Buscar

III_Teorico (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Inserir Título Aqui 
Inserir Título Aqui
Gestão da Demanda 
e dos Estoques
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Rogério Monteiro
Prof. Esp. Clovis Cabrera
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Santos
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Contextualização;
• Introdução;
• Gerenciamento dos Parceiros de Negócios;
• Relação entre Estoques e Programação 
da Produção na Cadeia de Suprimentos.
Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Compreender os impactos dos estoques na cadeia de suprimentos. 
• Estudar técnicas que permitam alinhar os estoques à demanda. 
• Compreender a influência dos estoques na agilidade e nos custos da cadeia de suprimentos.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o 
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Estoques na Cadeia de Suprimentos
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Contextualização 
O crescente acirramento da concorrência nos diversos segmentos da sociedade des-
locou a competição que historicamente acontecia entre empresas e passou a ocorrer 
entre cadeias de suprimentos. Tal fenômeno trouxe um novo desafio para as empresas 
responsáveis pela gestão da cadeia de suprimentos.
A partir de então, gerenciar recursos internos deixou de ser suficiente para que a 
empresa atingisse seus objetivos. Essa passou a se ocupar em gerenciar os recursos da 
cadeia de suprimentos.
 Assim, o principal recurso a ser gerenciado pela empresa líder é o estoque existente 
ao longo da cadeia de suprimentos. 
6
7
Introdução 
Esta Unidade apresenta a importância dos estoques na cadeia de suprimentos. 
Para tanto, vejamos as seguintes definições:
• Cadeia de suprimentos: trata-se de um conjunto de atividades funcionais – trans-
portes, controle de estoque etc. –, as quais se repetem inúmeras vezes e ao longo 
do canal pelo qual matérias-primas são convertidas em produtos acabados, aos 
quais se agrega valor ao consumidor (BALLOU, 2011, p. 29);
• Gestão da cadeia de suprimentos: diz respeito à coordenação estratégica e siste-
mática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de 
negócios no âmbito de uma determinada empresa e nos negócios dessa cadeia, com 
o objetivo de aperfeiçoar o desempenho de longo prazo das empresas isoladamente e 
da cadeia de suprimentos como um todo (MENTZER apud BALLOU, 2011, p. 28).
Ambas as definições mostram a existência de processos nos diversos participantes da 
cadeia. O gerenciamento desses processos e dos estoques necessários é condição míni-
ma para que a cadeia de suprimentos atinja seus objetivos de atendimento às demandas 
do mercado, de custos e de lucratividade.
• Como os Estoques Auxiliam no Atendimento às Demandas do Mercado?
Quando bem gerenciados, os estoques proporcionam maior agilidade para as cadeias 
de suprimentos, repondo produtos rapidamente, conforme as necessidades do mercado.
• Como os Estoques Auxiliam nos Custos da Cadeia de Suprimentos?
A boa gestão passa pelo desenvolvimento de uma política de estoques, identificação 
dos padrões de ressuprimento e cálculo do Lote Econômico de Compra (LEC). Tais prá-
ticas permitem que as empresas participantes de uma cadeia de suprimentos reduzam o 
capital investido em estoques, suprimindo, assim, seu custo total.
• Como os Estoques Auxiliam na Lucratividade?
Os estoques permitem tanto a pronta entrega de produtos, quanto a antecipação das 
empresas em relação a seus concorrentes. Tais práticas podem contribuir para a maior 
lucratividade das cadeias de suprimentos.
Gerenciamento dos Parceiros de Negócios
A expressão gestão da cadeia de suprimentos – do inglês Supply Chain Management 
(SCM) – pressupõe a existência de uma empresa participante que assume a condição de 
líder da referida cadeia de suprimentos.
Em geral, no setor manufatureiro a empresa líder da cadeia de suprimentos é a 
montadora, isso porque detém o projeto do produto, uma vez que é a idealizadora do 
produto em questão, como pode ser visto na Figura 1. Tal condição pode ser observada 
no setor automotivo, aeronáutico, eletroeletrônico, naval, entre outros.
7
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Fornecedor A
Fornecedor B
Fornecedor C
Cliente E
Cliente F
Cliente D
Montadora Alfa
(líder da cadeia
de suprimentos)
Figura 1 – Cadeia de suprimentos da montadora Alfa
Uma vez líder da cadeia de suprimentos, essa empresa – montadora Alfa – é a grande 
interessada e responsável pelo bom desempenho da cadeia, isso porque o sucesso de 
seus produtos no mercado permitirá a continuidade dos negócios e a manutenção dos 
parceiros que formam sua cadeia de suprimentos.
Assim, é imputado à empresa líder gerenciar os recursos críticos da cadeia de suprimen-
tos, incluindo os estoques de materiais, componentes e produtos que permeiam tal cadeia.
Já os demais participantes podem estar vinculados – quanto ao fornecimento de 
produtos – às empresas concorrentes. Ou seja, podem pertencer concomitantemente a 
outras cadeias de suprimentos, conforme apresentado na Figura 2. Na mesma Figura 
podemos observar ainda que o Fornecedor B e o Cliente D participam de duas cadeias 
de suprimentos distintas, das montadoras Alfa e Beta. 
Fornecedor A
Fornecedor B
Cliente D
Cliente H
Fornecedor G
Montadora Beta
(líder da cadeia
de suprimentos)
Fornecedor C
Montadora Alfa
(líder da cadeia
de suprimentos)
Cliente E
Cliente F
Figura 2 – Cadeia de suprimentos da montadora Beta
8
9
Com base nas figuras 1 e 2, conclui-se a importância das empresas líderes no ge-
renciamento dos recursos de suas respectivas cadeias de suprimentos, visando atingir 
elevados níveis de desempenho para a conquista de melhores participações no mercado.
Relação entre Estoques e Programação 
da Produção na Cadeia de Suprimentos
O estudo da importância dos estoques na cadeia de suprimentos passa pelo entendi-
mento do processo de programação da produção entre os parceiros de negócio. 
A Figura 3 apresenta essa dinâmica:
Figura 3 – Demanda irregular de um componente quando o produto acabado é controlado pelo ponto de pedido
Fonte: Ballou, 2011
Observe que cada participante da cadeia de suprimentos tem uma estratégia diferen-
ciada de formação e utilização dos estoques.
Tomando como base a Figura 3a, observamos o gráfico “dente de serra”, no qual ocor-
re o reabastecimento de produtos no instante zero e a consequente formação de estoque. 
9
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
A utilização do estoque é iniciada imediatamente, segundo a demanda do mercado. Quan-
do os estoques atingem o ponto de pedido, o armazém solicita produtos para a fábrica.
A Figura 3 também permite observar a questão do giro de estoque. No período apre-
sentado no gráfico, o estoque foi renovado três vezes – giro 3.
Ao analisarmos o gráfico da fábrica (Figura 3b), observamos que o produto acabado 
é produzido em uma quantidade superior à necessidade mensal do distribuidor. A essa 
prática se dá o nome de ganho de escala.
Tem como base a curva matemática denominada Hipérbole, que pode ser definida 
como y
x
=
1
O gráficogerado pela curva é o seguinte: 
 
 
x = Quant y = C.Unit 
 
100 0,010 
 
200 0,005 
 
300 0,003 
 
400 0,003 
 
500 0,002 
 
600 0,002 
 
700 0,001 
 
800 0,001 
 
900 0,001 
 
1000 0,001 
 
 Figura 4 – Gráfi co do Ganho de Escala
Podemos verificar que o aumento do tamanho do lote de Q1 para Q2 proporciona a 
redução do custo unitário, de C1 para C2. A esse fenômeno dá-se o nome Ganho de Escala.
Cabe observar que o objetivo de manter o ganho de escala na produção foi uma das 
motivações que levou Henry Ford a dizer que o cliente pode comprar qualquer cor de 
carro desde que seja preta.
A partir do estoque formado pela fabricação do produto acabado, a fábrica atende a 
dois pedidos consecutivos do armazém. Somente então o ponto de pedido da fábrica é 
atingido. Uma vez atingido o ponto de pedido, a fábrica dispara um novo pedido de pro-
dução, o qual deverá atender, em média, outros dois pedidos consecutivos do armazém.
O gráfico do fornecedor de componentes (Figura 3c) mostra que a fabricação do item 
também é realizada levando em consideração o ganho de escala. Observe que as peças 
são produzidas para atender às necessidades da fábrica, de modo que a demanda por 
peças da fábrica se transforma no tamanho do lote de produção do fornecedor. Dessa 
maneira, o fornecedor produz o componente para estoque, confeccionando o suficiente 
para atender ao pedido da fábrica.
10
11
Custo Total da Cadeia de Suprimentos
Conforme verificado, o gerenciamento da cadeia de suprimentos é responsável por 
coordenar o fluxo de materiais, a produção de bens, o fluxo de informações e de dinhei-
ro entre os participantes. 
A empresa líder da cadeia deve desenvolver ações para garantir que atividades desne-
cessárias – ou seja, que não agregam valor – ocorram na cadeia de suprimentos. Nesse 
sentido, a empresa líder deve atuar nas seguintes frentes:
• Gestão da demanda: a empresa líder deve utilizar técnicas de gestão da demanda 
que garantam o alinhamento entre a produção de produtos e a demanda dos mer-
cados em que atua;
• Fluxo de informações: trata-se de garantir que as informações trocadas sejam 
assimiladas pelos parceiros de negócios;
• Produção: desenvolvimento de protocolos, definindo tamanhos de lotes, prazos de 
entrega adequados ao bom andamento da cadeia de suprimentos;
• Fluxo de materiais: garantia de que as especificações, quantidades e prazos de 
entrega sejam respeitados pelos participantes da cadeia;
• Níveis de serviços: desenvolvimento de indicadores de desempenho – Key 
Performance Indicators (KPI) –, os quais auxiliem na gestão dos processos logísticos.
Pesquise na Internet o que vem a ser Key Performance Indicators (KPI).
As ações acima descritas permitirão a redução dos custos ao longo da cadeia de su-
primentos. A apuração desses custos é uma das importantes atividades da empresa líder. 
A Figura 5 apresenta essa visão de custo total da cadeia de suprimentos:
Fornecedor A
Fornecedor A Fornecedor B Fornecedor C Montadora Alfa Cliente D Cliente E Cliente F
Participante
Cu
sto
s d
a C
ad
eia
 de
 Su
pr
im
en
to
s
Fornecedor B
Fornecedor C
Cliente D
Montadora Alfa
(líder da cadeia
de suprimentos)
Cliente E
Cliente F
Figura 5 – Custos totais na cadeia de suprimentos
11
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Perceba a curva característica de custos de uma cadeia de suprimentos – Montadora 
Alfa. Em geral, a agregação de custos é acompanhada pela agregação de valor.
Como foi visto, a empresa líder da cadeia de suprimentos precisa organizar os es-
toques de todos os parceiros de negócio, visando reduzir os custos totais dessa cadeia.
Efeito “Chicote”
Trata-se da amplificação das distorções dos pedidos ao longo da cadeia de suprimen-
tos. Essas distorções são provocadas, principalmente, pela falta de informações sobre a 
demanda real ao longo da cadeia.
A ausência de informações sobre a demanda real reflete a ausência de coordenação 
da cadeia de suprimentos que, por sua vez, implica na distorção dos pedidos e das ne-
cessidades de estoque. 
Devido a essa falta de informação, os participantes da cadeia de suprimentos utilizam 
apenas o pedido de seus clientes como referência para o próprio processo de produção. 
Essa prática provoca excesso de estoques em determinados períodos, assim como falta 
de estoques em outros momentos, conforme é apresentado na Figura 6:
Figura 6 – Efeito “chicote”
Esse gráfico mostra os pedidos realizados ao longo de seis meses entre os participan-
tes de uma cadeia de suprimentos, a saber, varejista, atacadista, fabricante e fornecedor.
Observe que os atores que se encontram mais próximos ao mercado consumidor – 
varejista e atacadista – são os participantes que menos sofrem o efeito “chicote”, isso 
porque negociam diretamente com o mercado e, portanto, a informação da demanda 
real está disponível para os quais.
Assim, quanto mais distante do mercado consumidor, maior é a distorção dos pedi-
dos, como pode ser visto nas curvas de pedidos do fabricante e do fornecedor.
12
13
Esse fenômeno é prejudicial para a cadeia de suprimentos porque provoca grandes 
flutuações de estoques ao longo da cadeia e, consequentemente, riscos de atrasos por 
falta de produtos, além de custos excessivos de estoques e, inclusive, riscos de obsoles-
cência de materiais.
Figura 7 – Crescente variabilidade da demanda – efeito “chicote”
Fonte: Ballou (2011, p. 519)
O efeito “chicote” também é abordado por Ballou (2011), conforme mostrado na 
Figura 7. Segundo esse teórico, a incerteza da crescente variabilidade da demanda pode 
provocar mau planejamento e altos custos operacionais.
Chopra e Meindl (2016) consideram que a falta de coordenação na cadeia de su-
primentos influencia negativamente o desempenho dessa, como pode ser visto no 
seguinte Quadro:
Quadro 1 – Impacto da falta de coordenação no desempenho da cadeia de suprimentos.
Medida de desempenho Impacto da falta de coordenação
Custo de manufatura Aumenta
Custo de estoque Aumenta
Tempo de espera de reposição Aumenta
Custo de transporte Aumenta
Custo de embarque e recebimento Aumenta
Nível de disponibilidade de produto Diminui
Lucratividade Diminui
Fonte: adaptado de Chopra e Meindl (2016)
Observa-se que vários indicadores de desempenho são afetados negativamente com 
o efeito “chicote”, entre os quais os custos de manufatura, de estoques, de transportes, 
bem como os períodos de ressuprimento – lead time – e até mesmo a lucratividade da 
cadeia de suprimentos. 
13
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Obstáculos à Coordenação em uma Cadeia de Suprimentos
Tendo como base Chopra e Meindl (2016), segue um conjunto de obstáculos que 
dificultam o processo de coordenação da cadeia de suprimentos:
• Obstáculos ao incentivo – incentivos oferecidos a um estágio específico da cadeia 
de suprimentos podem provocar a falta de percepção de crescimento da demanda 
real de um determinado produto;
• Obstáculos ao processamento de informação – distorção da informação de de-
manda aumenta a incerteza entre os participantes;
• Obstáculos operacionais – pedidos em grandes lotes e elevados lead times con-
tribuem para que os participantes da cadeia de suprimentos percam a referência da 
demanda real, passando a operar em função do pedido dos clientes diretos;
• Obstáculos à precificação – descontos por quantidades e flutuações de preço 
promovem o surgimento de distorções pontuais nas demandas;
• Obstáculos comportamentais – dificuldades de aprendizado e falta de confiança 
nos sistemas de informação disponíveis levam os profissionais à concentração dos 
pedidos dos clientes diretos, acentuando, assim, a formação do efeito “chicote”.
Ações para Alcançar a Coordenação na Cadeia de Suprimentos
Neste tópico são apresentadas as ações gerenciais direcionadas à contenção dos obs-
táculos e obtenção da coordenação na cadeia de suprimentos:
• Alinhar metas e incentivos – alteraros incentivos da equipe de vendas diretas para 
vendas por canal;
• Melhorar a precisão da informação – compartilhar dados de ponto de venda; 
planejamento colaborativo;
• Melhorar o desempenho operacional – minimizar o tempo de espera de reposição; 
reduzir os tamanhos de lotes;
• Projetar estratégia de precificação para estabilizar pedidos – estabilizar preços;
• Criar parcerias estratégicas e confiança – compartilhar informações; eliminar 
esforços desnecessários; agregar confiança.
Em resumo, constata-se que o efeito “chicote” afeta toda a cadeia de suprimentos, 
dificultando o atendimento de pedidos e reduzindo os lucros. Apresentou-se, portanto, a 
definição, as causas e as ações gerenciais para se evitar o tal fenômeno.
Influência dos Estoques na Agilidade 
e nos Custos da Cadeia de Suprimentos
Como verificamos até o momento, estoques estão presentes em toda a cadeia de 
suprimentos, entretanto, cabe observar que cada modelo de cadeia exige uma dinâmica 
de estocagem diferenciada.
14
15
Assim, neste tópico abordaremos os ambientes de produção e operações, os quais 
fazem uso dos estoques de maneiras diferenciadas. Tomaremos como base a classifica-
ção apresentada por Neumann (2013) para estudarmos os seguintes ambientes: Produ-
ção para o mercado; Produção para o estoque; Montagem sob encomenda; Produção 
sob encomenda; Obtenção de recursos contra pedido; e Engenharia sob encomenda. 
Especificando-os, temos:
• Produção para o mercado – conhecida também como Make To Market (MTM), 
na qual os produtos são produzidos sem a necessidade da formalização de um pedi-
do. São altamente padronizados e não preveem a utilização de estoques. Esse tipo 
de produção é fortemente utilizado em serviços como programas televisivos e de 
rádio, sites, jornais, entre outros;
• Produção para o estoque – igualmente conhecida como Make To Stock (MTS), 
onde os produtos são fabricados mediante uma previsão de demanda, em grandes 
quantidades e enviados para estoque. Outra característica é a alta padronização des-
ses produtos. Esse tipo de produção é fortemente utilizado pela indústria manufatu-
reira de eletrodomésticos, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, entre outros;
• Montagem sob encomenda – conhecida também como Assemble To Order 
(ATO), em que os produtos são montados mediante a formalização do pedido dos 
clientes. A dinâmica desse ambiente prevê a formação de estoque de componentes 
e subconjuntos. A partir da formalização do pedido, dá-se início à montagem do 
produto final. Em logística esse processo é conhecido como postponement – pos-
tergação – da montagem. Esse tipo de produção é fortemente utilizado pela indús-
tria automobilística, a qual procura elevar o percentual de montagem mediante o 
pedido, minimizando a fabricação de carros para estoque. É também empregado 
na indústria do fast food – pizzas, por exemplo –, na qual a montagem é realizada 
mediante a formalização do pedido;
• Produção sob encomenda – chamada também de Make To Order (MTO), na qual 
os produtos são fabricados mediante a formalização do pedido dos clientes. A dinâmi-
ca desse ambiente não prevê a formação de estoque de produto acabado, apenas de 
componentes básicos comuns aos diversos produtos comercializados pela empresa. 
Esse tipo de produção é fortemente utilizado pela indústria gráfica e de confecção, 
tais como convites de casamento, camisetas promocionais, entre outros;
• Obtenção de recursos contra pedido – igualmente conhecida como Resource To 
Order (RTO), em que os materiais são adquiridos pela empresa somente após a for-
malização do pedido. Esse processo não prevê a formação de estoques de materiais 
ou mesmo de produtos acabados. Ademais, esse tipo de produção é fortemente 
utilizado por marcenarias e empresas de fabricação de móveis planejados;
• Engenharia sob encomenda – conhecida também como Engineering To Order 
(ETO), na qual produtos são projetados e produzidos mediante a assinatura de um 
contrato. Esse processo não prevê estoques de materiais antes da formalização 
do pedido. Havendo a necessidade de estoques – grandes obras –, esses serão 
realizados ao longo da elaboração do projeto. Esse tipo de produção é fortemente 
utilizado por empreiteiras que, após ganharem uma licitação – pública ou privada 
15
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
–, finalizam o projeto e iniciam a aquisição de materiais, alocação de pessoal e a 
efetiva construção do objeto licitado, tal como complexo viário, estádio esportivo, 
entre outros.
Projetar Comprar Produzir Montar Entregar
P
Produção para
o mercado
Projetar Comprar Produzir Montar Entregar
P
D
D
D
D
Produção para
o estoque
Projetar Comprar Produzir Montar Entregar
P
Montagem sob
encomenda
Projetar Comprar Produzir Montar Entregar
P
Produção sob
encomenda
Projetar Comprar Produzir Montar Entregar
P
Obtenção de recursos
contra pedido
Projetar Comprar Produzir Montar Entregar
P
D
Engenharia sob
encomenda
Figura 8 – Razão P:D em diferentes ambientes de produção e operação
Fonte: adaptada de Neumann (2013)
D = tempo de atendimento da demanda dos clientes.
P = soma dos tempos de projetar, comprar insumos, produzir, montar e entregar os 
produtos aos clientes.
Conforme apresentado na Figura 8, os estoques associados a uma estratégia de pro-
dução proporcionam condições favoráveis ao atendimento da demanda. Com exceção 
do ambiente produção para o mercado – que atua com serviços e, portanto, não prevê 
a formação de estoques –, os demais ambientes utilizam os estoques em diferentes está-
gios da produção, seja montagem, compras ou projeto.
Podemos então concluir que a utilização dos estoques nas diversas fases de um pro-
cesso de produção, ou mesmo nos vários participantes da cadeia de suprimentos – por 
meio de uma coordenação –, permite o atendimento da demanda de maneira rápida, 
fazendo uso do ganho de escala e alcançando custos totais de estoques reduzidos. 
16
17
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Gestão estoques na cadeia de suprimentos
https://goo.gl/mMvSZz 
 Livros
Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management): Conceitos, Estratégias, 
Práticas e Casos
PIRES, S. R. L. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management): Concei-
tos, Estratégias, Práticas e Casos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
 Leitura
Um modelo de referência para gestão da produção em sistemas de produção assembly to 
order – ATO e suas múltiplas aplicações
https://goo.gl/M921Ze
O efeito chicote e o seu impacto na gestão das cadeias de suprimentos
https://goo.gl/KEBy5b 
17
UNIDADE 
Estoques na Cadeia de Suprimentos
Referências
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos – logística empresarial. 
5. ed. [S.l.]: Bookman, 2011. 
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, 
planejamento e operação. São Paulo: Pearson, 2016.
NEUMANN, C. Gestão de Sistemas de produção e operações – Produtividade, 
lucratividade e competitividade. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2013.
18

Continue navegando