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Fundamentos básicos da necropsia FDII

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TÉCNICAS DE NECROPSIA E ALTERAÇÕES 
CADAVÉRICAS 
 
Por definição, necropsia (do grego nekros = cadáver; opsis = vista) significa a abertura e 
a inspeção detalhada e metódica das cavidades e órgãos do animal morto com o 
objetivo de determinar a respectiva causa mortis. 
A morte se caracteriza por fenômenos orgânicos que se exteriorizam rapidamente. A 
cessação dos movimentos respiratórios, a parada do coração, a perda da consciência e 
da mobilidade voluntária, bem como o desaparecimento da reação reflexa de 
estímulos, são sinais imediatos da morte 
A necropsia é um método de valor inestimável e, às vezes, o único para chegar-se ao 
diagnóstico das doenças em Medicina Veterinária. 
Necropsia: Secção do cadáver para a verificação das lesões que determinam a perda da 
higidez com o objetivo de estabelecer uma “causa mortis”. Por insuficiência 
respiratória, cardiovascular ou neurológica, que são as 3 mortes naturais e a eutanásia 
que é uma causa não natural. 
Finalidades secundarias: Confirmar um diagnóstico clínico; verificar o efeito de uma 
terapêutica; recordar anatomia topográfica 
• Tipos de Necropsia 
➢ Necropsia completa: secção do cadáver inteiro 
➢ Necropsia parcial 
➢ Necropsia cosmética: pequenas incisões, o mínimo possível 
➢ Necropsia com finalidade médico-legal/forense: processos judiciais envolvidos 
Requisitos importantes: Ficha de identificação do animal + histórico; informação do 
horário da morte/momento de realização da necrópsia (ideal é a realização com o 
animal ainda fresco – logo após a morte). 
Caracterização da morte: Fenômenos abióticos imediatos. 
Morte: É a cessação dos fenômenos vitais (função cerebral, circulatória e respiratória). 
Com perda da consciência e das funções cerebrais (EEG), insensibilidade, imobilização, 
abolição do tônus muscular, cessação da respiração e circulação caracterizando os 
fenômenos abióticos imediatos. 
• As alterações Cadavéricas Ocorrem secundariamente à perda da atividade metabólica 
orgânica. 
 
Fenômenos Abióticos Consecutivos: 
➢ Desidratação Cadavérica: perda passiva de líquidos para o meio ambiente(por 
evaporação), 
identificável pela enoftalmia(olhos “para dentro”) e pela perda da elasticidade da pele. 
➢ Frigor Mortis (resfriamento do cadáver): Perda da temperatura pela perda da 
atividade metabólica. 
▪ Primeiras 3h: Perda pequena 
▪ Consideradas +3h: Perda de 1 grau por hora até atingir a temperatura ambiente 
▪ Rapidez do resfriamento depende: quantidade de tecido adiposo corpóreo e 
revestimento pilórico ou penas, que funcionam como um isolante térmico; idade do 
animal (idosos e muito jovens resfriam mais rápido); da temperatura ambiente. 
➢ Rigor Mortis (rigidez cadavérica): com a redução progressiva dos estoques de ATP 
ocorre a 
contração definitiva da musculatura do cadáver até o evento de autólise do tecido, 
onde a 
musculatura relaxa. 
▪ 2h a 3h pós mortem 
▪ Começa pela musculatura da cabeça, pescoço, pálpebras 
▪ Ápice do rigor é 24h 
▪ +24h: relaxamento autolítico 
▪ É acelerado em processos infecciosos, quadros convulsivos (gasta muito ATP) e em 
locais com temperatura ambiente elevada. 
➢ Livor Mortis (manchas cadavéricas): em geral devem-se à hemólise (pela parada da 
circulação) com a liberação de hemoglobina e a ação de sulfetos de hidrogênio de 
bactérias sobre a hemoglobina, gerando nuances de azul, verde e púrpura. 
▪ Hemoglobina + Bactérias = manchas verdes = putrefação 
▪ Hemoglobina = manchas vermelhas 
▪ Hipóstase: acomodação gravitacional do sangue para o lado de decúbito do animal 
▪ Manchas aparecem 2h após a morte e irreversíveis após 12h 
 
Fenômenos Transformativos Bióticos(exceto autólise): 
➢ Conservadores: mumificação; saponificação e calcificação 
➢ Destrutivos: 
Autólise: Sem bactéria envolvida. 
▪ É a degradação gradual das células. 
▪ Um dos primeiros sinais é o descolamento de mucosas. 
▪ Período de aparecimento varia de acordo com o tecido. 
▪ É mais precoce no tecido nervoso, pancreático, entérico, adrenal, hepático e 
mais tardia na pele, cartilagem e ossos. 
▪ Putrefação: deve-se à multiplicação e invasão bacteriana dos tecidos. 
O micro- organismo mais relacionado ao evento é o clostridium septicum. 
Passa por períodos: O Manchas verdes a partir de 24h o Fase gasosa (+avançada): Em 
48h temos um timpanismo abdominal por fermentação bacteriana no intestino e esses 
gases passam para vasos, vísceras, subcutâneo caracterizando o enfisema cadavérico. 
Odor ofensivo por produção de aminas(exemplo: cadaverina) pelas bactérias. 
O Coliquativo: A partir de 72h temos uma dissolução pútrida do cadáver, com 
a perda progressiva de volume das partes moles. O Esqueletização: Cadáver se reduz ao 
esqueleto(+3 anos para se completar) 
• Técnicas de Necropsia ➢ Virchow: os órgãos são retirados um a um e examinados 
posteriormente. 
➢ Ghon: a evisceração se dá através de monoblocos de órgãos anatomicamente/ou 
funcionalmente relacionados. 
➢ M. Letulle: o conteúdo das cavidades torácica e abdominal é retirado em um só 
monobloco. 
➢ Rokitansky: os órgãos são retirados isoladamente após terem sido abertos e 
examinados “insitu”. 
• Necropsia Cão-Aula prática 
➢ Identificação do animal/histórico clínico 
➢ Exame externo 
➢ Abertura do animal: incisão mento-pubiana, abertura das cavidades (abdominal e 
torácica) 
➢ Retirada das vísceras em conjuntos (1° a 6° conjunto) 
➢ Exame das vísceras 
➢ Confecção do laudo 
➢ Determinação da causa mortis 
• Princípios de Necroscopia 
➢ Condições Básicas: Local/Sala/Mesas/Instrumental/Vestimenta 
➢ Exame Externo 
▪ Identificação(espécie, raça, sexo, idade, peso); coloração pelagem e pele; orifícios 
naturais(mucosas); condição nutricional; corpos estranhos; ectoparasitas 
➢ Abertura do Animal: Incisão Mento-Pubiana (pele + músculo) – queixo até o púbis 
➢ Abertura das cavidades ▪ Abdominal primeiramente(olhar presença de líquido; 
tomografia dos órgãos; abertura 
de linfonodo mesentérico; etc.) 
 ▪ Torácica 
➢ Retirada das vísceras por conjunto 
1. Conjunto : Língua, faringe, tonsilas, esôfago, laringe, traqueia, tireoides, 
paratireoides, timo, pulmões, coração 
2. Conjunto : Epíploo e baço 
3. Conjunto : Intestinos 
4. Conjunto : Diafragma, fígado, vesícula biliar, estômago, duodeno (terço inicial), 
pâncreas 
5. Conjunto : Adrenais, rins, ureteres, bexiga, próstata, uretra, pênis, prepúcio, 
bolsa escrotal, testículos, epidídimo, ovários, útero, vagina 
6. Conjunto : meninges, medula espinal, cérebro, cerebelo 
➢ Descarte do material: lixo hospitalar 
➢ Coleta de Material: análise microbiológica, toxicológica, biologia molecular. 
▪ Análise microscópica por citológico/histopatológico. 
➢ Laudo Necroscópico deve conter: ▪ Descrição de todos os achados 
anatomopatológicos ▪ Descrição histopatológica 
▪ Causa-mortis: “atria mortis” 
▪ Moléstia Principal ▪ Modelo de laudo

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