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MORTE ENCEFÁLICA

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LARYSSA APARECIDA RUEDIGER - MEDICINA FURB TURMA LI
MORTE ENCEFÁLICA
É a definição legal de morte, sendo a
completa e irreversível parada de todas as
funções do encéfalo (cérebro, tronco cerebral
e cerebelo).
FISIOLOGIA DO SNC
TELENCÉFALO
1. Lobo frontal: planejamento de ações
e movimento, bem como pensamento
abstrato. No lobo frontal têm-se o
córtex motor (controla a motricidade
voluntária), sendo que o hemisfério
direito controla o lado esquerdo do
corpo, córtex pré-motor (controla os
movimentos de precisão e os
planejados), podendo apresentar
problemas na velocidade dos
movimentos automáticos (fala e
gestos) se houver lesão, e o córtex
pré-frontal (decide as sequências,
ordens e avalia o resultado dos
movimentos; respostas afetivas;
julgamento social; atenção seletiva;
fluência do pensamento e da
linguagem).
2. Lobo temporal: processa os
estímulos auditivos.
3. Lobo parietal: é dividido em
anterior e posterior. O anterior
(córtex somatossensorial) tem a
função de possibilitar as percepções
sensoriais de tato, dor e calor. A zona
posterior analisa, interpreta e integra
as informações recebidas pela zona
anterior, permitindo o indivíduo se
localizar no espaço, reconhecer
objetos pelo tato.
4. Lobo occipital: processa os
estímulos visuais. Quando lesionado
provoca a impossibilidade de
reconhecer objetos e até rostos
conhecidos (condição chamada de
agnosia).
TRONCO ENCEFÁLICO
CEREBELO
a) Coordenação dos movimentos
b) Equilíbrio do corpo
c) Controle do tônus muscular
*Uma lesão no cerebelo pode implicar em
ataxia (movimentos sem coordenação),
dismetria (falta de controle da amplitude do
movimento), disdiadococinesia
(incapacidade de realizar movimentos
rápidos e alternados), disartria (incapacidade
de articular palavras corretamente), tremor
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intencional, nistagmo cerebelar e hipotonia
(diminuição do tônus muscular esquelético).
INDÍCIO DE MORTE ENCEFÁLICA
1. Paciente em coma irresponsivo
(Glasgow 3).
2. Com causa conhecida e ventilação
mecânica: AVC hemorrágico ou
isquêmico, TCE, infecções do SNC,
tumores do SNC, encefalopatia
hipóxico/anóxica pós PCR (deve
estar em observação intra hospitalar
por pelo menos 24 horas).
3. Perda dos reflexos do tronco
encefálico (pares cranianos).
➔ midríase
➔ …
O QUE FAZER IMEDIATAMENTE
APÓS A SUSPEITA?
Deve-se afastar as causas reversíveis
de coma:
1. Uso de drogas depressoras
2. Distúrbios metabólicos ou
hemodinâmicos graves (hipoxemia,
hipo ou hipernatremia, hipotensão)
ou hipotermia.
.: Desligar sedativos até completar 5 tempos
de ½ vida. Após, se os reflexos não
voltarem, iniciar protocolo.
PROTOCOLO DE M.E.
*PRÉ-REQUISITOS:
- Realizar 2 exames clínicos, feitos por
médicos diferentes. O intervalo entre
eles depende da faixa etária do
paciente:
- Os exames clínicos devem ser feitos
por médicos capacitados: a) 1 ano de
experiência em tratamento de
pacientes com coma que tenham
realizado ou acompanhado no
mínimo 10 protocolos de ME; ou b)
1 ano de experiência em tratamento
de paciente com coma que tenha
curso de capacitação de determinação
de morte encefálica.
- Um dos médicos deve ser
preferencialmente especialista em:
neurologia ou neurocirurgia,
medicina intensiva ou medicina de
urgência.
- Realizar Teste de Apnéia
- Realizar exame complementar
confirmatório da morte encefálica
______________________________
1. Identificar a causa da morte
encefálica.
2. Afastar causas reversíveis de coma
3. Exame clínico:
a) Ausência de resposta à dor
(GLASGOW 3): ausência de resposta
aos estímulos dolorosos no côndilo
da ATM, na região supra-orbitária ou
no leito ungueal.
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b) Reflexo óculo-motor: pupilas
midriáticas e fixas. Ausência de
contração pupilar.
c) Reflexo córneo-palpebral:
ausência do reflexo de piscar ao
estímulo da córnea, usando
instrumento delicado ou soro
fisiológico.
d) Reflexo óculo-cefálico (Manobra
dos olhos de boneca): ausência de
movimentos oculares.
e) Reflexo óculo-vestibular: ausência
de movimentos oculares após infusão
de líquido gelado.
f) Reflexo da Tosse: ausência de
tosse ou movimentos torácicos à
aspiração traqueal; ausência de
náuseas ou vômitos ao estímulo da
faringe posterior.
4. Teste de Apnéia:
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- Oxigenar o paciente com O2
a 100% por 10 minutos (para
garantir a saturação completa
da hemoglobina circulante e
diminuir o risco de hipóxia).
- Coletar uma gasometria
arterial inicial (que deve
demonstrar hiperoxia e pCO2
entre 35-45 mmHg).
- Desconectar o ventilador e
inserir um cateter de oxigênio
com fluxo de 6-8L/min na
traquéia ao nível da carina.
- Observar atentamente a
presença de movimentos
respiratórios por 10 minutos.
- Coletar a gasometria arterial
final (deve demonstrar a
pCO2 acima de 55 mmHg).
- Reconectar o paciente à
ventilação mecânica.
.: O teste será considerado positivo para ME:
ausência de movimentos respiratórios e
gasometria final com pCO2 > 55 mmHg.
*O teste deve ser interrompido
imediatamente caso existam movimentos
respiratórios.
***Sinal de Lázaro: é um movimento
reflexo em pacientes com ME, que faz com
que estes levantem brevemente os membros
superiores e os deixe cair cruzados sobre o
peito.
5. Exames complementares:
a) Eletroencefalograma (EEG):
avalia a atividade elétrica cerebral.
b) Doppler transcraniano: avalia o fluxo
sanguíneo cerebral.
*c) Arteriografia cerebral: avalia o fluxo
sanguíneo após injeção de contraste nas aa.
carótidas e vertebrais.
*d) Cintilografia cerebral: demonstra a
circulação sanguínea por meio da injeção de
radioisótopo tecnécio 99m.

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