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Direito Penal Aplicado II - Aula 1 - Conteúdo Interativo

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27/08/2021 Disciplina Portal
https://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4945233A254EB7F19DC2C770057D5F6153FF94C354DDA5EF252FA266… 1/20
Direito Penal Aplicado II
Aula 1 - Lei de Drogas (Lei 11.343/06)
INTRODUÇÃO
As drogas ilícitas representam um dos comércios mais lucrativos no mundo e estão ligadas a uma série de outras
atividades criminosas, como a lavagem de dinheiro, evasão de divisas, organizações criminosas, entre outras. De fato,
o seu enfrentamento tem sido um grande obstáculo para a maioria dos países, já que a internacionalização do crime
exige esforços maiores e coordenados. Alguns países, por conta disso, têm optado pela descriminalização da posse de
pequena quantidade para consumo próprio, combatendo apenas o trá�co.
O Brasil, como veremos adiante, está caminhando nesse sentido. Atualmente, a posse de droga para consumo próprio
em pequena quantidade não é mais punido com pena privativa de liberdade, embora continue sendo crime. Não
obstante o Ministro da Justiça tenha apresentado uma política agressiva de combate às drogas recentemente no �nal
de 2016 (usuário e tra�cante), fato é que a legislação tem dado uma abordagem mais amena, tratando o usuário sob o
prisma da saúde pública e não da segurança pública.
27/08/2021 Disciplina Portal
https://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4945233A254EB7F19DC2C770057D5F6153FF94C354DDA5EF252FA266… 2/20
E você, qual a sua opinião sobre a legalização das drogas?
Na presente aula, vamos abordar o assunto de forma imparcial, a �m de que você possa re�etir e enriquecer seus
argumentos.
OBJETIVOS
Reconhecer o problema das drogas no Brasil e no mundo;
Analisar os principais crimes da Lei de Drogas.
27/08/2021 Disciplina Portal
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Fonte da Imagem:
Droga é qualquer substância capaz de provocar alterações no organismo quando ingerida.
Com base nesse conceito, podemos dizer que um remédio para dor de cabeça é considerado uma
droga?
                                                                                                       SIM    (glossário)                       NÃO    (glossário)
O QUE TORNA UMA DROGA ILÍCITA, ENTÃO?
De acordo com a Lei de Drogas (Lei 11.343/06) (glossário), a droga ilícita deve obedecer a dois requisitos:
  Deve ser capaz de causar dependência;
27/08/2021 Disciplina Portal
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  Constar em lei ou em listas atualizadas (glossário) pelo poder executivo da união.
Drogas: Legalizar? 
 
O comércio de drogas é considerado um dos mais
lucrativos do mundo e a tentativa de combatê-lo tem
sido sempre frustrada. Nos últimos 50 anos, a política
de combate às drogas tem sido focada na segurança
pública, criminalizando desde o trá�co até o uso. Essa
era uma tendência mundial apoiada, inclusive, pela
própria ONU. 
 
No entanto, esse modelo não tem se mostrado e�caz e
o comércio de drogas continua aumentando.
Atualmente, muitos argumentam que o problema das
drogas deve receber outra abordagem, sendo tratado
como problema de saúde pública e não de segurança
pública. 
 
Uma abordagem parecida como a conferida ao cigarro,
em que não se estimula o consumo, tributa-se o
produto com altos valores, veda-se qualquer tipo de
propaganda, mas não o rotula como crime.
Existe uma tendência no Brasil de seguir o mesmo caminho em relação às drogas. Como estudaremos adiante, a
posse de drogas para uso próprio já não é punida com pena privativa de liberdade (prisão ou detenção), mas com uma
advertência sobre os efeitos das drogas, a prestação de serviços à comunidade ou medida educativa de
comparecimento a programa ou curso.
Saiba Mais
, Em abril de 2016, houve uma Sessão Especial no Conselho da ONU (UNGASS) sobre políticas de
drogas e uma das diretrizes do Brasil foi "Encorajar a UNGASS a discutir alternativas à criminalização
do porte de drogas e seu cultivo para consumo próprio. A criminalização do porte e plantio para
consumo pessoal de drogas ilícitas tem contribuído para estigmatizar usuários de drogas, di�cultando
o acesso ao tratamento quando necessário e a sua inclusão social”., , Para conhecer essas diretrizes,
clique aqui. (//pbpd.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Cartilha-UNGASS.pdf)
Isso não quer dizer que a droga está sendo tolerada e aceita. Ela apenas está recebendo outra abordagem, sendo
tratada como problema de saúde pública e não como problema de segurança pública. Tal como acontece com outras
drogas, como o cigarro e o álcool, o uso de drogas será tolerado, mas controlado e �scalizado.
Caso a legalização se torne realidade, deverá ocorrer tratamento semelhante dado ao cigarro, com uma tributação
pesada, destinação de parte dessa tributação ao sistema público de saúde (para fazer frente aos custos), advertências
quanto aos efeitos, vedação de propagandas em geral etc.
Vamos re�etir a respeito de alguns argumentos daqueles que defendem a legalização das drogas:
galeria/aula1/img/img04c.png
https://pbpd.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Cartilha-UNGASS.pdf
27/08/2021 Disciplina Portal
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Contribui para o controle da produção e venda pelo Estado, tal como ocorre com o cigarro e bebidas
alcoólicas.
galeria/aula1/img/img04d.png
Ajuda a reduzir a violência, pois, tornando-se uma atividade lícita, a droga deixará de �nanciar o trá�co
de drogas, na medida em que as pessoas farão uso do comércio regular.
galeria/aula1/img/img04e.png
Contribui para a geração de emprego e circulação de renda.
Neste momento, pare e pense sobre as vantagens da legalização da droga e nas vantagens que sua proibição como
crime traz. Lembre-se de que você, na condição de cidadão e pro�ssional, poderá in�uenciar o futuro de sua sociedade
e de políticas públicas.
Portanto, é importante que você tenha os seus argumentos amadurecidos, seja a favor, seja contra!
DOS CRIMES
Vamos examinar agora um pouco das principais condutas criminosas dispostas na Lei de Drogas.
Art. 28
Esse dispositivo trata do porte de drogas para uso próprio. Como se nota, as penas são brandas, já que o Brasil optou
por despenalizar o usuário, estando em franco processo de total descriminalização.
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Na opção brasileira, o usuário deve ser tratado como um problema de saúde pública e não de segurança pública.
Entretanto, somente se enquadrará neste artigo o agente que possuir pequena quantidade que se destine ao consumo
próprio.
Desse modo, se o objetivo for vender, por exemplo, o agente se enquadrará no trá�co (art. 33). O mesmo art. 28, em
seu §1º, diz que aquele que semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade para
consumo próprio, também terá um tratamento brando e receberá as mesmas sanções acima descritas.
Como saber se a droga será para consumo pessoal? E o que é pequena quantidade?
A própria lei nos dá a resposta:
Isso quer dizer que se �car con�gurado que a droga não era para consumo pessoal, o agente poderá responder por
trá�co.
Por isso, a importância de uma investigação levantar elementos su�cientes para que a defesa e o Ministério Público
possam basear suas argumentações e o Juiz tome a decisão mais adequada.
Art. 33
27/08/2021 Disciplina Portal
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Primeiro ponto a destacar neste artigo é que tanto a droga como a sua matéria-prima (insumo ou produto químico) são
puníveis. Ainda que a droga não esteja pronta e processada, a pessoa �agrada neste contexto responderá nos termos
do art. 33.
Um problema prático e um tanto quanto comumé que os produtos químicos utilizados para a fabricação de drogas
(cocaína, por exemplo) são acessíveis e legalmente comercializáveis. Vejamos alguns exemplos:
galeria/aula1/img/img05e.png
O álcool e o éter são utilizados na fabricação de cocaína. Somente o contexto é que poderá de�nir se
o álcool tem uma �nalidade ilícita ou não.
Durante a investigação, é crucial que existam conversas telefônicas interceptadas (com autorização
judicial), �lmagens, fotos, delações ou outros elementos que demonstrem o uso para a fabricação de
drogas ilícitas.
galeria/aula1/img/img05f.png
O mesmo raciocínio é utilizado para o imóvel onde funciona o cultivo ou o laboratório. Comprovado
que o proprietário sabia do uso ilícito de seu imóvel, ele responderá por trá�co de drogas (ainda que
nunca tenha participado diretamente da fabricação ou venda da droga). Somente com uma
investigação é que se esclarecerá se o proprietário tinha ciência do contexto.
Vamos analisar a seguinte situação:
Fonte: serpeblu / Shutterstock
Um indivíduo porta droga no interior de uma universidade para oferecer a amigos durante uma festa.
Esse indivíduo será enquadrado em qual artigo?
                                                                                                       Art. 28    (glossário)                       Art. 33    (glossário)
Como se nota, as circunstâncias sociais e pessoais neste exemplo foram determinantes para concluir
que a situação não era para consumo próprio, mas para consumo de um grupo.
No parágrafo 2º, temos o crime de induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso de drogas.
27/08/2021 Disciplina Portal
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Nesses casos, entende-se que o agente está utilizando a sua liberdade de expressão, opinião e pensamento. A
liberdade de escrever e expressar opiniões/�loso�as é um direito garantido na Constituição e é pelo exercício deste
direito que a sociedade discute problemas e evolui.
Exemplo
, Ninguém deve ser punido por criticar um político, já que isto é o exercício de sua liberdade de
expressão.
No caso da droga, entende-se que defender o seu uso é uma manifestação de opinião e deve ser respeitada. Foi dessa
forma que o STF decidiu sobre a questão da "marcha da maconha", já que se discutia se era exercício de
expressão/opinião (pela sua legalização) ou crime (instigar alguém ao uso de drogas). Segue a decisão:
Outro aspecto importante para um curso de investigação como esse é o disposto no art. 33, §4º. Este dispositivo prevê
o chamado trá�co privilegiado. E é assim chamado porque ele prevê o privilégio da redução da pena de 1/6 a 2/3 ao
tra�cante que seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa.
Atendendo a esses critérios, o réu terá a sua pena diminuída signi�cantemente (de 6 anos pode cair para 2, por
exemplo).
27/08/2021 Disciplina Portal
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Um problema prático ocorre com a situação das
chamadas "mulas", pessoas que são contratadas para
transportar drogas de uma região para outra. Agora
pense: 
As mulas integram ou não a organização criminosa que
as contratou para realizar o transporte de um país para
outro? 
                                                     RESPOSTA    
Com relação à �gura do trá�co privilegiado (art. 33, §4º), o Supremo Tribunal Federal (glossário) tem entendido que
não se trata de crime hediondo.
Para contextualizar, a Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) (glossário) quali�ca determinados crimes como
hediondos e dá um tratamento mais rígido aos seus agentes (enquanto um condenado progride de regime após
cumprir 1/6 da pena, no caso do crime ser hediondo essa progressão somente ocorrerá após cumprir 2/5 da pena, se
for réu primário, ou 3/5 da pena, se for reincidente).
Por essa razão, o STJ, em 2016, cancelou o seu Verbete nº 512 de sua Súmula que dizia:
Desse modo, alguém que se bene�cie do art. 33, §4º, terá a sua progressão de regime mais branda
com base no Código Penal e na Lei de Execuções Penais (após cumprido 1/6 da pena).
Vamos analisar a seguinte situação:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm
27/08/2021 Disciplina Portal
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Fonte: Free Wind 2014 / Shutterstock
Durante uma operação policial, um caminhão carregando meia tonelada de maconha foi apreendido numa rodovia
estadual. Tendo em vista a quantidade da droga e o valor, os policiais suspeitaram que poderia haver mais alguém
envolvido no transporte e, a partir de uma denúncia anônima, descobriram que havia mais quatro pessoas em duas
motos responsáveis por avisar a presença de policiais ou �scais rodoviários. Nenhuma droga havia com estes! O
motorista do caminhão foi autuado em �agrante por trá�co de drogas (art. 33).
As quatro pessoas nas motos que apenas escoltavam o caminhão deverão responder por trá�co?
Resposta Correta
AGORA REALIZE OS EXERCÍCIOS A SEGUIR:
1. O trá�co de drogas é equiparado a crime hediondo? E quando con�gurar o art. 33, §4º?
Resposta Correta
2. (Vunesp-2015/Inspetor de Polícia) A Lei n o 11.343/06 (Drogas) estabelece que:
O artigo 28 dessa Lei não mais prevê pena corporal para o usuário de drogas e não mais considera crime a conduta de quem é
surpreendido usando drogas.
O crime de associação para o trá�co de drogas exige a presença de pelo menos quatro agentes, podendo haver, entre eles,
menores de idade.
A conduta daquele que semeia ou cultiva plantas que constituam matéria-prima para a preparação de drogas, sem autorização
legal, não caracteriza crime regulado por essa Lei, mas sim crime ambiental.
O agente que oferece drogas de forma gratuita para terceiro consumir, não pratica o crime do artigo 33 dessa Lei, o qual exige
lucro.
O agente primário, de bons antecedentes e que não integre organizações criminosas e nem se dedique a atividades criminosas,
condenado por trá�co de drogas, poderá ter sua pena reduzida até 2/3.
Justi�cativa
27/08/2021 Disciplina Portal
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Art. 34
Neste artigo, a matéria-prima também é observada. O maquinário e aparelhos utilizados em um laboratório de drogas é
o mesmo utilizado em uma série de outras atividades lícitas. Um sacolé para embalar cocaína é o mesmo
comercializado para embalar outros produtos vendidos legalmente no comércio.
O que vai de�nir a destinação deste maquinário e aparelhos para �ns de produção de drogas é o contexto no qual se
encontram.
Exemplo
, Vestígios de cocaína nos aparelhos são provas contundentes de sua destinação. Da mesma maneira,
o testemunho de vizinhos, interceptações telefônicas ou con�ssões. Uma boa investigação deverá
atentar para esses detalhes!
Art. 35
27/08/2021 Disciplina Portal
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Este artigo trata da associação para o trá�co. Inicialmente, temos que estabelecer uma diferença entre a associação
para o trá�co e a associação criminosa prevista no art. 288 do Código Penal. Observe:
Art. 37
Este artigo enquadra a �gura do "fogueteiro", aquele indivíduo que avisa a chegada da polícia. Contudo, esse
informante deve ter uma atuação pontual e não recorrente. Do contrário, caso seja permanente, ele será enquadrado na
associação para o trá�co (art. 35). Isto ocorre porque a sua colaboração reiterada e permanente o faz membro da
organização criminosa, deixando de ser mera participação eventual.
A seguir, vamos analisar alguns artigos que contêm aspectos interessantes da Lei de Drogas para a
investigação.
Arts. 45 e 46
27/08/2021 Disciplina Portal
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Esses artigos preveem uma causa de exclusão da culpabilidade do agente. Repetem, na verdade, o mesmo raciocínio
aplicado pelo Código Penal aos demais crimes.
Isso quer dizer que só se pune alguém que tivesse plena consciência de seus atos, no momento da
conduta. Se não o tinha, seria injusto punir, a�nal de contas, nem sabia o que estava fazendo!
O art. 45 vem, portanto, dar um tratamento distinto e mais humano para a pessoa doente e viciada que, por não
conseguir controlar o seu vício, usa drogas e comete algum crime.
Desse modo, o dispositivo somente será aplicado se forem obedecidos os seguinte requisitos:
  1. Total incapacidade para entender o caráter ilícito da ação;
  2. Esta incapacidade deve decorrer da química ou do efeito da droga;
  3. A total incapacidade não deve ser premeditada. No caso da incapacidade não ser total (estava drogado,
mas ainda possuía alguma consciência), a pena será reduzida, mas não haverá isenção total.
27/08/2021 Disciplina Portal
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E no caso de uma pessoa que usa
drogas para tomar coragem para
cometer um crime, a mesma será
enquadrada nos artigos 45 e 46? 
                                   RESPOSTA    
AGORA REALIZE OS EXERCÍCIOS A SEGUIR:
3. Qual a diferença entre a associação criminosa (art. 288 do CP) e associação para o trá�co (art. 35)?
Resposta Correta
4. O agente que, após usar cocaína e completamente inconsciente, cometa o crime de distribuir drogas para pessoas
do seu consumo responderá por trá�co de drogas?
Resposta Correta
5. (FGV - Juiz 2—8): A respeito da Lei 11.343/2006, assinale a a�rmativa incorreta.
Prevê a redução de pena de um sexto a um terço para os crimes de�nidos no caput e no parágrafo primeiro do art. 33, quando o
agente for primário, de bons antecedentes e não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
Tipi�ca em separado, no art. 37, a conduta de quem colabora, como informante, com grupo criminoso destinado ao trá�co de
drogas (art. 33).
Prevê o aumento de pena de um sexto a dois terços para o crime de trá�co (art. 33) quando o agente �nanciar a prática do
crime.
Criminaliza a conduta de quem conduz aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade alheia
no art. 39.
Permite que o condenado por trá�co de drogas (art. 33) obtenha livramento condicional após o cumprimento de dois terços da
pena, se não for reincidente especí�co.
Justi�cativa
27/08/2021 Disciplina Portal
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Art. 53
Este dispositivo fala da ação controlada (ou “�agrante prorrogado, retardado ou diferido”). Ele autoriza que a polícia
deixe de efetuar a prisão em �agrante ou deixe de atuar diante da notícia de um crime previsto na Lei de Drogas, com o
objetivo de identi�car e responsabilizar os demais envolvidos.
Uma organização criminosa pode possuir diversos ramos e pessoas espalhadas em diferentes regiões e investigações
desse tipo demoram muito tempo e são extremamente complexas, pois a reunião de provas e identi�cação dos
autores requerem uma série de ações.
Muitas vezes, para que se possa desmantelar toda a organização, é necessário que se deixe a organização atuar por
algum tempo, de maneira que a polícia possa conseguir informações e pedir a prisão de todos os envolvidos.
Fonte: Monika Gruszewicz / Shutterstock
Como, em tese, "deixar de efetuar a prisão", em uma situação em que se evidencia o crime, não é
permito à polícia, o art. 53 vem legalizar essa prevaricação por parte dos policiais, desde que reste
claro o objetivo de aprofundar as investigações. 
Em qualquer hipótese, a autorização judicial (glossário) é necessária. Do contrário, os policiais devem
efetuar a prisão e tomar as medidas cabíveis, sob pena de responsabilidade penal e administrativa.
27/08/2021 Disciplina Portal
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Art. 65
Esse artigo concretiza compromissos internacionais que o Brasil vem assumindo no combate ao crime organizado
internacional. Veja que a colaboração não precisa de solicitação judicial em alguns casos, basta haver a comunicação
direta entre autoridades policiais e membros do Ministério Público, sem muita formalidade ou burocracia.
Se levarmos em consideração que o Brasil não é um grande produtor de drogas, concluímos que a maior parte da
droga circulando no país atravessa nossas fronteiras e, consequentemente, a colaboração de outros países é
fundamental para se ter uma ação efetiva, interrompendo a cadeia no seu início e não apenas na ponta (prendendo os
grandes tra�cantes, por exemplo).
Fonte da Imagem:
Atente-se agora para algumas observações importantes!
Atualmente, existe um processo no Supremo Tribunal Federal em que se está discutindo a constitucionalidade do art.
28. O argumento é que a criminalização da posse para uso próprio acaba estigmatizando o agente e compromete
medidas de redução e controle dos danos causados pela droga.
Caso se con�rme esta inconstitucionalidade (em fevereiro de 2017 ainda não havia decisão �nal no processo), a
conduta de posse de drogas para uso pessoal deixaria de ser crime, mas continuaria ilícita (administrativa e
civilmente), cabendo as mesmas sanções previstas no art. 28.
Apesar das sanções permanecerem, vale lembrar que o fato da conduta deixar de ser crime é importante para efeitos
penais, pois, por exemplo, evita a ocorrência da reincidência.
Para melhor compreender o assunto, você pode ler aqui (glossário) a notícia e o processo.
https://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=298109
27/08/2021 Disciplina Portal
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Na redação original da Lei de Drogas, era vedada a concessão de liberdade provisória e a conversão das penas em
restritivas em direito, e o regime inicial de cumprimento das penas era necessariamente o fechado.
Apenas para contextualizar, liberdade provisória é a possibilidade de responder o processo em liberdade, mesmo em
caso de �agrante delito. A conversão da pena privativa de liberdade (prisão ou detenção) em restritiva de direito
(prestação de serviços à comunidade ou pagamento de valores, por exemplo) é um benefício que o Código Penal
determina em determinados casos. Nessa hipótese, o condenado não irá preso!
A vedação a tais benefícios não está mais em vigor, seja porque houve alteração legislativa, seja porque o STF
considerou alguns de seus dispositivos inconstitucionais.
Atualmente, portanto, é cabível a liberdade provisória, a conversão em pena restritiva de direito e o regime inicial de
cumprimento de pena (quando não for possível a substituição por restritiva de direitos) pode ser fechado ou aberto.
Leia os demais artigos da Lei de Drogas pertinentes à matéria, que são os arts. 36, 38, 39 e 62. (glossário)
Agora realize os exercícios a seguir:
6. O que é ação controlada? Qual a sua importância na investigação do trá�co de drogas?
Resposta Correta
7. (FUMARC Titular de Cartório/TJMG - 2012 - Adaptada): Sobre a Lei 11.343/2006 (Tóxicos) e em conformidade ao
que nela está previsto, é correto a�rmar que:
Toda e qualquer conduta tipi�cada na referida Lei é idônea a ensejar prisão em �agrante delito.
O inquérito policial será concluído no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, e de 30 (trinta) dias, se estiver solto.
É permitida, em qualquer fase da persecução criminal e mediante autorização judicial, a in�ltração por agentes de polícia, em
tarefas de investigação.
O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identi�cação dos
demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, nocaso de condenação, terá
pena reduzida de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).
A conduta do art. 28 não constitui crime, mas infração administrativa.
Justi�cativa
ATIVIDADE
Leia o Relatório Mundial sobre Trá�co de Drogas da ONU (glossário) e descreva a importância e as consequências do
problema das drogas em nossa sociedade.
Resposta Correta
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/drogas/relatorio-mundial-sobre-drogas.html
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Glossário
SIM
Correto! O remédio para dor de cabeça é considerado uma droga, já que altera o funcionamento do
nosso organismo.
Portanto, podemos concluir em princípio que tanto a maconha quanto um remédio para dor de cabeça
são considerados drogas por de�nição técnica. O que vai diferençar ambos é o fato de uma ser ilícita
e a outra lícita.
NÃO
O remédio para dor de cabeça é sim considerado uma droga, já que altera o funcionamento do nosso
organismo.
Portanto, podemos concluir em princípio que tanto a maconha quanto um remédio para dor de cabeça
são considerados drogas por de�nição técnica. O que vai diferençar ambos é o fato de uma ser ilícita
e a outra lícita.
LEI DE DROGAS (LEI 11.343/06)
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad); prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao trá�co ilícito de drogas e
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de�ne crimes.
Parágrafo único. Para �ns desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos
capazes de causar dependência, assim especi�cados em lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Para conhecer essa lei na íntegra, clique aqui. (//www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11343.htm)
LISTAS ATUALIZADAS
Essa lista, atualmente, é a que consta na Portaria SVS/MS nº 344/98 do Ministério da Saúde (art 66
da Lei de Drogas). Aqui, destacamos que nem todas as substâncias nessa Portaria são consideradas
drogas ilícitas, pois algumas não causam dependência, um dos requisitos para tal.
Para você se familiarizar com o assunto, acesse a Portaria SVS/MS nº 344/98 clicando aqui.
(//www.anvisa.gov.br/scriptsweb/anvisalegis/VisualizaDocumento.asp?ID=939&Versao=2)
ART. 28
Não poderá ser enquadrado nesse artigo pois estará fora de contexto.
ART. 33
Poderá ser enquadrado nesse artigo, pois está no contexto do parágrafo 3º: Oferecer droga,
eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem.
RESPOSTA
A resposta é bem subjetiva e ainda não há de�nição por parte da jurisprudência, havendo decisões
pelo sim e pelo não.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Na sessão desta quinta-feira (23 de junho de 2016), o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF)
entendeu que o chamado trá�co privilegiado, no qual as penas podem ser reduzidas, conforme o
artigo 33, parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve ser considerado crime de
natureza hedionda. A discussão ocorreu no julgamento do Habeas Corpus (HC) 118533, que foi
deferido por maioria dos votos.
Para conhecer o entendimento do STF na íntegra, clique aqui.
(//www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319638)
RESPOSTA
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm
https://www.anvisa.gov.br/scriptsweb/anvisalegis/VisualizaDocumento.asp?ID=939&Versao=2
https://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=319638
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Esse caso NÃO se aplica a este dispositivo ao caso do indivíduo que cheira cocaína para tomar
coragem para transportar drogas de um local para outro, por exemplo. Isto porque, nesse caso, houve
o uso de drogas premeditado. Portanto, há que ser detalhado e devidamente comprovada a situação
dos artigos 45 ou 46.
AUTORIZAÇÃO JUDICIAL
No caso de investigação de organizações criminosas que atue fora do trá�co de drogas, a ação
controlada também poderá ser procedida com base na Lei 12.850/13.
(//www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm) Neste caso, contudo, não
precisará autorização judicial, mas apenas a comunicação ao juiz por parte da autoridade policial.
ARTS. 36, 38, 39 E 62
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
desta Lei: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro
mil) dias-multa.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo
em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos)
dias-multa. 
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria pro�ssional a que
pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a
incolumidade de outrem: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade
aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. 
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no
caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes de�nidos
nesta Lei, após a sua regular apreensão, �carão sob custódia da autoridade de polícia judiciária,
excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação especí�ca. 
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a
autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de
sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
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