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Universidade Federal de São Carlos - UFSCar André Devicsi Filho - R.A: 801107 Victor Hugo de Lima - R.A: 800436 Pedro Magalhães Braga - R.A: 800195 Prática 5 - Estudo da flexão de barras pelo método científico Problemas com múltiplas variáveis São Carlos 2022 Universidade Federal de São Carlos - UFSCar Prática 5 - Estudo da flexão de barras pelo método científico Problemas com múltiplas variáveis Relatório Técnico referente ao experimento da matéria de Física Experimental A com instrumentos de medição com supervisão do Professor Fabio Ferri São Carlos 2022 1 - Resumo Nesta experiência, será estudado o comportamento elástico e a deformação plástica de um determinado material presente em cinco barras de diâmetros diferentes, de acordo com a variação da carga externa submetida a essas barras, assim como a variação da distância de apoio das diferentes barras, a fim de encontrarmos a relação funcional entre a deformação de barras metálicas cilíndricas e seus parâmetros intrínsecos e extrínsecos em um ensaio de flexão 2 - Objetivo Nesta prática tínhamos três objetivos principais que consistiam em determinarmos através do método visual os coeficientes lineares e angulares do gráfico di-log, para que fosse possível comparar com o segundo objetivo, o resultado obtido com a equação empírica obtida através do método científico, a qual descreve a deformação elástica de uma barra por flexão. Por fim, visamos determinar o módulo de Young do material para que fosse possível determinarmos de que material as barras eram feitas. 3 - Fundamentos Teóricos Os materiais que conhecemos podem adotar alguns comportamentos quando submetidos a regimes de cargas externas, de forma que após a volta ao regime normal (sem carga externa) esses materiais apresentem deformações em suas dimensões. A lei que permite adotarmos como regra esse fenômeno regular é a lei de Hooke, a qual utilizamos para estudarmos a elasticidade dos corpos e suas dependências entre tensão e deformação. Pela descoberta de Robert Hooke em 1678, temos que a deformação elástica de um corpo homogêneo, ou seja, a capacidade de recuperar suas dimensões originais, é diretamente proporcional á força que produzia, porém, há um valor limite desse comportamento elástico, que se ultrapassado, temos a mudança de um comportamento elástico e passamos a ter uma deformação permanente, configurando um comportamento plástico, no qual o material tem um limite de resistência e atingindo seu ponto de ruptura quando ultrapassado esse limite. Portanto, através dos métodos científicos podemos determinar a relação funcional entre a deformação de barras metálicas cilíndricas (no caso desse experimento) e os parâmetros responsáveis pela amplitude de deformação de uma barra, que consistem na força aplicada, nas dimensões da barra, do coeficiente elástico do material e da geometria da barra. Portanto a deformação da barra é uma consequência do alongamento da sua parte convexa e contração de sua parte côncava e podemos obter a flexão de uma barra de seção transversal circular através da equação abaixo: da qual, r é o raio da seção transversal da barra, F é a força peso aplicada e as potências k,n,j e p são números inteiros. 4 - Materiais Utilizados Nesta prática utilizamos um sistema para medir a flexão de barras e alguns instrumentos de medição como: - Paquímetro da marca: Kingtools e modelo: 500150 de precisão 0,02mm - Micrômetro da marca: Kingtools e modelo: 503000 de precisão 0,005mm - Barras metálicas cilíndricas - Massas para suspensão - Balança metálica da marca: JB Balanças e modelo: 007 de precisão 0,2g - Papéis de gráfico di-log e milimetrado 5 - Procedimento Experimental Tendo entendido como funciona o sistema de flexão de barras, efetuamos medições dos diâmetros das 5 barras utilizadas em nosso experimento. Tendo as medições de cada uma delas, fazemos a média de cada uma delas. Após isso, utilizamos o sistema de flexão de barras para efetuar as flexões de cada barra com um certo comprimento “L”. Com o intuito de simplificar o experimento, separou-se em três partes. Primeiro, medimos a variação da flexão de cada uma das barras com diâmetros diferentes, utilizando de parâmetro a medida padrão sem nenhum peso apoiando na barra e, após isso, medindo cada barra com 1 kg posicionada em seu centro, todas as barras com um comprimento fixado de 30 cm. Para tal, utilizamos um micrômetro fixado acima das barras. Segundo, medimos a flexão da barra 3 variando o comprimento dela com medidas de 30 a 70 cm e usando, novamente, a mesma referência e o mesmo peso no centro da barra. Terceiro, por fim, também medidos a flexão da barra 3. No entanto, agora ao invés de variarmos o comprimento, fixamos o comprimento em 30 cm e variamos o peso que está apoiando a barra. O peso varia de 400g até 1200g, somando 200g a cada pesagem. 6 - Apresentação dos Resultados Tabela P5.1 - Tabela Diâmetro (d) das barras: Barra d1 ± u(d1) (mm) d2 ± u(d2) (mm) d3 ± u(d3) (mm) d4 ± u(d4) (mm) d5 ± u(d5) (mm) 1 4,70 ± 0,02 5,00 ± 0,02 4,70 ± 0,02 4,90 ± 0,02 4,70 ± 0,02 2 6,40 ± 0,02 6,40 ± 0,02 6,60 ± 0,02 6,60 ± 0,02 6,50 ± 0,02 3 8,00 ± 0,02 8,00 ± 0,02 7,90 ± 0,02 7,96 ± 0,02 7,94 ± 0,02 4 9,52 ± 0,02 9,54 ± 0,02 9,50 ± 0,02 9,52 ± 0,02 9,52 ± 0,02 5 12,81 ± 0,02 12,70 ± 0,02 12,76 ± 0,02 12,72 ± 0,02 12,75 ± 0,02 - Cálculo da incerteza de d: u(d) = √((0,00126)2 + (0,02)2) = 0,02 - Cálculo da incerteza de h: u(h) = √((0,005)2 + (0,005)2) = 0,007 Tabela P5.2 - Tabela das medições das flexões (h) em função do diâmetro médio <d>, mantendo a distância entre os pontos de apoio fixo em 500 ± 5 mm e a massa fixa 1100 ± 0,2 g: Barra 1 2 3 4 5 <d>± u(<d>) [mm] 4,80 ± 0,02 6,50 ± 0,02 7,96 ± 0,02 9,52 ± 0,02 12,75 ± 0,02 h ± u(h) [mm] 10,000 ± 0,007 2,900 ± 0,007 0,700 ± 0,007 0,500 ± 0,007 0,150 ± 0,007 Tabela P5.3 - Tabela das medições das flexões (h) em função da distância entre os pontos de apoio (L), mantendo o diâmetro da barra fixo em 7,96 ± 0,02 mm e a massa fixa 1000,0 ± 0,2g: L ± u(L) [mm] 300 ± 5 400 ± 5 500 ± 5 600 ± 5 700 ± 5 h ± u(h) [mm] 0,250 ± 0,007 0,350 ± 0,007 0,700 ± 0,007 1,250 ± 0,007 2,350 ± 0,007 Tabela P5.4 - Tabela das medições das flexões (h) em função da massa suspensa (m), mantendo o diâmetro da barra fixo em 7,96 ± 0,02 mm e a distância entre os pontos de apoio fixa 500 ± 5 mm: m ± u(m) [g] 400,0 ± 0,2 600,0 ± 0,2 800,0 ± 0,2 1000,0 ± 0,2 1200,0 ± 0,2 h ± u(h) [mm] 0,180 ± 0,007 0,250 ± 0,007 0,400 ± 0,007 0,700 ± 0,007 0,900 ± 0,007 A partir desses resultados foi possível encontrar os seguintes valores para k, n, j e p (as contas encontram-se no apêndice): - k = -4 - n = 3 - j = 1 - p = -1 Com isso, foi encontrada a seguinte fórmula: ℎ = 112π 𝑟 −4𝐿3𝐹1𝐸−1 7 - Conclusão Após a análise dos resultados, é nítida a influência das variáveis avaliadas (k,m,j,p) na flexão da barra. Se pensarmos em uma função y(x,h,z,t)= A.(x^m).(h^n).(z^p) com A, m, n, p e r sendo constantes, variando as variáveis uma de cada vez e mantendo as outras constantes é possível estudar a relação de cada incógnita com a expressão. Tendo isso em mente, substituindo os valores “x, y, z, t” por “r, L, F, E” e “m, n, p, r” por “k, n, j, p”, chegamos na expressão de h destacada nos fundamentos teóricos, exatamente como desejávamos demonstrar experimentalmente. Por meio do módulo de Young obtido, podemos comparar os valores da tabela de referência e concluir que as barras que utilizamos para fazer os experimentos são feitas de aço. 8 - Bibliografia Apostila do Laboratório de Física Experimental A, Livro de Práticas, DEP - UFSCar, 2022 9 - Apêndice Utilizando a tabela P5.1 podemos encontrar da incerteza do diâmetro através dos seguintes cálculos: <d1> ± u(<d1>) [mm] = (4,7+5,0+4,7+4,9+4,7) = 4,80 ± 0,02 1 5 <d2> ± u(<d2>) [mm] = (6,4+6,4+6,6+6,6+6,5) = 6,50 ± 0,02 1 5 <d3> ± u(<d3>) [mm] = (8,0+8,0+7,9+7,96+7,94) = 7,96 ± 0,02 1 5 <d4> ± u(<d4>) [mm] = (9,52+9,54+9,50+9,52+9,52) = 9,52 ± 0,02 15 <d5> ± u(<d5>) [mm] = (12,81+12,70+12,76+12,72+12,76) = 12,75 ± 0,02 1 5 (d1 - <d>) 2 [mm]2 = 0,01 (d2 - <d>) 2 [mm]2 = 0,01 (d3 - <d>) 2 [mm]2 = 1,6x10-3 → ∑ = 0,0252 → s2 = ) . 0,0252 = 1,26x10-3( 15.4 (d4 - <d>) 2 [mm]2 = 0 (d5 - <d>) 2 [mm]2 = 3,6x10-3 → u(d) = √((0,00126)2 + (0,02)2) = 0,02 De forma análoga podemos calcular a incerteza da flexão através dos dados contidos na tabela P5.2 e chegamos em determinado valor: u(h) = √((0,005)2 + (0,005)2) = 0,007 Com esses valores em mãos pudemos montar três gráficos: 1 - Y = h x <d> → k 2 - Y = h x L → n 3 - Y = h x m → j E aplicando o critério de ajuste da reta mais provável pelo método visual nos gráficos obtidos pudemos encontrar os parâmetros responsáveis pela amplitude de deformação das barras através dos coeficientes, obtendo os seguintes valores: k = = -4,30 → k = -4𝑙𝑜𝑔 0,15 − 𝑙𝑜𝑔 10𝑙𝑜𝑔 12,75 − 𝑙𝑜𝑔 4,80 n = = 2,65→ n = 3𝑙𝑜𝑔 2,350 − 𝑙𝑜𝑔 0,250𝑙𝑜𝑔 70 − 𝑙𝑜𝑔 30 j = = 1,46 → j = 1𝑙𝑜𝑔 0,900 − 𝑙𝑜𝑔 0,180𝑙𝑜𝑔 1200 − 𝑙𝑜𝑔 400 Utilizando o método de análise dimensional para encontrarmos o valor da potência p temos os seguintes cálculos: [L] = [L]k [L]n [M L T -2 ] j [M L-1 T-2 ] p → [L] = [L]k+n+j-p [M]j+p [T] -2(j+p) → 1 = k+n+j-p 0 = j+p p = -1 Por fim, para identificarmos o material de que são feitas as barras realizaremos o cálculo do módulo de Young: E = = 1,9 x 1011 [N/m2] = 19 x 1011 [dina/cm2]4 . 500 3. 9810 3𝝅 . 7,904 . 0,0007 E comparando o valor obtido com o valor fornecido na tabela P5.1, o material de que são feitas as barras é o aço.
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