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AULA 02 - DIR FAMÍLIA

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AULA 02 – CAPACIDADE PARA O CASAMENTO E IMPEDIMENTO 
1. Conceito geral de casamento: 
Já vimos que o conceito de casamento varia a depender do tempo e o espaço. Visando a adotar uma perspectiva global, genericamente, casamento é a união entre duas ou mais pessoas, com a finalidade constituir família, reconhecida pelo Estado, que lhes confere direitos e prerrogativas inerentes à condição de casadas. 
O termo “cônjuge” é aplicado para casamento e “companheiro(a)” para união estável. 
O nosso Código Civil é pautado, ainda, na relação heterossexual, já que apenas uma resolução do CNJ foi responsável por abranger o casamento homoafetivo.
2. Capacidade para o casamento: 
Capacidade não se confunde com maioridade, pois existem pessoas maiores que perdem a capacidade.
Incapacidade não se confunde com menoridade, pois existem pessoas menores que são emancipadas. 
	SÃO ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
	SÃO RELATIVAMENTE INCAPAZES
	SÃO ABSOLUTAMENTE CAPAZES
	Os menores de 16 anos (16 anos incompletos)
	Os adolescentes com 16 ou 17 anos;
Os érbios habituais;
Os viciados em tóxico; 
Os pródigos;
Aqueles que, transitoriamente, não podem exprimir a sua vontade (ex: pessoas em coma); 
	Os maiores de 18 anos (desde que não inclusos nas hipóteses de incapacidade relativa); 
Os adolescentes com 16 ou 17 anos, desde que:
· Emancipados voluntariamente pelos pais;
· Tenham se casado;
· Tenham colado de grau em curso de ensino superior; 
· Exerçam emprego público efetivo; 
· Tenham economia própria; 
Art. 1.517 – CC: O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. 
Art. 1.518 – CC: Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
Observa-se a referência, novamente, à relação heterossexual. Ademais, há a referência, primeiro, à exceção (casamento entre menores de idade). 
Sistematização: Quem tem capacidade para casar?
· Aqueles que têm a maioridade civil – 18 anos; 
· Aqueles que têm idade núbil, ou seja, 16 anos (na verdade, quem tem entre 16 e 18 anos).
OBS: O menor emancipado precisa de autorização dos pais para casar, já que o artigo transcrito se refere à idade. 
Art. 1631 – CC: 
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Supondo que haja divergência entre os pais (a mãe autorizar o casamento do filho de 16 anos e o pai, não) – cabe à mãe (neste caso), arranjar um advogado, que entrará com uma ação e o juiz convocará o pai para deliberar sobre o assunto. 
Entretanto, em virtude do longo período para proferir um resultado, o(a) filho(a) rapidamente completa dezoito anos, evidenciando que a norma referida (art. 1631, p. único, CC) é ineficaz socialmente (desprovida de eficácia social). 
 
Art. 1.520 – CC: Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019) 
Sistematização para o casamento de menores de 16 anos:
· Deve haver gravidez;
· Deve haver a livre manifestação da vontade dos nubentes;
· Devem ser ouvidos os pais e/ou responsáveis dos menores;
· Deve haver intervenção do Ministério Público;
· Deve ser proferida decisão judicial autorizando o casamento; 
3. Análise de uma ementa (resumo de acórdão):
· Na apelação acima, o autor da apelação perdeu. 
· O juiz do primeiro grau autorizou o casamento de uma mulher menor de dezesseis anos que não estava grávida. Tal decisão foi mantida na apelação transcrita. 
· Atualmente (2013), a mulher, dois anos depois, não estava grávida nem tinha mais dezesseis anos. 
· Questões comuns de prova: 
· Faça um resumo da situação fática que ensejou o processo; 
· Quem são as partes do processo?
· Qual foi o pedido nesta ação (da petição inicial)?
· Você concorda ou discorda desta decisão? Argumente. 
Art. 1.555 – CC: O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1 o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2 o  Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação. 
Trata-se de um dos artigos mais mal elaborados do nosso Código Civil devido às explícitas contradições mas que, apesar disso, é cobrado em concursos públicos.
4. Impedimentos matrimoniais:
Existem situações de fato e de direito que proíbem determinados casamentos e estes, caso ocorram, serão declarados nulos. 
· Conceito: São as circunstâncias de fato e/ou de direito, expressamente previstas em lei, as quais determinam proibição de determinados casamentos; ou têm o condão de torná-los nulos;
· Finalidade social: Preservação de valores morais médios da sociedade; estabilidade social; eugenia (prevenção de filiação com problemas genéticos); punição por delitos;
· Origem: Dir. Canônico. Regras da Igreja Católica, sistematizadas na Alta Idade Média e que restaram herdadas nos Códigos Ocidentais. 
OBS: O incesto no Brasil não é proibido. O impedimento é relacionado ao casamento. 
Art. 1.521 – CC: Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;	
OBS: Eugenia e incesto no Brasil não são considerados crimes. Ademais, a regra é aqueles que não podem casar, não podem formar união estável (vivendo em concubinato). 
OBS: Ascendentes (bisavós, avós, pais) com descendentes (filhos, netos e bisnetos). 
II - os afins em linha reta;
Afim (ter afinidade com) x a fim (com a finalidade de). 
Os afins na linha reta não podem casar – sogro(a), genro(nora), padrasto (madrasta), enteado(a). Desse modo, não há ex-sogra, ex-genro, ex-padrasto, ex-madrasta no nosso ordenamento jurídico. A título exemplificativo, um homem casar com a enteada, após divorciar-se da mãe, é protegido pelo ordenamento jurídico muito mais por uma questão moral. Com o tempo, é possível que isso não tenha tanta relevância social e venha a ser alterado.
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
Redação confusa. Na verdade, seria relação de sogro(a) com genro(nora). 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
Não se usa mais a expressão “meio-irmão”. Fala-se em irmão unilateral (só por parte de pai ou só por parte de mãe) e irmão bilateral (por parte de pai e mão). 
· 1º grau: pais, filhos (reta);Vedações do inciso IV
· 2º grau: avós, netos (reta), irmãos (colateral);
· 3º grau: bisavós, bisnetos (reta); tios, sobrinhos (colateral): 
· 4º grau: trisavós, trinetos (reta); tios-avós, sobrinhos-netos e primos (colateral); 
O casamento avuncular – entre tio(a) e sobrinho(a). Decreto Lei 3200/41 (Governo Vargas – interesses de familiares envolvidos)
Art. 1º O casamento de colaterais, legítimos ou ilegítimos do terceiro grau, é permitido nos termos do presente decreto-lei. Ver tópico (1 documento) 
Art. 2º Os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspeição, para examiná-los e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio.
OBS: É permitido, portanto, o atleta Hulk se casar com a sobrinha (Camila) da sua ex-esposa (Iran Ângelo). 
OBS: Prole = descendente.5. Análise de decisão judicial envolvendo tio e sobrinha. 
O tio veio a falecer logo depois do casamento com a sobrinha (casamento nuncupativo = feito oralmente). O STJ entendeu pela existência do casamento, mesmo sem a ocorrência de exame prévio. 
6. Impedimentos matrimoniais (continuação): 
V - o adotado com o filho do adotante;
Não podem casar os irmãos adotivos por uma questão puramente social, de valor moral. 
Decisão marcante do TJ-MG: A casado com B. A e B tem um filho, ab. A e B morrem num acidente de carro. ab é menor de idade. Nasce, daí, o surgimento da tutela. C (tio de ab), casado com D, C é nomeado tutor. cd é filha de C e D. cd é prima de ab. Em determinado momento, os tios entraram com um processo de adoção de ab. C e D adotam ab. C e D passam a ser pais de ab. A prima cd passa a ser irmã de ab. Passado um certo tempo, ab e cd passaram a namorar e pretenderam se casar. O TJ-MG anulou a adoção. ab voltou a ser primo de cd e, assim, puderam se casar sem impedimento. Se houvesse o casamento sem tal anulação, este seria nulo. 
(Heredograma ilustrativo) 
VI - as pessoas casadas; 
É vedado casamento àquele que já é casado, bem como este entrar em uma união estável. Tem-se, todavia, uma exceção, prevista no parágrafo 1º do art. 1723 do Código Civil. 
Art. 1.723 – CC: É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1 o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
Ex real: A casado com B. 3 filhos: ab, ba, aab. A, advogado, começa a ter um “caso” com C (estagiária do seu escritório). B descobre o caso na véspera de carnaval. B “põe A para fora de casa”. A vai à casa de C e fala com os pais dela o seguinte: “tô me relacionando com a sua filha, sou casado, mas já saí de casa e pretendo me divorciar, pretendendo, também, me casar com a sua filha”. Essa “saída de casa de A” trata-se da separação de fato (embora ainda casados no papel). A vai morar em um apartamento com C. Posteriormente A vai buscar os filhos na escola e encontra B. Ambos se perdoam e resolvem resgatar a relação. B impôs, contudo, uma condição: “só se você demitir C”. E assim foi feito. C saiu da condição de amante, para namorada, para companheira, para desempregada e para nada em relação a A. No período de separação de fato entre A e B, A e C estavam casados? Não. A estava casado com B. Daí a importância da proteção jurídica do art. 1521, VI, Código Civil. 
Os estados civis são:
· Solteiro;
· Casado; 
· Viúvo; 
· Separado judicialmente; 
· Divorciado; 
· Desquitado; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
A esposa de Euclides da Cunha estava grávida e o traiu com Dilermando. Euclides da Cunha matou o filho por inanição e, ao descobrir que Dilermando era o pai, resolve matá-lo. Todavia, Dilermando, muito habilidoso em atirar, matou Euclides da Cunha em legítima defesa. Posteriormente, Dilermando novamente se defende, agora contar o filho de Euclides da Cunha, matando o seu enteado. Nos dois homicídios, Dilermando foi inocentado em virtude de legítima defesa (excludente de ilicitude). Logo, ele pôde se casar com a ex-esposa de Euclides da Cunha, Ana.
É imoral que o homicida case com a viúva. Ex: A mata B para se casar com a sua esposa, C. 
(Gráfico de parentesco para auxiliar na compreensão do conteúdo) 
7. Oposição de impedimento: 
Segundo afirma Sílvio Rodrigues, “Oposição de impedimento é o ato de pessoa legitimada, praticado antes da celebração do casamento, indicando ao oficial perante quem se processa a habilitação, ou ao juiz que celebra a solenidade, a existência de um dos fatos indicados na lei como obstativo do matrimônio”.	
Art. 1.522 – CC: Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.

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