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Aprendizagem Motora Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Ana Maria Forti Barela Revisão Textual: Prof. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti Princípios da performance motora • Informação sensorial e performance motora • Controle motor • Atenção • Memória · Apresentar as principais formas como a informação sensorial é utilizada na performance das habilidades motoras. · Apresentar os principais aspectos relacionados à coordenação e ao controle dos movimentos. · Apresentar os principais aspectos relacionados à atenção e à memória, e suas implicações no contexto de performance das habilidades motoras. OBJETIVO DE APRENDIZADO Olá aluno(a), Nesta Unidade, vamos apresentar os principais sistemas sensoriais utilizados no contexto de aprendizagem motora, dois mecanismos de controle motor e discutiremos sobre memória e atenção. Todos esses aspectos fazem parte dos princípios da performance motora. Leia todo o conteúdo disponibilizado atentamente, acesse os links e os vídeos indicados e registre suas dúvidas para transmiti-las ao professor-tutor. Bom estudo!!! ORIENTAÇÕES Princípios da performance motora UNIDADE Princípios da performance motora Contextualização Uma característica chave relacionada ao controle motor é o papel da informação sensorial para propiciar o controle de nossas ações. De todos os nossos sentidos (por exemplo, tato, olfato, audição, visão, paladar), tato, propriocepção e visão contribuem significativamente para o controle de nossos movimentos e, portanto, serão tratados nesta Unidade. Enquanto o tato e a propriocepção fazem parte do sistema somatossensorial, a visão faz parte do sistema sensorial visual. Em se tratando de controle motor, o foco será principalmente nos termos associados ao controle dos movimentos e dois tipos gerais de sistemas de controle são apresentados. Tendo em vista que a preparação para a execução de qualquer habilidade motora é influenciada pela nossa capacidade limitada para selecionar e processar informação, e que temos que armazenar e recuperar as informações necessárias para realizar as tarefas motoras, trataremos também da atenção e da memória. Mais uma vez, os assuntos abordados nesta Unidade servirão de base para tratar do processo de aquisição de habilidades motoras. 6 7 Informação sensorial e performance motora Imagine-se pegando um copo de água para beber. Nessa situação, sistemas sensoriais visual, tátil e proprioceptivo contribuem para que seja possível realizar a ação. A visão auxilia a localizar o copo e prendê-lo com sua mão e dedos, e o tato e a propriocepção ajudam a levantar o copo e levá-lo até sua boca sem que o copo escorregue de sua mão. Sem informação proveniente desses sistemas sensoriais, seria mais difícil, para não dizer impossível, realizar essa tarefa motora que parece simples. Você consegue realizar essa habilidade motora como diversas outras no dia a dia, justamente porque as informações sensoriais são utilizadas pelo sistema nervoso central para contribuir com o sistema de controle motor. Neste tópico, apresentamos os sistemas sensoriais considerados principais, para entender como controlamos nossos movimentos. Primeiramente, dois termos principais envolvidos com a informação sensorial e a performance motora devem ser entendidos, sendo eles: sistema sensorial e sistema motor. Sistema sensorial é o termo utilizado para descrever os componentes do sistema nervoso central e periférico, envolvidos com nossas sensações. Por outro lado, sistema motor é o termo utilizado para descrever as estruturas centrais e periféricas referentes ao comportamento motor (PURVES et al., 2010). Tendo em vista que uma performance habilidosa requer a integração desses dois sistemas, é importante entender os princípios básicos que norteiam tal integração. O sistema nervoso é constituído pelo sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). De modo geral, o SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, sendo que fazem parte do encéfalo os dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo, conhecidos como cérebro), bulbo, ponte e mesencéfalo (conhecidos como tronco encefálico), cerebelo e diencéfalo, e o SNP é formado pelos nervos cranianos e os nervos espinhais. Cabe ressaltar que as informações que vão da periferia para o SNC percorrem caminhos aferentes (ou ascendentes), por meio de neurônios sensoriais, enquanto as informações que vão do SNC para a periferia percorrem caminhos eferentes (ou descendentes), por meio de neurônios motores. O conhecimento dos principais componentes do sistema nervoso facilita o entendimento sobre informação sensorial e performance motora, porém, o aprofundamento desses aspectos não é escopo desta Unidade nem da disciplina Aprendizagem Motora. Portanto, sugiro que você consulte um dos seguintes livros de neurociências para obter mais informações sobre a organização do sistema nervoso. Leia as obras “Neurociências” de Purves, Ausgustine e Fitzpatrick e “Neurociências: desvendando o sistema nervoso, de Bear, Connors e Paradiso. Ex pl or 7 UNIDADE Princípios da performance motora Utilizamos o sistema sensorial para obter informação e para planejar nossas ações, corrigir os nossos movimentos e controlar nossa performance, de modo que uma performance bem sucedida depende normalmente de como identificamos e utilizamos as informações mais relevantes conforme as exigências da tarefa. Nosso sistema sensorial é composto por receptores sensoriais. Receptores sensoriais, por sua vez, são células especializadas do nosso corpo responsáveis pela identificação de estímulos provenientes do ambiente ou do próprio corpo (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2011). Há três categorias desses receptores sensoriais: os exteroceptores, os proprioceptores e os interoceptores. Uma vez que os interoceptores são os receptores sensoriais que fornecem informação sobre algo, agindo dentro do nosso corpo, como por exemplo, fome, sede, etc., as duas categorias mais importantes para a performance de habilidades motoras são os exteroceptores e os proprioceptores. Os exteroceptores são os receptores sensoriais que fornecem informação sobre o que está fora do nosso corpo, ou seja, no ambiente. Já os proprioceptores são os receptores que fornecem informação sobre o que está dentro do nosso corpo, como por exemplo, como as diversas partes de nosso corpo estão uma em relação à outra e até mesmo a orientação do nosso corpo como um todo no espaço. Visão, audição e tato são alguns dos exemplos de exteroceptores enquanto que fusos musculares, órgãos tendinosos de Golgi e receptores cutâneos do nosso corpo são alguns dos exemplos de proprioceptores. Nesta Unidade, abordaremos brevemente o sistema visual e o sistema somatossensorial, como segue. Sistema visual Em se tratando do sistema visual, a visão nos auxilia a definir a estrutura física do ambiente e nos permite antecipar os eventos que ocorrem à nossa volta. Por exemplo, a visão oferece informação sobre movimento de pessoas e objetos presentes no ambiente. A maioria de nós temos uma tendência de usar mais a visão quando executamos as habilidades motoras (MAGILL, 2011). Basta pensar em alguma habilidade motora que estamos aprendendo, como por exemplo digitar um texto no computador. Parece que se não olharmos para o teclado para ver nossos dedos tocando cada tecla, não conseguimos digitar o texto com precisão. Um dos termos que faz parte do sistema visual é o campo visual, que se refere ao espaço total que pode ser visto, quando o olhar está fixo em um ponto à nossa frente. Dentro desse campo visual, temos a visão central e a visão periférica. Nossa visão central nos informa sobre a localização do que está bem à nossa frente, no centro de nosso campo visual. Já nossa visão periférica nos informa sobre a localização do que está fora dos limites da visão central. 8 9 Para verifi car qual a extensão do espaço que podemos visualizar com cada olho (direito eesquerdo), faça o seguinte experimento. Segure uma caneta (ou um lápis) com a sua mão direita, feche seu olho esquerdo e mantenha o olhar para um ponto bem a sua frente. Mantendo sempre seu olhar fi xo nesse ponto, movimente lentamente a caneta para a direita até que ela desapareça. Em seguida, mantenha o olhar fi xo no mesmo ponto, movimente a caneta para a esquerda até que ela desapareça. Repita esses procedimentos, movimentando a caneta para baixo e para cima. Os pontos que você não consegue visualizar mais a caneta defi nem os limites de seu campo visual para o olho direito. Para descobrir os limites de seu campo visual para o olho esquerdo, repita todos os procedimentos utilizados para o olho direito. Ex pl or Para entender melhor como a visão central e a visão periférica nos fornecem informação distinta para controlar nossos movimentos, vamos considerar o alcançar e o agarrar um objeto (“tarefa de preensão”), que é uma habilidade motora comum do nosso dia a dia. Então, imagine-se sentado com a intenção de pegar um copo que está à sua frente sobre a mesa. À medida que você prepara para se movimentar, a sua visão central se fixará no copo para obter informação sobre o tamanho e o formato do copo, e a distância em que ele se encontra de você. Conforme você alcança o copo, a sua mão que está se movimentando até ele é vista pela visão periférica (nesse caso, a visão periférica fornece informação constante para guiar o alcance e para segurar o copo). Assim que a mão se aproxima do copo, a visão central se torna crítica novamente para fornecer informação necessária para segurar o copo. Sistema somatossensorial Ao contrário do sistema visual que está localizado na região da cabeça, o sistema somatossensorial está localizado no corpo todo e é, portanto, o nosso maior e mais variado sistema sensorial. Esse sistema nos fornece informação sobre tato, pressão, dor, vibração, posição das diversas partes do nosso corpo, temperatura. Todos esses tipos de informação são traduzidos por receptores dentro da pele ou dos músculos e transmitidas para o SNC. Figura 1 – Sistema Somatossensorial 9 UNIDADE Princípios da performance motora Todas as habilidades motoras que envolvem manipulação de objetos, como por exemplo, utilização de talheres para se alimentar, digitar textos no aparelho celular, rebater uma bola com a mão ou com uma raquete; de pessoas, como por exemplo em lutas; e interação com o ambiente que estamos inseridos, como por exemplo, andar descalços na areia da praia ou em um gramado, incluem a detecção de características específicas do objeto, das pessoas ou do ambiente, por meio de receptores sensoriais táteis presentes em nossa pele que são parte de nosso sistema somatossensorial. Provavelmente, você deve estar se perguntando como essa informação sensorial é utilizada para nos ajudar a executar as diversas habilidades motoras. Bem, toda vez que tocamos alguma coisa, mecanorreceptores localizados na nossa derme (logo abaixo da superfície da pele) são ativados e enviam informações ao SNC sobre dor, temperatura e movimento (MAGILL, 2011). Esses receptores são considerados mecanorreceptores porque detectam estiramento da pele e movimento articular. Você sabia que a maior concentração desses receptores se encontra na ponta dos nossos dedos? A propriocepção (ou cinestesia como alguns se referem a esse termo) se refere à nossa sensação e à percepção sobre posição e movimento das diversas partes de nosso corpo (MAGILL, 2011); e se refere, ainda, à informação sensorial transmitida para o SNC sobre as características do movimento, tais como direção, localização no espaço, velocidade, ativação muscular. Em termos gerais, informações sobre a posição das partes de nosso corpo entre si e no espaço são obtidas pelos fusos musculares que fornecem informação sobre o comprimento muscular, os órgãos tendinosos de Golgi (localizados nos tendões dos músculos) que fornecem informação sobre mudanças na tensão muscular, e pelos receptores articulares (localizados nas cápsulas articulares e ligamentos). Antes de finalizar este tópico, é importante destacar que cada sistema sensorial apresenta características e especificidades que propiciam a obtenção de diferentes estímulos sensoriais, de modo que não há um sistema sensorial mais importante que o outro. Pelo contrário, no caso de um dos sistemas falhar ou de não ser possível obter informação a partir dele, o outro pode compensar. Suponha que você esteja descendo as escadas de uma casa e de repente a energia elétrica é interrompida. Nessa situação, você dificilmente conseguirá utilizar informação visual para continuar descendo as escadas e, normalmente, uma maneira de compensar a ausência dessa informação é tatear o corrimão ou as paredes laterais da escada para obter informação sobre o ambiente sem sofrer um acidente. Um sistema sensorial pode complementar os demais sistemas e, se um dos sistemas não fornecer informação correta, os demais podem ser utilizados para propiciar a informação correta. Normalmente, utilizamos vários sistemas sensoriais simultaneamente. Entretanto, em algumas situações, como por exemplo, quando estamos dentro de um carro, de um ônibus ou de um metrô que está parado e o veículo ao nosso lado começa a se movimentar, temos a sensação de que é o nosso veículo que está se movimentando. Quem nos fornece essa informação incorreta é o sistema visual e para perceber a situação real, temos que nos basear em outros sistemas sensoriais que nos forneçam informação sobre mudanças de posição do nosso corpo no espaço. 10 11 Apesar de boa parte dos exemplos apresentados neste tópico serem sobre atividades do dia a dia de cada um de nós, as informações apresentadas fazem parte dos estímulos que o executante de qualquer habilidade motora precisa processar para executá-la da melhor forma possível. Você, enquanto futuro professor de Educação Física, deve indicar para seus alunos quais informações (estímulos) são mais importantes, conforme a situação em que eles se encontram, e criar as melhores condições para que essas informações sejam obtidas. No tópico sobre atenção, abordaremos a questão de “informações mais importantes”. Controle motor Para realizarmos qualquer habilidade motora, precisamos controlar e coordenar as várias partes de nosso corpo para que elas funcionem adequadamente e consigamos concluir tal habilidade com êxito. Sendo assim, controle motor é um termo amplo que descreve os mecanismos pelos quais todos nós controlamos e coordenamos os nossos movimentos em diferentes situações. Apesar de a maioria das pessoas utilizar com frequência os termos coordenação e controle, nem sempre esses conceitos são compreendidos corretamente. Dessa forma, é importante descrevê-los, mesmo que brevemente. Coordenação se refere à organização das partes envolvidas (por exemplo, músculos, articulações, segmentos corporais) para que atuem conjuntamente e como uma unidade funcional (BARELA; BARELA, 2013). Normalmente, nos referimos a esses aspectos como padrão motor, e é por meio desse padrão que identificamos e diferenciamos as diversas habilidades motoras, tais como andar, correr, saltar para cima, saltar para frente, etc. A relação das partes envolvidas para cada uma dessas habilidades motoras é que caracteriza o movimento coordenado. Controle, dentro desse contexto, se refere à parametrização do movimento (BARELA; BARELA, 2013). Nos exemplos apresentados anteriormente, podemos considerar as variações que são apresentadas para realizar cada uma das habilidades motoras, tais como a velocidade do movimento (lenta, moderada, rápida), amplitude (quanto de movimento cada articulação envolvida realiza), força, etc.. No andar e no correr, podemos apresentar passos mais longos, mais rápidos, pisar mais forte no chão; nos saltos, podemos saltar mais alto, mais longe, movimentando mais ou menos os braços e as pernas. Tendo em vista que a performance de uma habilidademotora requer que o executante organize a ativação do grupo muscular envolvido na referida habilidade de tal modo que a meta da ação seja alcançada (MAGILL, 2011), podemos dizer, de maneira bem simplificada, que a coordenação se refere a como e quando ativar os grupos musculares envolvidos na habilidade motora, enquanto que controle se refere a quanto ativar esses grupos musculares (BARELA; BARELA, 2013). Para executar uma habilidade motora corretamente, temos que obter e utilizar as informações sensoriais adequadamente, coordenar as ações dos diversos 11 UNIDADE Princípios da performance motora músculos, articulações e segmentos corporais e, dependendo da habilidade motora e do contexto ambiental, obter informação durante a execução da habilidade para ajustar a ação. É assumido que o sistema nervoso controla os nossos movimentos a partir de dois sistemas: sistema de circuito aberto e sistema de circuito fechado. A partir desses dois sistemas, é possível compreender melhor como utilizamos as informações sensoriais para controlar nossos movimentos. Tais sistemas são gerais e se referem tanto às estruturas físicas do ambiente que estamos inseridos como a diferentes formas que o sistema nervoso inicia e controla as nossas habilidades motoras. Sistema de circuito aberto Muitas vezes, nos deparamos com certas situações em que precisamos ter todas as informações disponíveis antes de começar a executar a tarefa, e a partir do momento em que começamos a executá-la, não temos como modificar qualquer coisa. Imagine- se, por exemplo, jogando boliche. Antes de arremessar a bola, você tem que saber quantos pinos precisam ser derrubados e qual a posição que cada um deles está, a posição que você deve ocupar, o tamanho e o peso de bola e como deve segurá- la. A partir dessas informações, você processa todas as informações necessárias (lembre-se do “processamento de informação” abordado nesta disciplina!) e realiza o arremesso com o intuito de derrubar o maior número possível de pinos. Caso a bola percorra um percurso diferente do que você havia programado, não há como reverter o processo. Tarde demais!! Da mesma forma que para jogar boliche, há certas habilidades motoras que requerem todas as informações necessárias antes que as mesmas sejam iniciadas. E, para essas habilidades, utilizamos o sistema de circuito aberto. O sistema de circuito aberto é um sistema de controle em que toda informação necessária esteja disponível, inicialmente, para o sistema efetor para que seja possível iniciar e concluir a habilidade conforme planejado (MAGILL, 2011). A Figura 2 ilustra uma representação esquemática desse sistema. É importante notar que o “executivo” é o centro de controle onde as informações são processadas antes que a ação seja iniciada. Input Executivo Efetor Executante músculos, articulações, segmentos corporais Centro de Controle Gera e envia comandos referentes à ação para o sistema efetor Output Figura 2 – Representação esquemática e simplificada de um sistema de ciruito aberto 12 13 Sistema de circuito fechado Nem todas as situações as quais nos deparamos no dia a dia são como a descrita anteriormente. Ainda bem!!!! Em muitas situações, por outro lado, nos deparamos com situações em que precisamos ter apenas algumas informações disponíveis antes de começar a executar a tarefa, e a partir do momento que começamos a executá-la, podemos fazer “ajustes” durante a execução. Por exemplo, imagine-se andando de bicicleta. De antemão, você precisa saber qual será o seu destino ao sair de casa, e durante o percurso você deve se manter em uma via segura tanto para você quanto para os demais à sua volta. Para tanto, você deve se basear constantemente em informações exteroceptivas e proprioceptivas para controlar seus movimentos e fazer os ajustes necessários para se manter sobre a bicicleta e continuar seu percurso. Durante o trajeto, provavelmente, você terá que desviar-se de obstáculos, frear, etc. Dentre as inúmeras habilidades motoras, há aquelas que se assemelham ao exemplo citado de andar de bicicleta. Precisamos somente de algumas informações antes de iniciá-las, e para tanto, utilizamos o sistema de circuito fechado, o qual tem um elemento a mais que o sistema de circuito aberto chamado feedback. Portanto, antes de definir o sistema de circuito fechado, temos que entender o que é feedback. Feedback é a informação provinda do sistema sensorial que indica o estado de um movimento para o sistema nervoso central, e é usado para fazer as correções ou os ajustes necessários em um movimento contínuo (MAGILL, 2011). O sistema de circuito fechado é um sistema de controle em que durante a execução da habilidade motora, o feedback é comparado com uma referência para possibilitar que a habilidade seja executada conforme o planejado (MAGILL, 2011). A Figura 3 ilustra uma representação esquemática desse sistema. É importante notar que o “executivo” é o centro de controle, em que há somente informações suficientes para iniciar as ações processadas, e a partir daí, esse centro de controle é constantemente atualizado sobre o movimento que está sendo realizado, podendo fazer as correções necessárias durante a execução da habilidade motora. Input Executivo Efetor Executante músculos, articulações, segmentos corporais Centro de Controle Gera e envia comandos referentes à ação para o sistema efetor Output Figura 3 – Representação esquemática e simplifi cada de um sistema de ciruito fechado 13 UNIDADE Princípios da performance motora Atenção Quando recebemos mensagens enviadas pelos nossos amigos pelo celular e decidimos lê-las enquanto andamos de um local para outro, conseguimos fazer as duas coisas sem grandes problemas, desde que não tenha tantos obstáculos à nossa frente, como por exemplo, outras pessoas, árvores, postes, buracos, etc., pois do contrário podemos ter dificuldades para fazer as duas coisas ao mesmo tempo (andar e ler as mensagens). Da mesma forma que esse exemplo, nos deparamos constantemente com a situação de ter que fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, sendo que algumas vezes somos bem sucedidos, e outras vezes nem tanto. Por que será que é fácil fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo em algumas situações, mas em outras é difícil ou até mesmo impossível? Para responder a essa questão, temos que entender um pouco sobre atenção, uma vez que ela está relacionada ao processamento de informação e performance de várias atividades simultaneamente. Conforme discutimos anteriormente, processamos informação constantemente, e esse tipo de informação, obtido a partir de estímulos sensoriais, deve ser obtido por nossos sistemas sensoriais. Para que consigamos obter qualquer informação, precisamos necessariamente estar conscientes, em estado de alerta, ou como costumamos dizer no dia a dia, precisamos estar “prestando atenção”. Mas o que é atenção afinal? O conceito de atenção parece óbvio, mas não é tão simples de definir. Assista ao vídeo sobre um teste de atenção, seguindo as orientações e respondendo às questões contidas nele. É importante seguir as orientações!!! https://youtu.be/FzeXeXR9cCs Ex pl or Dento do contexto de performance de habilidades motoras, o termo atenção se refere às características relacionadas à consciência, estado de alerta e esforço cognitivo. Tais características se relacionam à performance das habilidades, pois elas têm como referência específica as limitações associadas à consciência, estado de alerta e esforço cognitivo para a performance simultânea de várias tarefas, e a detecção de informação relevante no ambiente da performance (MAGILL, 2011). Desse modo, podemos dizer que o conceito de atenção descreve as limitações que temos para processar informação (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Além disso, durante a performance das habilidades motoras, temos que selecionar as informações que são mais relevantes, uma vez que nem todas as informações disponíveis são relevantes para cadasituação específica. Nosso grande desafio é tomar a decisão correta sobre qual informação é relevante!!! No caso do vídeo a que você assistiu, qual era a informação mais relevante?? 14 15 Em aprendizagem motora, utilizamos o termo atenção seletiva para nos referir à detecção e à seleção da informação relacionada à performance no contexto em que a habilidade é executada (MAGILL, 2011). Sendo assim, a atenção é algo que interfere no nosso tempo de reação e que nos ajuda a melhorar a detecção de informação. Não é objetivo desta Unidade apresentar as diferentes teorias sobre atenção, mas sim apresentar informações suficientes que o(a) ajudará a entender e a elaborar um programa de aquisição e de refinamento de habilidades motoras. Imagine que temos um reservatório cheio de recursos de atenção. Porém, cada um de nós tem uma capacidade de atenção, sendo que alguns têm mais recursos e outros têm menos recursos de atenção!! À medida que precisamos prestar atenção em alguma coisa, recorremos a esses recursos. Para tanto, é importante que essa nossa capacidade seja flexível, de tal modo que se tivermos que realizar mais de uma atividade ao mesmo tempo, podemos utilizar mais ou menos do nosso recurso total de atenção (Figura 3). No exemplo apresentado no início deste tópico, se você estiver caminhando por um local sem qualquer obstáculo, você conseguirá andar e ler suas mensagens no celular sem ter que utilizar todos os recursos de atenção disponíveis. Provavelmente, como você já é habilidoso para andar, utilizará o mínimo de recursos para executar o andar e poderá usar mais recursos para ler as mensagens. Porém, se um grupo de pessoas vier em sua direção, para evitar qualquer esbarrão com essas pessoas, você terá que aumentar seus recursos de atenção para o ambiente a sua volta e diminuir os seus recursos para ler as mensagens. Capacidade �exível de atenção Habilidade “y” Habilidade “x” Figura 3. Representação esquemática de nossa capacidade fl exível de atenção e como ela pode ser utilizada para realizar mais de uma habilidade simultaneamente (Nota: habilidade “x” poderia ser andar e habilidade “y” poderia ser ler as mensagens no celular). Fonte: Adaptado de MAGILL,2010 Um dos segredos para se ter sucesso ao executar duas ou mais habilidades motoras simultaneamente se refere aos sistemas sensoriais envolvidos nessas habilidades, dependendo se elas demandam atenção em um sistema sensorial comum ou de diferentes sistemas sensoriais. No caso da situação apresentada anteriormente, tanto para ler as mensagens do seu celular como para ver se há pessoas vindo em sua direção, você utiliza informação visual. Portanto, dificilmente, conseguirá realizar as duas tarefas simultaneamente com sucesso. Porém, se 15 UNIDADE Princípios da performance motora ao invés de ver as pessoas a sua volta, você apenas escutar o som das pessoas se aproximando de você, você poderá continuar lendo suas mensagens, pois nesse caso, você estará utilizando duas fontes diferentes de informação sensorial (informação visual e informação auditiva). Para executar duas ou mais habilidades motoras simultaneamente e com sucesso, é preciso que se utilize o mínimo possível dos recursos de atenção. Neste caso, nos referimos à automaticidade!! Automaticidade é um conceito importante que se relaciona principalmente à performance habilidosa em que o executante pode implementar conhecimento e procedimentos com mínima demanda atencional (MAGILL, 2011). Automaticidade se refere à performance de uma habilidade ou partes dela sem que se utilize os recursos de atenção. Mas será que é possível verificar se alguém executa uma habilidade motora de forma automatizada??? Uma maneira de verificar quão automatizada é a execução das habilidades motoras é por meio de um procedimento chamado “procedimento da tarefa dual” (ou da tarefa dupla). Nesse procedimento, duas tarefas devem ser realizadas simultaneamente: (1) tarefa primária, que é normalmente considerada a tarefa que temos interesse em saber se sua execução é automatizada; e (2) tarefa secundária, que é normalmente considerada a tarefa que distrai o executante (MAGILL, 2011). Durante o procedimento da tarefa dual, é determinado o quanto de atenção é necessário para executar uma habilidade motora ou parte dessa habilidade, de modo que o procedimento da tarefa dual envolve avaliar o grau de interferência causado por uma tarefa quando alguém está executando outra tarefa simultaneamente. Sendo assim, a tarefa secundária pode ser uma habilidade motora classificada como discreta ou contínua, dependendo de como se quer determinar a demanda de atenção. Por exemplo, se a intenção é avaliar a demanda de atenção pela preparação de uma habilidade, pela performance de componentes específicos de uma habilidade, ou em momentos específicos durante a execução da habilidade, a tarefa secundária deve ser uma habilidade motora discreta. Se a intenção é avaliar a demanda de atenção durante toda a execução de uma habilidade motora, a tarefa secundária deve ser contínua. Bem, a capacidade para realizar mais de uma tarefa simultaneamente, quando executamos habilidades motoras, vai depender da situação, de modo que você pode ter mais sucesso em uma situação do que em outras. Importante! É importante notar que se o intuito é fazer com que o executante preste atenção na tarefa primária de modo que ela seja executada tão bem sozinha quanto com a tarefa secundária, então a performance da tarefa secundária é a base utilizada para fazer a interferência sobre as demandas de atenção da tarefa primária. Por outro lado, se o intuito não é direcionar a atenção do executante, principalmente, para qualquer tarefa, a performance das duas tarefas é comparada à performance quando cada uma é executada isoladamente. Importante! 16 17 Memória Você já assisitiu ao filme “Como se fosse a primeira vez”? Se não assistiu, vale a pena assistir! Imagine se todo dia ao acordar, tivéssemos que aprender tudo de novo o que já aprendemos anteriormente... A memória tem uma função muito importante na nossa vida, e neste tópico abordaremos os principais aspectos da memória relacionados à performance motora. A maioria das pessoas considera que a palavra memória indica uma capacidade de “lembrar”. Dessa forma, memória pode ser utilizada como sinônimo de retenção, recordação. Memória é um mecanismo de codificar, dearmazenar e de resgatar a informação adquirida (PURVES et al., 2010), ou ainda, é a retenção da informação aprendida (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2008). Dentro da aprendizagem motora, entendemos que os movimentos são aprendidos e armazenados e, sempre que necessário, esses movimentos são recuperados. Lembre-se dos sistemas de circuito aberto e fechado que tratamos anteriormente. Temos que recorrer à nossa memória´ para selecionar os comandos adequados para o movimento e, no caso do sistema de circuito fechado, recorremos à memória para avaliar os erros, utilizando informações (feedback) para corrigir o próximo movimento. Podemos classificar a memória em duas categorias: qualitativas e temporais (MAGILL, 2011; PURVES et al., 2010). Dentro das categorias qualitativas, temos a memória declarativa e a memória não declarativa. Já nas categorias temporais, temos a memória imediata, a memória de trabalho (ou de curto prazo) e a memória de longo prazo. Tendo em vista que utilizamos nossa memória para armazenar as informações, temos que tratar dessas categorias mesmo que brevemente. Categorias qualitativas da memória Quando falamos em memória declarativa, estamos nos referindo ao armazenamento de informação disponível que pode ser expresso por meio da linguagem verbal. É o tipo de memória que recorremos para relatar fatos, eventos, como por exemplo, a capacidade de lembrar número de telefones, nome das pessoas, datas, locais, letra de uma música, etc. Por outro lado, quando falamos em memória não declarativa, estamos nos referindo ao armazenamento deinformação disponível que nos capacita a saber como fazer determinada tarefa. Normalmente, é mais difícil expressar esse tipo de informação por meio da linguagem verbal, sendo mais comum, expressar esse tipo de informação por meio de movimentos (ou seja, performance motora), e portanto nos referimos e esse tipo de memória como sendo memória de procedimentos. 17 UNIDADE Princípios da performance motora É muito importante entender a diferença entre as duas categorias qualitativas de memória, e um bom exemplo para ilustrar a diferença é o de andar de bicicleta. Se alguém lhe perguntar quem o (a) ensinou a andar de bicicleta, quando você aprendeu a andar de bicicleta, etc., você terá que recorrer à sua memória declarativa para responder tais perguntas. Agora, se alguém colocar uma bicicleta à sua frete e lhe pedir para andar de bicicleta, você não precisará explicar como se anda de bicicleta (e muitas vezes é difícil explicar), mas sim utilizar informação armazenada em sua memória não declarativa para saber os procedimentos necessários para andar de bicicleta. Categorias temporais da memória Dentro do contexto da aprendizagem motora, normalmente, ênfase maior é dada à memória de trabalho e à memória de longo prazo (MAGILL, 2011; SCHMIDT; WRISBERG, 2010), portanto trataremos mais especificamente dessas duas categorias temporais. Entretanto, cabe mencionar que a memória imediata é considerada também uma categoria de memória temporal (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2011; PURVES et al., 2010), e que a utilizamos para manter a consciência por frações de segundos, de modo a registrar as informações sensoriais disponíveis (visão, audição, tato, etc.). Quando falamos em memória de trabalho, nos referimos a uma estrutura de memória que armazena temporariamente (variando de segundos a minutos) a informação adquirida. Muitas vezes, nos referimos a esse tipo de memória como sendo memória de curto prazo, e normalmente, essa categoria de memória está associada aos processos de atenção que discutimos anteriormente. Sendo assim, a memória de trabalho pode ser considerada como uma estrutura funcionalmente ativa e o local onde armazenamos informação por um curto período de tempo, que nos capacita para responder aos estímulos conforme a situação. Temos capacidade limitada para utilizar as informações da memória de curto prazo tanto em termos de duração como de quantidade de informação. Portanto, para manter uma nova informação adquirida, temos que ficar repetindo tal informação, do contrário, a “perdemos”. Ainda, se houver algum tipo de distração ou de perturbação a nossa volta, também não a mantemos. Por exemplo, suponha que seu amigo passou o novo número do telefone e você não tem como anotá-lo. Normalmente, o que fazemos nessa situação? Ficamos repetindo o tal número até que tenhamos condições de registrá-lo em algum lugar (agenda do celular, papel, etc.). Se de repente, chega alguém e começa a conversar, certamente você não conseguirá manter mais o novo número de telefone do seu amigo!! Quando falamos em memória de longo prazo, nos referimos a uma estrutura de memória que armazena mais permanentemente a informação adquirida. Nesse sentido, o termo armazenagem se refere ao processo de depositar as informações na memória de longo prazo. As informações armazenadas na memória de longo prazo podem ser recuperadas após horas, dias, meses, anos. Portanto, dizemos 18 19 que ela é relativamente permanente. Ao contrário da memória de trabalho, é bem provável que a memória de longo prazo apresenta uma capacidade relativamente ilimitada, porém, não é possível saber quanto de informação conseguimos armazenar nessa memória nem mesmo como medir a capacidade da memória de longo prazo. É importante mencionar que as informações da memória declarativa e da memória não declarativa são armazenadas na memória de longo prazo. Quando nos referimos à memória, temos que considerar os termos armazenagem e ensaio. Armazenagem, conforme já mencionamos, se refere ao processo de colocar informação na memória de longo prazo. Ensaio é um processo que nos possibilita transferir a informação da memória de trabalho para a memória de longo prazo, e é o que acontece quando repetimos (ou praticamos) a mesma tarefa várias vezes. Ainda, é importante mencionar também os termos retenção, esquecimento e recuperação!!! Retenção se refere à quando conseguimos resgatar (ou relembrar) a informação armazenada. Por outro lado, esquecimento se refere a quando não conseguimos resgatar (ou relembrar) a informação armazenada. Por fim, recuperação se refere ao processo de “encontrar” a informação na memória. Dois tipos de testes principais podem ser utilizados para medir a nossa memória: · Teste de reconhecimento, que mede a capacidade de reconhecer alguma coisa a partir de uma série de opções. Por exemplo, em cada Unidade de ensino, lhe é apresentado alguns testes de múltiplas escolhas. Com base no enunciado, você deverá reconhecer qual é a alternativa correta. · Teste de recordação, que mede a capacidade de reproduzir algo da memória. Normalmente, são os testes de pergunta e resposta. Implicações práticas Provavelmente, nas aulas de educação física, o professor lida predominantemente com a memória de trabalho, uma vez que novas informações sobre as habilidades motoras aprendidas são armazenadas, primeiramente, na memória de trabalho. Porém, sua intenção é, ou pelo menos deveria ser, a de armazenar as novas informações na memória de longo prazo, para que possam ser utilizadas quando necessário. Sendo assim, é importante destacar alguns aspectos a esse respeito. Tendo em vista termos uma limitação para manter muita informação na memória de trabalho (normalmente, entre 5 e 9 itens, tal como, número de telefone, RG, CPF, etc.) (MAGILL, 2011), o professor deve ter o cuidado ao fornecer muita informação ao aluno de uma só vez. Se for ensinar uma habilidade motora que contém muita informação, é preferível em um primeiro momento destacar somente as informações mais relevantes. Posteriormente, novas informações podem ser acrescentadas. Ou ainda, uma estratégia é agrupar as informações com intuito de aumentar o limite da memória de trabalho. Normalmente, é isso que fazemos ao memorizar números de telefone ou de algum documento: agrupamos os números de 3 em 3 ao invés de considerar cada dígito individualmente. Pense como você 19 UNIDADE Princípios da performance motora decorou o número de seu celular (quando tinha 8 dígitos, era mais comum agrupar de 4 em 4; ao mudar em várias localizações para 9 dígitos, ou mencionamos o primeiro dígito separadamente e agrupamos os demais dígitos em dois grupos de quatro dígitos, ou então em três grupos de três dígitos cada). Quando solicitado a mencionar o número de seu celular, você se baseia na forma como organizou o agrupamento e, se tiver que mudar essa forma, certamente terá dificuldade para informar o número de seu celular. Um outro aspecto que deve ser considerado é que não somos capazes de manter a informação na memória de curto prazo por um longo período de tempo. Sendo assim, uma estratégia que pode ser adotada pelo professor é de relacionar a informação fornecida com algo que tenha significado para o aluno ou até mesmo com experiências anteriores, pois se a informação tiver significado para o aluno, ela poderá ser utilizada por um período de tempo mais longo. Tem sido constatado que a primeira e a última informações são lembradas mais facilmente. Da mesma forma, o primeiro e o último movimento de uma habilidade motora também são lembrados mais facilmente. Sendo assim, é importante considerar a ordem de apresentação das informações e/ou movimentos. Lembre-se: primeiro e/ou último mais importantes!!! Por fim, lembre-se que praticamos (“ensaio”) determinada habilidade motora para armazenar na memória as informações sobre tal habilidade e, posteriormente, utilizamos o que foi armazenado. Isso é aprendizagem!!!! Em breve,abordaremos como a prática pode ser organizada. 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Neurociências BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. Aprendizagem e controle motor MAGILL, R. A. Aprendizagem e controle motor. 8. ed. São Paulo: Phorte, 2011. Neurociências PURVES, D.; AUGUSTINE, G. J.; FITZPATRICK, D. et al. Neurociências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Aprendizagem e performance motora SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Vídeos Espiral Mágica https://youtu.be/XPz4k2OzR48 Teste de atenção! https://youtu.be/-eBNPpiQW3s Você confia na sua Memória? Tem certeza? https://youtu.be/1pGcWSgPz1g 21 UNIDADE Princípios da performance motora Referências BARELA, J. A.; BARELA, A. M. F. Controle motor: dos programas à visão dinâmica. In: PIHTON-CURI, T. C. Fisiologia do exercício. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013, pp. 79-87. BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. MAGILL, R. A. Aprendizagem e controle motor. 8. ed. São Paulo: Phorte, 2011. PURVES, D.; AUGUSTINE, G. J.; FITZPATRICK, D. et al. Neurociências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 22