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• Ocorre um atraso, fisiológico, de aumento de IgG endógena da criança, com resolução espontânea até 4 anos. Deve-se sempre excluir causas secundárias • A resposta vacinal da criança é adequada • Só deve-se fazer intervenção quando as infecções que a criança apresenta são muito importantes • Todas as outras imunoglobulinas geralmente estão normais • Fatores de risco: meninos, pré-termo e não aleitamento materno Deficiência seletiva de IgA: • A imunoglobulina IgA tem função de proteção das mucosas através da neutralização + remoção + captação pelas células M + imuno exclusão (aglutinação) • Sua concentração aumenta depois do nascimento, especialmente por conta da amamentação • É a deficiência imunológica mais prevalente, sendo que a maioria dos quadros é assintomático • Tipos: sérica (monomérica, variando os níveis de acordo com a idade) e secretora (dimérica, com componente secretor que impede a degradação na mucosa) • Definição patológica: IgA < 7mg/dl, >4 anos de idade, resposta vacinal adequada e sem patologias de IgG associadas • Quadro clínico: acometimento de trato gástrico e respiratório (pneumonia, otite, tonsilite, sinusite), infecções recorrentes (principalmente giardiase), atopias, malignidade, doenças autoimunes, progressão para imunodeficiências comum variável • Doenças comumente associadas: atopia importante, infecções de repetição, carcinoma, doenças autoimunes, anormalidades cromossômicas, candidíase, nefrite crônica, fibrose cística o A quantidade de IgA encontrada não é relacionada à sintomatologia • Sinais de alerta: infecções sinopulmonares importantes, doença alérgica (rinite e asma), doenças autoimunes (doença celíaca, tireoidite, citopenias autoimunes, artrite reumatoide juvenil, lúpus eritematoso sistêmico), reações anafiláticas a hemoderivados (comum ter IgE anti-IgA positivo, em transfusão com reação anafilática grave), história familiar de deficiências de imunoglobulina • Pode evoluir para imunodeficiência comum variável, então é necessário acompanhamento ao longo da vida → deficiência de subclasse, deficiência de anticorpos polissacárides e ICV • Associada a deficiência de subclasses de IgG → a clínica é mais importante, o hemograma está normal (olhar as subclasses). Lembrar que a IgG1 é a mais importante, se está abaixo do normal, pensar em outra patologia (as mais acometidas são IgG2 e IgG3) Deficiência de subclasse de IgG: • Normalmente o indivíduo tem infecções bacterianas recorrentes • Os níveis de IgG1 estão normais, porém, a IgG2/IgG3/IgG4 estão baixas o Se os níveis de IgG estiverem normais, ocorre por conta da IgG1 que está em maior quantidade e se encontra em níveis normais Imunodeficiência humoral e combinada HIPOGAMAGLOBULINEMIA TRANSITÓRIA DA INFÂNCIA IMUNODEFICIÊNCIA HUMORAL • Se o quadro estiver bom, realizar apenas o acompanhamento. Se tiver piora do quadro, deve-se realizar a dosagem Deficiência de anticorpos específicos – anti-polissacarídeos: • Quadro clínico: infecções bacterianas de repetição, não responde bem com vacina para bactérias encapsuladas (especialmente a pneumo 23), valores normais para a idade + titulação reduzida de resposta a antígenos antipolissacarídeos • Geralmente o diagnóstico é feito após a vacinação Imunodeficiência comum variável (ICV): • É a imunodeficiência primária sintomática mais frequente • É sempre um diagnóstico de exclusão • Afeta tanto homens, quanto mulheres. Mais comum em adultos • É uma coleção de síndromes de hipogamaglobulinemia resultantes de vários defeitos. Ainda é uma doença idiopática, apenas 1/3 dos pacientes tem um defeito monogênico característico • Os sintomas começam a aparecer após os 2 anos, com diagnóstico acima dos 4 anos • Características: IgG muito baixo, IgA baixa com IgM baixa ou normal. A resposta vacinal é pobre ou ausente e sem deficiência severa de células T • Clínica: infecções sem complicações (sinopulmonares, otite, conjuntivite, meningite, sepse), autoimunidade, infiltração linfocitária policlonal, enteropatia e neoplasia linfoide • Fisiopatologia: ocorre dificuldade na liberação de imunoglobulinas pelo linfócito B Deficiência de IgA Deficiência de ICV Ambos os sexos Ambos os sexos IgA<7mg/dl, IgG e IgM normais Redução acentuada de IgG e IgA (<2DP) >4 anos Início da doença >2 anos Isohemaglutininas normais e resposta vacinal normal com anticorpos anti-IgG Isohemaglutininas ausentes e/ou resposta vacinal fraca Exclusão de outras causas de hipogamaglobulinemia Exclusão de outras causas de hipogamaglobulinemia Agamaglobulinemia congênita: • Ocorre dificuldade na produção de linfócitos B • Critérios diagnósticos: baixo ou níveis indetectáveis de células B circulantes, níveis indetectáveis ou profundamente baixos de imunoglobulinas e infecções bacterianas nos primeiros 5 anos de vida • Genética: pode ocorrer defeitos do cromossomo X, defeitos autossômicos (recessiva ou dominante) ou mutações da tirosina de Bruton gene quinase (BTK) resultando em agamaglobulinemia ligada ao X (XLA) que é o mais comum o BTK – enzima que participa da maturação do LB • Essa patologia é identificada pelo teste do pézinho (KREC) • Quadro clínico: menino, infecções de pele recorrentes e pais não consanguíneos • Diagnóstico: quantificação das imunoglobulinas, quantificação das subclasses de IgG, resposta específica a anticorpos (resposta anti-proteica para difteria e tétano, resposta anti-carbohidratos para pneumococo e isohemaglutininas) • Ocorre acometimento tanto nos linfócitos T, quanto nos linfócitos B. É o pior quadro possível, pois nenhuma parte da imunidade funciona • As manifestações clínicas começam na infância aos 2-6 meses, a criança tem pouco ganho de peso, com diarreia persistente e infecções respiratórias recorrentes • As crianças possuem reações às vacinações por agentes atenuados o Bactérias – sepsis por gram negativo, BCG disseminado o Fungos e protozoas – candidíase, aspergillus, pneumonia por P. Carinii o Vírus – CMV (letal para o paciente), parainfluenza, VSR, varicela disseminada, poliomielite vacinal, molusco contagioso IMUNODEFICIÊNCIAS COMBINADAS • Exame físico: pouco desenvolvido de linfonodos e tonsilas, hepatoesplenomegalia nas reações enxerto versus hospedeiro, ausência de sombra tímica SCID: • São caracterizadas por defeitos profundos na função dos linfócitos T e B e contagem significativamente baixa de células T • Menos de 1/3 das crianças possuem histórico familiar • Não é clinicamente aparente ao nascimento. As complicações infecciosas costumam surgir durante o primeiro ano de vida • É potencialmente fatal até os 2 anos de idade, caso não seja realizado transplante de células tronco hematopoiética ou terapia gênica → é uma emergência pediátrica • Critérios diagnósticos: ter pelo menos 2 a 4 critérios de LT o Aumento de células gDT, que corresponde os linfócitos T mais imaturos o Células CD3, CD4 ou CD8 baixos ou ausentes o Redução de células TCD4 naive ou CD8 o Ausência ou redução de 10% da resposta proliferativa a mitógenos, comparada ao controle • Além disso, os sintomas que auxiliam no diagnóstico incluem infecção bacteriana/viral/fúngica oportunista, membro da família afetado e diarreia persistente • É uma patologia que pode ser diagnosticada pelo teste do pézinho • Conduta: a mãe não pode amamentar se tiver CMV, não pode receber vacinação de agente atenuado
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