, vaidade e manipulação das massas. Também argumenta sobre a necessidade de democratizar o acesso à informação e de valorizar a diversidade e a autenticidade na representação das pessoas. Por fim, defende o poder transformador das imagens, quando utilizadas com responsabilidade e em prol do enriquecimento humano. O texto aborda diversos conceitos relacionados à criação e ao uso de imagens, bem como suas implicações na sociedade contemporânea. Principais conceitos: 1. Proibição de fazer imagens: O texto faz referência à proibição encontrada no Livro do Êxodo, onde é instruído que não se deve fazer imagens e adorá-las. 2. Atração das imagens ao longo da história: Desde os primórdios da humanidade, as imagens têm fascinado as pessoas, desde pinturas em cavernas até tecnologias modernas como a televisão. 3. Motivações para criar imagens: O texto explora diversas motivações para a criação de imagens, incluindo a busca por lucro, vaidade, engano, e controle sobre o objeto representado. 4. Impacto das imagens na sociedade: As imagens têm um poder significativo na sociedade contemporânea, influenciando a forma como percebemos o mundo e nos relacionamos com ele. 5. Democratização do acesso às imagens: O autor destaca a importância de democratizar o acesso à informação e às imagens, especialmente em um contexto onde o controle dos meios de comunicação pode gerar desigualdades. 6. Dívida das imagens com a sociedade: O texto aponta que as imagens têm uma dívida com a sociedade em representar de forma mais autêntica e diversificada a realidade, bem como em valorizar a importância das palavras e da poesia. 7. Transformação através das imagens: O autor argumenta que as imagens têm o potencial de transformar o espectador e, consequentemente, o mundo, destacando a importância de utilizá-las de forma responsável e ética. AULA 2: CULTURA, CULTURAS – CONHECER E SE RECONHECER A cultura é o elo que nos liga aos outros, nos diferentes tempos e espaços. Práticas, produtos, modos de perceber, registrar, comunicar. Tradição e descartabilidade. Padrões de comportamentos, crenças, saberes, tecnologias. Encontros, desencontros, alteridades, relações de poder. Pertencimento. Exclusão. Ser singular numa vida plural. Ser plural, sendo um só. Ser (in)justo na (des)igualdade. Como ser inteiro se sabendo apenas parte? A ideia de cultura é bastante ampla e complexa. Varia, conforme as épocas e as sociedades. Como nos tornamos o que somos? Quantas vozes ecoam naquilo que dizemos? Para que é para quem produzimos nossas práticas? Que ingredientes selecionamos e acrescentamos a esse complexo caldo chamado cultura? TEXTO 1: A Cultura, de Marilena Chauí. O texto fala sobre como a cultura é importante na sociedade, pois ela influencia nossas ideias, valores e modo de viver. Chauí destaca que a cultura não é algo fixo, mas sim dinâmico, sempre em transformação. Ela aborda como a cultura é construída por meio das relações sociais e como ela pode ser usada para oprimir ou libertar as pessoas. Chauí também discute a ideia de cultura popular e erudita, questionando as hierarquias entre elas. No geral, o texto enfatiza a complexidade e a influência da cultura em nossas vidas. Principais conceitos: 1. Cultura como construção social: Chauí destaca que a cultura é produzida e compartilhada pelas relações sociais, sendo um fenômeno dinâmico e em constante transformação. 2. Influência da cultura na sociedade: A autora discute como a cultura influencia nossas ideias, valores e modos de vida, permeando todas as esferas da sociedade. 3. Diversidade cultural: Chauí ressalta a diversidade cultural e a multiplicidade de expressões culturais presentes na sociedade, questionando hierarquias e valorizando diferentes manifestações culturais. 4. Cultura como instrumento de poder: Ela aborda como a cultura pode ser utilizada tanto para oprimir quanto para libertar as pessoas, destacando os aspectos políticos e ideológicos envolvidos na produção cultural. 5. Relação entre cultura popular e erudita: Chauí discute as relações entre cultura popular e erudita, questionando hierarquias e enfatizando a importância de reconhecer e valorizar todas as formas de expressão cultural. TEXTO 2: Cultura e Democracia, de Marilena Chauí. O texto fala sobre como a cultura é importante para a democracia. Ela destaca que a cultura é o conjunto de valores, costumes e conhecimentos compartilhados por uma sociedade. Chauí argumenta que uma cultura democrática promove a igualdade, a diversidade e o respeito mútuo entre as pessoas. Ela também discute como a cultura pode ser usada para fortalecer ou enfraquecer a democracia, dependendo de como é praticada e difundida. No geral, Chauí enfatiza a importância de uma cultura que promova os princípios democráticos para o bom funcionamento da sociedade. Principais conceitos: 1. Cultura como base da democracia: Chauí destaca a importância da cultura como um elemento fundamental para a existência e a sustentação da democracia. Ela argumenta que uma cultura democrática é aquela que promove valores como igualdade, liberdade e diversidade. 2. Democracia como processo cultural: A autora discute como a democracia não é apenas uma forma de governo, mas também um processo cultural que envolve a participação ativa dos cidadãos na vida política e social. 3. Relação entre cultura e poder: Chauí analisa como a cultura pode ser usada tanto para fortalecer quanto para minar a democracia,dependendo de quem detém o poder de produzir e difundir os discursos culturais dominantes. 4. Cultura como instrumento de inclusão: Ela enfatiza a importância de uma cultura que promova a inclusão social e o respeito à diversidade, garantindo que todos os grupos e indivíduos tenham voz e representação na sociedade. 5. Educação como promotora da cultura democrática: Chauí discute o papel da educação na formação de uma cultura democrática, destacando a importância de uma educação crítica e emancipadora que capacite os cidadãos a participarem ativamente da vida democrática. TEXTO 3: Infância, Docência e Cultura, de Rita Marisa Ribes Pereira (Coordenadora da disciplina). O texto fala sobre como a infância, o ensino e a cultura estão conectados. Pereira destaca a importância de entender a criança como um ser ativo na construção do conhecimento e na sua relação com a cultura. Ela argumenta que os professores precisam reconhecer e valorizar a diversidade cultural das crianças, adaptando suas práticas de ensino para atender às necessidades de cada aluno. Pereira também discute como o contexto cultural influencia a maneira como as crianças aprendem e se desenvolvem. Em resumo, o texto aborda a interseção entre infância, docência e cultura, enfatizando a importância de uma abordagem inclusiva e sensível às diferenças culturais no processo educacional. Principais conceitos: 1. Infância como construção social: Pereira discute como a infância não é apenas uma fase do desenvolvimento, mas sim um conceito moldado pelas interações sociais e culturais, variando de acordo com o contexto histórico e cultural. 2. Docência sensível à diversidade: A autora destaca a importância de os professores reconhecerem e valorizarem a diversidade cultural das crianças, adaptando suas práticas de ensino para atender às necessidades e experiências individuais de cada aluno. 3. Cultura como contexto educativo: Pereira enfatiza como o contexto cultural influencia a maneira como as crianças aprendem e se desenvolvem, defendendo uma abordagem educacional que leve em consideração as diferentes formas de expressão cultural presentes na sala de aula. 4. Participação ativa da criança: Ela argumenta que as crianças não são apenas receptáculos passivos de conhecimento, mas sim agentes ativos na construção do seu próprio entendimento e na sua relação com a cultura. 5. Inclusão e equidade: A autora ressalta a importância de uma abordagem educacional inclusiva que reconheça e valorize as diversas identidades e experiências culturais dos alunos, promovendo a equidade no acesso ao conhecimento e oportunidades educacionais. AULA 3: TANTAS IMAGENS, TANTOS PONTOS DE VISTA Quantas imagens vemos a cada dia? Quem as produz? De onde elas vêm? Que histórias pretendem contar? As imagens são sempre um diálogo entre quem as produz e quem dialoga com elas. Por isso mesmo, quando uma imagem é produzida há, no mínimo, DUAS posições que precisam ser destacadas: aquela que a própria imagem mostra em sua materialidade e aquela que quem a produziu está ocupando, ou seja, de que lugar ele olha. Uma imagem é sempre um recorte da realidade social escolhido por quem a produz para mostrar. Quem produz as imagens que vemos? O que quer nos mostrar? O que vemos? O que está em jogo quando diferentes pontos de vista são colocados em cena? Que diálogos são possíveis? Que relações de poder explicitam ou escondem? Que pontos de vista são mais recorrentes? Que pontos de vista não são considerados? Por quê? Que visões de mundo nos interpelam todo dia, sem que nem nos demos conta? Em que medida essas visões vão se tornando "naturalizadas" em nós, como verdades inquestionadas? Para exemplificar, trazemos um pouco da nossa história, contada pelos livros escolares: Essa imagem da chegada dos portugueses ao Brasil, retratada pelo pintor Oscar Pereira da Silva, estampa muitos livros escolares e povoa o nosso imaginário desde a infância. Ela ganha outros contornos quando complementada pela célebre Carta de Pero Vaz de Caminha. No entanto, quando vamos pensando que as imagens e as histórias que elas contam apresentam UM ponto de vista sobre a realidade social, não podemos deixar de indagar: Que outro ponto de vista há para contar essa história? Em que linguagens? De quantas maneiras essa história da chegada dos Portugueses ao Brasil poderia ser contada? Como será que os marinheiros contariam essa história? E como contariam os índios que habitavam estas terras? Como você (re)conta essa história? Já parou para pensar que ela é a sua história? Você se reconhece nela? O que fazer para se reconhecer nas histórias contadas? Como é a nossa história quando ela é contada do ponto de vista dos outros? Como contar a nossa história a partir do nosso ponto de vista? E hoje, passados mais de 500 anos, como produzimos e narramos a história? Que histórias construímos sobre nós e sobre o mundo em que vivemos a partir das imagens e discursos que nos chegam? Que histórias do Brasil são contadas, hoje, na escola? Nos livros? Nas diferentes mídias? O que mudou - tecnologicamente, politicamente, culturalmente - desde os tempos da pintura de Pereira da Silva até hoje? Em que histórias do Brasil nos reconhecemos? Que histórias você conta com as imagens que produz? Para refletir sobre a importância dos ângulos de visão e das histórias que se produz a partir deles, sugerimos assistir ao vídeo da escritora Chimamanda Adichie intitulado "O perigo da história única". A transcrição desse discurso encontra-se abaixo, entre os textos de leitura obrigatória. AULA 4: A IMAGEM E QUEM (NÃO) A VÊ O que é a imagem para quem não a vê? Como as aulas desta disciplina podem dialogar com quem não vê suas imagens? Estas perguntas são de extrema importância numa sociedade marcada pelo apelo visual. Neste semestre, temos entre nós, nesta disciplina, alunos não veem. Nosso desafio, então, é ainda maior, pois não apenas temos um tema complexo para tratar, como também precisamos construir uma sensibilidade que passe por outras formas de linguagens para a construção do diálogo. Esta situação não é inusitada nem única: ela faz e fará parte de nosso cotidiano na vida e na escola. Então? Que fazer? Nesta disciplina - como na vida - precisamos conversar sobre isto, pois entendemos que traz um desafio ético. Mais que isso, este é um tema crucial para a educação e para o viver em sociedade. Procuraremos construir um diálogo singular de acordo com as necessidades, sem esquecer que a imagem é um tema central da disciplina. Precisamos indagar: a imagem é apenas para quem a vê? Quem nos ajuda a enfrentar essa pergunta é Eugen Bavcar, um fotógrafo esloveno, que é cego, e que inventa muitas maneiras para fotografar. Bavcar costuma dizer que as pessoas se surpreendem com ele e costumam perguntar COMO ele consegue fotografar. Para contrapor, Bavcar diz que a pergunta certa deveria ser POR QUE ele, sendo cego, fotografa? Para ele, fotografia não é apenas uma superfície de papel: fotografias são também as histórias de sua produção, as histórias que se deseja guardar, as histórias que queremos inventar e, principalmente, as histórias que queremos compartilhar. A imagem precisa contar uma história, e essa história, pode ser contada de várias maneiras. Não é a imagem que dá sentido às pessoas e suas histórias, mas as histórias trocadas entre as pessoas que vão dando sentido às imagens. Exercícios de ver/não ver na escola Inspiradas pela experiência de Bavcar, Rita e Ivana, professoras desta disciplina, certa vez organizaram um projeto de produção de fotografias com jovens cegos e com baixa visão. O projeto se desenvolveu no Instituto Helena Antipoff, da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Para conhecer mais sobre esse Projeto e sobre os desafios desse trabalho, leia o texto "Imagens Transvistas" que se encontra logo abaixo, entre ostextos recomendados. O projeto foi um trabalho semelhante ao de todo professor que em suas turmas se depara com o desafio de lidar com os limites da cultura visual e a desigualdade que fica invisibilizada em meio à infinidade de imagens que circulam. Indagações, desafios e utopias como essas ajudarão a construir uma reflexão sobre os sentidos da imagem na cultura contemporânea. Para conhecer melhor o trabalho de Eugen Bavcar, autor e modelo da imagem que abre está aula, trazemos alguns de seus trabalhos: TEXTO 1: O Cego Estrelinho, de Mia Couto. O texto narra a história de Estrelinho, um cego que depende de Gigito Efraim, seu guia, para se locomover. Gigito descreve para Estrelinho um mundo cheio de detalhes e fantasia, mesmo que o cego não possa enxergar. Quando Gigito é levado para a guerra, Estrelinho se sente perdido. Ele encontra conforto na companhia de Infelizmina, a irmã de Gigito, que passa a ser sua nova guia. Infelizmina é mais realista em suas descrições, o que faz com que o mundo de Estrelinho perca um pouco de sua magia, mas ele encontra nela um novo tipo de conforto. Eventualmente, eles se apaixonam e Estrelinho encontra uma nova maneira de ver o mundo. Quando Gigito morre, Estrelinho conforta Infelizmina, levando-a para fora de casa e mostrando-lhe o mundo através de suas palavras. O texto termina com Estrelinho convidando Infelizmina para segui-lo em uma jornada para explorar o mundo juntos. Principais conceitos: O texto trata de temas como amizade, confiança, imaginação e superação. 1. Dependência e Confiança: Estrelinho depende de Gigito Efraim para se orientar no mundo. Ele confia em Gigito, mesmo que suas descrições sejam fantasiosas. 2. Imaginação e Realidade: Gigito descreve o mundo para Estrelinho de forma imaginativa, criando uma realidade alternativa que o cego aceita por não ter visão. 3. Medo e Solidão: Estrelinho enfrenta o medo e a solidão quando Gigito é levado para a guerra. Ele se sente perdido e sozinho, sem sua mão guia. 4. Amor e Afeto: Infelizmina passa a ser a nova guia de Estrelinho. Com ela, ele experimenta novas sensações de amor e afeto, além de uma nova forma de ver o mundo. 5. Superando a Adversidade: Mesmo após a morte de Gigito, Estrelinho encontra forças para ajudar Infelizmina a superar sua tristeza, mostrando-lhe o mundo através de suas palavras. TEXTO 2: Imagens Transvista, de Ana Elisabete Rodrigues de Carvalho Lopes e Rita Marisa Ribes Pereira O texto fala sobre a importância de ver as coisas de diferentes perspectivas. Elas explicam como a visão das coisas muda conforme o ponto de vista, e como é necessário entender e respeitar as diferentes formas de enxergar o mundo. O texto destaca que cada pessoa tem sua própria maneira de ver as coisas, e que é importante aceitar e valorizar essa diversidade. Em resumo, enfatiza a importância da empatia e da abertura para entender o mundo através dos olhos dos outros. Também trata da exploração das imagens na literatura infantil, principalmente as imagens que desafiam ou transgredem estereótipos de gênero. As autoras discutem como as ilustrações em livros infantis podem influenciar a forma como as crianças percebem e constroem sua identidade de gênero, e como os autores e ilustradores podem utilizar essas imagens para promover a diversidade e a inclusão. Elas enfatizam a importância de oferecer representações diversas e inclusivas nas imagens dos livros infantis, de modo a refletir a realidade e permitir que as crianças se identifiquem e se sintam representadas. Enfim, nos leva a refletir sobre a importância de considerar diferentes pontos de vista e promover uma cultura de respeito à diversidade de visões. Principais conceitos: 1. Perspectivismo: O texto destaca a ideia de que a forma como vemos o mundo é influenciada pela nossa perspectiva única e individual. Cada pessoa tem sua própria maneira de interpretar e compreender as coisas ao seu redor. 2. Diversidade de visões: Os autores ressaltam a importância de reconhecer e valorizar a diversidade de perspectivas existentes na sociedade. Cada pessoa traz consigo experiências, crenças e valores que moldam sua visão de mundo, e é fundamental respeitar essas diferenças. 3. Empatia: O texto incentiva a prática da empatia, ou seja, colocar-se no lugar do outro para compreender suas visões e experiências. Isso ajuda a promover um entendimento mais profundo e respeitoso entre as pessoas, mesmo quando têm pontos de vista diferentes. 4. Tolerância e respeito: Os autores enfatizam a importância de ser tolerante e respeitoso com as diferentes perspectivas e opiniões das pessoas. Isso contribui para um diálogo mais construtivo e uma convivência mais harmoniosa na sociedade. AULA 5: A IMAGEM E AS ARTES Qual a função da arte? – Pergunta o escritor uruguaio Eduardo Galeano. Ajudar a olhar, diz o menino Diego, não como quem responde visando resolver a questão. Sua fala traz a grandeza da pergunta, tão grande quanto mar, e a indicação de que o olhar e a emoção são experiências sociais. Acostumados que estamos à cultura digital, numa sobreposição de imagens que se substituem intermitentemente, nosso olhar talvez esteja mais acostumado à velocidade da troca das imagens, do que a atenção que cada uma delas espera de nós. Vemos não-vendo. Qual foi a última vez que você, nesse fluxo incessante de imagens, parou para dar atenção a uma imagem em particular? O que tinha nessa imagem? Das tantas imagens que compartilhamos nas redes sociais, qual delas, realmente, vimos juntos? Qual delas você precisou ajuda para ver melhor? Problematizar a realidade vivida e/ou imaginada tem sido uma das funções da arte. Convidar a olhar, também. Não existe imagem por si só. Toda imagem foi produzida por alguém e é vista por alguém. Há um encontro que é mediado pelas imagens. A Arte, enquanto um campo de saber, constrói sua história e suas metodologias de produção. Que tal um breve olhar às pinturas rupestres para deslocar o olhar dos nossos hábitos e indagar sobre o desafio histórico que é a construção da comunicação através das imagens. Um pouco dessas transformações no universo da pintura, já como uma arte moderna, podem ser acompanhadas no vídeo "Mona Lisa Descending a Staircase", de Joan Grtiz, produzido nos Estados Unidos em 1992 e que fez parte do Festival Anima Mundi. null null null Uma história da fotografia é também uma história dos modos como vemos e recriamos o mundo! E, depois de acompanhar essas produções que convidavam a uma relação mais lenta com o tempo, que tal assistirmos "Pixel", vídeo do artista Patrick Jean, para nos trazer de volta ao mundo dos pixels? TEXTO 1: Artes Visuais e os diferentes modos de ver, de Ana Elisabete Lopes. O texto fala sobre como as artes visuais podem ser interpretadas de diferentes maneiras por diferentes pessoas. Lopes destaca que cada pessoa tem sua própria perspectiva e experiência, o que influencia na forma como elas veem e entendem uma obra de arte. Ela enfatiza a importância de considerar essas diferentes visões para uma compreensão mais completa e rica das obras de arte. Em resumo, o texto nos lembra que não existe uma única maneira "certa" de ver as artes visuais, e que a diversidade de interpretações enriquece nossa experiência com a arte. Principais conceitos: 1. Interpretação subjetiva: Lopes destaca que a interpretação das obras de arte é subjetiva e varia de pessoa para pessoa, pois cada indivíduo traz consigo suas próprias experiências, sentimentos e bagagem cultural que influenciam na forma como percebem e compreendem a arte. 2. Multiplicidade de perspectivas: A autora ressalta a importância de considerar e valorizar a diversidade de perspectivas na apreciação das artes visuais. Cada pessoa tem uma visão única e particular, o que enriquece o entendimento das obras de arte e contribui para um diálogo maisamplo e inclusivo sobre elas. 3. Diálogo entre espectador e obra: Lopes enfatiza a importância do diálogo entre o espectador e a obra de arte. Ela destaca que a interpretação das artes visuais não se limita apenas ao que é representado na obra, mas também envolve as experiências e sensações do espectador ao interagir com ela. 4. Contexto histórico e cultural: A autora também menciona a influência do contexto histórico e cultural na interpretação das artes visuais. Ela sugere que é importante considerar o contexto em que a obra foi produzida e as circunstâncias que a envolvem para uma compreensão mais completa e contextualizada da mesma. AULA 6: ARTE, IMAGENS E PONTOS DE VISTA Convidar a olhar. Ajudar a olhar. Vamos explorar essas funções da Arte, expressas na poesia de Eduardo Galeano? Ver o mesmo e ver diferente. Durante os anos de 1893 e 1894 o pintor impressionista francês Claude Monet produziu vários quadros com pinturas da Catedral de Rouen, feitos em horários diferentes, com diferentes incidências de luz. Com isso, nos convida a ver a Catedral a partir de várias nuances de cor e de muitos pontos de vista. Aprendemos com ele, por exemplo, que toda imagem produzida é fruto de um determinado ângulo de visão. Assim como Monet escolhia diferentes ângulos a partir dos quais registrava a Catedral, em nosso dia a dia também fazemos essas escolhas. Como nos colocamos quando vamos fotografar? Quando decidimos que um determinado ponto de vista está bom? O olhar e o ângulo de onde se olha. Um outro artista que nos ajuda a mostrar que a Arte é um convite a experimentar um ponto de vista é o francês contemporâneo Bernard Pras. Sua instalação, que apresentamos em vídeo logo abaixo se chama "Retrato de Facteur Ferdinand Cheval". Desde os anos 60 Bernard Pras vem construindo instalações inspiradas em pinturas famosas de outros artistas, reconstruindo-as em forma de instalações, a partir de uma junção de objetos heteróclitos (mala, guitarra, cabeceira da cama, sofá, carrinho de mão) que inicialmente sugerem um amontoado caótico. Esse suposto amontoado, entretanto, quando observado de um determinado ponto de vista reconstitui a forma originariamente apresentada na pintura. Para provocar esse efeito, Bernard Pras complementa suas instalações com fotografias ou vídeos produzidos a partir desse exato ponto de vista de onde se torna possível não apenas a reconstituição, mas o compartilhamento do ponto de vista que o artista propõe. Fazendo uso de diferentes perspectivas e anamorfoses a intenção do artista é fazer um jogo entre a bidimensionalidade dessas pinturas e as suas possibilidades tridimensionais, desafiando os nossos modos de percepção dessas dimensões. Abrir o ângulo, expandir o olhar. Istvan Banyai é um ilustrador e animador húngaro. As imagens do vídeo acima compõem o livro de imagens "Zoom", publicado aqui no Brasil pela Editora Brinque-Book. É de sua autoria também o livro de imagens "Do outro lado" que, diferentemente de "Zoom", desafia-nos a perceber como as coisas são vistas diferentemente de outros ângulos, por outras pessoas. Depois de tantas e tão diferentes imagens, pense sobre sua relação com elas. Em que a Arte pode ajudar a olhar? Sugestão de texto literário: Palomar, de Ítalo Calvino. Palomar é um personagem inspirado num grande telescópio, mas, surpreendentemente, o interesse dele são as coisas miúdas e supostamente sem valor: uma onda do mar, as plantinhas do gramado, o amor das tartarugas, o cantar dos pássaros.... É um livro de literatura, com muitos contos que podem ser lidos separadamente. O autor nos convida a observar coisas provavelmente nunca pensadas... Boa Leitura! TEXTO 1: Palomar, de Ítalo Calvino. "Palomar" é um livro do escritor italiano Ítalo Calvino que conta a história de um homem chamado Palomar. Ele passa por experiências e reflexões enquanto observa o mundo ao seu redor. Palomar está sempre pensando sobre a natureza, o universo, as pessoas e até mesmo sobre si mesmo. Ele tenta entender melhor o que vê e como isso se relaciona com sua própria vida. O livro explora temas como a percepção, a existência humana e a busca pelo significado da vida. É uma obra que nos convida a refletir sobre nossas próprias experiências e sobre o mundo ao nosso redor, obra rica em conceitos e reflexões sobre a natureza humana, o universo e a existência. Principais conceitos: 1. Observação e Percepção: O protagonista, Palomar, está constantemente observando o mundo ao seu redor e refletindo sobre o significado das coisas que vê. Ele questiona como percebemos e interpretamos o mundo à nossa volta. 2. Complexidade da Existência: Calvino explora a complexidade da existência humana, as interações entre os seres humanos e seu ambiente, e as questões existenciais que surgem dessas interações. 3. Consciência e Autoconhecimento: Palomar busca entender a si mesmo através de suas observações do mundo. Ele reflete sobre suas próprias experiências, emoções e pensamentos, buscando alcançar um maior autoconhecimento. 4. Relação com a Natureza: O livro aborda a relação entre os seres humanos e a natureza, explorando temas como a conexão com o meio ambiente, a beleza natural e a importância de preservar a natureza. 5. Busca pelo Sentido da Vida: Calvino levanta questões sobre o propósito e o significado da vida, explorando as diferentes maneiras pelas quais as pessoas tentam encontrar sentido em suas experiências e existência. AULA 7: POLÍTICAS DO OLHAR Desde o início da disciplina temos buscado aprofundar uma reflexão sobre a produção e a circulação de imagens, assim como toda a comunicação em que essas imagens estão inseridas. Frisamos a importância de saber que toda imagem tem uma autoria e uma intenção de comunicação. E toda imagem apresenta um ponto de vista sobre o mundo a partir do olhar de quem a faz. Mas como esse ponto de vista se relaciona com a verdade? Há uma verdade para cada ponto de vista? A verdade é o que nos agrada? Que é a verdade? Quais são os seus limites? Um antigo comercial de sabonete ajuda-nos a problematizar a relação da imagem com a verdade. Uma imagem, portanto, é mais que uma apresentação do real. É a criação de uma realidade. Que realidade queremos criar com as imagens que produzimos ou fazemos circular? O que há de verdade nelas? O que elas fazem ver? O que elas pretendem esconder? Em que medida as tecnologias envolvidas na produção de imagens se comprometem com a busca da verdade? Em que medida querem escondê-la? Historicamente, o campo da publicidade costuma recorrer a muitas estratégias para a apresentação de seus produtos e discursos, resultando, muitas vezes, numa imagem falsa do produto que pretende vender. Observe alguns desses truques... Com a expansão da internet e das redes sociais, a preocupação com a veracidade das informações passou a ser também uma preocupação. A ânsia de publicar de imediato os acontecimentos faz com que eles sejam compartilhados sem tempo de pensar sobre o que, de fato, aconteceu. Isso favorece a criação e circulação de informações apressadas, distorcidas e, mesmo, falsas. Ainda que as redes sociais tenham trazido à tona o conceito de "fake news", essa prática é velha conhecida. A narrativa sobre a "descoberta" do Brasil pelos portugueses como marco de nossa história talvez seja nossa primeira "fake news". Já tratamos disso na aula 3. As mídias, em geral, quando assumem o papel de narrar à sociedade os acontecimentos, tanto escolhem seu ponto de vista, de acordo com os valores e princípios que defendem, como também criam subterfúgios para levar os leitor/espectador a acreditar em fatos que jamais aconteceram. Para fazer o exercício de um olhar apurado, observe os jornais abaixo: Num primeiro olhar, poderíamos dizer que o fato noticiado é a fuga de um narcotraficante. Certo? Não. Trata-se de uma capa publicitária cujofato é o lançamento de um novo seriado de televisão. Esta era apenas uma estratégia publicitária. Mas é os jornais e suas linhas editoriais? Trazemos abaixo duas formas distintas de problematizar o tema da verdade no jornalismo. A primeira é uma antiga propaganda de jornal: A segunda, é a criação de uma paródia ao mesmo jornal, questionando sua forma de lidar com a verdade. O que aqui trazemos exclusivamente como conteúdo para frisar a importância de se buscar sempre mais de um ponto de vista, bem como avaliar como as diferentes informações lidam com a verdade, foi também objeto de uma longa disputa judicial entre a empresa jornalística e os criadores da paródia. Por fim, fechamos esta unidade reforçando a importância de observar com atenção as imagens e notícias que produzimos, acessamos e fazemos circular. Sejam as notícias e imagens das grandes mídias, sejam as conversas cotidianas, supostamente banais. O que pretendemos fazer existir com aquilo que compartilhamos? Como nos responsabilizamos com isso?
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