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MÓDULO: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
SEMINÁRIO DE CASA 
Seminário I – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL 
Aluno: LUCIELLE SILVA NEVES 
Questões 
1. Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o 
condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua 
decisão observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/72: 
“Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda 
instância, que julgará a perempção.” 
R. Sim. Nos termos do artigo 33 do Decreto Federal n. 70.235/72: “Art. 33. 
Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro 
dos trinta dias seguintes à ciência da decisão.”. 
Com isso, o recurso protocolado intempestivamente tem o condão de 
suspender a exigibilidade do crédito tributário, uma vez que o juízo de 
admissibilidade é exercido pelo em segunda instância, até que seja analisada a sua 
admissibilidade e proferida a decisão sobre o seguimento do recurso. 
2. Considerando a presunção de legitimidade dos atos 
administrativos, a quem compete o ônus da prova nos recursos e 
impugnações? Até que momento o contribuinte (recorrente) pode juntar aos 
autos do processo administrativo provas documentais? Diante do que 
dispõem os arts. 9º e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo 
contribuinte o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para 
se manifestar a respeito antes de afetar o processo para julgamento? (Vide 
anexo I, II e III). 
R. Apesar da presunção de legitimidade dos atos administrativos, o processo 
administrativo tem por finalidade o controle de legalidade, especialmente no âmbito 
tributário, a legitimidade dos atos de constituição do crédito tributário. 
Com isso, a produção de provas no curso do processo administrativo é 
concorrente, ou seja, compete tanto às partes quanto à autoridade julgadora. 
Todavia, diante do disposto no §4º do artigo 16, do Decreto Federal n. 
70.235/72, que preceitua: 
§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o 
direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a 
menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) 
a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por 
motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) 
(Produção de efeito) 
b) refira-se a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 
9.532, de 1997) (Produção de efeito) 
c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. 
(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) (grifos não 
originais) 
Apesar do explicitado acima, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais 
administrativos divergem quanto à preclusão estabelecida. Isto porque, já existem 4 
(quatro) correntes doutrinárias que tratam do momento em que as provas poderão 
ser produzidas e eventual necessidade de justificativa. 
Em linha com o entendimento da Andréa Medrado Darzé, a regra de 
preclusão do direito do impugnante na produção de novas provas no processo 
administrativo tributário, deve ser observado à luz do art. 16, § 4º, do Decreto nº 
70.235/72, o que não afasta a análise de novas provas eventualmente apresentadas 
após a impugnação, desde que necessárias a apreciação da matéria litigada. 
Por fim, diante da aplicação subsidiária do CPC/15 no âmbito dos processos 
administrativos, bem como em observância aos princípios de cooperação (art. 6º, do 
CPC/15) e da vedação das decisões surpresas (art. 1.017/CPC), a apresentação de 
novas provas pelo contribuinte faz surgir ao Fisco o direito de se manifestar antes do 
julgamento. 
3. Os tribunais administrativos exercem “jurisdição”? Justifique 
sua resposta, definindo “jurisdição”. Podem, no ato de julgar, afastar a 
aplicação de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei. Pode 
a decisão administrativa inovar o feito, agravando o lançamento por ocasião 
do julgamento da defesa do contribuinte? 
R. Sim. A jurisdição deve ser compreendida como um exercício da função 
jurisdicional pelo Estado-juiz, direcionada na resolução de controvérsias, sendo 
função típica do Poder Judiciário, que o caracteriza como tal1, mas podendo ser 
exercidas pelo Poder Executivo e Legislativo de forma atípica, que é o caso dos 
tribunais administrativos. Todavia, apesar do exercício da função jurisdicional, os 
julgadores nos tribunais administrativos não podem afastar a aplicação de lei, sob o 
fundamento de inconstitucionalidade. Inclusive, é o que diz a Súmula 02 do CARF: 
“O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei 
tributária.” 
Ocorre que, o controle de constitucionalidade é realizado pelo Poder 
Judiciário, em regra, que mediante provocação e no exercício da função típica tem o 
poder a invalidade de uma norma jurídica, seja pelo controle difuso ou concentro. 
1 BUENO, Cássio Scarpinella. Manual de direito processual civil : inteiramente estruturado à luz do novo CPC, 
de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2ª. ed. Ver., atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2016. p. 111. 
Assim, é vedado aos tribunais administrativos afastar a aplicação ou deixar de 
aplicar norma jurídica sob fundamento de inconstitucionalidade, em consonância 
com o disposto no artigo 26-A do Decreto nº 70.235/722. 
4. Qual a aplicabilidade do CPC/15 ao processo administrativo 
tributário? Os enunciados das súmulas vinculantes devem ser observados 
pela Administração Pública? E os demais enunciados das súmulas do STF 
em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional? E os 
acórdãos em incidente de resolução de demandas repetitivas (vide art. 928, II, 
do CPC/15)? 
R. Há aplicação supletiva e subsidiária do CPC/15 no âmbito dos processos 
administrativos tributários, nos termos do art. 15. Nos termos do artigo 103-A da 
CF/88: 
Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por 
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após 
reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a 
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em 
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem 
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em 
lei. (grifos não originais) 
Nesse contexto, os enunciados das súmulas vinculantes devem ser 
observados pela Administração Pública, em razão dos seus efeitos são erga omnes.
De outro lado, os enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do 
STJ em matéria infraconstitucional não tem condão de vincular os atos da 
Administração Pública. 
2 Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento 
afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob 
fundamento de inconstitucionalidade.
De outro lado, os acórdãos em incidente de resolução de demandas 
repetitivas são de observância obrigatória apenas para os juízes e tribunais, não se 
estendendo à Administração Pública. 
5. A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro é aplicada ao 
procedimento/processo administrativo fiscal? Quais as implicações da 
aplicação da LINDB no PAF? Analisar especificamente os artigos 243 e 284 
da referida lei (vide ACÓRDÃOS DO CARF Nª 9202-006.996, 1301-003.284, 
9101-003.839). A desconsideração de negócios jurídicos para requalificação 
dos efeitos tributários por consideração de inexistência de propósito 
negocial pode ensejar a aplicação do artigo 28 da LINDB? 
R. Sim. A LINDB pode ser aplicada os processos administrativos fiscais, com 
base nos seus artigos 24 e 28. As implicações são no sentido de estabelecer uma 
eficácia vinculante das decisões e normas administrativas, a fim de garantir a 
segurança jurídica ao administrado, em razão da interpretação e aplicaçãode 
determinada lei ou norma. 
Não. A teoria do propósito negocial nunca foi formalmente inserida no 
ordenamento jurídico brasileiro, sendo consideravelmente divergente pela 
jurisprudência pátria a sua adoção5. 
Nessa linha, o CARF proferiu o acórdão nº 1401-002.835, confirmando que 
inexiste regra federal ou nacional que considera os negócios jurídicos praticados que 
visem a economia tributária como ilícitos ou inválidos (vide Anexo I). 
3. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações 
gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas 
situações plenamente constituídas. 
4. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo 
ou erro grosseiro. 
5 A teoria do propósito negocial nos julgamentos do CARF. Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/depeso/313033/a-teoria-do-proposito-negocial-nos-julgamentos-do-carf
Portanto, não se vislumbra aplicação do artigo 28 da LINDB, nos casos de 
desconsideração de negócios jurídicos fundamentados na inexistência de propósito 
negocial, pois, como já explicitado, não há no ordenamento jurídico lei que disponha 
que os negócios motivados por economia fiscal podem ser desconsiderados pela 
fiscalização, por ausência de “propósito negocial”. 
6. A existência de processo judicial e administrativo concomitantes 
implica renúncia às instâncias administrativas? (Vide anexos IV, V e VI). 
R. Alinhada ao entendimento da Professora Carla de Lourdes Gonçalves, 
apesar da jurisprudência majoritária entender pela impossibilidade na tramitação 
de processo judicial e administrativo, concomitantemente, extrai-se que nos casos 
de medidas processuais preventivas, ou seja, onde não houve a formalização do 
crédito tributário, na esfera tributária, há possibilidade de tramitação entre ações 
antiexacionais e o processo administrativo tributário. 
Isto porque, nos casos de ações preventivas, o pedido é fundamentado na 
proibição de realização de lançamento, afastando-se pela ilegalidade do dispositivo 
aplicável que assegure a obrigação no recolhimento da exação. 
7. A Lei n° 13.988/2020 incluiu o art. 19-E na Lei nº 10.522/2002, cujo 
enunciado prescreve que “em caso de empate no julgamento do processo 
administrativo de determinação e exigência do crédito tributário, não se 
aplica o voto de qualidade a que se refere o § 9º do art. 25 do Decreto nº 
70.235, de 6 de março de 1972, resolvendo-se favoravelmente ao 
contribuinte.”. Tomando como base o dispositivo legal ora transcrito, 
responda: 
(i) A existência do chamado “voto de qualidade”, tal qual 
originalmente previsto no art. 25, § 9º, do Decreto nº 70.235/72, 
afrontava preceitos legais de hierarquia superior e/ou 
constitucionais? E a extinção desse expediente, imposto pela 
Lei nº 13.988/2020, pressupõe alguma violação a princípios 
constitucionais e/ou legais? Responder as questões cotejando 
os cânones constitucionais da igualdade, do devido processo 
legal, da presunção de inocência e da supremacia do interesse 
público, bem como o disposto no art. 112 do CTN. 
R. Sim. O “voto de qualidade” como anteriormente previsto se equivalia a 
voto dúplice em favor da Fazenda, o que fere princípios basilares do Estado 
Democrático de Direito, especialmente da isonomia, previsto no art. 5º da 
Constituição Federal de 1988. Como explicitado, o fim do voto de qualidade garantiu 
maior isonomia na relação fisco-contribuinte, com interpretação mais favorável ao 
acusado6, não podendo se falar, nesse aspecto, de supremacia do interesse público. 
(ii) A expressão “processo administrativo de determinação de 
crédito” abarca os processos que tenham sido originados da 
não homologação de declarações de compensação e do 
indeferimento de pedidos de ressarcimento/restituição de 
créditos? E os processos administrativos originados e 
autuações aduaneiras (pena de perdimento, por exemplo)? 
R. Sim, para os casos de exigência dos créditos tributários em favor da 
União, que tenham como origem a não homologação de declarações de 
compensação, nos termos do art. 1º do Decreto nº 70.235/72. Já os casos de 
restituição, a iniciativa é do contribuinte na constituição do crédito a seu favor, e, 
por esse motivo, acredita-se não ser aplicável a regra do art. 19-E na Lei nº 
10.522/2002. Todavia, abrange os processos administrativos originados e 
autuações aduaneiras, em razão da iniciativa do Fisco.
8. A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de 
infração imputando duas condutas que resultaram em ausência de 
recolhimento de imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra 
apenas uma das imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. 
Pode o Fisco segregar o auto de infração para cobrança da parte não 
expressamente impugnada? 
Sim, com base no §1º do art. 21 do Decreto nº 70.235/72 que dispõe: 
§ 1º No caso de impugnação parcial, não cumprida a exigência 
relativa à parte não litigiosa do crédito, o órgão preparador, antes da 
6 Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais 
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
remessa dos autos a julgamento, providenciará a formação de 
autos apartados para a imediata cobrança da parte não 
contestada, consignando essa circunstância no processo 
original. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (grifos não 
originais) 
Portanto, pode haver segregação do auto de infração quanto à parte não 
impugnada expressamente, desde que registrada a ocorrência no processo original. 
9. Analise os acórdãos lavrados no RE nº 601.314 e na ADIN 2859 e 
responda, em relação à quebra de sigilo bancário: ] 
a) Há diferença entre envio de Declaração de Movimentação 
Financeira (DIMOF), atual e-FINANCEIRA, pelos bancos à RFB, e a obtenção 
de extratos bancários pela RFB junto aos bancos, sem autorização judicial. 
(Vide anexos VII e VIII). 
R. Inicialmente, cumpre destacar o disposto no artigo 6º da Lei 
Complementar 105/2001: 
Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão 
examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, 
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações 
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou 
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados 
indispensáveis pela autoridade administrativa competente. 
(Regulamento)
Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os 
documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, 
observada a legislação tributária. 
Na ocasião do julgamento do RE nº 601.314, o Supremo Tribunal Federal 
Firmou o entendimento de que o artigo supracitado não ofende o direito de sigilo 
bancário, pois concretiza a igualdade entre os cidadãos, sob o prisma do princípio 
da capacidade contributiva. 
Então, há distinção, vez que a Declaração de Movimentação Financeira 
apresenta uma perspectiva geral das operações bancárias efetivadas. Já os 
extatos bancários traduzem a origem e destinação específica da origem dos gastos 
efetuados, sendo, esta modalidade, evidente quebra de sigilo fiscal, violando direito 
ao sigilo bancário. 
b) A declaração efetuada para fins de aproveitamento do Programa 
que recebeu o nome de “Regime Especial de Regularização Cambial e 
Tributária” – RERCT, criado pela Lei n. 13.254/16 está protegida pelo sigilo 
fiscal? 
R. O art. 7º, § 1º da 13.254/16 estabelece que: 
§ 1º A divulgação ou a publicidade das informações presentes 
no RERCT implicarão efeito equivalente à quebra do sigilo 
fiscal, sujeitando o responsável às penas previstas na Lei 
Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 , e no art. 325 do 
Decreto-Leinº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) , e, 
no caso de funcionário público, à pena de demissão. (grifos não 
originais) 
De outro lado, o § 2º desse artigo trata que: 
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 6º do art. 4º, é vedada à RFB, 
ao Conselho Monetário Nacional (CMN), ao Banco Central do Brasil 
e aos demais órgãos públicos intervenientes do RERCT a 
divulgação ou o compartilhamento das informações prestadas pelos 
declarantes que tiverem aderido ao RERCT com os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, inclusive para fins de constituição 
de crédito tributário. 
Em resumo, apenas o § 2º conflita com a disposição do inciso XXII, do art. 
37 da CF, in verbis: 
As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento 
do Estado, exercidas por servidores de carreira específicas, terão 
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão 
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros 
e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
Como exposto acima, a Lei nº 13.254/16, de natureza especial, veda 
expressamente tanto a divulgação, como o compartilhamento das informações 
prestadas por contribuintes que aderiram ao RERCT. 
Por fim, cumpre ressaltar que mesmo na hipótese de exclusão do 
contribuinte do RERCT em face da constatação de apresentação de declarações 
ou documentos falsos relativos à titularidade e à condição jurídica dos recursos, 
nos termos do art. 9º nº 13.254/16, o que, por si só, não poderá lastrear o 
procedimento investigatório contra o contribuinte, ao teor do § 2º, do mesmo artigo. 
Vejamos: 
§ 2º Na hipótese de exclusão do contribuinte do RERCT, a 
instauração ou a continuidade de procedimentos investigatórios 
quanto à origem dos ativos objetos de regularização somente 
poderá ocorrer se houver evidências documentais não 
mencionadas à declaração do contribuinte. 
Anexo I 
CARF - Acórdão n. 1401-002.835 
Julgamento: 15/08/2018 
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ 
Exercício: 2010 
PRELIMINARES. SUPERAÇÃO EM RAZÃO DE APRECIAÇÃO DE 
MÉRITO. Nos termos do que dispõe o §3o. do art. 12 do RPAF, sendo 
possível o provimento no mérito, devem ser superadas preliminares de nulidade. 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. MOTIVO DO NEGÓCIO. CONTEÚDO 
ECONÔMICO. PROPÓSITO NEGOCIAL. LICITUDE. 
Não existe regra federal ou nacional que considere negócio jurídico 
inexistente ou sem efeito se o motivo de sua prática foi apenas economia 
tributária. Não tem amparo no sistema jurídico a tese de que negócios 
motivados por economia fiscal não teriam "conteúdo econômico" ou "propósito 
negocial" e poderiam ser desconsiderados pela fiscalização. O 
lançamento deve ser feito nos termos da lei. 
SUBSIDIARIAMENTE. EXISTÊNCIA DE EFETIVA RAZÃO EXTRA 
TRIBUTÁRIA. COMPROVAÇÃO. 
No caso concreto as Recorrentes comprovaram existir razões de ordem 
negocial e restrições impostas pela Resolução CMN 2.325/1996 que 
justificam as operações realizadas.

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