Buscar

Semiologia Cardíaca II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 6: Semiologia Cardíaca II 1
Iane Rocha Holanda
EXAME DO PULSO VENOSO JUGULAR
● Esse exame é feito à beira leito. Vemos sinais de sofrimento cardíaco.
● A Curva de Pressão Venosa Jugular é feita, principalmente à direita, porque o
sangue vai da Jugular para o AD. Se tem uma pressão elevada do átrio que
reflete retrogradamente no VD, isso reflete na Jugular direita.
○ Expressa por:
■ 3 ondas (+): A, C, V
■ 2 ondas (-): descenso X e descenso Y.
● Desenho esquemático: mostra a comunicação da jugular ⇒ cava superior⇒ AD
⇒ V. Tric. ⇒ VD ⇒ V.P. ⇒ A.P.
Imagina olhar o pescoço do paciente com a jugular cheia de sangue.
A tendência do sangue é cair uma coluna de sangue em direção ao AD.
➔ Curva A
◆ Na CONTRAÇÃO ATRIAL, aumenta a pressão do VD, mas também o
sangue de cima sente a pressão, então a jugular vai encher de sangue,
fazendo com que a onda A seja POSITIVA.
➔ Descenso X
◆ É o momento antes do começo da sístole, ou seja, antes de fechar a
tricúspide, tem o RELAXAMENTO DO ÁTRIO DIREITO, a coluna de
sangue vai em direção ao VD, com isso, a jugular vai colabar, gerando
o descenso X.
➔ Onda C
◆ A tricúspide fecha, inicia a sístole e vem a fase de contração
isovolumétrica do VD (valvas tricúspide e pulmonar estão fechadas). O
VD cheio de sangue, com as valvas fechadas. Concorda que a coluna de
sangue no AD tende a se elevar? É o efeito Bulge. A coluna de sangue
acima do VD vai gerar a onda positiva C, representa a CONTRAÇÃO
VENTRICULAR ISOVOLUMÉTRICA.
➔ Descenso X1 - representa o ESVAZIAMENTO DO VD
◆ Abre a válvula pulmonar, o sangue do VD vai para a AP, com isso
começa o descenso X1. O VD está esvaziando, a válvula fechada da
tricúspide. A seringa quando apertamos o êmbolo ele desce. Da mesma
maneira, a coluna de sangue acima da tricúspide tende a cair no VD.
Com isso a jugular vai colabar, gerando o descenso X1.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 2
Iane Rocha Holanda
➔ Onda V - representa o enchimento atrial
◆ Após esvaziar o VD, há o fechamento da valva pulmonar e a tricúspide
ainda está fechada. Acima do VD está enchendo de sangue, com isso,
gera uma onda positiva, enche a jugular. A onda V representa que a
tricúspide e a pulmonar estão fechadas.
➔ Descenso Y
◆ Átrio direito encheu de sangue, a pressão ficou mais alta e abre a válvula
tricúspide, sangue vai para VD. A jugular vai colabar, porque a coluna
do sangue vai para o AD. Reflete plenamente o RELAXAMENTO
VENTRICULAR.
ALTERAÇÕES DAS ONDAS
Essa curva é importante, porque eu consigo desenhar (com um cateter venoso central)
as pressões e a curva, que aparecem no monitor. Então, tem algumas curvas que
refletem doenças, como:
➔ ONDA A GIGANTE OU AUMENTADA
Todas as ondas A`s aumentadas, devemos pensar em sobrecarga do VD, em estenose
da tricúspide.
Qual a diferença da onda A aumentada e da Onda A em canhão?
● No BAVT não será toda onda A que será aumentada. É uma ou outra, porque
tem AD que vai contrair e vai ejetar para o VD.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 3
Iane Rocha Holanda
● Mas quando todas as ondas A`s estão aumentadas = pensar em dificuldade de
abrir a válvula tricúspide (o sangue bate na válvula semiaberta e volta para
jugular).
➔ ONDA A EM CANHÃO
◆ Ocorre principalmente na BAVT (Bloqueio átrio ventricular total)
● Indicação de marca-passo;
● Dissincronia entre o átrio e o ventrículo;
● O nó atrioventricular não funciona, então o estímulo elétrico vai
ficar desgovernado. As células do Ventrículo assumem a função
de ditar o ritmo, porém como não é tão específica, a frequência
cardíaca é baixa, o ventrículo fica irregular. A sístole vai
encontrar a tricúspide fechada, com isso, vai bater e voltar para a
jugular, gerando a onda A em canhão.
➔ AUSÊNCIA DA ONDA A
◆ Fibrilação Atrial - é a arritmia mais comum na prática clínica
● Ao invés de ter contração efetiva dos átrios, eles estarão
fibrilando.
● A onda P não vai existir pela ausência de contração atrial que é a
onda A.
➔ DESCENSO V ACENTUADO
◆ Cursa com Insuficiência Tricúspide Importante - Dificuldade de fechar a
tricúspide;
● Se não fecha da maneira mais adequada, então na hora que
contrai o VD, o sangue ao invés de ir todo para a Artéria
Pulmonar (porque a válvula tricúspide está insuficiente), paralelo
a isso, a coluna de sangue está indo para o AD. Portanto, volta
sangue para tricúspide, que vai para AD e depois para a Jugular,
gerando uma onda P gigante.
➔ DESCENSO Y ATENUADO/AUSENTE (“sinal da raiz quadrada)
◆ Pericardite constritiva.
◆ N”ao confunda: Tamponamento cardíaco não entra aqui.
Adendo do prof: Explicou os tipos de choque e mostrou onde o Tamponamento
Cardíaco está inserido.
Tipos de Choque:
CHOQUE HIPOVOLÊMICO
● Não tem Hemoglobina suficiente para levar O2 para a célula.
○ Exemplos: Desidratação, anemia, queimadura, etc.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
● Outro tipo de choque hemodinâmico.
● O coração (miocárdio) não tem força o suficiente para bombear sangue para o
corpo.
○ Exemplos: Infarto Agudo do Miocárdio ou pacientes que já tem
disfunção ventricular e insuficiência cardíaca em fase terminal, pode
evoluir para choque cardiogênico.
CHOQUE OBSTRUTIVO
● Há alguma coisa obstruindo a saída de sangue do coração para se distribuir
para o corpo todo.
● Exemplo: Tamponamento cardíaco
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 4
Iane Rocha Holanda
○ “O que é Tamponamento Cardíaco?” ⇒ ocorre quando o líquido ou
sangue fica dentro do pericárdio, ele não consegue relaxar após a
sístole, com isso, causa uma restrição do relaxamento.
○ Se não abre o suficiente = não contrai = ejeta menos sangue = menos
oxigênio = choque circulatório (desbalanço entre consumo e oferta de
oxigênio) = metabolismo anaeróbico (produz somente 2 ATPs) = libera
lactato = desbalanço.
○ Na clínica - vemos a má perfusão como ⇒ FC AUMENTADA (DC =
Vol sistólico x FC) / Pressão baixa / nível de consciência rebaixado /
diurese diminuída / periferia com tempo de preenchimento alargado.
○ A cada sístole, a quantidade de sangue que sai é menor.
○ Punção de Marfan - drena o líquido.
● Outro exemplo de Choque Obstrutivo: TEP (Tromboembolismo Pulmonar):
○ O trombo que se desprende (vira coágulo) dos MMII, entra no coração
e pode impactar em algum vaso pulmonar. Quanto mais proximal do
coração, maior o sofrimento do coração.
○ VD trabalha sob baixas pressões (até 35 mmHG), então uma
obstrução na saída do VD, toda vez que tenta mandar sangue tem que
fazer muita força.
○ VD não está acostumado com essa pressão, pode ficar hipocinético e
dilatar.
○ Então VD não consegue mandar sangue pq sua pressão não é tão
alta. Chega menos sangue no VE, não manda sangue cheio de O2 no
corpo todo, corpo entra em anaerobiose).
● Último exemplo de Choque Obstrutivo: Pneumotórax Hipertensivo.
CHOQUE DISTRIBUTIVO
● A artéria vasodilata tanto que não consegue ser perfundido para as células,
com isso gera queda da pressão ⇒ faz uma desidratação funcional.
○ Choque séptico: o processo inflamatório por uma infecção vai gerar
uma vasodilatação exacerbada, não tem componente no sangue para
perfundir, gerando uma situação de choque.
■ 1ª coisa: coletar hemocultura e ATB. em paralelo faz reposição
volêmica (30 ml/kg) com Ringer Lactato.
■ Se ainda não responde, faz vasoconstrição com vasopressor
(Noradrenalina), mas como ela é irritante para a veia, é preciso
passar um acesso central.
○ Choque anafilático: vasodilatação extrema com processo altamente
inflamatório alérgico.
○ Choque neurogênico: secundária a trauma raquimedular causando
vasodilatação severa.
SINAIS IMPORTANTES
● Sinal de Kussmaul
○ FISIOLÓGICO: Manobra de Rivero-Carvalho, na inspiração profunda, a
jugular se colaba, pois o sangue vai para o AD.
○ PATOLÓGICO: Turgência jugular, aumenta na inspiração. Pois a pressão
do VD está muito aumentada. ⇒ Sinal de sobrecarga cardíaca.
● Refluxo hepatocelular / abdominojugular
○ Manobra é realizada ao colocar o paciente a 45º (p/ não ter influencia da
gravidade).
■ Porque é esperado que a 90º a jugular estará vazia e a 0º estará
cheia por conta da gravidade.
○ Depois deve-se comprimir o rebordo costaldireito por 10 segundos
■ Fígado é uma bolsa de sangue (quando comprimir o fígado, a
tendência é mandar sangue para o AD/VD. Se tiver pressão
aumentada, o sangue não entra, então volta para a jugular. ⇒
Sinal que denota sofrimento cardíaco.
Obs.: A manobra do refluxo hepatojugular (RHPJ) é um dos critérios mais importantes
para a Insuficiência cardíaca. Diagnóstico de IC é clínico, pois a partir do Critérios de
Framingham, ou seja, se o paciente tem alterações no Exame Físico, nos sinais e
sintomas, já pode diagnosticar como IC. Há critérios maiores e menores. Um dos maiores
é o RHPJ.
PULSO PARADOXAL
Falamos de Tamponamento, então para suspeitar do diagnóstico é a Tríade de BECK:
● Hipofonese de bulhas, porque tem muito líquido na cavidade pericárdica;
● Hipotensão,
● Estase ou turgência jugular, porque o sangue tenta entrar, mas o coração não
relaxa o suficiente.
Mas tem outra alteração no Exame físico, que é mais sensível e específica para TC, que
é o PULSO PARADOXAL.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 5
Iane Rocha Holanda
O Pulso paradoxal pode aparecer em Tamponamento cardíaco, em TEP, TC, Pericardite
constritiva, Gravidez.
● Definição de PP: queda da PAS > 20 mmHg à inspiração profunda (Manobra
R-C).
● Como vemos?
○ Mais fácil (UTI): Cateter na radial = inspira profundamente = na curva de
PA ela cai 2 mmHg;
○ Outra opção (À beira leito): Coloca manguito no braço do paciente =
fazer estimativa da pressão arterial sistólica pelo método palpatório
(palpar pulso = infla manguito = parar e sentir o pulso = estima PAS =
trava o manguito = de 120 mmHg vai para 100 mmHg = significar que é
Pulso Paradoxal. Quando ele voltar a respirar volta para 120 mmHg.
● Por que a pressão arterial sistólica cai 20 mmHg?
○ Porque no TC, vai ter líquido do lado de fora do coração restringindo a
diástole. Quando inspira profundamente, aumenta a quantidade de
sangue que chega no lado direito do coração. Para comportar esse
volume de sangue, abaúla o septo Interventricular, para ir em direção
ao VE. Porém, em paciente tamponado, na hora que abaula o septo em
direção à parede lateral do VE (do lado de fora tem líquido), esse líquido
não deixa a parede se abaular. Então, a quantidade de sangue que
chega do lado esquerdo vai diminuir, e na hora que contrair sai menos
sangue para aorta. Se sair menos sangue para aorta a ponto de cair 20
mmHg, existe o Pulso Paradoxal.
PULSO VENOSO x PULSO ARTERIAL
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 6
Iane Rocha Holanda
PULSO VENOSO PULSO CAROTÍDEO
CURVA DE PRESSÃO descensos: colaba jugular ondas (+): enchimento
À PALPAÇÃO colaba pulsação
À INSPIRAÇÃO aumenta não altera
POSIÇÃO DO PACIENTE varia (gravidade) não varia
MEDIDA DA PRESSÃO VENOSA CENTRAL
Critérios de Framingham: outro critério maior.
● A medida da pressão venosa central: Pacientes que têm a PVC > 16 cm de
água.
● Feita à beira leio, somente com uma régua e uma antena.
○ Paciente à 45º = palpa o ângulo esternal ou ângulo de Louis, no 2º
espaço intercostal = em cima coloca uma régua milimetrada = pega uma
antena à 90º na turgência e mede na régua.
○ Ideal ~8cm.
ESQUEMA DIDÁTICO DA CIRCULAÇÃO DIREITA E ESQUERDA
● Direita: coração ⇒ pulmão
● Esquerda: coração ⇒ corpo
A principal causa de sobrecarga do VD é a sobrecarga do VE, refletindo-se apenas com a
veia jugular túrgida.
● Supondo que o seu João teve um infarto da parede anterior do VE (a principal
parede irrigada pela artéria ascendente anterior) = necrose = Insuficiência
cardíaca = não bate direito o coração.
○ Se VE não ejeta todo o sangue para aorta, a VP não manda sangue pro
AE = AE começa a sofrer
○ Por contiguidade a veia pulmonar não consegue mandar sangue para
o AE, pois a membrana alvéolo-capilar estará aumentada (prejudicada
para fazer a hematose). Além disso, a pressão do VE não funcionante
está sendo transmitida para a circulação pulmonar, que se transmite
para veia pulmonar e se transmite para membrana alvéolo-capilar, onde
irá encher de líquido o parênquima pulmonar e também o alvéolo. Então
na hora de auscultar os pulmões vamos ouvir estertores
subcrepitantes.
■ A área de troca gasosa fica menor, refletindo no paciente uma
dispneia. Ao paciente deitar, gera falta de ar (ortopneia).
■ Pacientes vão desenvolvendo o sistema linfático para drenar o
líquido de uma forma adequada, mas é tanto líquido que o
paciente tem que o sistema linfático não dá mais conta. Então o
paciente acorda de madrugada com falta de ar (dispneia
paroxística noturna).
● A pressão aumentada nos alvéolos se refletem na artéria pulmonar, não
funciona direito o VD, que não funciona bem sob altas pressões. Então, o VD vai
se sobrecarregar e vai ficar insuficiente. Reflete para AD, veia cava e o sangue
que deveria escoar da jugular para AD e não escoa, então começa a aparecer
turgência.
PRESSÃO ARTERIAL
● Curva de Pulso Arterial: Pulso carotídeo reflete o que acontece na aorta e no VE.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 7
Iane Rocha Holanda
● Nó dicrótico = reflete o fechamento da válvula aórtica (abaulamento).
● Incisura
● Pressão diastólica (120/80 mmHg)
VARIAÇÕES DA CURVA DE PRESSÃO ARTERIAL
➔ Pulso Anacrótico (Parvus te tardes)
◆ Amplitude baixa e duração longa.
◆ Principal doença: Estenose da válvula aórtica - dificuldade para abrí-la.
● Se válvula está pouco aberta, a artéria que recebe o sangue fica
com amplitude baixa e contração deve ser mais demorada.
➔ Pulso Hipercinético (Em martelo D`água)
● Amplitude alta e duração curta.
● Principal doença: Insuficiência da Válvula Aórtica - V. Aó.
Fecha na diástole. VE recebe sangue do AE quanto da aorta. O
volume de sangue na próxima sístole é muito maior. Se o volume
de sangue é muito maior, a pressão de sangue também será.
○ Sinal de Micê (chapéu usado nas missa, com duas
bolinhas penduradas): paciente fica balançando a
cabeça a cada batimento de tão forte que é.
○ Sinal de Muller: pulsação da úvula.
○ Sinal de Queen: pulsação no leito ungueal.
➔ Pulso Dicrótico
● São duas ondas, que acontecem antes do nó dicrótico (sístole) e
outra após o nó dicrótico (diástole).
● Pode acontecer na Insuficiência Aórtica e na passagem do
Balão intra aórtico - assistência ventricular.
➔ Pulso Bisferiens
● Duas ondas positivas antes do nó dicrótico.
● Dupla lesão da válvula: Insuficiência e estenose da válvula
aórtica. Também pode acontecer a Miocardiopatia hipertrófica.
➔ Pulso Alternans
● Pacientes que dão choque cardiogênico grave ou
insuficiência cardíaca terminal.
● Varia a P sistólica a cada batimento.
➔ Pulso Paradoxus
● Queda da pressão arterial sistólica > 20 mmHg à inspiração
profunda.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 8
Iane Rocha Holanda
AUSCULTA DE SOPROS CARDÍACOS
Definição: Sopro é a passagem do líquido por um pertuito extremamente apertado.
Características da Análise
1. Intensidade
a. É o grau que eu consigo auscultar o sopro.
b. Classificação de Levine
i. Tem o Sinal de Levine - mão cerrada contra o tórax, chance de
ser infarto é de 70%.
ii. Grau IV: FRÊMITO - sente vibrar, reverberar na sua mão;
iii. Grau III: IRRADIA - auscultar o sopro em outros focos de
maneira mais baixa.
1. Sopros MITRAIS irradiam para: regiões da axila e dorsal.
2. Sopros AÓRTICOS irradiam para: regiões da fúrcula e
carótida.
2. Frequência (medido em Hz)
a. Frequência do som.
3. Timbre
a. É a variação da sonoridade da nota. Ou seja, a qualidade do som.
i. Ex.: Timbres piantes; Timbres de vapor de chaleira - som
regurgitativo (Insuficiência Mitral); Timbre de máquina de lavar
(qualidade do som).
4. Configuração / Cronologia(é o mais importante)
a. Durante o sopro, há uma variação, ele não é só holo. O sopro só cresce,
só decresce, é em barra, …
b. Tem doenças que só elas causam essas configurações
i. Entre B1 e B2 é sístole
1. Sopro que cresce e decresce, na sístole, é típico de
Estenose Aórtica (dificuldade de abrir), onde a válvula
aórtica se abre é na sístole.
ii. Entre B2 e B1 é diástole
1. Os Sopros diastólicos são mais difíceis de auscultar,
porque tem uma frequência alta, que não conseguimos
ouvir.
5.Duração
a. Prot / Meso / Tele / Holo
6. Localização
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 9
Iane Rocha Holanda
a. Onde auscultar.
7. Irradiação
a. Se irradia para axila, fúrcula, etc.
QUATRO PASSO PARA O DIAGNÓSTICO CORRETO DE SOPROS CARDÍACOS
1. Classificar em sistólico ou diastólico
a. Entre Tum/Tá - sistólico e Entre Tá/TUM - diastólico
2. Definir o melhor foco de ausculta
a. Onde mais claramente fica o sopro.
3. Definir a configuração
a. Sopro que cresce, decresce, sobe ou desce.
4. Definir a duração
a. Pronto, meso, Tele, Holo.
Valvopatia Mitral - sistólica
◆ Está entre B1 e B2 (sístole), então a válvula Mitral deve se fechar.
◆ Se há uma valvulopatia mitral na sístole significa que é uma
Insuficiência mitral.
◆ Principal causa: é secundária à dilatação do VE (o problema está no
anel mitral); secundária à ruptura de Cordoalha (musculatura pectínea
se rompe). Causas primárias calcificação, degeneração da válvula,
febre reumática, prolapso da valva mitral.
◆ Timbres de vapor de chaleira - som regurgitativo
É um sopro HOLOssistólico.
Em barra (na contração isovolumétrica, sopro começa e continua).
Sopro é constante, porque a quantidade que passa é constante.
➔ Insuficiência Mitral com Manobra de Handgrip
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 10
Iane Rocha Holanda
Paciente faz força apertando as duas mãos = resultado fisiológico = fechar as periferias
(vasoconstritor a aorta)
Patológico (Insuf Mitral) = periferia fechada pela manobra = VE tenta mandar sangue
para Aorta = mas a válvula mitral está insuficiente = mais fácil do sangue ir para onde a
válvula está insuficiente ao invés de o sangue aumentar a pressão para abrir a válvula
aórtica. Sopro aumenta o som.
➔ Insuficiência Mitral por prolapso de valva mitral
O sopro é TELEssistólico. Sopro mais audível no final.
Prolapso = válvula mantém fechada por um curto período de tempo e só aparece o sopro
após a válvula prolapso.
Logo antes da válvula prolapsar, ouvimos o click mesossistólico.
Valvopatia Mitral - diastólica
◆ Está entre B2 e B1 (diástole), então a válvula Mitral deve se abrir.
◆ Se há uma valvulopatia mitral na diástole significa que é uma
Estenose mitral.
◆ Principal causa: Febre Reumática (endemia no Brasil, contrai FR por
infecção estreptocócica - amigdalite ou infecção de pele)
● Lesão típica: funde as comissuras mitrais, ou seja, ela gruda uma
cúspide na outra, dificultando a abertura.
◆ Timbres - som ruflar
Enchimento MESOdiastólico porque é nesse momento que a válvula se abre e começa
a dificuldade.
Estalido de abertura: barulho típico da Febre Reumática (parece um click).
Sopro que decresce e cresce. No enchimento rápido a quantidade de sangue que passa
pela mitral é maior, mas decresce a quantidade de sangue que passa do AE para o VE.
Quem mais sofre pela estenose mitral, átrio esquerdo ou o ventrículo esquerdo? É o
átrio esquerdo, porque o sangue do átrio acumula nele, com o tempo dilata o átrio
esquerdo, problema pode fazer arritmia, que é a fibrilação atrial. Problema de quem
tem FA é que não tem contração atrial, o ECG não tem onda P. No Diagrama de
Wiggers também não tem Contração Atrial.
Sem não tem contração atrial, o sopro será diferente, porque passa menos sangue
pela válvula.
Quando tem a ausência do crescimento do sopro, chamamos de reforço pré sistólico.
Então, a ausência do reforço por sistólico no sopro de estenose mitral denota
que o paciente também tem fibrilação atrial.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 11
Iane Rocha Holanda
Estenose Mitral:
● Estalido de abertura = febre reumática
● Ausência do reforço pré sistólico = fibrilação atrial
Valvopatia Aótica - diastólica
◆ Está entre B2 e B1 (diástole), então a válvula Aórtica deve se fechar.
◆ Se há uma valvulopatia aórtica na diástole significa que é uma
Insuficiência aórtica.
◆ Principal causa: secundária dilatação da artéria aorta. Se dilatar a
artéria aorta com o aneurisma, o folheto continua do mesmo tamanho, a
artéria aorta dilata, a hora que fecha, ela fica insuficiente. Secundária à
Endocardite.
◆ Timbre: som do sopro é aspirativo.
É um sopro que decresce, porque tem o enchimento rápido e o enchimento lento,
conforme passa o tempo da diástole, diminui o sangue que passa do AE para o VE.
Valvopatia Aórtica - sistólica
◆ Se há uma valvulopatia aórtica na sístole significa que é uma
estenose aórtica.
◆ Principal causa:
◆ Timbre: som do sopro em diamante é ejetivo.
Som em diamante, porque é um sopro ejetivo, que cresce e decresce, ou seja, Ejeção
rápida e ejeção lenta. Dica: quanto mais perto da 2º bulha é o crescimento do sopro, pior
a estenose aórtica. Porque demora mais para o sangue passar.
Se somar sopro ejetivo + pulso parvus et tardus + desdobramento paradoxal da segunda
bulha = estenose aórtica severa.
➔ Cardiomiopatia Hipertrófica (doença que não é diretamente na válvula, mas
gera um sopro igual à da Estenose Aórtica)
◆ Doença genética, com septo aumentado de tamanho; principal causa de
morte súbita em atletas.
◆ Por conta da hipertrofia do septo, gera, na via de saída do VE, uma
obstrução, semelhante a quem tem Estenose Aórtica.
Diferença entre Cardiomiopatia Hipertrófica para Estenose Aórtica
● Quem tem Estenose Aórtica severa, a obstrução do VE é FIXA.
● Quem tem Cardiomiopatia Hipertrófica é uma disfunção funcional
○ Se tiver um VE cheio de sangue na luz, desvia um pouco o músculo da
via de saída facilitando a saída de sangue em direção ao VE, fazendo
com que diminua o barulho do sopro.
○ Paciente hipovolêmico= exacerba a obstrução, coloca mais na frente o
músculo na via de saída do VE, piorando o sopro.
Existem MANOBRAS que simulam isso:
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 12
Iane Rocha Holanda
● Manobra de Valsalva⇒ EXPIRAÇÃO profunda forçada.
○ Repercussão no coração: é como se estivesse esvaziando o VE.
■ VE fica murcho, então quem tem:
● Cardiomiopatia Hipertrófica, vai aumentar o sopro.
● Estenose aórtica, vai diminuir o sopro.
● Manobra de Agachamento ⇒ paciente de cócoras, exacerba o Retorno Venoso.
○ Repercussão no coração: é como se estivesse enchendo o VE.
■ VE fica cheio, não quem tem;
● Cardiomiopatia Hipertrófica, vai diminuir o sopro.
● Estenose aórtica, vai aumentar o sopro.
Aula 6: Semiologia Cardíaca II 13
Iane Rocha Holanda
SOPROS: DE GALLAVARDIN E DE AUSTIN-FLINT
➔ Esses dois sopros denotam gravidade de duas doenças (Estenose aórtica e
Insuficiência Aórtica)
➔ Gallavardin - denota sopro de estenose aórtica grave
◆ A principal causa de E. Ao.:
● Mais comum: Degeneração da válvula (calcificação) e ocorre
mais em idosos;
○ O que o cálcio faz com o sopro? Na hora que passa o
sangue numa válvula calcificada, a válvula reverbera por
causa desse calcio. Na hora que vai ouvir o foco mitral é
o mesmo som, com a mesma característica (cresce e
decresce), só que com o timbre piante, ou seja, é uma
Insuficiência Mitral. Desconfie de Sopro de Gallavardin (o
sangue passa pela válvula calcificada faz com que no
foco da mitral, ouça o mesmo som da aórtica, só que
com o timbre piante.
● Estenose Ao. Bicúspide e ocorre mais em jovens.
➔ Austin-Flint - denota sopro de Insuficiência aórtica grave
◆ Problema: na hora que deveria fechar a aórtica, ela fica aberta, que é na
diástole. Mas na Insuficiência Aórtica, a válvula aórtica fica um pouco
aberta. Então, na sístole, o sangue saiu para a aorta, acabou a pressão,
a válvula aórtica fechou, o sangue volta em direção ao VE, que
normalmente está fechado, mas como tem insuficiência aórtica, o sangue
vai bater no folheto da mitral que está aberta, empurrando o folheto e
fechando parte da mitral, gerando uma estenose mitral funcional.
● Tratamento: trocar a válvula aórtica, com isso, some a estenose
funcional.
● Som do sopro: sopro típico no foco aórtico (aspirativo que
decresce), e no foco mitral, ouvimos o sopro diastólico mitral (do
tipo que decresce e cresce), por conta da estenose mitral
funcional.

Continue navegando