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AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO - CPC 2022


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Caderno de Resumos – Direito Processual Civil II - 2022
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Direito Processual Civil II 
Da Comunicação Dos Atos Processuais
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
Introdução
De acordo com o art. 334 do CPC, se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo o réu ser citado com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
O réu será intimado para comparecer à audiência no mesmo ato que se der a citação. Somente após a frustração de tentativa de solução consensual do conflito é que se inicia o prazo para que ele apresente a sua resposta. Por sua vez, o autor será intimado na pessoa de seu advogado.
Tanto a conciliação como a mediação demandam a presença de um terceiro.
Caso o terceiro conduza o diálogo, haverá uma conciliação. Se a postura do terceiro se limitar apenas a apartear o diálogo entre os envolvidos, será apenas um mediador.
O art. 165 do CPC estabelece que os Tribunais criarão centros judiciários para solução de conflitos responsáveis por realizar audiência de conciliação e de mediação.
O art. 166 do mesmo CPC traz a regra que impõe a confidencialidade de todas as informações produzidas no procedimento, não podendo ser utilizada para outros fins, impondo sigilo ao conciliador, mediador e para equipe envolvida.
O CPC ainda proíbe que conciliadores e mediadores exerçam advocacia no juízo que desempenhem suas atividades, em função do impedimento e moralidade. Além dessa restrição, conciliadores e mediadores não podem assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes que tenham participado de uma audiência que tiver conciliado ou mediado. Este impedimento perdura por 1 (um) ano.
O mediador não pode ser advogado no mesmo juízo em que atuou como conciliador ou mediador, nem mesmo ser advogado de uma parte que ele tenha feito a conciliação ou mediação, em qualquer juízo, dentro do prazo de 1 (um) ano. A ideia é se buscar a imparcialidade do conciliador e do mediador.
É possível que as partes, de comum acordo, escolham o conciliador ou o mediador. O trabalho desenvolvido por eles poderá ser remunerado por meio de uma tabela fixada pelo Tribunal, sendo possível, também, o trabalho voluntário.
O art. 174 do CPC afirma que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão
câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo. Trata-se de desjudicialização do direito administrativo. É a possibilidade de autocomposição dos conflitos no âmbito da administração pública.
Procedimento Da Audiência De Conciliação E Mediação
O art. 334 do CPC estabelece, inicialmente, que a audiência de conciliação e mediação não ocorrerá se as partes (autor e réu) manifestarem expressamente seu desinteresse. Deste modo, o autor informará na petição inicial que não possui interesse na solução consensual do conflito, assim como o demandado também o fará, por simples petição, até 10 (dez) dias antes da data fixada para a audiência; caso contrário, o ato será realizado. Havendo litisconsórcio, a não realização da audiência depende da manifestação de desinteresse de todos os litisconsortes.
Dispensa-se, ainda, a audiência de conciliação e mediação nas hipóteses em que o direito material não admita autocomposição.
Se uma das partes deixar de comparecer, injustificadamente, à audiência de conciliação ou
mediação, tal comportamento será considerado ato atentatório à dignidade da justiça, passível de sanção processual, representada por multa de até 2% (dois por cento) do valor da causa ou da vantagem econômica pretendida, cujo credor será a União ou o Estado.
O CPC permite que a parte constitua um representante, por meio de procuração específica com poderes para negociar e transigir, para comparecer ao ato em seu lugar.
As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
Obtida a solução consensual, o processo será encaminhado ao juiz para que prolate uma sentença definitiva, estando encerrado o processo, fazendo, inclusive, coisa julgada material.
Se, por outro lado, não houver composição, começará a correr o prazo de 15 (quinze) dias, para que o demandado, querendo, apresente resposta.
Casuística Envolvendo A Incompetência Do Juízo Em Que A Audiência Será Realizada
João propõe uma ação perante o juízo incompetente. O réu é devidamente intimado para
comparecer ao ato. Nesse caso, seu comparecimento é obrigatório? Caso não compareça estará sujeito a multa por ato atentatório à dignidade da justiça?
Nos termos do art. 340 do CPC, alegada a incompetência do juízo, a contestação poderá ser
protocolada no foro do domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, oportunidade em que será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação.