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Patologia- M5 Ana Laura Coradi T.XXII 1 Glomerulopatias O rim normal apresenta 120-180g e tamanho de 13 X 7 X 3 cm. O rim apresenta uma cápsula e um espaço urinário (células epiteliais parietais) com os capilares glomerulares e diferentes tipos de célula, (células mesangiais no mesângio- só devem 3 células). Diagnóstico: sempre feito por uma biópsia percutânea eco-guiada com agulha grossa. Indicações: • Proteinúria subnefrotica de causa desconhecida • Sindrome nefrótica • Síndrome nefrótica com injúria renal aguda • Manifestação clínica de causa desconhecida • Hematúria isolada • Glomerulonefrite rapidamente progressiva • Diabetes milito com elevação súbita de creatinina • Nefrite lupica com proteinuria nefrótica • Suspeita de rejeição Tipos de biópsia renal • agulha grossa (punção) • transjugular • em cunha • laparoscópica Paciente fica em prona e com o auxílio de um ultrassom se insere a agulha e se retira material da cortical, onde se localizam os glomérulos, sempre são retirados 2 – 3 fragmentos variando a posição. Depois se fixa a amostra em formol 10% ou Bouin. Técnicas: hematoxilina e eosina, tricômio de Masson, tricômio de Mallory e PAS. Tricômios: identificam áreas de fibrose PAS: indica áreas de membranas basais, detectanto espessamento. Hematoxilina e eusina: para ver características histológicas do tecido. A clínica do paciente sempre tem relação com alguma característica achada histologicamente. Técnica especiais: impregnação de prata, imunofluorêscencia, microscopia eletrônica ou vermelho congo. • Impregnação por prata: características específicas da membrana basal, como seu espessamento. • Vermelho congo: só utilizada quando paciente tem amiloidose, depósito de proteína amilóide. Quando positivo, a lâmina deve ir para um microscópio de luz polarizada, e as áreas vermelhas ficam verdes. • Imunofluerescência: reação imunológica de depósito de imunocomplexos. Ela identifica: IgG, IgM, IgA, fibrinogênio, C3, albumina, kappa e lambda, C1q (nefrite lúpica), C4d (rejeição do transplante). Proliferação celular: aumento em número de células. Algumas doenças inflamatórias do glomérulo apresentam aumento de células nos tufos glomerulares, e a hipercelularidade resulta de: proliferação de células mesangiais e endoteliais, infiltração leucocitária de neutrófilos, monócitos e algumas vezes linfócitos. Espessamento da membrana basal: Aparece como espessamento das paredes capilares. Isso ocorre pela deposição, mais frequentemente, de complexos imunológicos, fibrina, amilóide, proteínas fibrilares. Também pode ocorrer por aumento de síntese dos componentes proteicos da membrana basal (glomeruloesclerose diabética). Esclerose/ hialinose e fibrose: fibrose ocorre no compartimento tubulointersticial e esclerose do glomérulo renal. A hialinose corresponde ao glomérulo mais eusinofílico, essa condição acontece por causa de proteínas plasmáticas que passaram para as estruturas glomerulares, quando muito intensa a hialinose contribui para obliterar os capilares, resultando em dano capilar. Morfologia da Lesão glomerular Patologia- M5 Ana Laura Coradi T.XXII 2 A esclerose se dá pelo acúmulo de MEC no mesângio e ou nas alças capilares. O processo também pode resultar em obliteração do lúmen do capilar e pode acabar levando a fibrose entre as partes escleróticas. Formação de estruturas denominadas crescentes: são acúmulos de células epiteliais parietais proliferativas e leucócitos infiltrativos. Essa proliferação e acúmulo acontece depois de uma injúria imunológica ou inflamatória. A fibrina da membrana basal que extravasava quando ela é rompida, é um indutor. O fator tecidual, IL-1, interferon-γ e TNF, também agem. Ocorre a proliferação das células epiteliais parietais que possui fibrina e macrófagos. Ocorre em doenças que levam a falência do órgão em horas. Conceitos Lesão glomerular difusa: acomete 50% ou mais dos glomérulos da biópsia. Lesão glomerular focal: menos de 50% estão comprometidos. Lesão glomerular segmentar: acomete um segmento dos glomérulos acometidos. Lesão glomerular global: os glomérulos são totalmente acometidos. Lesão glomerular - clínica Hematúria: obrigatoriamente terá inflamação da parede capilar. Oligúria / anúria: infiltração glomerular. Elevação da uréia, creatinina: diminuição da função renal. Hipertensão arterial: retenção de fluido (água e sólidos). Proteinúria: aumento da permeabilidade glomerular, a membrana basal está danificada. Edema: de causa renal ou pela proteinúria, retenção de fluido, se apresenta proteinúria, ocorreu uma diminuição da pressão oncótica do plasma e com isso gera edema. Etiopatogenia • Alteração imune: devido a imunocolpexos . Ex: Glomerulonefrite por Ac anti- membrana basal = que destruem o glomérulo • Injúria mediada por anticorpos • Outras alterações: processos podocitários • A doença começa no glomérulo e causa danos diretamente nele. Por exemplo: doenças minimamente invasivas, nefropatia membranosa idiopática e nefrite mediada por IgA. Nesse tipo de glomrulopatia, sempre está presente alguma patologia de base que vai acometer o rim, exemplo lúpus, HAS, diabetes, amiloidoses, HIV, nefropatia diabética, nefropatia lúpica e crioglobulinemia tipo 1, 2 e 3. Obrigatoriamente temos inflamação do glomérulo renal. Que leva a uma diminuição da filtração glomerular (fecha o espaço de Bowman) e a retenção de água e sódio aumentam. O paciente terá uma hipervolemia como consequência. O paciente apresenta hematúria, azotemia, oligúria, grumos de células vermelhas na urina, hipertensão leve/moderada. Proteinúria e edema são comuns mas menos graves que na síndrome nefrótica. A hipervolemia: consequência terá edema de início súbito e HAS. A inflamação vai gerar: hematúria (dimorfismo eritrocitário e cilindros hemáticos), leucocituria (com cilindros leucocitários). A insuficiência renal vai levar a uma oligúria / anúria e azotemia. Além disso terá proteínura varíavel- discreta. Glomerulopatia Primária Glomerulopatia secundária Síndrome Nefrítica Patologia- M5 Ana Laura Coradi T.XXII 3 Se tiver proteinúria: sindrome mista, não é sindrome nefrítica. Causas da síndrome nefrítica aguda: Lúpus eritematoso sistêmico, antecedente de faringoamigdalite streptocócica em crianças, vasculites, endocardite infecciosa,Síndrome de Goodpasture,glomerulonefrite proliferativa aguda e nefropatia de IgA. Exame de urina 1. Hematúria com dimorfismo eritrocitário (alças capilares estão inflamadas e por isso sua luz diminui, e quando as hemácias tentam passar ocorre a sua lise), 2. Cilindros hemáticos 3. Cilindros leucocitários 4. Microalbuminúria 5. Albuminúria. *em vermelho os obrigatórios para a síndrome nefritica. Paciente típico: maculino, branco de 11 anos, com hematúria, diagnóstico de: síndrome nefrítica aguda como diganóstico sindrômico e diagnóstico morfológico com glomerulonefrite difusa aguda pós estreptocóccica. É considerada secundária porque houve deposição de imunocomplexos pelas infecção bacteriana. Perda da integridade da membrana basal glomerular, permite perda de proteínas como albumina pela urina. TRÍADE DA SINDROME NEFRÓTICA Edema de início incidioso (lento), proteínuria (>3.5g/dia), além de outrossintomas como: hipoalbuminemia, dislipidemia e hipercoaglubilidade (3 últimos podem estar presentes ou não). Perda de proteínas leva a uma dislipidemia para a compensação além de aumneto dos fatores de coagulação pelo fígado. Doenças que podem estar associadas: 1- Glomerulonefrite de lesão mínima, comum na pediatria. 2- Glomerulonefrose segmentar e focal, mais comum em adultos. 3- Glomerulonefrose mebrano-proliferativa, mais comum em idosos. 4- Nefropatia diabética 5- Amiloidose 6- Lúpus Eritematoso Sistêmico 7- Diabetes Mielitus Urina apresenta espuma, devido a alta dosagem de albumina. Tal exame pode ser feito colocando ácido sulfosalicílico na urina, se ficar branco é porque há albuminúria. *Covid: sindrome nefrótica. Resumos: Síndrome nefrótica: tem que ter proteinuria de 3.5g/dia, hipoalbuminemia, dislipidemia, alterações de coagulação do plasma. Síndrome nefrítica: oligúria, anúria (diminuição da TFG), hipertensão arterial, edema de início súbito, hematúria e cilindros hemáticos. Síndrome mista: misturam-se os sinais e ambas. Conjunto de doenças glomerulares terminais, alimentadas por diversas correntes de tipos específicos de glomerulonefrites. Pacientes com glomerulonefrite crescente geralmente evoluem para a crônica após passarem por um episódio agudo. A GESF e GNMP podem evoluir para uma falência renal crônica. No geral: glomerulopatias e doenças túbulo- inersticiais que evoluem para esclerose glomerular e/ou fibrose túbulo-intersticial, constituem um quadro de falência renal crônica. O estagio final da doença renal exige dialise ou transplante do rim. Anemia: ↓produção de eritropoetina devido a lesão glomerular e com isso a medula produz menos células sanguíneas. Síndrome Nefrótica Glomerulonefrite crônica – rim terminal Patologia- M5 Ana Laura Coradi T.XXII 4
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