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ANATOMIA FÍGADO: • Situado principalmente no QSD do abdome, • Relacionado com a sétima à décima costela • Presente no hipocôndrio direito, epigástrio superior e hipocôndrio esquerdo • Possui 2 faces: DIAFRAGMÁTICA e VISCERAL Recessos do fígado • Recessos subfrênicos são separados em direito e esquerdo pelo ligamento falciforme (entre o fígado e a parede anterior do abdome) • O compartimento da cavidade peritoneal entre o fígado e o cólon é chamado de recesso sub- hepático • A extensão do recesso sub-hepático entre a face visceral do fígado e o rim direito é chamada de recesso hepatorrenal Faces do fígado Face Diafragmática: coberta por peritônio visceral exceto na área nua do fígado Face Visceral: A área nua está em contato direto com o diafragma Coberta por peritônio exceto na fossa da vesícula biliar e na porta do fígado A porta do fígado é uma fissura por onde entram e saem vasos (veia porta, artéria hepática e vasos linfáticos) Tem muitas fissuras e impressões resultantes com outros órgãos Relações do fígado: As impressões na face visceral refletem as relações do fígado com: • Flexura direita do colo e colo transverso direito (área cólica) • Rim dir. e glândula suprarrenal dir. (áreas renal e suprarrenal) • Duodeno (área duodenal) • Estômago (áreas gástrica e pilórica) Lobos anatômicos do fígado • Dividido em lobos esquerdo, direito, quadrado e caudado • Os lobos direito e esquerdo são anatômicos enquanto o quadrado e o caudado são acessórios • A fixação do ligamento falciforme e a fissura sagital esquerda separa o lobo hepático direito do esquerdo • As fissuras sagitais direita e esquerda separam os lobos quadrado e caudado dos lobos direito e esquerdo • A porta do fígado separa o lobo quadrado do caudado Segmentos do fígado • O lobo caudado é um segmento • A Fissura Portal Principal divide a parte hepática direita e esquerda • A Fissura Portal Direita e Fissura Umbilical dividem as partes direitas e esquerda do fígado em medial e lateral • O Plano Hepático Transverso subdivide todos os segmentos, com exceção do lobo caudado e da divisão medial esquerda (IV) • O fígado é divido e 8 segmentos Porta do fígado • Localizada entre o lobo caudado (na frente) e processo caudado (atrás) • Contém: - Veia porta - Artéria hepática - Ductos hepáticos direito e esquerdo - Plexos nervosos - Vasos linfáticos Ligamentos • Espessamentos de peritônio que fixam o órgão à parede abdominal • Ligamento falciforme Separa os processos subfrênicos em recessos dir. e esq. • Ligamento coronário Formado pela reflexão do peritônio proveniente do diafragma sobre a face posterior do lobo direito A área nua esta localizada entre as duas lâminas do ligamento coronário: É contínuo com o ligamento triangular direito (à direita) • À esquerda, as duas lâminas se mantêm justapostas, formando o ligamento triangular esquerdo • Ligamentos triangulares: situa-se à frente da parede abdominal do esôfago, da parede abdominal do esôfago e da extremidade superior do omento menor (prega de peritônio que se estende do estômago e duodeno até a face inferior do fígado). O direito está no no ápice da área nua, Contínuo com lâminas do lig. coronário . O esquerdo fixa o lobo hepático esquerdo e o direito. • Ligamento redondo Remanescente fibroso da veia umbilical • Ligamento venoso Remanescente fibroso do ducto venoso fetal Suprimento vascular do fígado Vasos conectados ao fígado: Veia porta, Artéria hepática, Veias hepáticas • A veia porta e a artéria hepática ascendem pelo omento menor até a porta do fígado, onde se bifurcam • Os ductos hepáticos e os vasos linfáticos descem da porta do fígado e passam pelo omento menor Inervação do fígado • O fígado possui inervação dupla • Os nervos entram no órgão pela porta do fígado • A maioria acompanha as artérias hepáticas e os ductos biliares. Poucos podem seguir diretamente ao interior do parênquima hepático • O parênquima é inervado por nervos hepáticos, que tem origem no plexo hepático, contendo fibras simpáticas e parassimpáticas Veias hepáticas O fígado é drenado por 3 veias hepáticas principais e várias secundárias Principais • Dividido em direita, intermédia e esquerda • Levam o sangue para a parte supra-hepática da VCI • Localizadas entre as 4 principais divisões do fígado • A veia hepática intermédia se junta com a esquerda, desembocando na VCI como um tronco comum Secundárias Drenam para a parte infra- hepática da VCI Imagem VESÍCULA BILIAR A vesícula biliar situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Em sua posição natural, seu corpo situa-se anterior a parte superior do duodeno, e seu colo e o ducto cístico situam-se imediatamente superiores ao duodeno. O peritônio circunda completamente o fundo da vesícula biliar e une seu corpo e colo ao fígado. A face hepática da VB fixa-se ao fígado por tecido conjuntivo da cápsula fibrosa do fígado. A VB possui três partes: • Fundo: se projeto a partir da margem inferior do fígado na extremidade da 9 cartilagem costal direita. • Corpo: toca a face visceral do fígado, o colo transverso e a parte superior do duodeno. • Colo: voltada para a porta do fígado. • PREGA ESPIRAL: A túnica mucosa do colo forma a prega espiral, que ajuda a manter o ducto cístico aberto; assim, a bile pode ser facilmente desviada para a VB quando a extremidade distal do ducto colédoco é fechada pelos músculos esfíncteres. A prega espiral também oferece resistência adicional ao esvaziamento súbito de bile quando os esfíncteres estão fechados e há aumento súbito de pressão intra-abdominal, como ao tossir ou espirrar. ESTÔMAGO DO RECÉM NASCIDO O estômago neonatal tem eixo longitudinal horizontal, que se reorganizará a um eixo obliquado-vertical no adulto. Ao nas- cimento, a capacidade gástrica é cerca de 30 ml, mas já ao início da puberdade atinge 1000 ml, aumentando para cerca de 1500 ml na idade adulta. JUNÇÃO GASTROESOFÁGICA • Complexo esfincteriano conhecido como esfíncter funcional da junção esofagogástrica • Compreende as seguintes estruturas: Componente dilatador: èmusculatura longitudinal. Componente esfinctérico: da túnica muscular, da lâmina muscular da mucosa SISTEMA DIGESTÓRIO Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e químico. Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago. Ingestão: Introdução do alimento no estômago. Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples. Absorção: Processo realizado pelos intestinos. Defecação: Eliminação de substâncias não digeridas do trato gastro intestinal. O trato gastro intestinal apresenta diversos segmentos que sucessivamente são: BOCA, FARINGE, ESÔFAGO, ESTÔMAGO, INTESTINO DELGADO, INTESTINO GROSSO, RETO e ÂNUS. Órgãos Anexos: • GLÂNDULAS PARÓTIDAS • GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES • GLÂNDULAS SUBLINGUAIS • FÍGADO • PÂNCREAS FARINGE § A faringe é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço. Ela se situa logo atrás das cavidades nasais e logo a frente às vértebras cervicais. Sua parede é composta de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A faringe funciona como uma passagem de ar e alimento. § A faringe é dividida em três regiões anatômicas: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. • • • A porção superior da faringe, denominada parte nasal ou nasofaringe, tem as seguintes comunicações: duas com as coanas, dois óstios faringeos das tubas auditivas e com a orofaringe. A tuba auditiva se comunica com a faringe através do ósteo faríngeo da tuba auditiva, que por sua vez conectaa parte nasal da farínge com a cavidade média timpânica do ouvido. • A parte intermediária da faringe, a orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e estende-se do palato mole até o nível do hióide. A parte da orofaringe tem comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o alimento. • A laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hióide, e conecta-se com o esôfago (canal do alimento) e posteriormente com a laringe (passagem de ar). Como a parte oral da faringe, a laringofaringe é uma via respiratória e também uma via digestória. LARINGE A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traquéia. Ela se situa na linha mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervicais. A laringe tem três funções: • Atua como passagem para o ar durante a respiração; • Produz som, ou seja, a voz (por esta razão é chamada de caixa de voz); • Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias (como a traquéia). A laringe desempenha função na produção de som, que resulta na fonação. Na sua superfície interna, encontramos uma fenda ântero-posterior denominada vestíbulo da laringe, que possui duas pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega vocal (cordas vocais verdadeiras). A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens, músculos e ligamentos. A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são ímpares (cartilagem tireóidea, cricóidea e epiglótica) e duas são pares (cartilagem aritenóidea, cuneiforme). A cartilagem tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência dos hormônios durante a fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos, denominados cornos superiores e inferiores. A cartilagem cricóide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireóide e antecede a traquéia. A epiglote se fixa no osso hióide e na cartilagem tireóide. A epiglote é uma espécie de "porta" para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele. Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão, pois a epiglote fecha-se e este dirige-se ao esôfago. HISTOLOGIA FÍGADO HEPATÓCITO: O citoplasma do hepatócito possui um grande número de mitocôndrias e contém abundante retículo endoplasmático, tanto liso quanto granuloso. O retículo endoplasmático granuloso forma agregados que se dispersam no citoplasma, os quais são frequentemente denominados corpos basofílicos. Diversas proteínas são sintetizadas em polirribossomos nessas estruturas. Vários processos importantes acontecem no retículo endoplasmático liso, que está distribuído difusamente pelo citoplasma. Esta organela é responsável pelos processos de oxidação, metilação e conjugação requeridos para a inativação ou detoxificação de várias substâncias antes de sua excreção pelo organismo. O retículo endoplasmático liso é um sistema lábil, que reage prontamente às moléculas recebidas pelo hepatócito. Um dos principais processos que acontecem no retículo endoplasmático liso é a conjugação da bilirrubina tóxica e hidrofóbica (insolúvel em água) com o glucuronato pela enzima glucuroniltransferase, para formar o glucuronato de bilirrubina, não tóxico e solúvel em água. Este conjugado é excretado na bile pelos hepatócitos. Cada hepatócito contém aproximadamente duas mil mitocôndrias. Algumas das suas funções são: oxidação de ácidos graxos em excesso, quebra do peróxido de hidrogênio gerado por esta oxidação (por meio da atividade da enzima catalase), quebra de purinas em excesso (APM, GMP) com consequente formação de ácido úrico e participação na síntese de colesterol, ácidos biliares e alguns lipídios utilizados para a síntese de mielina. Hepatócitos localizados a distâncias variáveis dos espaços porta mostram diferenças em suas características estruturais, histoquímicas e bioquímicas. ESPAÇO DE DISSE: A superfície de cada hepatócito está em contato com a parede do capilar sinusóide, através do espaço de Disse, e com a superfície de outros hepatócitos. ESPAÇO PORTA: Regiões da periferia dos lóbulos onde existe tecido conjuntivo contendo ductos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos sanguíneos. O fígado humano contém de 3 a 6 espaços porta por lóbulo, cada um contendo um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática, um ducto (parte do sistema de ductos biliares) e vasos linfáticos. CANALÍCULO BILIAR: Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si conhecido como canalículo biliar. Os canalículos, que constituem a primeira porção do sistema de duetos biliares, são espaços tubulares com cerca de 1 a 2 μm de diâmetro. Eles são delimitados apenas pela membrana plasmática de dois hepatócitos e contêm poucos microvilos em seu interior. Os canalículos biliares formam uma rede complexa que se anastomosa progressivamente ao longo das placas do lóbulo hepático, terminando na região do espaço porta. Sendo assim, a bile flui progressivamente na direção contrária do sangue, do centro do lóbulo para a sua periferia. OBS: Duetos biliares são formados por epitélio cuboide ou colunar e contêm uma bainha distinta de tecido conjuntivo. GLICOGÊNIO: O hepatócito frequentemente contém glicogênio. O glicogênio hepático é um depósito de glicose, sendo mobilizado quando a glicose sanguínea cai abaixo do nível adequado. Desta maneira, os hepatócitos contribuem para manter a glicemia estável, representando uma das principais fontes de energia para utilização pelo organismo. A quantidade de glicogênio no fígado varia de acordo com um ritmo circadiano e também depende do estado nutricional do indivíduo. LÂMINAS: VESÍCULA BILIAR • A parede da vesícula consiste em uma camada mucosa composta de epitélio colunar simples e • lâmina própria, uma camada de músculo liso, uma camada de tecido conjuntivo perimuscular e uma membrana serosa. • A camada mucosa contém pregas • As células epiteliais são ricas em mitocôndrias e têm núcleo localizado no terço basal. • Todas essas células são capazes de secretar pequenas quantidades de muco. • Glândulas mucosas tubuloacinosas situam-se próximo ao dueto cístico, sendo responsáveis pela secreção da maior parte do muco existente na bile. PARÊNQUIMA HEPÁTICO 1) o conceito de lóbulo hepático clássico, o qual se baseia exclusivamente em parâmetros estruturais; 2) o conceito do lóbulo portal, esteado na direção do fluxo biliar no fígado, ou seja, a via de drenagem da bile do canalículo para o ducto biliar; e 3) o conceito de ácino hepático que considera o gradiente de distribuição de oxigênio/ nutrientes ao longo dos sinusóides hepáticos PLACENTA JUNÇÃO GASTROESOFÁGICA FARINGE - Seios paranasais: revestimento do epitélio respiratório // poucas células caliciformes. - Nasofaringe: Epitélio respiratório. - Orofaringe: Epitélio estratificado pavimentoso. LARINGE As cartilagens unem entre si mediante tecido conjuntivo fibroelástico. A cartilagem tireóide, cricoíde e parte da aritenoide são hialinas; o restante do tipo elástico. Na face ventral e dorsal o epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado; o restante é respiratório. FISIOLOGIA/PATOLOGIA DEGENERAÇÃO O termo degeneração aplica-se a alterações morfológicas das células, não incluindo modificações no interstício. São sempre processos reversíveis. De forma simplificada, portanto, degeneração pode ser definida como: “Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias nointerior das células” As degenerações são agrupadas de acordo com a natureza da substância acumulada. Por esse critério, as degenerações são classificadas como: 1- Degenerações por acúmulo de água e eletrólitos; 2- Degenerações por acúmulo de proteínas; 3- Degenerações por acúmulo de lipídeos; 4- Degenerações por acúmulo de carboidratos. ATENÇÃO: O termo infiltração deve ser reservado a situações em que as células de um determinado tecido estão penetrando ou são encontradas na intimidade de outro tecido. ALT. MORF. HEPÁTICAS OBSERVADAS NOS PROCESSOS DEGENERATIVOS ESTEATOSE: É o acúmulo de gorduras neutras (mono-, di- ou triglicerídeos) no citoplasma de células que normalmente não as armazenam. Em condições normais os hepatócitos retiram da circulação ácidos graxos e triglicerídeos provenientes da absorção intestinal e da lipólise no tecido adiposo. Os agentes lesivos causam esteatose hepática por interferirem em diferentes passos do metabolismo lipídico, fazendo com que triglicerídeos e ácidos graxos comecem a aumentar sua quantidade e ficarem no citoplasma celular. Apesar de ser uma lesão reversível, em agressões mais graves a esteatose pode evoluir para a morte celular. No fígado, os hepatócitos repletos de gordura podem romper-se e formar verdadeiros lagos de gordura (cistos gordurosos), podendo ocorrer reações inflamatórias com células gigantes. Pode haver ainda embolia gordurosa a partir da ruptura de cistos gordurosos na circulação na circulação, o que é facilitado por traumatismos. DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA: É a lesão celular reversível causada por acúmulo de água e eletrólitos no interior das células tornando-as aumentadas de volume. É provocada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico. O transporte de eletrólitos é feito através de bombas eletrolíticas, que são capazes de transportar eletrólitos contra o gradiente de concentração. Para manter seu funcionamento as bombas necessitam de ATP ou estruturas da membrana e integridade das proteínas que formam o complexo enzimático da bomba. Desse modo, uma agressão em um desses três fatores pode causar um mal funcionamento da bomba e por consequência uma degeneração hidrópica. As mais diferentes causas conduzem a um fenômeno comum: retenção de sódio, redução de potássio e aumento da pressão osmótica intracelular, levando a entrada de água no citoplasma e a expansão isosmótica da célula. Degeneração hidrópica é um processo reversível; eliminada a causa, as células voltam ao aspecto normal. Quase sempre, não traz consequências funcionais muito sérias, a não ser quando é muito intensa. Em hepatócitos degeneração hidrópica do tipo baloniforme pode causar alterações funcionais no órgão, mas insuficiência hepática lesão exclusivamente do tipo degenerativo é muito rara. MECANISMO DE PRODUÇÃO DA BILE A bile é secretada pelo fígado em duas etapas: A solução inicial é secretada pelas células principais do fígado, os hepatócitos; essa secreção inicial contém grande quantidade de ácidos biliares, colesterol e outros constituintes orgânicos. Durante o percurso pelos ductos biliares a segunda porção da secreção é acrescentada à bile inicial. Essa secreção adicional é uma solução aquosa de íons sódio e bicarbonato; ela é secretada pelas células epiteliais que revestem os canalículos e ductos. Ela, as vezes aumenta a quantidade total da bile por 100% ou mais. A segunda secreção é estimulada, especialmente pela secretina, que leva a secreção de íons bicarbonato para suplementar a secreção pancreática (para neutralizar o ácido que chega ao duodeno, vindo do estômago). Na vesícula biliar a bile é concentrada devido a absorção de água, cloreto, sódio e grande parte de outros eletrólitos menores pela mucosa da vesícula. (sais biliares, colesterol, lectina e bilirrubina são concentradas). 6-) ICTERÍCIA FISIOLÓGICA A bilirrubina formada no feto, pode atravessar a placenta da mãe e ser excretada pelo fígado materno, mas imediatamente após o nascimento, o único meio do recém-nascido se livrar da bilirrubina é através do próprio fígado que na primeira semana de vida ainda não apresenta enzimas o suficiente para a realização de algumas ações. Uma dessas enzimas é a bilirrubina-glucuronil-transferase, que só alcança níveis semelhantes aos do adulto em cerca de quatro semanas. Consequentemente, a concentração plasmática de bilirrubina aumenta o valor normal de menos de 1 mg/dL para uma média de 5mg/dL, durante os três primeiros dias de vida, voltando gradativamente ao normal a medida que o fígado vai se desenvolvendo. Esse efeito é denominado hiperbilirrubinemia fisiológica e está associado a icterícia branda da pele do bebe e especialmente das escleróticas dos olhos durante as primeiras semanas após o nascimento. OBS: Ocorre apenas em RN. Outros tipos de Icterícia: Icterícia hemolítica: O fígado possui a capacidade de conjugar e excretar, por dia, mais de 3.000 mg de bilirrubina, cuja produção normal é de apenas 300 mg/dia. Essa grande capacidade permite que o fígado responda a um aumento na degradação do heme com um aumento correspondente na conjugação e na secreção de diglicuronato de bilirrubina. No entanto, a lise maciça de eritrócitos (por exemplo, em pacientes com anemia falciforme, deficiência de piruvato-cinase ou de glicose-6-fosfato-desidrogenase ou malária) pode levar a uma produção de bilirrubina mais rápida do que a capacidade hepática de conjugá-la. Assim, mais bilirrubina é excretada na bile, a quantidade de urobilinogênio que entra na circulação entero-hepática aumenta e o urobilinogênio urinário aumenta. Os níveis de bilirrubina não- conjugada no sangue tornam-se aumentados, causando a icterícia. Icterícia obstrutiva: Nesse caso, a icterícia não é causada por superprodução de bilirrubina, mas resulta da obstrução do dueto biliar. Por exemplo, a presença de um tumor hepático ou de cálculos biliares pode causar um bloqueio nos duetos biliares, impedindo a passagem da bilirrubina para o intestino. Os pacientes com icterícia obstrutiva apresentam dor gastrintestinal e náusea e produzem fezes claras, cor de argila. O fígado "regurgita" a bilirrubina conjugada para o sangue (hiperbilirrubinemia). Esse composto é por fim excretado na urina. (Nota: Obstrução prolongada do dueto biliar pode levar à lesão hepática, com um subsequente aumento na bilirrubina não-conjugada.). Icterícia hepatocelular: Lesão em hepatócitos (por exemplo, nos pacientes com cirrose ou hepatite) pode causar aumento nos níveis sanguíneos de bilirrubina não-conjugada, em função de uma redução na conjugação. A bilirrubina conjugada não é eficientemente secretada para a bile, mas sim difunde ("vaza") para o sangue. O urobilinogênio aumenta na urina, pois a lesão hepática diminui a circulação entero- hepática desse composto, permitindo que uma maior quantidade dele chegue ao sangue, de onde é filtrado para a urina. A urina então torna-se escura, enquanto as fezes apresentam uma cor de argila clara. Os níveis plasmáticos de AST (GOT) e ALT apresentam-se elevados, e o paciente experimenta náusea e anorexia. BONUS: Eritroblastose fetal: É a causa anormal mais importante da icterícia grave em relação a incompatibilidade do fator Rh entre o feto e a mãe. O bebê eritroblastótico herda hemácias Rh positivas do pai, enquanto a mãe é Rh negativa. A mãe fica então imunizada contra o fator Rh positivo (uma proteína) nas células sanguíneas fetais, e seus anticorpos destroem as hemácias fetais, liberando quantidades extremas de bilirrubina no plasma fetal e geralmente causando o óbito do feto ou falta de hemácias adequadas. ESTÍMULOS DE DESENVOLVIMENTODO RN DESNUTRIÇÃO A desnutrição, também referida por desnutrição proteico-energética ou DPE, é uma consequência da ingestão inadequada de proteínas e calorias, ou de deficiências na digestão ou absorção de proteínas, resultando na perda de tecido gorduroso e muscular, perda de peso, letargia e fraqueza generalizada. Quando grave, é uma doença séria e frequentemente letal que afeta crianças A desnutrição é determinada de acordo com o índice de massa corporal (IMC, peso em quilogramas dividido pela altura em metros quadrados). Um IMC abaixo de 16 kg/m2 é considerado desnutrição (média normal de 18,5 a 25 kg/m2). De maneira mais prática, uma criança cujo peso é reduzido para menos de 80% do normal (fornecido por tabelas padrão) é considerado desnutrida. Entretanto, a perda de peso também pode ser mascarada por edema generalizado, conforme discutido mais adiante. Outros parâmetros úteis são a avaliação da gordura armazenada (espessura das dobras cutâneas), massa muscular (perímetro braquial) e proteínas séricas (as mensurações de albumina e transferrina fornecem uma medida da adequação do compartimento proteico visceral). As duas extremidades do espectro das síndromes de DPE são conhecidas como marasmo e kwashiorkor. Do ponto de vista funcional, há dois compartimentos de proteínas regulados diferentemente no corpo: o compartimento somático, representado por proteínas dos músculos esqueléticos, e o compartimento visceral, representado pelo armazenamento de proteínas nos órgãos viscerais, principalmente no fígado. Conforme veremos, o compartimento somático é afetado de maneira mais grave no marasmo, e o compartimento visceral, no kwashiorkor. MARASMO: Uma criança é considerada com marasmo quando o peso é reduzido para 60% do normal para o sexo, altura e idade. Uma criança com marasmo sofre retardo no crescimento e perda muscular, sendo a última resultante do catabolismo e depleção do compartimento somático proteico. Isso aparenta ser uma reação de adaptação que fornece ao corpo aminoácidos como fonte de energia. O compartimento visceral, que é presumivelmente mais precioso e crítico para a sobrevivência, é apenas marginalmente esvaziado, e logo os níveis séricos de albumina são ou normais ou discretamente reduzidos. Além das proteínas musculares, a gordura subcutânea também é mobilizada e utilizada como combustível. A produção de leptina (discutida em “Obesidade”) é baixa, o que pode estimular o eixo hipotalâmico-hiporisário- suprarrenal a produzir altos níveis de cortisol, que contribuem para a lipólise. Com tais perdas de gordura muscular e subcutânea, as extremidades são emaciadas; em comparação, a cabeça aparenta ser grande demais para o corpo. Anemia e manifestações de múltiplas deficiências vitamínicas estão presentes, e há evidência de deficiência imune, especialmente da imunidade mediada por células T. Logo, infecções concomitantes geralmente estão presentes, o que impõe demandas nutricionais adicionais. KWASHIORKOR: A prevalência do kwashiorkor também é alta em países empobrecidos no Sudeste da Ásia. Formas menos graves podem ocorrer mundialmente em indivíduos com estados crônicos de diarreia nos quais a proteína não é absorvida ou em indivíduos com perda proteica crônica devido a condições como enteropatias com perda proteica, síndrome nefrótica, ou após queimaduras extensas. Casos de kwashiorkor resultantes de dietas da moda ou reposição de leite com bebidas à base de arroz também foram observados. No kwashiorkor, a escassez de proteína é marcada e está associada à perda intensa do compartimento proteico visceral, e a hipoalbuminemia resultante desperta um edema generalizado ou dependente. A perda de peso nesses pacientes é mascarada pelo aumento da retenção de líquidos. Ainda em contraste com o marasmo, há uma economia da massa gordurosa e muscular. Crianças com kwashiorkor possuem lesões na pele características, com zonas alternadas de hiperpigmentação, áreas de descamação, e hipopigmentação, dando uma aparência de “tinta descamada”. Alterações no cabelo incluem perda geral da cor ou partes alternando entre pálidas e escuras. Outras características que diferenciam kwashiorkor do marasmo incluem esteatose hepática (resultante da síntese reduzida do componente transportador de proteína das lipoproteínas) e o desenvolvimento da apatia, indiferença e perda de apetite. As deficiências vitamínicas são prováveis, assim como defeitos na imunidade e infecções secundárias. RELAÇÃO ENTRE DEGENERAÇÃO GORDUROSA E DESNUTRIÇÃO Uma das características da síndrome de kwashiorkor é o desenvolvimento de esteatose hepática resultante da síntese reduzida do componente transportador de proteína das lipoproteínas que impede que elas sejam produzidas e causa um acúmulo de triglicerídeos nos hepatócitos levando a uma degeneração gordurosa que é a esteatose hepática. FISIOPATOLOGIA DA DEGENERAÇÃO GORDUROSA A degeneração gordurosa é manifestada pelo surgimento de vacúolos lipídicos grandes no citoplasma. É observada principalmente em células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura, como os hepatócitos e as células miocárdicas. Mecanismos diferentes respondem pelo acúmulo de triglicerídeos no fígado. Os ácidos graxos livres do tecido adiposo ou do alimento ingerido são normalmente transportados para os hepatócitos, onde são esterificados a triglicerídeos, convertidos em colesterol ou fosfolipídios ou oxidados a corpos cetônicos. Alguns ácidos graxos são também sintetizados a partir do acetato. A liberação de triglicerídeos dos hepatócitos requer associação com apoproteínas para formar lipoproteínas, as quais podem, então, ser transportadas do sangue para os tecidos. O acúmulo excessivo de triglicerídeos dentro do fígado pode resultar de entrada excessiva ou de defeitos de metabolismo e exportação dos lipídios. Uma série de defeitos desse tipo é induzida pelo álcool, uma hepatotoxina que altera as funções mitocondriais e microssômicas, levando ao aumento de síntese e redução da degradação dos lipídios. O CCl4 e a desnutrição proteica causam degeneração gordurosa por reduzirem a síntese de apoproteínas, a hipóxia inibe a oxidação dos ácidos graxos e a inanição aumenta a mobilização dos ácidos graxos das reservas periféricas. O significado da degeneração gordurosa depende da causa e da gravidade do acúmulo. Quando leve, pode não ter efeito sobre a função celular. A alteração gordurosa mais acentuada pode comprometer a função celular e prenunciar a morte celular. ASPÉCTOS MACRO E MICROSCÓPICOS DE UM FÍGADO COM ESTEATOSE Uma esteatose hepática leve pode não afetar a aparência macroscópica. Com o acúmulo progressivo, o órgão aumenta e torna-se progressivamente amarelo, até que, em casos extremos, chega a pesar de duas a quatro vezes mais que o peso normal, com aparência amarela brilhante, macia e untuosa. A degeneração gordurosa começa com o desenvolvimento de diminutas inclusões revestidas por membranas (lipossomas) intimamente aplicadas ao retículo endoplasmático. O acúmulo de gordura é visto primeiro à microscopia óptica como pequenos vacúolos no citoplasma ao redor do núcleo. À medida que o processo avança os vacúolos coalescem, criando espaços claros que deslocam o núcleo para a periferia da célula. Ocasionalmente, células contíguas se rompem e os glóbulos de gordura coalescem, formando os tão conhecidos cistos gordurosos. DIFERENCIAR MALFORMAÇÕES: As malformações representam erros primários na morfogênese, em que existe desenvolvimento anormal intrínseco no processo de desenvolvimento. Geralmente, elas estão associadas a múltiplos loci genéticos (multifatoriais)e não são o resultado de um defeito cromossômico ou genético único. As malformações podem apresentar-se em diferentes padrões. Alguns, tais como as cardiopatias congênitas e a anencefalia (ausência de cérebro), envolvem sistemas corporais isolados, enquanto em outros casos, malformações múltiplas envolvendo vários órgãos podem coexistir. RUPTURAS: As rupturas resultam da destruição secundária de um órgão ou de uma região do corpo, cujo desenvolvimento prévio era normal; logo, ao contrário das malformações, as rupturas surgem a partir de um distúrbio extrínseco na morfogênese. As faixas amnióticas, decorrentes da ruptura do âmnio durante o desenvolvimento fetal, podem comprimir, fixar ou circundar partes do feto em desenvolvimento e são um exemplo clássico de ruptura. Uma variedade de agentes ambientais pode causar rupturas. Logo, as rupturas não são hereditárias e, portanto, não estão associadas a risco de recorrência nas gestações subsequentes. DEFORMAÇÕES: As deformações, assim como as rupturas, também representam mais um distúrbio extrínseco do desenvolvimento do que um erro intrínseco da morfogênese. As deformações são problemas comuns, afetando aproximadamente 2% dos recém-nascidos em vários graus distintos. A compressão localizada ou generalizada do crescimento fetal devido a forças biomecânicas anormais é fundamental na patogenia das deformações, levando, eventualmente, a uma variedade de anormalidades estruturais. Geralmente o fator subjacente responsável pelas deformidades é a coerção uterina. Entre a 35ª e a 38ª semana de gestação, o crescimento rápido do tamanho do feto pode ultrapassar o crescimento do útero, e, ao mesmo tempo, uma pequena quantidade de líquido amniótico (que normalmente age como um amortecedor) também diminui. Assim, até mesmo o feto normal está sujeito à coerção uterina. Diversos fatores aumentam a probabilidade de compressão do feto, resultando em deformações. Os fatores maternos incluem a primeira gestação, útero pequeno, útero malformado (bicórneo) e leiomiomas. Os fatores placentários ou fetais incluem oligoidrâmnio, fetos múltiplos e apresentação fetal anormal. Um exemplo de uma deformação é o pé torto, muitas vezes um componente da sequência de Potter. SEQUÊNCIAS: Uma sequência consiste em um padrão de anomalias desencadeadas em cadeia a partir de uma aberração inicial. Aproximadamente na metade dos casos, as malformações congênitas ocorrem isoladamente; nos casos restantes, múltiplas anomalias congênitas são identificadas. Em algumas situações, um conjunto de malformações pode ser explicado por uma aberração localizada única na organogênese (malformação, ruptura ou deformação), com efeitos secundários em outros órgãos. Um bom exemplo é a sequência oligoidrâmnio (ou de Potter). O oligoidrâmnio (líquido amniótico diminuído) pode ser causado por uma variedade de anormalidades maternas, placentárias ou fetais. As causas do oligoidrâmnio incluem o extravasamento crônico de líquido amniótico devido a ruptura do âmnio, insuficiência uteroplacentária secundária à hipertensão materna ou toxemia grave e agenesia renal no feto (uma vez que a urina fetal é um componente importante do líquido amniótico). A compressão fetal associada ao oligoidrâmnio significativo acarreta um fenótipo clássico no recém-nascido, incluindo face achatada e anormalidades posicionais das mãos e dos pés. Os quadris podem estar luxados. O crescimento da parede torácica e dos pulmões também é comprometido, e, por conseguinte, esses órgãos costumam ser hipoplásicos, às vezes em tal grau que são a causa da morte fetal. Com frequência, há nódulos no âmnio (âmnio nodoso). SÍNDROMES: Uma síndrome consiste em um conjunto de anomalias congênitas, que parecem estar patologicamente relacionadas e, ao contrário de uma sequência, não podem ser explicadas a partir de um defeito único localizado desencadeante. As síndromes geralmente são causadas por um agente etiológico único, como uma infecção viral ou uma anormalidade cromossômica específica, que afeta simultaneamente vários tecidos. CONCEITOS: DISTOPIA: ECTOPIA/HETEROTOPIA: Deslocamento e um órgão do corpo ou má posição. DISPLASIA: Em um contexto de malformação (versus neoplasia) descreve uma organização anormal das células. HIPERTROFIA: Uma anormalidade de um órgão ou tecido em consequência de aumento do tamanho (em vez de número) das células. HIPOTROFIA: Uma anormalidade de um órgão ou tecido em consequência de diminuição do tamanho (em vez de número) das células. ATRESIA: A atresia corresponde a ausência de uma abertura, em geral de um órgão visceral oco, como a traqueia e o intestino. AGENESIA: A agenesia é a ausência, seja parcial ou completa, de um órgão ou tecido do organismo. Durante o processo de formação do organismo (embriogenese), o tecido afetado não se desenvolve normalmente. A agenesia pode afetar diferentes áreas do corpo. Por exemplo, uma agenesia dos dedos causará a ausência de mãos ou pés no nascimento, a agenesia de um rim, mais comum, causará a ausência de um dos dois rins, etc. APLASIA: A aplasia é uma disfunção das células e tecidos que leva à interrupção do seu desenvolvimento. HIPOPLASIA A hipoplasia refere-se ao desenvolvimento incompleto ou subdesenvolvimento de um órgão com número reduzido de células. HIPERPLASIA: A hiperplasia refere-se ao oposto da hipoplasia, ou seja, ao aumento de um órgão devido ao número aumentado de células. PRINCIPAIS CAUSAS DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS Podem ser agrupadas em três categorias principais: genéticas, ambientais e multifatoriais. GENÉTICAS: As malformações que são sabidamente de origem genética podem ser divididas em dois grupos: 1. Aquelas associadas a aberrações cromossômicas. As anormalidades cariotípicas estão presentes em 10% a 15% dos recém-nascidos vivos com malformações congênitas. Sendo as mais frequentes as trissomias nos cromossomos 21, 13 e 18. As demais síndromes cromossômicas associadas a malformações são bem mais raras. Em sua maioria, essas aberrações citogenéticas originam-se como defeitos da gametogênese e, portanto, não são familiares. 2. Aquelas que surgem de uma mutação genética única (“distúrbios mendelianos”). As mutações de um único gene com grande efeito podem originar malformações congênitas significativas, as quais, como esperado, seguem os padrões mendelianos de hereditariedade. Destas, cerca de 90% são herdadas de modo autossômico dominante ou recessivo, enquanto as demais seguem um padrão ligado ao cromossomo X. Como esperado, várias dessas mutações que originam defeitos presentes ao nascimento envolvem perda da função dos genes envolvidos na organogênese e desenvolvimento normais. AMBIENTAIS: As influências ambientais, como as infecções virais (agentes de citomegalovirose, rubéola, herpes simples, caxumba, HIV, enteroviroses), drogas e irradiação, diabetes, às quais a mãe foi exposta durante a gestação, podem causar malformações fetais (o uso recorrente de “malformação” é vagamente utilizado neste contexto, uma vez que tecnicamente estas anomalias representam rupturas). MULTIFATORIAIS: As anomalias congênitas com bases multifatoriais surgem como um resultado de herança de vários polimorfismos genéticos que conferem uma “susceptibilidade fenotípica”. A interação desses fenótipos de base com o ambiente tem que ocorrer antes que o distúrbio se expresse. No caso da luxação congênita do quadril, por exemplo, acredita-se que a profundidade do encaixe acetabular e a frouxidão dos ligamentos sejam determinadas geneticamente, ao passo que um fator ambiental significativo pareça ser uma posição pélvicafranca intrauterina, com quadris fletidos e joelhos estendidos. Tal complexo de interações entre genes e ambiente talvez explique porque a taxa de concordância monozigótica para algumas malformações congênitas comuns, como a fenda labial associada à fenda palatina ou a fenda palatina, alcance 25% a 50%. A importância da contribuição ambiental à herança multifatorial pode ser ressaltada ainda por uma grande redução na incidência de defeitos no tubo neural através da utilização de ácido fólico na alimentação antes da concepção. PATOGENIA DAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS A patogenia das malformações congênitas é complexa e ainda mal compreendida, mas dois princípios gerais da patologia do desenvolvimento são relevantes, independentemente do agente etiológico. 1. O momento do insulto teratogênico pré-natal exerce um impacto importante na ocorrência e no tipo de malformação produzida. O desenvolvimento intrauterino dos humanos pode ser dividido em duas fases: (1) o período embrionário, que representa as primeiras 9 semanas de gestação; e (2) o período fetal, que chega ao fim quando do nascimento. • No período embrionário inicial (primeiras 3 semanas após a fertilização), um agente nocivo danifica as células de forma suficiente para causar a morte e o aborto, ou danifica apenas algumas células, supostamente permitindo que o embrião se recupere sem desenvolver defeitos. Entre a terceira e a nona semana, o embrião é extremamente susceptível à teratogênese, e o pico de sensibilidade durante este período ocorre entre a quarta e a quinta semana. Durante este período, os órgãos estão sendo criados a partir das camadas de células germinativas. • O período fetal que sucede a organogênese é marcado pelo crescimento adicional e maturação dos órgãos, com uma redução acentuada da susceptibilidade a agentes teratogênicos. Em vez disso, o feto está susceptível ao retardo no crescimento ou lesão de órgãos que já estão formados. Portanto, é possível que um determinado agente produza malformações distintas de acordo com o momento da gestação em que ocorre a exposição. 3. A relação complexa entre os teratógenos ambientais e os defeitos genéticos intrínsecos é ressaltada pelo fato de essas características de dismorfogênese causadas pelos agressores ambientais poderem ser frequentemente recapituladas pelos defeitos genéticos nas vias-alvo para esses teratógenos. DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DOENÇAS EXANTEMATICAS DA INFÂNCIA TIPOS DE EXANTEMA: MÁCULO-PAPULOSOS: § Morbiliforme – avermelhadas, pouco regulares , confluem. § Escarlatiniforme – extensas, avermelhadas – poupa região perioral. § Rubeoliforme – pequenos, coloração rósea – às vezes confluem. § Urticariforme – pruriginosa, eritematosa, irregulares. DENGUE Doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, causada por vários vírus RNA da família Togaviridae. O período de incubação é de 2 a 7 dias. Há a forma clássica e a hemorrágica. O dengue clássico se expressa por febre, mal-estar, cefaléia, erupção cutânea, artralgias, mialgia, linfadenopatia e às vezes prostração. As lesões cutâneas surgem nos joelhos e cotovelos e em 2 ou 3 dias constituem um exantema morbiliforme ou escarlatiniforme. A evolução é benigna com remissão em 1 semana. O dengue hemorrágico apresenta-se com petéquias, epistaxes, gengivorragias, hematêmese e outros sangramentos em cavidades e, em algumas ocasiões choque, neste caso com elevada mortalidade, de até 44%. O diagnóstico diferencial deve ser feito com a influenza, hepatite, leptospirose e doenças virais capazes de dar febre e erupção. A púrpura trombocitopênica idiopática e a púrpura anafilactóide de Henoch- Schöelein devem ser consideradas. SÍFILIS A sífilis foi denominada “a grande mascarada” e “a grande imitadora” em razão das diversas e variadas apresentações cutâneas e dos demais achados em outros órgãos. Os pacientes com sífilis secundária geralmente se apresentam com exantemas semelhantes aos de doenças papuloescamosas comuns, mas podem apresentar-se com achados cutâneos possivelmente confundíveis com quase qualquer distúrbio cutâneo. A sífilis evolui passando pelas fases ativa e latente e, em alguns casos, chega à fase terciária. • Fase primária: no local de entrada, 10 a 90 dias (em média, 3 semanas) após a infecção, surge uma mácula vermelha escura que evolui para pápula. Ocorre necrose superficial com evolução para uma úlcera (cancro) firme, indolor, endurecida com borda elevada. É possível haver linfadenopatia regional evidente. A úlcera evolui para cura espontânea em 2 a 10 semanas. • Fase secundária e fase latente: 4 a 10 semanas após a instalação da infecção, surgem sintomas sistêmicos, como febre, mal-estar, dor de garganta, linfadenopatia generalizada, mialgia e cefaleia. Em poucos dias, surge erupção maculosa, papulosa ou, o que é mais característico, papuloescamosa, de cor castanha-avermelhada, na face, no tronco e nos membros; frequentemente inclui palmas das mãos e plantas dos pés. A erupção pode tornar-se folicular, pustulosa, anelar, nodular ou platiforme e pode ser pruriginosa. É possível haver alopecia com padrão “roído por traças” ou difusa. Erosões superficiais (placas mucosas) são encontradas na boca, garganta e órgãos genitais. Pápulas úmidas semelhantes a verrugas (condiloma lata) podem surgir na região anogenital. Sem tratamento, os sintomas e a erupção desaparecem em 3 a 12 semanas, podendo haver recorrência mais tarde. Em sua maioria, as recorrências ocorrem no prazo de 1 ano (fase latente precoce). Após 1 ano (fase latente tardia) é improvável que haja recidiva. • Sífilis terciária: uma pequena parcela dos pacientes com sífilis chega à fase terciária, que afeta principalmente os sistemas nervoso central e cardiovascular. CHIKUNGUNYA A doença plena é mais comum entre adultos, nos quais o quadro clínico pode ser dramático. O início brusco sucede um período de incubação de 2 a 3 dias. Febre e artralgia grave são acompanhadas por calafrios e sintomas constitucionais como cefaleia, fotofobia, hi- peremia conjuntival, anorexia, náuseas e dor abdominal. A poliartrite migratória acomete principalmente as pequenas articulações das mãos, punhos, tornozelos e pés, com menor envolvimento das grandes articulações. O exantema pode aparecer no início ou com vários dias de doença; seu desenvolvimento com frequência coincide com a defervescência, que ocorre em torno do 2o ou 3o dias de doença. O exantema é mais intenso no tronco e nos membros, e pode descamar. Petéquias são vistas ocasionalmente e a epistaxe não é rara, mas esse vírus não é uma causa comum da síndrome de FH, mesmo em crianças. Alguns pacientes desenvolvem leucopenia. Níveis elevados de aspartatominotransferase (AST) e proteína C reativa têm sido descritos, bem como a diminuição moderada das contagens de plaquetas. A recuperação pode levar semanas. Alguns pacientes de mais idade continuam a sofrer de rigidez, dor articular e derrames recorrentes por vários anos, persistência que pode ser especialmente comum em pacientes com HLA-B27. Uma vacina com vírus vivo atenuado experimental foi desenvolvida, mas requer testes adicionais. Parece ser encabeçada pelo desenvolvimento adicional e pela fabricação em escala comercial estimulada pelo surto no Oceano Índico. ZIKA A apresentação clínica da infecção por ZIKV é inespecífica e por essa razão, pode ser confundida com outras doenças febris, principalmente dengue e febre chikungunya. Esse aspecto dos achados clínicos, associado ao fato de partedos pacientes apresentarem sintomas leves e não procurarem atendimento médico, somado à indisponibilidade de testes diagnósticos específicos nas unidades hospitalares, contribui para a subnotificação dos casos e desconhecimento da real incidência da febre pelo vírus Zika.1 O Ministério da Saúde do Brasil chama a atenção para casos de febre acompanhada de exantema pruriginoso como indicativos de suspeita de infecção pelo ZIKV. Em alguns casos, não pouco frequentes, a infecção se manifesta sem febre. Entretanto, deve-se considerar a possibilidade de reação cruzada com outros flavivírus nos testes sorológicos, superestimando as estimativas epidemiológicas. INFECÇÃO POR RICKETTSIA A riquetsiose variceliforme se inicia após inoculação percutânea da Rickettsia akari pela picada de um ácaro. Uma pápula com vesícula central evolui para escara escurecida crostosa indolor de 1-2,5 cm, com um halo eritematoso e adenopatia proximal. Embora tenha sido mais comum no nordeste dos EUA e na Ucrânia em 1940 a 1950, a riquetsiose variceliforme foi descrita recentemente nos estados de Ohio, Arizona e Utah. A dactilite bolhosa é uma infecção dolorosa, vesiculosa, causada por S. aureus ou por estreptococos do grupo A, localizada nas polpas digitais distais das mãos. HISTOLOGIA NORMAL DO T. RESPIRATÓRIO Com exceção das cordas vocais, que são cobertas por epitélio estratificado pavimentoso, toda a árvore respiratória, incluindo a laringe, a traqueia e os bronquíolos, é revestida por células epiteliais pseudoestratificadas altas, colunares e ciliadas. A mucosa brônquica também contém uma população de células neuroendócrinas, que possuem grânulos de tipo neurossecretor e liberam uma variedade de fatores, incluindo serotonina, calcitonina e peptídeo liberador de gastrina (bombesina). Inúmeras células caliciformes secretoras de muco e glândulas submucosas estão espalhadas por toda a extensão das paredes da traqueia e dos brônquios (mas não dos bronquíolos). Os bronquíolos são diferenciados dos brônquios pela ausência de cartilagem e glândulas submucosas em suas paredes. A estrutura microscópica das paredes alveolares (ou septos alveolares) consiste, do sangue para o ar, nos seguintes componentes: • O endotélio capilar, que reveste a rede entrelaçada de capilares anastomosados. • A membrana basal e o tecido intersticial vizinho, que separam as células endoteliais das células epiteliais do revestimento alveolar. Em porções finas do septo alveolar, as membranas basais do epitélio e do endotélio são fundidas, enquanto em porções mais grossas elas estão separadas por um espaço intersticial (interstício pulmonar) que contém fibras elásticas finas, pequenos feixes de colágenos, algumas células intersticiais semelhantes a fibroblastos, células musculares lisas, mastócitos e raramente linfócitos e monócitos. • O epitélio alveolar, uma camada contínua de dois tipos de células: pneumócitos de tipo I achatados, pavimentosos, que cobrem 95% da superfície alveolar, e pneumócitos de tipo II arredondados. As células de tipo II sintetizam o surfactante, contido nos corpos lamelares osmiofílicos observados à microscopia eletrônica, e estão envolvidas no reparo do epitélio alveolar por meio de sua capacidade de originar células do tipo I. • Os macrófagos alveolares, presos frouxamente às células epiteliais ou situados livremente no interior dos espaços alveolares, são derivados dos monócitos do sangue e pertencem ao sistema mononuclear fagocítico. Muitas vezes estão cheios de partículas de carbono e outros materiais fagocitados. As paredes alveolares são perfuradas por numerosos poros de Kohn, que permitem a passagem de bactérias e exsudato entre alvéolos adjacentes. Adjacente à membrana celular alveolar está a camada surfactante pulmonar. REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO I Muitas reações de hipersensibilidade locais do tipo I têm duas fases bem definidas. A reação imediata ou inicial caracteriza-se por vasodilatação, vazamento vascular e, dependendo da localização, espasmo muscular ou secreções glandulares. Estas alterações geralmente se tornam evidentes em cinco a 30 minutos depois da exposição a um alérgeno e tendem a desaparecer em 60 minutos. Em muitos casos (p. ex., rinite alérgica e asma brônquica), estabelece-se uma segunda reação de fase tardia em duas a 24 horas sem exposição adicional ao antígeno e que pode durar vários dias. Esta reação de fase tardia se caracteriza por infiltração de tecidos com eosinófilos, neutrófilos, basófilos, monócitos e linfócitos T CD4+, bem como por destruição tecidual, tipicamente sob a forma de lesão celular epitelial da mucosa. MECANISMOS DE DEFESA PULMONAR • Tosse • Broncoconstrição • Secreção de muco e outras substâncias citoprotetoras • Transporte mucociliar PATOLOGIA DE INFLAMAÇÃO NAS VIAS AÉREAS SUPERIORES: (ASMA) Os principais fatores etiológicos na asma atópica consistem em predisposição genética à hipersensibilidade de tipo I (“atopia”) e exposição gatilhos ambientais que ainda são pouco definidos.30 Postula-se que a herança de genes de susceptibilidade torne os indivíduos propensos a desenvolver reações intensas de TH2 contra antígenos ambientais (alérgenos) que são ignorados ou despertam respostas inofensivas na maioria dos indivíduos. Nas vias aéreas, o cenário para a reação é estabelecido pela sensibilização inicial a alérgenos inalados, que estimulam a indução de células TH2 (Fig. 15-10). As células TH2 secretam citocinas que promovem uma inflamação alérgica e estimulam a produção de IgE e outros anticorpos pelas células B. Essas citocinas incluem IL-4, que estimula a produção de IgE; IL-5, que ativa eosinófilos recrutados localmente; e IL-13, que estimula a secreção de muco das glândulas submucosas brônquicas e também promove a produção de IgE por células B. Como em outras reações alérgicas, IgE reveste os mastócitos submucosos, e a exposição repetida ao alérgeno faz com que os mastócitos liberem o conteúdo dos grânulos e produzam citocinas e outros mediadores, que coletivamente induzem a reação de fase inicial (hipersensibilidade imediata) e a reação de fase tardia. A reação inicial é dominada por broncoconstrição, aumento da produção de muco e graus variáveis de vasodilatação com aumento da permeabilidade vascular. A broncoconstrição é desencadeada pela estimulação direta de receptores vagais (parassimpáticos) subepiteliais por meio de reflexos centrais e locais (incluindo aqueles mediados por fibras C sensitivas não mielinizadas). DEFINIÇÃO ENANTEMAS: Lesão localizada em mucosa, correspondente à doença exantemática em questão. DEFINIÇÃO EXANTEMAS: Exantema é uma erupção cutânea. PNEUMONIA LOBULAR OU BRONCOPNEUMONIA A infecção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares, caracterizando disseminação do agente através das vias respiratórias. Trata-se de doença infecciosa muito frequente na pratica médica e que acomete mais comumente crianças, idosos ou indivíduos debilitados. BRONCOPNEUMONIA Se caracteriza por focos múltiplos, as vezes bilaterais, de inflamação do parênquima pulmonar; em alguns casos, os focos são confluentes e podem comprometer grande parte do pulmão. Microscopicamente, encontra-se exsudato purulento na luz dos alvéolos e bronquíolos acompanhados de edema e destruição da parede dessas estruturas. As mesmas fases da pneumonia lobar podem acontecer no desenvolvimento do processo, porém com distribuição focal. PRINCIPAIS AGENTES INFECCIOSOS CAUSADORES DE BRONCOPNEUMONIADIARRÉIA A diarreia é definida como um aumento na massa, na frequência, ou na fluidez das fezes, tipicamente mais de 200 g por dia. AGENTE TIPO DE DIARREIA LOCALIZAÇÃO MECANISMOS ENVOLVIDOS Vírus Rotavirus Vírus Norwalk E.colienteropatogênicas Shigella spp Campylobacterjejuni Bactéria Salmonella spp IMUNIDADE NA INFÂNCIA Os recém-nascidos e lactentes jovens apresentam seu sistema imunológico imaturo, o que os torna mais suscetíveis aos agentes infecciosos presentes nesse período. A imunidade inata é a primeira linha de defesa contra os patógenos e é compos- ta pela resposta de granulócitos, monócitos, macrófagos, células dendríticas e natural killer, que ainda são imaturas e não conseguem desempenhar plenamente suas funções. O neonato é altamente dependente da transferência materna passiva de anticorpos no início da vida fetal e neonatal (leite e placenta) A produção de IgA secretória está ausente nos primeiros dias de vida, levando a maior vulnerabilidade das mucosas dos tratos respiratório e gastrintestinal a invasões por microrganismos patogênicos. As células da imunidade adaptativa (T e B) ainda são imaturas (naive) O sistema complemento ainda tem pouca quantidade de C3. MECANISMO IMUNE DA VACINA As vacinas atuam estimulando a imunidade específica, que é exercida por meio de anticorpos (imunidade humoral) e de linfócitos com função efetora (imunidade celular). Relação do baço com a imunidade na infância Os progenitores linfoide e mieloide, que estão no saco vitelino desde a quarta semana de gestação, migram para o fígado, principal órgão hematopoiético durante esse período, no qual proliferam sofrendo somente discreta diferenciação. Posteriormente, são encontrados no baço, timo e medula óssea. IMAGEM FÍGADO, VESÍCULA BILIAR E VIAS BILIARES (US/TC/RM) Bactéria Salmonella typhi SISTEMA DIGESTÓRIO FÍGADO COM ALTO TEOR LIPÍDICO RAIO X DE TÓRAX – CORAÇÃO VIAS AÉREAS (LOBOS E HILO) INFECÇÃO DE VIAS AÉREAS ULTRASSOM OBSTÉTRICO BAÇO EMBRIOLOGIA FÍGADO vhgvjhgvjhgvjhgvjhgv SISTEMA NERVOSO SISTEMA RESPIRATÓRIO SISTEMA CARDIOVASCULAR O primórdio do coração é observado no 18º dia de desenvolvimento na área cardiogênica. O acúmulo de células mesenquimais esplâncnicas ventrais ao celoma pericárdico leva à formação dos cordões angioblásticos, que se canalizam e formam os dois tubos endocárdicos. Com o dobramento lateral do embrião, esses tubos se fundem para formar um único tubo cardíaco. Essa fusão começa na extremidade cranial e se estender caudalmente, entre o 22º e 28º dia de desenvolvimento. PRÁTICAS FUNCIONAIS TRIAGEM NEONATAL OBJETIVO: Discutir o Conceito sobre Triagem Neonatal (Teste do Pezinho), metodologia e diagnóstico de doenças ao nascimento. O “teste do pezinho” é um exame que visa identificar diversas doenças que não apresentam sinais ou sintomas logo após o nascimento, para que possa ser feito o tratamento precoce, podendo evitar o desenvolvimento de sequelas graves para a criança e até mesmo o óbito. A Triagem Neonatal, popularmente conhecida por Teste do Pezinho tem como objetivo a prevenção através da detecção precoce de diversas doenças congênitas as quais são assintomáticas no período neonatal e que, se não tratadas, propiciam consequências irreversíveis para o adequado desenvolvimento da criança (BENINCASA et al, 2009). Segundo o Ministério da saúde, essas doenças não exibem sintomas no nascimento. E destaca que se não forem tratadas cedo, podem causar sérios danos à saúde, até mesmo retardo mental grave e irreversível (BRASIL, 2012). Quando os resultados apresentam alterações, posteriormente são realizados exames mais específicos para que seja confirmado o diagnóstico. Após a confirmação são encaminhados para os tratamentos adequados. Por se tratar de uma estratégia preventiva é sempre bem aceita pela população (SCHWARTZ, et al., 2002). Está evidente a importância da triagem neonatal para a prevenção de doenças e sequelas irreversíveis em crianças recém-nascidas. Porém, o que se observa é que apesar de ser reconhecida a relevância deste exame no sentido de evitar essas doenças, ainda não há adesão de toda população ao exame. É que comprovam dados do Ministério da Saúde em 2000, o índice de cobertura nacional no SUS, era de 56% havendo uma evolução em 2011, o Brasil alcançou pelo SUS, 83% de cobertura das crianças que nasceram (2.861.868 de recém- nascidos) (BRASIL, 2012). Portanto, percebe-se claramente que ainda há falhas e que estas podem ser ocasionadas por diversos fatores, entre eles a falta de informação dos pais. Informação esta, que poderia e deveria ser repassada durante o pré-natal. QUESTÕES: 1. Como é realizado o teste do pezinho e como é feita a análise do material colhido? 2. Quais doenças podem ser detectadas a partir do teste do pezinho? 3. Com quantos dias você acha ideal que se realize o teste do pezinho? 4. O teste do pezinho é gratuito? Se diagnosticada doença congênita, o tratamento e o acompanhamento são gratuitos? HEMOGLOBINOPATIAS E DOSAGEM DE BILIRRUBINA OBJETIVO: Dosar bilirrubina total, direta e indireta de amostras biológicas. Discutir o conceito sobre icterícia neonatal e suas variações. FINALIDADE Método para determinação da Bilirrubina Direta e Total. Teste colorimétrico, somente para uso diagnóstico in vitro. PRINCÍPIO DE AÇÃO A Bilirrubina, através da reação de acoplamento com o Ácido Sulfanílico Diazotado forma um complexo de coloração vermelha (Azobilirrubina). A Bilirrubina Total (Direta e Indireta) é dosada em presença de um acelerador (Cafeína e Benzoato), que permite a solubilização da Bilirrubina Indireta (não conjugada), insolúvel em água. A Bilirrubina Direta (conjugada) é dosada em meio aquoso. AMOSTRAS Soro livre de hemólise. O analito é estável 03 dias quando a amostra armazenada entre 2 e 8°C e protegida da luz. A amostra para controle terapêutico deve ser colhida sempre no mesmo horário. DESCRIÇÃO DO PROCESSO PREPARO DO DIAZO REAGENTE Adicionar 1 gota do Reagente Nº 1 a 1,5 mL do Reagente Nº 2. Homogeneizar bem e usar somente no dia do seu preparo. TÉCNICA MACRO Rotular 3 tubos de ensaio como “B” (Branco), “BD” (Bilirrubina Direta) e “BT” (Bilirrubina Total), e proceder comoa seguir: Homogeneizar por agitação, esperar 5 minutos e ler as absorbâncias das Bilirrubinas Direta e Total em525 nm (500 - 550 nm), ajustando o zero com o branco. A cor permanece estável por 30 minutos. TÉCNICA MICRO Utilizada para dosagem de Bilirrubina com concentração superior a 10 mg/dL (soro de recém-nascidos ictéricos). Usar micropipeta de 0,05 mL para pipetar o soro. Rotular 3 tubos de ensaio como na Técnica Macro e proceder como a seguir: Homogeneizar por agitação, esperar por 5 minutos e ler as respectivas absorbâncias das Bilirrubinas Direta e Total em 525 nm (500 - 550 nm), ajustando o zero com o branco. A cor é estável por 30 minutos CÁLCULOS Realizar cálculos distintos para a técnica Macro e para a técnica Micro. Fator de = Concentração do Padrão* (10 mg/dL) Calibração Absorbância do Padrão* (média) mg/dL = Absorbância da Amostra x Fator de Calibração Bilirrubina Indireta = Bilirrubina Total – Bilirrubina Direta VALORES DE REFERÊNCIA Os valores de referência, em mg/dL, para o presente método, foram obtidos através da determinação de Bilirrubina em populações sadias do sexo masculino e feminino. DOSAGEM DE FERRO OBJETIVO: Dosar Ferro sérico em relação a carência alimentar e suas consequências para o neonato PRINCÍPIO DA TÉCNICA: Os íons férricos são dissociados da transferrina por ação de um tampão de pH ácido a íons ferrosos por açãoda hidroxilamina. Após a adição de Ferrozine forma-se um complexo magenta brilhante cuja absorbância é medida entre 540 a 580nm. MÉTODO: Misturar e determinar a absorbância do teste em 560 nm acertando o zero com o tubo branco. Obtém-se a absorbância do teste A1. Solução Padrão de Ferro 50µL 500µg /dL (n°2) Soro Água deionizada Tampão (n°1) Branco X x 500µL 2ml Padrão 500µL x x 2ml Teste X 500µL x 2ml Misturar, incubar em banho Maria a 37°C durante 10 minutos. Determinar a absorbância do teste e padrão em 560 nm acertando o zero com o tubo branco. Obtém- se a absorbância do teste A2. CÁLCULO: Ferro (ug/dL) = ((A2-A1) / Absorbância do Padrão) x 500 INTERVALO DE REFERÊNCIA: TIPAGEM SANGUÍNEA OBJETIVO: Determinação do tipo sanguíneo e sua relação com Eritroblastose fetal. INTRODUÇÃO A transmissão das características hereditárias dos indivíduos sempre foi objeto de estudo, como simples subproduto da curiosidade ou do interesse científico. A transmissão das características que determinam os grupos sanguíneos dos indivíduos não é exceção; ao contrário, desperta bastante interesse, devido à necessidade, sempre presente, de ser necessária uma doação dirigida, que é aquela destinada especificamente a um receptor. A transfusão de sangue entre dois indivíduos deve respeitar a presença de antígenos especiais e específicos existentes nos glóbulos vermelhos e na grande maioria das células do organismo e a presença de anticorpos existentes no plasma sanguíneo. Simples testes de laboratório permitem determinar o Ferrozine (n°3) Branco 50µL Padrão 50µL Teste 50µL grupo sanguíneo dos indivíduos, identificar a presença de antígenos no sangue e avaliar a compatibilidade entre o sangue de dois indivíduos. Existem substâncias na superfície das hemácias chamadas antígenos, que são produzidos de acordo com a hereditariedade recebida a partir dos genes. Um antígeno é uma substância capaz de estimular o organismo humano a produzir anticorpos. Em condições normais, um organismo não produz anticorpos contra os seus próprios antígenos. Os antígenos da superfície das hemácias ao se encontrarem com os anticorpos correspondentes induzem aglutinação celular. Por essa razão, os antígenos dos eritrócitos são também chamados de aglutinogênios e a combinação dos antígenos de um indivíduo com os anticorpos de outro indivíduo indica que os dois indivíduos possuem tipos sanguíneos incompatíveis. Quando nos referimos a tipo sanguíneo, estamos na realidade nos referindo a duas características: o grupo sanguíneo do sistema ABO e a presença ou ausência do fator Rh. O fator Rh presente caracteriza o grupo Rh+ (Rh positivo), enquanto a sua ausência caracteriza o grupo Rh- (Rh negativo). MATERIAL: Placas brancas; Tubos de hemólise; Centrífuga Pipetas semiautomáticas de 20 µl, 50 µl e 1 mL; Estantes/grades; Bastões de plásticos. AMOSTRA: Sangue com anticoagulante EDTA REAGENTES: kits de soros Anti-A, Anti-B e Anti-D; Solução de salina (0,9%). PROCEDIMENTOS: Tipagem em placa 1- Limpe bem uma lâmina com álcool 70% e deixe-a secar. 2- Escreva sobre a lâmina as indicações para os anticorpos anti-A, anti-B e anti- D (escreva próximo à borda e com espaçamento entre cada anotação). 3- Pressione um dos dedos da mão, da base para a ponta, de modo que o fluxo sanguíneo se concentre na extremidade, ou mesmo uso o sangue total com anticoagulante EDTA, usando 20 µl de sangue para cada gota de reagente. 4- Desinfete a ponta do dedo com álcool 70% e perfure-a com uma lanceta estéril. 5- Pingue uma gota do soro desejado no local indicado da lâmina e, logo após, uma gota de sangue sobre o soro. 6- Homogeneíze bem com palito de plástico (ATENÇÃO: Uma ponta de palito para cada tipo de Soro e pessoa!). 7- Observe, por até 2 minutos, se houve aglutinação e conclua o seu tipo sanguíneo para os sistemas ABO e Rh. RESULTADOS ESPERADOS: Aglutinou A = Tipo A Aglutinou B = Tipo B Aglutinou A e B = Tipo AB Aglutinou D = Fator Rh Positivo Não algutinou D = Fator Rh Negativo