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HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO METABOLISMO ÓSSEO CONTROLE ENDÓCRINO DA HOMEOSTASE DO CÁLCIO E FÓSFORO - Paratormônio (PTH): hipercalcêmico e hipofosfatêmico; - 1,25 (OH)2 colecalciferol (vitamina D): hipercalcêmico e hiperfosfatêmico; - Calcitonina: hipocalcêmico e hipofosfatêmico; PARATORMÔNIO – PTH É produzido nas paratireoides, que geralmente se localizam na região posterior da tireoide. O PTH tem dois sítios de ação principal no organismo, o osso e os rins. O osteoclasto não tem receptor para PTH, diferentemente do osteoblasto. Dessa forma, a atividade reabsortiva do Cálcio ósseo é dependente de uma ação do osteoblasto (ativado pelo PTH) sobre o osteoclasto. O PTH estimula a 1ª-hidroxilase a converter 25- Hidroxi em 1,25 Hidroxi, sendo esta última bem mais potente. AÇÕES DA VITAMINA D 1 A principal causa de hipercalcemia em pacientes hospitalizadas é neoplásica. - ↑ absorção de Cálcio no duodeno e Fósforo no jejuno/íleo; - Nos ossos: ↓ reabsorção de cálcio e fósforo; - Nos rins: estimula a reabsorção de cálcio em túbulo distal e de fósforo em túbulo proximal. CALCITONINA: É produzida nas células parafoliculares da tireoide. (células C); Age contrariamente ao PTH no osso; HIPERPARATIREOIDISMO Causa mais frequente de hipercalcemia em pacientes ambulatoriais. Segunda causa de hipercalcemia em pacientes hospitalizados.1 Incidência de 1 a 2:1000; 5ª a 6ª décadas de vida; 3 mulheres: 1 homem; CLASSIFICAÇÃO - HIPERPARATIREOIDISMO: - Primário: Quando as paratireoides secretam PTH demasiadamente, de forma autônoma, sem influência da calcemia. - Secundário: Em situações hipocalcemiantes, e, na tentativa de manter a calcemia em valores normais, as paratireoides aumentam a produção de PTH. Obs: Alguns autores mais antigos, consideram a existência de um hiperparatireoidismo terciário. Que é basicamente um secundário que ficou muito tempo neste estágio, e que, com o passar do tempo, adquiriu a capacidade de produzir PTH de forma autônoma, lembrando um Hiperparatireoidismo primário. Hoje, essa classificação não é levada muito em consideração, nestes casos considera-se primário. CAUSAS - Causas Hiperparatireoidismo primário: - adenoma (85%); - hiperplasia (10%); - raras (neoplasia maligna de paratireoide); Causas Hiperparatireoidismo secundário: - Doença Renal Crônica (diminuição da conversão da 25 (OH) em 1,25 (OH), por diminuição da 1 alfa hidroxilase → paciente perde a vitamina D mais potente → menor absorção de cálcio no intestino → hipocalcemia → paratireoide produz PTH na tentativa de deixar o paciente com calcemia normal.; - Pacientes com deficiência grave de vitamina D; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Assintomático (até 50% dos pacientes); - Litíase renal (com a calcemia aumentada → aumento da calciúria → maior chance de haver cálculo nos rins); - Dor óssea, fraturas patológicas; - Pancreatite aguda; (complicação do Hiperparatireoidismo) - Fraqueza, constipação intestinal, náuseas, poliúria, polidpsia, anorexia. - Outras manifestações ósseas: - Raras: osteíte fibrosa cística. Figura 1. Osteíte fibrosa cística. Reabsorção óssea nas falanges distais e médias. - Tumor marrom: atividade osteoclástica intensa, destruindo o osso. - Crise hipercalcêmica aguda (Ca > 12 mg/dL ou se aumento rápido); → poliúria (a hipercalcemia provoca um aumento calciúria e também um aumento da filtração glomerular), polidipsia, constipação intestinal (distúrbio na condução nervosa para o intestino), anorexia, náuseas, vômitos, desidratação, epigastralgia, arritmias (por encurtamento de QT), alteração do estado mental. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - Hiperparatireoidismo primário: - PTH elevado ou inapropriadamente normal (na vigência de hipercalcemia); - Hipercalcemia; - Normo ou hipofosfatemia; - Cálcio U24h elevada (mesmo o PTH agindo nos rins reabsorvendo Cálcio, o efeito renal para tentar diminuir a calcemia é maior); - Hiperparatireoidismo secundário: - PTH elevado; - Normo ou hipercalcemia discretas; - Normo ou hipofosfatemia; - Cálcio U24h normal ou baixo (a maioria destes pacientes têm DRC, ou seja, os rins não filtram direito e, consequentemente, não conseguem excretar cálcio; DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: Utilizado para ver quais paratireoides estão hiperfuncionantes; Hiperparatireoidismo primário: - USG: mostra se tem paratireoide aumentada ou não. (não mostra o status funcional, a não ser que se faça uma PAAF e dose o PTH dentro da paratireoide). - Cintilografia com tecnécio: mostra a função da paratireoide. - TC: mostra mais a anatomia, e menos a função, assim como o USG. - RNM: mostra mais a anatomia, e menos a função, assim como o USG. RASTREIO DE DANOS DE ÓRGÃOS-ALVO - DMO óssea; - RX para avaliar presença de fraturas; - USG de rins e vias urinárias (para ver calcificações ou litíase de vias urinárias ou renal)/ TC de abdome / RX de abdome; - Rastreio de nefrocalcinose e nefrolitíase (através do USG); - Função renal; TRATAMENTO – HIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO Clínico: o objetivo é manter a calcemia adequada, sem comprometimento dos sistemas mencionados. - Minimizar perda óssea; - Bisfofonados (antirreabsortivos), hormônios, calcimiméticos. Cirúrgico: paratireoidectomia. Indicações: - cálcio sérico acima de 1 mg/dL do VR → o paciente está sob risco grave de fazer crise hipercalcêmica, pancreatite, calcificação ectópica (litíase renal, calcificação vascular, muscular); - Paciente com DRC; RFG < 60 Ml/1,73m2/min. (o risco para evoluir com hipercalcemia grave é alto) - idade <50 anos (paciente jovem é muito beneficiado) - osteoporose em qualquer sítio ou calcificações; Obs: Às vezes, não são todas as paratireoides que estão hiperfuncionantes. As que não estão hiperfuncionantes, podem ficar hipofuncionantes com o passar do tempo. Ao remover as hiper, sobra apenas as hipo e o paciente pode evoluir com um quadro de hipocalcemia grave, podendo levar a problemas de condução elétrico cardíaco. Nestes casos, é importante repor Cálcio para estes pacientes, até as paratireoides remanescentes voltarem a sua atividade normal. Hiperparatireoidismo secundário Clínico: - Ingesta normal de cálcio (em torno de 1000 mg/dia); - Manter vitamina D normal (>30 ng/mL); - Quelantes (em casos de pacientes que evoluem para hipercalcemia). TRATAMENTO DA CRISE AGUDA DE HIPERCALCEMIA; - Hidratação (muitas vezes esses pacientes estarão desidratados por conta da poliúria decorrente da hipercalcemia); - Furosemida se a condição clínica permitir (aumenta a excreção renal de cálcio); - Dorgas antirreabsortivas: calcitonina ou bifosfonatos IV (pamidronato ou ácido zoledrônico);
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