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Peticao Inicial_Scalotti

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE PALMERINA - PE
	SIMÃO SCALOTTI, [profissão], CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: simaoscalotti@scalotti.com.br, telefone celular: (81) 99999-XXXX e sua esposa LIAH SCALOTTI, [profissão], CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: liahscalotti@scalotti.com.br, ambos brasileiros, maiores, capazes, casados, domiciliados nesta comarca, residentes no Edifício Alvorada, situado na Rua Dr. Manoel Borba, 2.340, Bela Vista, Palmeirina – PE, CEP nº xx.xxx-xxx, representado por seu advogado, regularmente constituído, conforme instrumento de procuração em anexo, propõe com fundamento nos artigos 319 a 329, 539 à 549 do CPC/2015, 334 à 345 do CC/2002 e o art. 67, inciso II da Lei nº 8.245/1991, AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE ALUGUEL contra Judá Lawkadi, [nacionalidade], [estado civil], [profissão], CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: juda@lawkadi.com.br, telefone celular: (81) 99998-XXXX, residente na Avenida Poeta Manoel Bandeira, 123, Heliópolis, Garanhuns – PE, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor.
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
	Inicialmente, requer os autores, nos termos da Lei nº 1.060/50, a concessão dos benefícios da gratuidade judiciária, uma vez que ambos não possuem, no momento, condições financeiras de suportar o pagamento dos emolumentos forenses, sem sacrificar suas despesas pessoais, bem como as de seus familiares (em anexo declaração de hipossuficiência).
	Por tais razões, pleiteia-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela nossa Carta Magna, nos termos do art. 5º, LXXXIV, e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes. 
II – SINOPSE DOS FATOS
	Os autores firmaram contrato de locação com o réu em 20/07/2020, no valor mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais) com reajuste anual pelo IGPM-FGV e já acrescentado as taxas do IPTU, neste mesmo instrumento contratual há disposição expressa que o referido contrato possui vigência de 36 (trinta e seis) meses em sua cláusula XX (Instrumento contratual em anexo). Os autores possuem histórico comprovado dos pagamentos de todas prestações efetuadas de forma regular, até o dia 20 (vinte) de cada mês, bem como versa a cláusula XX deste instrumento contratual (comprovantes em anexo). O bem de que trata tal avença, é do apartamento n°1.821 do Edifício Alvorada, localizado na Rua Dr. Manoel Borba, 2.340, Bela Vista, Palmeirina, Pernambuco.
	Ainda sobre o instrumento contratual, possui como fiadores o Sr. Alonso Azevedo, [profissão], CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: alonso@azevedo.com.br, telefone celular: (81) 99999-XXXX e sua companheira, Adícia Santos [profissão], CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº x.xxx.xxx – SXX/PE, e-mail: adicia@santos.com.br, ambos brasileiros, maiores, capazes, [estado civil] , residentes no Edifício xxxxxx, situado na Rua xxxxxxx, Nºxxx, xxxxx, xxxxxx – PE, CEP nº xx.xxx-xxx.
	
	Ocorre que vencido o primeiro ano, o réu exigiu um novo aluguel no valor de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), com o que não concordou o locatário. O autor tentou por todas as formas negociar com o locador que, no entanto, se mostrou irredutível nas suas pretensões. Além de se mostrar intransigente, o locador se recusou a receber o valor contratualmente devido, qual seja, R$ 3.000,00 para o mês de agosto do ano de 2021.
III – DO DIREITO
Da consignação de pagamento
	Como é sabido, o artigo 355, inciso I, do Código Civil de 2002 dispõe que nos casos em o credor não puder, ou sem justa causa, recusar a receber o pagamento, poderá a parte pleitear a consignação do pagamento, in verbis:
“Art. 335 do CC/02: A consignação tem lugar: I - Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma.”
e, ainda: 
Art. 334 do CC/02. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.” “Art. 539 do CPC/2015. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.”
	Discorrendo sobre os fundamentos da Consignação, é a lição de Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:
	“A consignação pode ser conceituada como o meio judicial ou extrajudicial adotado pelo devedor- ou terceiro- para liberar-se da obrigação, depositando a coisa devida nos casos e formas legais. Vale dizer, é o mecanismo técnico de facilitação do cumprimento posto à disposição do devedor para efetuar o pagamento, quando a direta realização da prestação se torna impossível ou extremante difícil em decorrência de fato vinculado ao credor. Portanto, se o credor resiste ao recebimento, na linha da obrigação como processo, o direito civil pavimenta uma via para extinção da obrigação, traduzida pelo depósito com força liberatória. Com este ato, o devedor exerce um direito potestativo desconstitutivo, pois submete o credor à situação jurídica passiva de comparecimento em juízo ou ao estabelecimento bancário seja para aceitar o pagamento ou justificar a recusa”.(Curso de Direito Civil, Volume 2, edição 2014, Ed.Jus Podivm,p.435).
Dispõe o artigo 67 da lei nº 8.245/91, verbis:
Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação mediante consignação, será observado o seguinte:
I - a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores;
II - determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indicada na petição inicial, sob pena de ser extinto o processo;
III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos;
IV - não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valores depositados, o juiz acolherá o pedido, declarando quitadas as obrigações, condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de vinte por cento do valor dos depósitos;
V - a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a:
a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida;
b) ter sido justa a recusa;
c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento;
d} não ter sido o depósito integral;
VI - além de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e a cobrança dos valores objeto da consignatória ou da diferença do depósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo integral;
VII - o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo de cinco dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acréscimo de dez por cento sobre o valor da diferença. Se tal ocorrer, o juiz declarará quitadas as obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas imporá ao autor-reconvindo a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dos depósitos;
VIII - havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, a execução desta somente poderá ter início após obtida a desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos.
Parágrafo único. O réu poderá levantar a qualquer momento as importâncias depositadas sobre as quais não penda controvérsia.
Há entendimento jurisprudencial acerca da matéria, veja-se em julgado do TJMG e do REsp nº 663.051/RS da 3ª Turma do STJ, que aduzem:
 
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - CONTRATO DE LOCAÇÃO - RECUSA EM DAR RECIBO DE QUITAÇÃO - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - CAUÇÃO - ALUGUÉIS - INADIMPLEMENTO - CÁLCULOS - JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO INICIAL - MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. - Caso realmente o locador se recuse a conceder o recibo de quitação dos aluguéis, o locatário deve se valer da ação de consignaçãoem pagamento a fim de afastar ou evitar a mora e eximir-se de sua obrigação, sendo irrelevante a eventual prestação de caução, a qual é restituída ao término do contrato. - A produção de prova testemunhal para comprovar que o locador se recusou a dar recibo de quitação em nada influenciaria no resultado do julgamento, não implicando cerceamento de defesa do recorrente, pois cabia ao locatário valer-se, nesse caso, da ação de consignação em pagamento. - A ausência de vista de memória de cálculo não configura cerceamento de defesa, devendo apenas ser determinado que o valor devido ao apelado seja apurado na fase de cumprimento de sentença, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. - A correção monetária e os juros moratórios constituem matéria de ordem pública, de modo que aplicar, alterar ou modificar seu termo inicial, de ofício, não configura julgamento extra petita, nem reformatio in pejus. Em se tratando de dívida líquida e certa, como é o caso dos aluguéis, estando o devedor constituído em mora no seu termo, conforme dispõe o art. 397, caput, do Código Civil, os juros de mora e a correção monetária devem incidir a partir do vencimento de cada prestação. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.18.034565-4/001, Relator (a): Des.(a) Marco Aurelio Ferenzini , 14ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 21/06/0018, publicação da sumula em 21/06/2018)”
"DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CONSIGNATÓRIA. INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO. OBRIGAÇÃO PARCIALMENTE ADIMPLIDA. PROCEDÊNCIA PARCIAL. EXECUÇÃO, NOS PRÓPRIOS AUTOS, DO RESTANTE DEVIDO. - O entendimento majoritário do STJ é no sentido de que a insuficiência do depósito em ação de consignação em pagamento não acarreta a total improcedência do pedido. - Reconhecendo o juiz que a obrigação foi parcialmente adimplida, deve-se permitir ao credor o levantamento da quantia incontroversa e a execução, nos próprios autos da ação consignatória, do restante devido, em homenagem aos princípios da celeridade, da economia e da efetividade processuais. - O Direito enquanto sistema, deve ter no processo um instrumento de realização da justiça, tendente à pacificação dos conflitos sociais. Recurso Especial não conhecido." (STJ. 3ª Turma. REsp nº 663.051/RS. Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ: 01/02/08)
IV – DO PEDIDO
	Diante do exposto, demonstrado o cumprimento de todas as cláusulas do instrumento contratual pela parte autora, requer a Vossa Excelência o seguinte:
	a) Conceder os benefícios da justiça gratuita de que trata a Lei nº 1.060/50, eis que os autores não têm como arcar com as despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família;
	b) Determinar a citação da parte Ré para querendo, oferecer no prazo legal contestação aos termos da presente, sob pena de revelia;
	c) Autorizar, nos termos do art. 67, inciso II, da Lei supramencionada, a efetuar depósito judicial do valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), referente ao aluguel vencido no último dia 20 de agosto de 2021;
	d) Declarar, ao final, a quitação do aluguel vencido em agosto de 2021, bem como daqueles que se vencerem durante o trâmite do processo. 
	e) Condenar a parte Ré ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios;
	
	f) Protesta ainda, por todos os meios de prova admitidos, especialmente prova documental superveniente e pericial, se necessário for.
 
	Pretende a autora provar suas argumentações fáticas, documentalmente, apresentando desde já os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide.
		Dá-se à causa o valor de R$ xx.xxx,xx (xxx Reais e xxx centavos).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Recife – PE, xx de setembro de 2021
	Hugo José de Paula Maranhão
OAB/PE – NJUR75-6

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