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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 1 AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA Disciplina: Instituições de Direito Público e Privado Aluno: Erlenya Ferreira de Sousa Rufino Aragão Matrícula: 20213110134 Pólo: Belford Roxo Produza uma dissertação individual, de no máximo 2 páginas, sobre o tema Moral e Direito. Ao longo da nossa história, vários pensadores e filósofos discutiam a relação entre o direito e a moral onde surgiram as teorias com alguns pontos que serviram de base dentro desse processo histórico. De acordo com Reale (2001), a teoria do "mínimo ético", do filósofo inglês Jeremias Bentham, dizia que o Direito representa apenas o mínimo de Moral declarado obrigatório para que a sociedade possa sobreviver. Como nem todos podem ou querem ter responsabilidade com as obrigações morais, é indispensável armar de força certos preceitos éticos, para que a sociedade não soçobre. A Moral, em regra é cumprida de maneira espontânea, mas como as violações são inevitáveis, é indispensável que se impeça, com mais vigor e rigor, a transgressão dos dispositivos que a comunidade considerar indispensável à paz social. A teoria enfatiza que fora do campo da Moral existe o “imoral” que confronta o que é Moral. Mas fora isso existe o ato que é apenas “amoral”, indiferente a Moral, porém não sendo imoral. No dia a dia as há regras sociais que cumprimos espontaneamente e outras que só cumprimos em determinadas ocasiões, porque são obrigados. A moral não seria um ato de obrigação e sim atitudes espontâneas. Reale (2011) enfatiza que a Moral autêntica é aderida pelos obrigados. Quem pratica um ato, consciente da sua moralidade, já aderiu aquilo a que obedece. A Moral não combina com violência, força ou coação; é incoercível. Já o Direito é coercível. A diferença do Direito para a Moral é a coercibilidade. Coercibilidade é uma expressão técnica que mostrar a relação que existe entre o Direito e a força. Conforme Reale (2011) existem três posições diferentes sobre a relação entre o Direito e a força: uma defende que o Direito nada tem a ver com a força. Em sentido contrário, temos a teoria que vê no Direito uma efetiva expressão da força. Para Jhering, um dos maiores jurisconsultos da passada centúria, o Direito se reduz a "norma + coação", pensamento seguido, por Tobias Barreto, que definia o direito como "a organização da força". Para Reale (2011): “a coação já é um conceito jurídico, dando-se a interferência da força em virtude da norma que a prevê, a qual, por sua vez, pressupõe outra manifestação de força e, por conseguinte, outra norma superior, e, assim sucessivamente, até se chegar a uma norma pura ou à pura coação” A teoria tem pensamentos opostos pois para uns, a força está sempre presente no mundo jurídico; é inseparável dele. Para outros, a coação no Direito não é efetiva, mas potencial. As normas do Direito são objetivas, nos são impostas e cumpridas de forma coercitiva. Por UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 2 outro lado, a moral são normas cumpridas de forma livre, sem a obrigatoriedade que o Direito impõe. Podemos criticar as leis que não concordamos, mas devemos agir de dentro dos conformes com elas. É o que chamamos de heteronomia que é aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir. A teoria da coação foi criticada por seus pensadores defenderem que a força é elemento essencial do Direito. Porém, passado o tempo, foi entendido que a força não é elemento essencial do Direito e sim potencial e que no Direito a coação é apenas um elemento uma garantia para que as normas sejam cumpridas. A teoria da bilateralidade atributiva surgiu definida por Reale (2011) como: Bilateralidade atributiva é, pois, uma proporção intersubjetiva, em função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir, ou a fazer, garantidamente, algo. Esse conceito desdobra-se nos seguintes elementos complementares: a) sem relação que una duas ou mais pessoas não há Direito (bilateralidade em sentido social, como intersubjetividade); b) para que haja Direito é indispensável que a relação entre os sujeitos seja objetiva, isto é, insuscetível de ser reduzida, unilateralmente, a qualquer dos sujeitos da relação (bilateralidade em sentido axiológico); c) da proporção estabelecida deve resultar a atribuição garantida de uma pretensão ou ação, que podem se limitar aos sujeitos da relação ou estender-se a terceiros (atributividade). Até os dias de hoje temos pontos conflitantes sobre Direito, Moral e como eles se relacionam. O correto é que ambas caminhem lado a lado, buscando uma convergência em prol das pessoas por um mundo com justiça e igualdade para todos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA REALE, Miguel. Lições Preliminares De Direito, 25ª Ed. 22ª Tiragem. 2001.
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