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G
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 M
ATIA
S
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-1002-3
9 7 8 6 5 5 8 2 1 0 0 2 3
Código Logístico
59779
Metodologia do 
ensino de handebol 
Thiago Sousa Matias
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. 
Imagem da capa: Oleksandr Osipov/ KB_3 / SAVE ANIMALS AND NATURE /Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
M38m
Matias, Thiago Sousa nome autor
Metodologia do ensino de handebol / Thiago Sousa Matias. - 1. ed. - 
Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
106 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-002-3
1. Handebol - Estudo e ensino. 2. Educação física - Estudo e ensino. I. 
Título.
20-68026 CDD: 796.312
CDU: 796.322
Thiago Sousa Matias Doutor e mestre em Ciências do Movimento Humano 
pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). 
Licenciado em Educação Física pela mesma instituição. 
Pesquisador e professor universitário, ministrando a 
disciplina Teoria e Metodologia do Handebol. Autor de 
diversos artigos científicos nacionais e internacionais 
sobre esportes, atividade física, motivação e 
comportamento humano. Participou do quadro de 
árbitros da Confederação Brasileira de Handebol e foi 
técnico de equipes universitárias de handebol.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
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SUMÁRIO
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1 Dinâmicas estruturais do handebol 9
1.1 Caracterização do handebol 10
1.2 Estruturas funcionais do handebol 15
1.3 O papel do handebol na escola 19
1.4 Noções básicas de regulamentação 24
2 Histórico e evolução do handebol 29
2.1 Origem do handebol moderno 29
2.2 O handebol no Brasil 32
2.3 Handebol: evolução e contexto atual 34
3 Elementos estruturais do handebol 41
3.1 Fundamentos do handebol 41
3.2 Princípios técnicos e táticos (individuais e coletivos) dos 
 sistemas defensivos 44
3.3 Princípios técnicos e táticos (individuais e coletivos) dos sistemas 
 ofensivos 58
3.4 Princípios técnicos e táticos (individuais e coletivos) para a 
 transição 61
4 Processos metodológicos para o ensino do handebol 65
4.1 As concepções de ensino e aprendizagem centradas na 
 compreensão do jogo 65 
4.2 Concepções teóricas e metodológicas para o ensino do 
 handebol 70
4.3 Manifestações do handebol 78
5 O papel do professor e o planejamento 86
5.1 Abordagem pedagógica para motivações autodeterminadas 87
5.2 Concepções pedagógicas para a intervenção 92
5.3 Planejamento das aulas/treinos 100
Este livro tem como objetivo apresentar o handebol e 
as possibilidades pedagógicas para ensiná-lo em diferentes 
contextos (lazer, escola e programas de esportes), bem 
como dedica-se a entender a modalidade nas fases iniciais 
do processo de ensino, aprendizagem e treinamento. Esta 
obra tem o potencial para auxiliar acadêmicos, professores, 
profissionais de Educação Física e futuros treinadores a 
compreender as dinâmicas desse esporte, assim como 
perceber as abordagens metodológicas mais atuais para 
planejar e intervir no handebol.
Desta forma, no primeiro capítulo, iremos compreender as 
características gerais, os princípios operacionais das diferentes 
fases do jogo e as dinâmicas estruturais do handebol. O 
capítulo permitirá que você conheça o jogo e como o handebol 
funciona.
Em seguida, faremos uma viagem por meio da história 
do handebol no mundo e no Brasil. Observaremos como a 
história do mundo, principalmente a das guerras, dinamizou o 
handebol, passando pela legitimação no movimento olímpico 
e chegando ao contexto atual, além de algumas curiosidades 
sobre esse esporte.
O terceiro capítulo é dedicado aos aspectos táticos e 
técnicos do handebol, tanto os individuais quando os coletivos. 
Nele você descobrirá exatamente o que os jogadores precisam 
saber no início do processo de ensino, aprendizagem e 
treinamento, assim como quais são os sistemas de jogo mais 
complexos que podem ser ensinados. 
Os capítulos finais são dedicados aos processos 
pedagógicos. No quarto capítulo, discutiremos as abordagens 
metodológicas para compreensão no ensino dos esportes; 
será possível perceber o porquê da utilização do jogo como 
componente pedagógico. Além disso, você descobrirá quais 
elementos pedagógicos devem ser considerados para 
planejar esses jogos pré-desportivos e como criar jogadores 
inteligentes, capazes de jogar, apreciar e manter o handebol 
APRESENTAÇÃO
Vídeo
ao longo da vida. As diferentes manifestações do handebol também aparecem 
aqui e surgem como novas possibilidades pedagógicas.
Já no último capítulo, falaremos da abordagem autodeterminada para o 
ensino do esporte, o que é uma novidade na área. Trataremos dos processos 
de periodização e planejamento no handebol, levando em consideração as 
necessidades de aprendizado para cada uma das fases de treinamento e os 
sistemas complexos de periodização. 
Este livro visa apresentar possibilidades, despertar potencialidades 
e conduzir a formação profissional sob a luz de conhecimentos sólidos, 
metodologicamente coerentes e validados para a condução de aulas e treinos 
na iniciação ao handebol. 
Bons estudos!
Dinâmicas estruturais do handebol 9
1
Dinâmicas estruturais 
do handebol
Neste capítulo estudaremos as estruturas funcionais do 
handebol, as quais criam as formas de desenvolvimento do 
jogo. Trabalharemos com características que diferenciam o 
handebol de outros esportes coletivos de invasão. O contato 
físico é uma delas, como quando o jogador de defesa tem a 
permissão de tocar no atacante no momento em que estão em 
disputa de bola.
Também discutiremos como o handebol manipula a cons-
trução de sua estrutura tática e técnica e explora habilidades 
motoras fundamentais, como correr, saltar e lançar. Sua es-
trutura o torna um esporte fácil de jogar, divertido de apren-
der e complexo de dominar. Já sua dinâmica faz com que seja 
motivo de desejo e aprendizado de crianças e jovens e desafio 
de professores que desejam ensiná-lo. Por isso, este capítulo 
apresentará as bases teóricas e metodológicas para o ensino 
do handebol e a sua iniciação.
Trataremos ainda das estruturas e dinâmicas funcio-
nais do esporte. Conheceremos as características do jogo, 
as funções e os posicionamentos dos jogadores bem como 
as estruturas organizacionais de defesa, ataque e transição. 
Também entenderemos quais são os condicionantes iniciais 
para compreender o processo de ensino, aprendizagem e 
treinamento nos primeiros contatos do praticante com a mo-
dalidade. Esperamos que ao final da leitura do capítulo você 
seja capaz de compreender como o handebol é um esporte 
psicologicamente desafiador e fisicamente exigente.
1.1 Caracterização do handebol 
Vídeo O handebol é caracterizado como um esporte coletivo e de in-
vasão. Durante o jogo, suas dinâmicas estruturais passampor uma 
fase em que os atletas transitam para o campo de ataque da equi-
pe adversária para realizar as ações ofensivas e retornam ao seu 
campo para as ações defensivas. Nesse caso, ataque e defesa acon-
tecem simultaneamente no campo de jogo de uma das equipes. O 
handebol segue, portanto, os princípios operacionais dos esportes 
coletivos (BAYER, 1994), e além da defesa (princípios defensivos) e do 
ataque (princípios ofensivos) existe uma fase de transição. São essas 
estruturas e características técnicas que regem a forma e o funciona-
mento do handebol.
Os princípios ofensivos caracterizam as ações do ataque, assim, 
cabe aos jogadores preservar e manter a posse de bola, devendo pro-
gredir em direção à meta e dessa forma marcar o gol. No campo de 
defesa, os defensores – que assim se caracterizam por não possuírem 
a bola – devem empenhar esforços (individuais e coletivos) para recu-
perar a bola, impedir a progressão do adversário para as zonas próxi-
mas à meta e evitar o gol (BAYER, 1994; MENEZES, 2010).
No handebol, a fase de transição é uma das estruturas de jogo mais 
valorizadas; é a tentativa de maximizar a fase ofensiva ou minimizar 
possíveis prejuízos na fase defensiva. Os jogadores de posse de bola 
(atacantes) que por algum motivo a perdem, ou seja, a arremessam 
para fora ou comentem alguma infração 
das regras do jogo, devem recuperar a 
sua posição defensiva. 
As formas mais organizadas do 
jogo pressupõem que os jogado-
res devem retornar às posições de 
defesa, tentando proteger as áreas 
mais próximas ao gol e priorizando 
a marcação da bola. Enquanto isso, 
os jogadores defensores de bola 
que conseguem recuperar a pos-
se mudam sua posição no campo; 
eles devem exercer as ações técni-
Kuebi/Wikimedia Commons
10 Metodologia do ensino de handebol
Dinâmicas estruturais do handebol 11
cas e táticas para marcar o gol no campo do adversário. Quando feitas 
de maneira rápida, são caracterizadas como contra-ataque. Durante 
a partida, todos os jogadores com a posse de bola são identificados 
como atacantes, e todos os sem são defensores.
Essas características gerais devem ser preservadas nas tomadas de 
decisão de professores e treinadores que trabalham ou que iniciarão 
a atuação no handebol. É na construção da consciência tática geral do 
que o iniciante deve fazer para jogar o jogo que se constitui a base para 
processos mais complexos de aprendizado (CLEMENTE, 2012).
Atividades simples como separar a turma em duas grandes equi-
pes e sugerir que os jogadores consigam trocar sete passes sem que 
a equipe adversária recupere a bola são estratégias que favorecem a 
identificação individual e coletiva das funções táticas dos atacantes e 
defensores no jogo. Assim, o iniciante passa a perceber que quando 
a sua equipe possui a bola ele é um atacante, e são exigidas de sua 
função algumas atitudes, como deslocar-se para receber um passe; por 
outro lado, quando a equipe não possui a bola, ele é um defensor e ou-
tras atitudes são exigidas, como aproximar-se do atacante para tentar 
interceptar um passe. 
Essas tomadas de decisão passam pela construção de habilidades 
cognitivas e motoras importantes para a organização das bases táticas e 
técnicas do jogo. A seguir descrevemos o que elas são:
É o conjunto de decisões tomadas no âmbito do jogo que implica a construção de estratégias 
para facilitar as jogadas e ganhar vantagem. Caracteriza-se por estruturas cognitivas que envol-
vem elementos perceptivos, planejamento e tomada de decisão. A tática pode ser de ordem indi-
vidual e coletiva. Um exemplo é quando um jogador observa que o seu companheiro de equipe 
fez um bloqueio ofensivo e que isso proporcionou espaço na defesa adversária, permitindo que 
ele se infiltre e faça o gol.
TÁTICA
É a organização de um conjunto de habilidades motoras que possui função específica para 
a dinâmica do jogo. Manifesta-se na capacidade de o jogador executar ações motoras coeren-
tes com relação às exigências estruturais e táticas do jogo. Arremessar, por exemplo, vai exigir 
que os jogadores organizem e combinem diferentes habilidades com o corpo para que assim 
possam realizar o arremesso. A qualidade dessa organização vai determinar a qualidade técni-
ca do jogador, o que potencialmente pode gerar níveis mais elevados de performance.
TÉCNICA
Tática e técnica não funcionam 
separadas. Uma boa tomada de 
decisão sem a capacidade de 
o jogador conseguir organizar 
o corpo para legitimar uma 
possível vantagem é pouco 
produtiva; o contrário também 
é verdade. Se um jogador 
que observou o espaço na 
defesa adversária não conseguir 
aproveitar tecnicamente 
desse espaço fazendo uma boa 
passada e um bom arremesso, 
essa vantagem tática pode ser 
perdida.
Importante
12 Metodologia do ensino de handebol
O jogo de handebol passa pela organização individual e coletiva do 
jogador. Nesse sentido, os jogadores ocuparão postos específicos tanto 
no ataque quanto na defesa. A combinação de ações individuais e cole-
tivas é que garantirá o sucesso das ações coletivas de ataque e defesa.
No ataque os jogadores são distribuídos em duas linhas ofensivas 
a fim de ocupar toda a extensão da quadra em largura. Na linha mais 
baixa, nas extremidades da quadra, ficam posicionados dois jogadores, 
chamados de pontas, alas, laterais ou extremas, e próximo da área de 
gol do adversário, geralmente mais centralizado e entre os jogadores 
de defesa, outro jogador se coloca, chamado de pivô. Na linha mais alta 
estão outros três jogadores, um mais centralizado, chamado de central 
ou armador central, e outros dois dispostos em cada lado da quadra, 
chamados de meias ou armadores. Os pontas e os meias são caracteri-
zados conforme o lado da quadra que jogam: ponta esquerda e ponta 
direita, meia esquerda e meia direita. É importante lembrar que o go-
leiro também compõe o ataque quando a sua equipe possui a posse de 
bola; ele pode deixar a área de gol e atuar na linha ou sair da quadra de 
jogo e ser substituído por um jogador de linha. Nesse caso a estrutura 
ofensiva pode passar a ter dois pivôs (Figura 1).
Figura 1
Quadra de jogo com os jogadores posicionados no ataque
DIREITA
DIREITO
PIVÔ
ESQUERDA
ESQUERDO
CENTRAL
ARMADORES
GOLEIRO
2ª
 L
IN
H
A
 
O
FE
N
SI
VA
 
1ª
 L
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H
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O
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N
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VA
 
PONTAS
IE
SD
E 
Br
as
il 
S/
A
Dinâmicas estruturais do handebol 13
Na defesa os jogadores são distribuídos a fim de ocupar espaços 
da quadra, tanto em largura quanto em profundidade, que favore-
çam maior proteção da área de gol e menor espaço entre os joga-
dores de defesa. A forma mais usual (sistemas coletivos de defesa) 
e mais simples de organização tática coletiva de defesa é dispor os 
jogadores lado a lado e próximo da área de gol, formando uma es-
pécie de “barreira móvel”. Os seis jogadores de linha se deslocarão 
latero-lateralmente 1 em função da movimentação da posse de bola 
da equipe adversária. O exemplo ilustrado na Figura 2 é chamado de 
defesa do tipo 6:0, pois os seis jogadores estão dispostos na primeira 
linha de defesa e não há nenhum outro na segunda linha de defesa 
(jogador que poderia estar mais adiantado).
Figura 2
Defesa do tipo 6:0 
IE
SD
E 
Br
as
il 
S/
A
3ª Linha
2ª Linha
1ª Linha
Largura
Pr
of
un
di
da
de
6:00
Apesar dessa concepção estrutural que caracteriza o handebol 
formal (aquele a que se assiste na televisão), os processos de ensi-
no, aprendizagem e treinamento deverão considerar as demandas 
e necessidades específicas dos jogadores iniciantes. Inicialmen-
te devem favorecer a construção das bases táticas e técnicas do 
handebol. Isso significa que as fases iniciais de aprendizado não de-
verão: especializar de modo precoce o iniciante em determinada po-
sição de jogo; condicionar o espaço do jogo só nos tamanhos e nas 
marcações oficiais; antecipar estratégias táticas coletivas; sobrepor 
a técnica aos processos cognitivos de tomada de decisão e negligen-
ciar as diferentes formas de jogos pré-desportivos paraa iniciação 
no handebol (GRAÇA; MESQUITA, 2007).
Algumas abordagens metodológicas, principalmente as que se 
baseiam em modelos para a compreensão do jogo e se preocupam 
Deslocamentos latero-laterais 
são movimentos de desloca-
mento à direita e à esquerda. 
No handebol são orientados 
em função da bola e os joga-
dores deslocam-se afastando 
e aproximando as pernas de 
modo a ficarem de frente para o 
adversário.
1
Uma boa forma de 
conhecer a estrutura fun-
cional de esportes como 
o handebol é assistir a 
jogos da modalidade. 
Existe uma infinidade de 
plataformas digitais que 
disponibilizam vídeos 
de partidas na íntegra. 
Indicamos conhecer o 
canal oficial da Federação 
Internacional de 
Handebol no link a seguir. 
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=MrdWW6yVYK4&ab_
channel=IHF. Acesso em: 10 nov. 
2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=MrdWW6yVYK4&ab_channel=IHF
https://www.youtube.com/watch?v=MrdWW6yVYK4&ab_channel=IHF
https://www.youtube.com/watch?v=MrdWW6yVYK4&ab_channel=IHF
https://www.youtube.com/watch?v=MrdWW6yVYK4&ab_channel=IHF
14 Metodologia do ensino de handebol
com a dimensão educacional do esporte (GRAÇA; MESQUITA, 2007; 
MESQUITA; PEREIRA; GRAÇA, 2009), têm sugerido e observado que 
a construção da consciência tática geral do iniciante e as formas de 
organizar o corpo na dinâmica estrutural das modalidades são fun-
damentais para a formação de jogadores inteligentes e capazes de 
dominar processos de aprendizado mais complexos.
Nesse caso, há a valorização da construção do arcabouço 
cognitivo do iniciante, formado na medida em que este experimenta 
diferentes situações-problema que exigem dele tomadas de decisão 
sobre o que fazer. Estas devem ser contextualizadas em estruturas 
que fazem referência ao jogo formal, no qual a tomada de decisão 
experimentada em determinada situação possa ser transferida para 
outras e para a partida em si.
Significa que os primeiros contatos com o handebol devem 
passar pela apropriação do como jogar, diferente do como fazer, 
que valoriza no início a apropriação técnica e uma possível espe-
cialização precoce. O como jogar traz no combo do aprendizado a 
necessidade de saber fazer dentro de um contexto, nesse caso o 
contexto do jogo. 
Todo jogo é diferente um do outro; a pergunta que professores 
e treinadores devem fazer é: como ensinar algo imprevisível? A res-
posta é simples: ensinando coisas igualmente imprevisíveis. O como 
fazer não negligencia a técnica, ao contrário, exige que o iniciante 
tenha que ajustar as formas de fazer aos requerimentos das situa-
ções-problema que são impostas a ele. Nesse caso, uma das princi-
pais formas de impor ao praticante a necessidade de tomar decisões 
e resolver problemas é por meio de uma pedagogia que valorize di-
ferentes formas de jogo para ensinar.
As preocupações iniciais do professor e treinador devem favore-
cer que o iniciante reconheça:
Quais as ações básicas que os 
jogadores devem fazer para 
defender e atacar nos esportes 
coletivos de invasão como o 
handebol?
Atividade 1
Professores e treinadores devem 
trabalhar para construir um 
ambiente prazeroso, divertido 
e inclusivo. Precisam valorizar 
o jogo como forma de ensino e 
não apenas uma consequência 
de um acumulado de apren-
dizado. Além disso, o jogo não 
deverá ser uma punição, como 
no exemplo hipotético da fala de 
um docente: “caso vocês se com-
portem na aula de hoje, ao final 
terá jogo”. Note que o professor 
está condicionando o jogo como 
uma forma de recompensa ou 
punição, e isso é destrutivo para 
a motivação e o aprendizado.
Importante
• as fases do jogo e os princípios operacionais de cada uma;
• o espaço do jogo, as regras básicas e os implementos;
• as habilidades básicas do handebol (correr, saltar e lançar), além de criar oportunidade 
para o reconhecimento do corpo em movimento no espaço do jogo e dar oportunidade 
para que sejam resolvidos problemas de ordem tática (o iniciante deve responder a 
perguntas como: o que fazer? Para onde eu vou? Para quem eu passo a bola? Devo 
arremessar no gol?); 
(Continua)
Dinâmicas estruturais do handebol 15
• a estruturação dos fundamentos de controle do corpo e da bola;
• os diferentes papéis no jogo (atacante e defensor) bem como proporcionar a experi-
mentação do ambiente de competição, como as respostas afetivas do ganhar e perder, 
pertencer a uma equipe e responsabilidade coletiva;
• as demandas psicossociais, como satisfação e frustração, expectativa e consequências, 
empatia, cooperação, liderança, coragem etc., e as experimente.
Portanto, as considerações das dinâmicas estruturais do hande-
bol aqui apresentadas devem ser um norteador daquilo que se pre-
tende no processo de formação esportiva a longo prazo. Conhecer 
as diferentes posições do ataque, por exemplo, não indica que os 
iniciantes tenham que ser especializados de modo precoce nessas 
posições de jogo. Ao contrário, devemos favorecer que todos expe-
rimentem e participem de diferentes funções em uma partida.
Para conhecer formas de 
organizar diferentes jogos para a 
iniciação no handebol consulte 
o Manual de Mini-handebol, 
da Confederação Brasileira 
de Handebol, disponível em: 
https://cbhb.org.br/. Acesso em: 
10 nov. 2020.
Saiba mais
1.2 Estruturas funcionais do handebol 
Vídeo O handebol é em essência um esporte simples. Caracteriza-se pela 
troca de passes entre os jogadores de ataque com o objetivo de gerar 
algum desequilíbrio na organização da defesa adversária para marcar 
gols. Os jogadores privilegiam os passes como fundamento técnico para 
a movimentação da bola e utilizam-se do arremesso para lançá-la ao gol. 
Os arremessos nesse esporte podem ser precedidos de três passos 
com a bola na mão, assim, os jogadores conseguem ganhar velocidade, 
saltar e projetar o corpo para gerar mais potência nos arremessos ou 
para aproximar-se em suspensão do gol adversário.
A movimentação básica de ataque no handebol é conhecida como 
engajamento. Trata-se de uma ação organizada e que combina na cir-
culação da bola:
 • A progressão de um jogador atacante em direção ao espaço 
interdefensivo – espaço entre dois jogadores defensores. Caso 
haja um espaço, faz-se um arremesso e tenta-se o gol. Esta deve 
ser a premissa básica do ataque: aproveitar a melhor vantagem 
para marcar pontos.
https://cbhb.org.br/
16 Metodologia do ensino de handebol
 • O passe para o companheiro mais próximo, que já se encontra 
em progressão sem a bola e, ao recebê-la, também ataca o espa-
ço interdefensivo.
 • A continuidade, caso um espaço não seja encontrado.
Desse modo, essas ações são as características básicas do engaja-
mento e de como circular a bola e cuidar dela no handebol.
O engajamento é uma ação coletiva de ataque, mas não significa 
negligenciar os aspectos táticos e técnicos individuais. Os jogadores po-
dem usar de arremessos de longa distância sobre a barreira adversária, 
fazer uma finta para gerar um desequilíbrio imediato no defensor, rea-
lizar uma jogada com o pivô, aproveitando o bloqueio dele para abrir 
um espaço, ou tentar os arremessos das extremidades da quadra – 
região com menos ângulo para fazer lançamentos.
É importante lembrarmos que o bloqueio ofensivo é uma 
ação de ataque comum aos pivôs, já que eles jogam entre os jogadores 
de defesa. A ideia do bloqueio é, sem empurrar ou impedir o atacante 
de se movimentar com alguma ação ilegal, posicionar o corpo de modo 
a construir um “obstáculo passivo” em que o defensor não consiga ocu-
par o espaço que gostaria para marcar, pois o acesso está sendo blo-
queado pelo pivô. Essa ação facilita a progressão do companheiro de 
ataque em direção ao gol.
Os ataques também podem ser facilitados como consequência de 
uma transição veloz da defesa para o ataque (contra-ataque). Nesse 
caso, os atacantes podem se aproveitar da desorganização defensiva 
da equipe adversária, pois ela está retornando para ocupar suas posi-
ções, e tentar marcar um gol mais rápido e sem (ou pouca) resistênciada defesa.
 Na defesa as estruturas funcionais do handebol passam pela com-
binação de ações táticas e técnicas individuais e coletivas. Os princípios 
e as ações individuais envolvem:
 • Identificar o atacante correspondente, ou seja, perceber 
quem é o jogador adversário que terá a responsabilidade 
primária de determinado defensor em uma situação 1 x 1. 
Cada defensor deverá garantir a vigilância de pelo menos 
um atacante da equipe adversária.
(Continua)
“Cuidar da bola” é um termo 
popularmente utilizado no âmbito 
dos esportes coletivos de invasão. 
Significa que os jogadores devem 
trabalhar no ataque de modo a 
preservar a posse de bola e ter cui-
dado para não a perder em função 
de um erro “bobo”, como falta de 
atenção ou passe errado. Ao cuidar 
da bola os jogadores conseguem 
perceber melhor os espaços na 
defesa e tomar melhores decisões. 
As equipes que cuidam mal da 
bola erram mais no ataque, sofrem 
mais contra-ataques da equipe 
adversária e sofrem gols sem a 
possibilidade de defesa; tudo isso 
gera frustração para o time.
Curiosidade
Dinâmicas estruturais do handebol 17
 • Movimentar-se coletivamente e organizadamente na di-
reção da bola.
 • Priorizar o congestionamento na região central da área 
de gol.
 • Realizar o contato com o jogador que está em posse de 
bola.
No caso das defesas do tipo zona (sistema coletivo) será importante 
garantir a manutenção dos postos específicos de defesa, princípio que 
não será respeitado nos sistemas individuais. Também será percebida 
uma espécie de dança organizada dos jogadores de defesa, os quais se 
deslocam lateralmente e em conjunto em função da circulação da bola 
da equipe adversária. Esse movimento de deslocamento lateral é uma 
tática defensiva individual chamada de báscula.
Essas dinâmicas estruturais assim como a organização tática e 
técnica da modalidade exportam as bases daquilo que pretendemos 
construir no processo de ensino, aprendizagem e treinamento do 
handebol. Contudo, nas fases iniciais é importante valorizarmos os con-
teúdos gerais que forneçam as bases para o entendimento dos espor-
tes coletivos de invasão, de modo a permitir a diversificação do aparato 
cognitivo e motor para conhecer e jogar o jogo. Isso aproxima-se da 
realidade do jogo formal, mas sem deixar de levar em consideração as 
necessidades dos iniciantes, que são diferentes daqueles que já conce-
bem bem os princípios operacionais (KRAHENBÜHL; LEONARDO, 2018).
O iniciante e as suas possibilidades de aprender passam essencial-
mente por diferentes níveis de compreensão, e a construção social do 
jogo não é uma tarefa fácil. Por isso, a construção social do handebol 
deve ser um dos objetivos de professores e treinadores. 
Formar níveis de compreensão para a construção de um jogo co-
letivo e colaborativo, que garanta ações descentralizadas da bola, 
que obedeça aos espaços e aos princípios operacionais e que ga-
ranta a experimentação de uma variedade de habilidades motoras 
e a composição dos fundamentos do jogo, é o que caracteriza os 
desafios de longo prazo de todos os agentes envolvidos na forma-
As considerações sobre os 
sistemas de defesa feitas neste 
capítulo não estão envolvendo 
os tipos de defesa (por exemplo, 
sistema individual ou coletivo). 
Os princípios e as funções 
estruturais delimitadas aqui 
são condicionantes gerais, e 
os exemplos ilustram mais as 
situações do jogo formal.
Atenção
Uma situação 1 x 1 ilustra um 
cenário em que há um atacante 
para um defensor. Nesse caso, há 
igualdade numérica nas situações 
de ataque e defesa. Uma situação 
2 x 1 retrata um cenário em que há 
dois atacantes para um defensor e 
esses estão em superioridade nu-
mérica. Já na situação de 1 x 2 é o 
contrário: há um atacante para dois 
defensores e os atacantes estão em 
inferioridade numérica. No jogo 
de handebol atacantes desejam 
criar situações de superioridade 
numérica, e defensores o contrário.
Importante
18 Metodologia do ensino de handebol
ção esportiva. A melhor estruturação do jogo formal na sua forma 
mais complexa e organizada acontecerá quanto mais essas fases ini-
ciais forem respeitadas (SCAGLIA et al., 2013; GARGANTA, 1995).
A habilidade motora significa a capacidade de as pessoas realizarem 
tarefas, como saltar um riacho, fazer uma parada de mãos e picar uma 
cebola (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Nos esportes elas formam os ele-
mentos básicos para a construção dos fundamentos do jogo. 
Combinadas, as habilidades têm diferentes características e po-
dem construir séries. Por exemplo, no fundamento de arremesso 
do handebol pode acontecer uma junção de diferentes habilidades, 
como correr, saltar e lançar. 
Não significa necessariamente que todos os processos de en-
sino, aprendizagem e treinamento tenham que ser analíticos, 
fragmentados; nem sempre a excessiva fragmentação de movi-
mentos seriados auxilia a prática. O entendimento das habilidades 
motoras serve para ilustrar aos professores e treinadores que a di-
versificação de situações-problema na construção das aulas e dos 
treinos favorece a aprendizagem e o desenvolvimento de diferentes 
habilidades motoras. 
Por exemplo, um jogo de “pega o rabo”, em que os iniciantes 
tenham que “roubar” o “rabo” do colega, pode favorecer o desen-
volvimento de diferentes habilidades de deslocamento, inclusive 
deslocamentos laterais, próximos ao movimento de báscula na de-
fesa do handebol. Uma atividade simples como essa favorece a ini-
ciação no handebol, pois o praticante precisa ajustar o tempo e o 
espaço para se aproximar do adversário. Além disso, propicia habili-
dades de finta, pois o praticante precisa se desvencilhar do adversá-
rio, e oportuniza situações imprevisíveis que exigem a necessidade 
de tomadas de decisão. 
A habilidade motora serve também para ilustrar características 
de performance. A percepção de uma pessoa habilidosa significa que 
a execução da tarefa é realizada com máximo de certeza no alcance 
da meta, maior economia de movimento e mínimo gasto energético. 
A performance é entendida por meio de ações voluntárias passíveis 
de serem replicadas. A execução de habilidades motoras que impli-
que aumento da performance não é uma casualidade e é influencia-
da pelos processos de ensino, aprendizagem e treinamento.
O livro Aprendizagem 
motora: uma aprendizagem 
baseada na situação revela 
resultados de pesquisas 
e desafia os estudantes a 
aplicar conceitos funda-
mentais de performance 
e aprendizagem motora 
em diferentes contextos. 
SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. 
4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Livro
Qual a importância do jogo na 
compreensão tática dos princí-
pios operacionais do handebol?
Atividade 2
Dinâmicas estruturais do handebol 19
1.3 O papel do handebol na escola
Vídeo A escola e os seus elementos estruturais, como as diferentes 
disciplinas curriculares, têm como objetivo favorecer conhecimentos 
que permitam aos estudantes a participação equilibrada, saudável e 
autônoma na sociedade. Visam dar condições para que as pessoas 
possam compreender a realidade em que vivem, bem como seus con-
dicionantes, e com base nessa realidade usufruir, reconstruir e produ-
zir dinâmicas sociais úteis para a vida. 
No conjunto das suas oportunidades e potencialidades a escola ten-
de a favorecer a apropriação de elementos sociais culturalmente pro-
duzidos. A disciplina de Educação Física (EF) carrega boa parte dessa 
responsabilidade, pois tem como objeto de estudo as manifestações 
da cultura corporal de movimento, como os esportes.
Os esportes carregam historicamente a identidade central da EF e têm 
sido o principal conteúdo das aulas, principalmente os mais populares na 
cultura brasileira, como o futebol, o voleibol, o basquetebol e o handebol. 
Nos últimos 40 anos a EF tem produzido conhecimentos a fim de ressigni-
ficar o ensino dos esportes na escola. Seu objetivo é ampliar a finalidade 
instrumental e procedimental do esporte (saber jogar), de modo que per-
mita a apropriação da cultura e da história, ainclusão e a reflexão sobre a 
vida em sociedade, ou seja, educar no sentido mais amplo. 
Apesar disso, as aulas de EF têm apresentado propostas metodológi-
cas questionáveis a respeito do potencial de inovação (MATIAS et al., 2018; 
ANDRADE, 2013). Como componente 
curricular a EF tem dificuldade de atrelar 
outros significados além dos conteúdos 
práticos apresentados aos alunos.
Existem muitos currículos escolares 
que já superaram essa barreira do es-
porte orientado ao fazer, à técnica e à 
performance, mas a problemática aqui 
levantada serve para chamarmos aten-
ção para o fato de que ainda há desa-
fios a serem enfrentados. 
Um entendimento ampliado do es-
porte tem sido negado a muitos estu-
Lo
re
lyn
 M
ed
in
a/
 s
hu
tte
rs
to
ck
20 Metodologia do ensino de handebol
dantes. Correr, jogar, fazer gols é primazia da EF, mas é preciso colocar 
os alunos na condição de refletir, compreender e criticar a prática. O 
esporte e o consequente desenvolvimento escolar precisam articular 
conteúdos, ideias, conceitos e valores, favorecendo o tratamento do 
esporte na escola, ressignificando-o fora dela e vice-versa.
Muitas vezes a dinâmica cartesiana do processo de ensino e apren-
dizagem do esporte dificulta a possibilidade de perceber o projeto dele 
na escola em sua totalidade; isso acontece quando a administração de 
esportes como o handebol na escola:
1. não proporciona quaisquer tipos de reflexão sobre o esporte 
(exemplo: o direito e o acesso das pessoas com deficiência);
2. não possibilita aos estudantes a diversificação de modos de 
aprender e de se apropriar do esporte (exemplo: assistir a um 
jogo ao vivo ou a um filme de handebol; discutir a relação do 
handebol com a história das grandes guerras);
3. não oferece condição para que todos possam aprender os 
esportes e desfrutar deles (exemplo: quando apenas os mais 
habilidosos são valorizados);
4. não faz qualquer relação com a vida dos estudantes fora da 
escola (exemplo: os alunos conhecem várias formas de jogar 
fora do ambiente escolar, mas que não são aproveitadas pelos 
professores para problematizar as aulas).
As dinâmicas cartesianas de ensino dos esportes caracterizam: aque-
las em que há alta valorização da técnica em detrimento da tática e das 
funções operacionais do jogo; aquelas que se baseiam na repetição de 
habilidades motoras em ambientes estáveis (como a utilização excessiva 
de filas, cones para demarcar espaços, apitos para controle do tempo e 
para manutenção da ordem, além de pouca ou nenhuma reflexão sobre 
como resolver problemas relativos ao jogo); e aquelas que pretendem re-
produzir o jogo como os atletas concebem e não orientado aos estudan-
tes iniciantes.
A abordagem metodológica deste livro valoriza o esporte e o hande-
bol como manifestações importantes da cultura corporal de movimento, 
e esse é um aspecto central dessa proposta. Todo o ensino do handebol 
é intrinsecamente educacional. Isso significa que a preocupação com os 
valores da educação atrelada ao ensino dos esportes andam juntos e em 
todas as fases de aprendizado. Mesmo aqueles que optarem ou tiverem 
Dinâmicas estruturais do handebol 21
oportunidades para seguir uma carreira como atletas manterão preser-
vadas as bases para uma vida socialmente autônoma e equilibrada.
Portanto, a proposta metodológica para o ensino do handebol fará 
uma relação da modalidade e de seus elementos culturais e históricos, 
além de uma relação dialética entre a o ensino técnico da modalidade 
(saber jogar) e as dimensões conceituais e atitudinais do esporte.
Ao atentar para outras dimensões do conhecimento, os professores e trei-
nadores devem se preocupar com aquilo que acontece na organização social 
da turma bem como os valores e as atitudes que os estudantes carregam ao 
interpretar as ações do jogo. 
O handebol é um esporte extremamente leal, apesar de permitir o con-
tato e a força corporal para ganhar espaços e vantagens táticas no jogo. Essa 
construção ética é histórica e a sua manutenção é dependente de como os 
professores e treinadores vão perceber, interpretar e ensinar as formas de 
marcar no handebol. A atitude nesse caso passa pelo correto reconhecimento 
por parte dos alunos do que fazer e do que não fazer. Conceitualmente, os 
professores podem falar sobre a necessidade de preservar a integridade física 
dos colegas, o respeito às regras do jogo, a solidariedade, o fair play esportivo, 
entre outros. 
É importante percebermos que essas dimensões conceituais e atitu-
dinais não são uma casualidade; ao contrário, são ensinadas, reforçadas, 
mediadas e reconstruídas. Elas garantem a relação da prática do hande-
bol com a educação e sua inclusão não exclui o ensino procedimental 
(saber fazer) da modalidade, já que empenhar esforços para melhorar 
taticamente e tecnicamente para ganhar jogos e campeonatos é um obje-
tivo legítimo do esporte.
É preciso considerarmos que o ensino dos esportes, incluindo o han-
debol, deve estar atrelado aos objetivos e ao projeto pedagógico das es-
colas. Estas têm autonomia para construir seus projetos, e o ensino da 
EF deve fazer parte deles, a fim de cumprir com o macro-objetivo para 
a formação do estudante. 
Algumas questões devem ser observadas pelos professores e treina-
dores, por exemplo: qual a visão de mundo dessa escola? Quais os temas 
transversais? Quais os projetos interdisciplinares? entre outras. Durante 
a permanência do estudante na escola buscamos a contextualização, ou 
seja, produzir identidade, construir significado e mobilizar o projeto da es-
cola em prol dos projetos das pessoas (DARIDO; RANGEL, 2005). No caso 
Mais informações sobre 
o fair play podem ser 
encontradas no site 
do Comitê Olímpico 
Brasileiro. 
Disponível em: https://www.
cob.org.br/pt/cob/movimento-
olimpico/o-olimpismo. Acesso em: 
10 nov. 2020.
Site
https://www.cob.org.br/pt/cob/movimento-olimpico/o-olimpismo
https://www.cob.org.br/pt/cob/movimento-olimpico/o-olimpismo
https://www.cob.org.br/pt/cob/movimento-olimpico/o-olimpismo
22 Metodologia do ensino de handebol
dos esportes isso só será possível se o ensino da EF estiver claramente 
delimitado e inserido no projeto pedagógico da escola.
Do ponto de vista metodológico, professores e treinadores devem 
empenhar esforços para compreender os esportes e o handebol como 
fenômenos. As dimensões conceituais e atitudinais devem permear o pla-
nejamento pedagógico, as atitudes, as conversações, as tarefas de casa, a 
mediação com os pais e a organização social das aulas.
As aulas de handebol na EF podem ser mais complexas e con-
textualizadas se professores e treinadores ampliarem a dimensão 
espaço-tempo da aula e tornarem o ambiente de aprendizado mais 
complexo. A superação da prática pela prática e a criação de es-
tratégias para favorecer a motivação dos estudantes exigirão dos 
profissionais abordagens que transcendam o espaço das quadras 
esportivas (MATIAS et al., 2018). Algumas propostas possíveis são: a in-
dicação de leituras, a organização de espaços de discussão em redes 
sociais, a seleção de vídeos para assistir com os alunos, a explicação de 
questões táticas do jogo, a promoção de eventos, entre outras iniciati-
vas que favoreçam a contextualização. 
O professor que está no início do processo de ensino do handebol e trabalha os princípios operacio-
nais do esporte e as fases do jogo pode condicionar questões relativas à preparação física e discutir 
conceitos de saúde e qualidade de vida com os estudantes. Isso oferece significados ao objetivo 
primário - compreender as fases relativas ao jogo de handebol, os seus princípios operacionais 
e as dinâmicas da ação - e adiciona elementos que ampliam o significado e geram contexto para 
esse objetivo. Quando os estudantes percebem as razões pelas quais estão fazendo algo, endossam 
o conhecimento como pessoal, fazem relação deste com a sua vida e experimentam sensações de 
sucesso; sentem-se mais motivados intrinsecamente e empenham mais esforço nas atividades das 
aulas(RAYN; DECI, 2020).
Ainda no conjunto dos exemplos dentro e fora da sala de aula, 
objetivando a construção de bases conceituais sólidas sobre o que está 
sendo jogado, as atitudes requeridas e as necessidades educacionais dos 
estudantes vão sendo supridas. Isso gera mais engajamento dos discentes 
e mais valorização da EF e corrobora o projeto escolar (MATIAS et al., 2018).
A construção dos objetivos de aprendizagem no contexto educacio-
nal não deve estar limitada apenas àquilo que se pretende ensinar de 
ordem prática. Sugerimos articular na descrição operacional dos objeti-
vos condições que garantam a contextualização. Por exemplo:
SA
VE
 A
NI
M
AL
S 
AN
D 
NA
TU
RE
/ s
hu
tte
rs
to
ck
Dinâmicas estruturais do handebol 23
Compreender
As fases 
relativas ao 
jogo
Os princípios 
operacionais
As dinâmicas 
de ação
Os aspectos de 
aptidão física 
(qualidade de 
vida e saúde)
Perceber
As ações táticas
O fundamento 
individual de 
defesa
O papel da 
resistência 
aeróbica
É preciso considerarmos que a construção de objetivos para as au-
las no contexto da EF deve prever ações específicas para cada caso. 
Por isso, devemos preservar o caráter factível do objetivo, ou seja, se 
é possível de ser colocado em prática. Muitas vezes professores e trei-
nadores tentam especular situações e atitudes que desejam “ensinar”, 
mas sem ter claro:
 • se essa problemática pertence à realidade que os estudantes es-
tão enfrentando/necessitando;
 • quais os indicadores e as ações para esses objetivos, com alguma 
especulação atitudinal.
Isso significa que não é porque a defesa no handebol passa por muito 
contato corporal e jogadas de combate que o assunto violência deva permear 
o escopo dos objetivos da aula, principalmente quando o estabelecimento éti-
co da modalidade não constrói tais valores. Também não indica que alguma 
situação de violência ou deslealdade deva ser negligenciada pelos professo-
res. No entanto, isso é diferente de compor um objetivo. Em síntese, embutir 
nos objetivos aspectos não observáveis ou desarticulados do que se pretende 
ensinar sem ações específicas para completá-los não faz sentido.
O que significa a contextualiza-
ção para o ensino do handebol?
Atividade 3
24 Metodologia do ensino de handebol
1.4 Noções básicas de regulamentação 
Vídeo Conhecer as regras do jogo é fundamental para o processo de ensi-
no, aprendizagem e treinamento dos esportes, pois elas apresentam as 
características e os limites das ações técnicas e táticas de todos os envol-
vidos no contexto esportivo. Professores e treinadores devem favorecer o 
aprendizado do handebol com a utilização das regras do jogo e, quando 
necessário, suas adaptações. 
1.4.1 Objetivo do jogo
O objetivo do handebol é marcar mais gols do que a equipe adversária. 
O jogo formal dura 60 minutos corridos, sendo que o tempo só para nas 
situações previstas em regras, como no tempo técnico ou por solicitação do 
árbitro. A partida é dividida em dois períodos de 30 minutos com intervalo 
de 10 minutos entre os períodos. O tempo de intervalo pode ser alterado 
conforme as necessidades das confederações continentais ou nacionais, 
mas limitado a 15 minutos. Além disso, o tempo de jogo pode ser reduzido 
para atender às categorias de jovens.
Se a partida terminar empatada e houver a necessidade de decidir um 
vencedor, joga-se uma prorrogação com dois períodos de 5 minutos. Caso 
ao final da prorrogação o joga permaneça empatado, joga-se uma nova 
prorrogação com dois tempos de 5 minutos. Novo empate resulta em dis-
puta de tiro de 7 metros, equivalente à disputa de pênaltis no futebol.
1.4.2 Jogadores, espaço do jogo e equipamentos
O jogo de handebol é organizado com sete jogadores em cada equi-
pe: seis designados como de linha e um goleiro. Uma equipe pode con-
tar com até sete jogadores reservas. As substituições não necessitam 
de autorização do árbitro, mas devem respeitar a zona de substituição 
delimitada na quadra. É preciso respeitar também uma ordem e orga-
nização; por exemplo, o jogador de quadra deve sair totalmente dela 
para depois o reserva entrar.
A quadra de jogo é um retângulo de 40 metros de comprimento 
por 20 metros de largura. Ela consiste em duas áreas de gol e a área 
de jogo. Os gols são posicionados no meio das linhas de gol e possuem 2 
metros de altura por 3 de largura (medida do seu interior).
Dinâmicas estruturais do handebol 25
Em frente a cada gol está delimitada a área de gol (área do goleiro). Ela 
é definida pela linha de 6 metros. A 3 metros à frente da linha de 6 metros 
está a linha de tiro livre (linha de 9 metros identificada na quadra por uma 
risca tracejada).
A linha dos 7 metros é uma linha de 1 metro posicionada ao centro 
e a 7 metros da linha de gol. A quadra é dividida por uma linha central, 
e as marcações para delimitar a posição do goleiro nas cobranças de 
7 metros e as zonas de substituição são indicadas (Figura 3).
Figura 3
Diagrama da quadra (em centímetros) 
600
4000
1992,5
200
900
Zona de substituição
4455
1
1
5445
300
r
900
700
400
5 5 51992,5
Banco de suplentes
Linha central
Linha lateral
Linha de fundo
G
ol
Linha de gol
Linha de lim
itação do 
goleiro
Banco de suplentes
350 350
Mesa do secretário
 e cronometrista
Linha da área de gol
Linha de 7 m
Linha de tiro livre
IE
SD
E 
BR
AS
IL
 S
/A
A bola deve ser redonda e não pode ser feita com material 
escorregadio. Três diferentes tamanhos são regulamentados pela 
Federação Internacional de Handebol.
Apenas o goleiro pode utilizar a área de gol para as suas ações. Ele 
não pode sair dessa área com a bola dominada, contudo consegue dei-
xar a zona para tornar-se um jogador de linha. Pode ainda utilizar as 
pernas na tentativa de defesa, diferente dos jogadores de linha, que só 
podem tocar a bola com as mãos.
Ao receber a bola o esportista pode 
fazer três passos, driblar e voltar 
a dar três passos. Os jogadores de 
handebol usam essa estratégia 
para conseguirem progredir ao gol, 
ludibriar os adversários e avançar 
longas distâncias.
Curiosidade
26 Metodologia do ensino de handebol
Os defensores não podem impedir uma ação do atacante 
utilizando a área de gol, pois isso caracteriza um tiro de 7 
metros. Eles podem realizar contatos corporais com os ata-
cantes desde que de frente, com os braços flexionados e 
como forma de controlar as ações do adversário. Ainda 
podem tentar recuperar a bola da mão dos atacantes, 
mas desde que com as mãos abertas.
Os jogadores podem usar o corpo para realizar blo-
queios passivos. Além disso, os atacantes não devem 
deixar de atacar e usar ações para retardar o jogo, pois 
isso caracteriza um jogo passivo. A infração passa pela 
percepção do árbitro e implica perda da posse de bola para a 
equipe que a cometeu.
1.4.3 Sanções progressivas
As faltas em que as ações são exclusivamente orientadas ao corpo 
do adversário devem acarretar uma punição individual. Caso essa ação 
impeça uma clara chance de gol, a punição é acompanhada de um tiro 
de 7 metros; toda falta que impeça um gol acarreta um tiro de 7 metros. 
De maneira geral, as punições devem ser aplicadas progressivamente.
1.4.4 Advertência
As faltas, geralmente na primeira ocorrência, que descumprem as 
regras de contato devem acarretar uma advertência, sinalizada com 
um cartão amarelo. Um jogador não pode acumular mais do que uma 
advertência, e a equipe não mais que três.
1.4.5 Suspensão de 2’
A reincidência do descumprimento das regras de contato ou atitu-
des que levem um risco aumentado ao adversário devem ser punidas 
com uma suspensão de 2 minutos – neste último caso a suspensão não 
depende de uma advertência prévia. O jogador fica 2 minutos fora da 
partida, e a equipe com um jogador a menos. Um jogador pode rece-
ber até três suspensões de 2 minutos; na terceira ele não retorna mais 
ao jogo e recebe junto uma desqualificação. Passados os 2 minutos a 
equipe pode completar o time com outro membro.
Gabarrella fotograf/ shutterstock
Aoreceber a bola o jogador pode 
passá-la, segurá-la não mais 
que 3 segundos, driblá-la ou 
dar três passos estando com a 
sua posse.
Curiosidade
Para saber mais das 
regras do jogo acesse o site 
da Confederação Brasileira 
de Handebol, disponível em: 
https://cbhb.org.br/. Acesso em: 
10 nov. 2020.
Site
https://cbhb.org.br/
Dinâmicas estruturais do handebol 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O handebol é simples em suas dinâmicas estruturais, porém 
professores e treinadores devem conceber os princípios operacionais 
e as dinâmicas das ações para as fases de defesa, transição e ataque. 
Essa compreensão é central nas tomadas de decisão sobre o que fa-
zer para ensinar handebol. Favorecer que os iniciantes possam expe-
rimentar e compreender cognitivamente o jogo é crucial no processo 
de formação esportiva. Junto a isso, deve haver uma preocupação com 
promover o desenvolvimento de um conjunto de habilidades motoras 
que formam a base para a elaboração estruturada dos fundamentos do 
jogo. Profissionais dentro ou fora da escola devem oportunizar o han-
debol em um ambiente autônomo, inclusivo, divertido e problematizado 
por meio do jogo.
REFERÊNCIAS
BAYER, C. O ensino dos desportos colectivos. 1. ed. Coimbra: Dinalivro, 1994 
CLEMENTE, F. M. Princípios pedagógicos dos teaching games for understanding e da 
pedagogia não linear no ensino da educação física. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n. 2, 
p. 315-335, abr./jun. 2012.
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola: implicações para a prática 
pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. 
(org.). O ensino dos jogos desportivos. Porto: Centro de Estudos dos Jogos Desportivos, 1995.
GRAÇA, A.; MESQUITA, I. A investigação sobre os modelos de ensino dos jogos 
desportivos. Revista portuguesa de ciências do desporto, Porto, v. 7, n. 3, p. 401-421, 2007.
KRAHENBÜHL, T.; LEONARDO, L. O ensino do sistema defensivo individual no handebol e 
suas considerações para a iniciação esportiva. Pensar a prática, Goiânia, v. 21, n. 1, 2018.
MATIAS, T. S. et al. Educação física escolar no ensino médio: o uso das redes sociais nos 
processos de ensino-aprendizagem a partir da perspectiva de aulas abertas. Pensar a prática, 
Goiânia, v. 21, n. 3, p. 609-620, jul./set. 2018.
MENEZES, R. P. O ensino dos sistemas defensivos do handebol: considerações metodológicas 
1.4.6 Desqualificação
A punição mais severa é a desqualificação, que pode ocorrer como 
consequência das suspensões de 2 minutos ou em atitudes que levam 
risco à saúde do adversário (agressões ou atitudes antidesportivas 
grosseiras). A desqualificação é sinalizada com um cartão vermelho e 
o jogador precisa deixar o jogo. A equipe permanece com um jogador 
a menos por 2 minutos; passado esse tempo, pode completar com ou-
tros membros.
28 Metodologia do ensino de handebol
acerca da categoria cadete. Pensar a prática, Goiânia, v. 13, n. 1, p. 1-15, jan./abr. 2010.
MESQUITA, I. M. R.; PEREIRA, F. R. M.; GRAÇA, A. B. S. Modelos de ensino dos jogos desportivos: 
investigação e ilações para a prática. Motriz, Rio Claro, v. 15, n. 4, p. 944-954, out./dez. 2009.
RYAN, R. M.; DECI, E. L. Intrinsic and extrinsic motivation from a self-determination theory 
perspective: definitions, theory, practices, and future directions. Contemporary educational 
psychology, v. 61, p. 101860, abr. 2020.
SCAGLIA, A. J. et al. O ensino dos jogos esportivos coletivos: as competências essenciais e 
a lógica do jogo em meio ao processo organizacional sistêmico. Movimento, Porto Alegre, 
v. 19, n. 4, p. 227-249, out./dez. 2013.
SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da 
aprendizagem baseada na situação. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
GABARITO
1. De maneira geral, na defesa os jogadores devem recuperar a posse de bola, dificultar 
a progressão do adversário e impedir o gol. No ataque devem manter a posse de bola 
(cuidar da bola), progredir em direção ao gol e marcar pontos. 
2. Como elemento pedagógico, o handebol permite que o iniciante depreenda 
cognitivamente as fases do jogo: defesa, transição e ataque. Ao jogar sur-
gem situações-problema que exigem que os jogadores se adequem às demandas do 
momento. Significa que eles passam a perceber e tomar decisões sobre o que fazer 
para defender, transitar e atacar. Na defesa, por exemplo, percebem que precisam 
recuperar a bola e se aproximar do adversário; no ataque, passam a entender que 
devem criar espaços para receber um passe, entre outras ações táticas.
3. A contextualização é compreender que o ensino do esporte transita pela vida e pelas 
necessidades dos aprendizes. Significa que ensinar handebol exige incluir significados 
sociais, culturais e históricos, passando pelo conjunto de crenças e ritos que cercam a 
prática e seus valores.
Histórico e evolução do handebol 29
2
Histórico e evolução do handebol
Neste capítulo apresentamos as principais narrativas históri-
cas da origem e evolução do handebol no mundo. Originalmente 
criado para ser um jogo praticado em campo aberto, sofreu 
mudanças e se tornou um esporte de espaço fechado.
O handebol moderno foi concebido na Europa, sem a defi-
nição concreta de em qual país se originou, ficando sua criação 
entre Escandinávia e Alemanha. É um esporte bastante popu-
lar e atualmente conta com mais de 30 milhões de praticantes, 
além de ser um esporte que pertence ao programa olímpico.
No Brasil a história do handebol está atrelada à imigração 
alemã, no período da Segunda Guerra Mundial. Quando o 
handebol chegou ao Brasil, ele desenvolveu-se em São Paulo, 
mas rapidamente se espalhou por todas as regiões do país. 
Conheceremos ainda neste capítulo outras histórias do han-
debol no Brasil e no mundo e alguns fatos e curiosidades que 
marcam a modalidade.
2.1 Origem do handebol moderno 
Vídeo As diferentes formas de jogos sempre estiveram presentes na histó-
ria da humanidade. As civilizações antigas sempre jogaram e usavam das 
diferentes formas de jogo para representar a vida, celebrar conquistas, 
comparar desempenhos, divertir-se e conviver. Todas essas representa-
ções atravessam os tempos e ganharam organizações sociais sofistica-
das. É o que conhecemos atualmente como esporte moderno.
É sempre difícil narrar a história dos esportes. Aqui, nossos es-
forços estão centrados na história do handebol moderno. Esse 
esporte nasceu na Europa, possivelmente na Escandinávia e 
na Alemanha, no final do século XX. Como esporte de campo, o 
handebol foi reconhecido pela primeira vez na virada do século, 
sendo G. Wallström quem introduziu o esporte na Suécia, no ano 
de 1910. (OLYMPIC COMMITTEE, 2020, tradução nossa)
As narrativas dominantes no Brasil evidenciam a importância do 
trabalho do professor Karl Schelenz para a sistematização e divulgação 
do handebol na Alemanha, no início do século XX. 
Observa-se que, entre 1938 e 1966, ambas as formas de han-
debol – de campo e indoor 1
O termo indoor caracteriza os 
esportes disputados em locais 
fechados, como ginásios de 
esportes e arenas esportivas.
1
 – foram disputadas em campeo-
natos mundiais diferentes. Jogou-se a versão ao ar livre com 11 
jogadores em cada equipe, disputado em um campo de fute-
bol, e a nova versão, praticada com 7 jogadores de cada lado 
em uma quadra coberta, versão preferida pelos escandinavos. 
(OLYMPIC COMMITTEE, 2020, tradução nossa)
Quando surgiu, o handebol possuía características distintas das conhe-
cidas atualmente. No Quadro 1 é possível verificar essas diferenças.
Quadro 1
Características do handebol no início do século XX e atualmente
Início do século XX Atualmente
- Onze jogadores por time.
- Partidas disputadas ao ar livre.
- Regras adaptadas do futebol.
- Sete jogadores por time.
- Partidas disputadas em quadras fechadas.
- Regras próprias.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Outros acontecimentos estão atrelados ao desenvolvimento do es-
porte. Em decorrênciada Primeira Guerra Mundial, as mulheres tive-
ram participação na construção do handebol. Durante as guerras elas 
trabalhavam como operárias nas fábricas e, ao que parece, o trabalho 
fabril era imposto às mulheres. Para que pudessem aguentar o traba-
lho e as angústias da guerra, as organizações sociais criaram oportuni-
dades de lazer e distração para essas mulheres, sendo esse o início da 
prática desse esporte.
A organização do esporte passa por disputas entre Alemanha e 
Áustria, que supostamente fizeram o primeiro jogo internacional no 
ano de 1925, com vitória dos austríacos por 6 x 3, e com a criação 
das primeiras instituições responsáveis por organizar a modalidade. 
“A Federação Internacional de Handebol Amador foi criada em 1928, 
em razão dos Jogos Olímpicos de Amsterdã, levando ao primeiro Cam-
O handebol é um esporte coleti-
vo de invasão e, essencialmente, 
utiliza-se das mãos para as 
ações técnicas, exceto o goleiro, 
que possui a prerrogativa de 
defender com qualquer parte do 
corpo. Handebol, em português 
brasileiro, é acomodação linguís-
tica de handball: hand (mão); e 
ball (bola) no inglês. 
Saiba mais
Para saber mais sobre a história 
das guerras, assista à minissérie 
Guerras Mundiais. A narrativa 
reúne a história de três décadas 
de conflitos da história moderna 
e está disponível no canal 
History.
Direção: John Ealer. Estados 
Unidos da América, 2014.
Série
Histórico e evolução do handebol 31
peonato Mundial de Handebol de Campo, disputado na Alemanha 
em 1938, após seu aparecimento na Olimpíada de Berlim de 1936” 
(OLYMPIC COMMITTEE, 2020, tradução nossa).
Figura 1
Acendimento da pira olímpica, 1988
Se
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gp
au
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ik
im
ed
ia
 C
om
m
on
s
“O handebol deixa o programa olímpico após as Olimpíadas de 
Berlim, em 1936, e retorna apenas no ano de 1972, nos jogos de 
Munique, também na Alemanha. Apenas os homens disputaram a 
competição e a seleção campeã foi a Iugoslávia” (OLYMPIC COMMITTEE, 
2020, tradução nossa).
Apesar de ter sido observada a participação das mulheres no de-
senvolvimento e na concepção do handebol no início do século XX, foi 
somente no ano de 1976, em Montreal, Canadá, que as mulheres pude-
ram participar da Olimpíada. Desse modo, o handebol feminino entrou 
no programa olímpico nessa época e permanece até então. A grande 
campeã dos primeiros Jogos Olímpicos, tanto na modalidade feminina 
quanto na masculina, foi a antiga União Soviética. Além disso, ao total 
onze equipes participaram da competição masculina e seis da feminina.
Presente nos cinco continentes, o handebol é praticado em mais 
de 190 países, com mais de 128 mil equipes federadas, além de ser 
praticado por mais de 30 milhões de pessoas ao redor do mundo. As 
equipes são filiadas à International Handball Federation (IFH), entidade 
internacional que regulamenta e administra o handebol.
Para conhecer mais 
sobre a história dos 
jogos olímpicos, assista 
ao documentário Tokyo 
Olympiad. O documentá-
rio narra os eventos das 
Olimpíadas de Tóquio 
de 1964 e é considerado 
um dos documentários 
esportivos de melhor 
crítica internacional. 
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=WHt0eAdCCns&ab_
channel=Olympic. Acesso em: 23 
nov. 2020.
Vídeo
A chama olímpica é um símbolo 
das Olimpíadas e atualmente 
representa a ligação histórica 
entre os rituais e as simbologias 
dos jogos antigos, que aconte-
ciam em Olímpia, na Grécia, e os 
Jogos Olímpicos atuais. A chama 
mantém-se acesa durante todo o 
período competitivo. 
Curiosidade
Assista à final feminina 
dos Jogos Olímpicos 
de Montreal, em 1976. 
Trata-se da primeira par-
ticipação das mulheres 
no programa olímpico. A 
União Soviética venceu a 
Alemanha por 14 x 11.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=cHYapfNfEDU. Acesso em: 
18 nov. 2020.
Vídeo
A participação das mulheres no 
esporte foi historicamente tardia. 
Porém, no início do handebol, 
quando ainda não era devidamen-
te regulamentado, tal participação 
não foi tardia. Por quê?
Atividade 1
https://www.youtube.com/watch?v=WHt0eAdCCns&ab_channel=Olympic
https://www.youtube.com/watch?v=WHt0eAdCCns&ab_channel=Olympic
https://www.youtube.com/watch?v=WHt0eAdCCns&ab_channel=Olympic
https://www.youtube.com/watch?v=WHt0eAdCCns&ab_channel=Olympic
https://www.youtube.com/watch?v=cHYapfNfEDU
https://www.youtube.com/watch?v=cHYapfNfEDU
https://www.youtube.com/watch?v=cHYapfNfEDU
32 Metodologia do ensino de handebol
2.2 O handebol no Brasil 
Vídeo Além de ter a história atrelada às guerras, percebemos que os es-
portes constroem significativamente parte da identidade dos povos. 
O esporte é produto e produtor da cultura, mantendo vivos rituais e 
celebrações, pois possibilita realizar encontros, competir, divertir e re-
presentar nações, seja com uso político ou não.
Com as tensões políticas no mundo e com a eminência da Segunda 
Guerra Mundial, no final dos anos 1930, imigrantes de várias partes da 
Europa fugiram para países das Américas, incluindo o Brasil. Durante 
esse processo migratório, o Brasil recebeu muitos imigrantes alemães, 
os quais se estabeleceram principalmente em São Paulo, trazendo con-
sigo suas crenças, culturas, hábitos, modos de viver e comer. Por isso 
os alemães que ao Brasil vieram trouxeram, oportunamente, o hande-
bol, o qual, a partir de então, começou a ser praticado e difundido no 
estado de São Paulo.
Anos depois, em 1940, é fundada a Federação Paulista de Handebol. 
Porém, o esporte ainda era pouco difundido em outras regiões do país, 
mesmo com muitos alemães chegando a outras regiões do Brasil. Esses 
imigrantes possivelmente não encontraram condições facilitadas para 
o desenvolvimento de sua cultura esportiva, pois foram para regiões 
menos desenvolvidas e mais remotas, como o interior dos estados do 
Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além disso, tinham necessidades 
orientadas ao trabalho, principalmente ao trabalho pesado no campo. 
Atualmente, todos os estados brasileiros possuem suas próprias fede-
rações, que são associadas à Confederação Brasileira de Handebol.
Outra figura importante para a difusão do handebol no Brasil foi o 
professor Augusto Listello. Com recorrência, a palestra por ele profe-
rida em Santos é utilizada por professores e graduandos de Educação 
Física para a apresentação histórica do handebol. Além da palestra, 
soma-se o conjunto de ações realizadas no estado de São Paulo para 
a divulgação e legitimação do handebol. Tais fatos foram importantes 
para a popularização do handebol por todo o país.
O processo de internalização da modalidade no contexto bra-
sileiro é rápido e, 17 anos após a palestra do professor Listello, o 
handebol já estava incorporado como uma das modalidades dos 
Jogos Estudantis (JEBs) e Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). 
O Museu da Imigração 
do Estado de São Paulo 
revive a história dos imi-
grantes das várias partes 
do mundo que chegaram 
e ajudaram a construir 
a cidade de São Paulo, 
incluindo os alemães. 
Disponível em: https://
museudaimigracao.org.br/. Acesso 
em: 23 nov. 2020.
Site
Qual a importância atribuída à 
disseminação do handebol com 
a vinda dos imigrantes alemães 
para o território brasileiro?
Atividade 2
https://museudaimigracao.org.br/
https://museudaimigracao.org.br/
Histórico e evolução do handebol 33
O esporte era dirigido pelo Ministério da Educação (MEC) e pela 
Confederação Brasileira de Desportos (CBD), com apoio do Comitê 
Olímpico Brasileiro (COB). Somente em 1 de junho de 1979 a Con-
federação Brasileira de Handebol (CBHb) foi fundada, tornando-se 
responsável pelo esporte no Brasil.
Atualmente, o handebol pertence à cultura esportiva brasileira, bem 
como está inserido nos currículos das escolas e nos currículos de for-
mação inicial em Educação Física.
O Brasil é um dos principais países na produção de pesquisas cientí-
ficas relativas ao handebol (SAAVEDRA, 2018). Segundo dados do CBHb 
(LIMA, 2019), o país possui aproximadamente 500 mil atletas federados 
e 1 milhão de praticantes.2.2.1 Conquistas brasileiras
Dentre os países das Américas, o Brasil é visto como favorito nas 
conquistas de títulos para ambas as categorias. Nas últimas décadas 
o Brasil dominou os campeonatos continentais e, por vezes, dividiu o 
protagonismo com a Argentina. A seleção masculina adulta foi campeã 
dos Jogos Pan-Americanos em 2003, 2007 e 2015 (Quadro 3). A seleção 
feminina, por sua vez, tem colecionado títulos em sequência tanto nos 
campeonatos sul-americanos quanto nos Pan-Americanos (Quadro 2).
Quadro 2
Principais participações em competições internacionais da seleção feminina de handebol
Jogos Pan-Americanos
Winnipeg (1999) Campeãs
Santo Domingo (2003) Campeãs
Rio de Janeiro (2007) Campeãs
Guadalajara (2011) Campeãs
Toronto (2015) Campeãs
Lima (2019) Campeãs
Campeonatos Mundiais
Brasil (2011) Quartas de final
Sérvia (2013) Campeãs
Jogos Olímpicos
Londres (2012) Quartas de final
Rio de Janeiro (2016) Quartas de final
Fonte: Elaborado pelo autor.
O atual campeão brasileiro de 
handebol masculino é o time 
de Taubaté, que fez a final 
contra a equipe do Esporte Clube 
Pinheiros. Em 2019, Taubaté foi 
campeão paulista, do sul-centro 
americano e da liga nacional. 
Já na liga nacional feminina 
de handebol quem ganhou 
foi a equipe do Esporte Clube 
Pinheiros, vencendo a equipe 
UNIP/São Bernardo por 21 a 18. 
A liga nacional de handebol, 
organizada pela Confederação 
Brasileira de Handebol, é a prin-
cipal competição de handebol 
do Brasil.
Saiba mais
34 Metodologia do ensino de handebol
Quadro 3
Principais participações em competições internacionais da seleção masculina de handebol
Jogos Pan-Americanos
Santo Domingo (2003) Campeões
Rio de Janeiro (2007) Campeões
Toronto (2015) Campeões
Jogos Olímpicos
Rio de Janeiro (2016) Quartas de final
Fonte: Elaborado pelo autor.
A seleção feminina foi campeã mundial de handebol em 2013. 
Esse é o título mais importante da história da modalidade em todas 
as categorias.
2.3 Handebol: evolução e contexto atual 
Vídeo A história do esporte moderno influencia o contexto atual e a evo-
lução das diferentes modalidades esportivas. O esporte foi usado his-
toricamente como um meio para oferecer identidades aos países, e 
também como uma demonstração de poder econômico e político. To-
das essas questões se materializam nos Jogos Olímpicos, palco maior 
das virtudes e das mazelas do esporte. A linha histórica do handebol 
nos Jogos Olímpicos ilustra um pouco disso e os Jogos Olímpicos de 
Berlim e de Munique, na Alemanha, foram decisivos para a consolida-
ção do handebol. 
A linha histórica do handebol, produzida pelo Centro de Estudos 
Olímpicos, mostra que o a modalidade esportiva fez sua estreia 
olímpica nos Jogos da XI Olimpíada de Berlim, em 1936, na ver-
são de campo e com 11 jogadores em cada equipe. O handebol 
ficou fora do programa olímpico e só foi reaparecer como de-
monstração em Helsinque, Finlândia, no ano de 1952. Voltou a 
ser incluído no programa olímpico somente na XX Olimpíada de 
Munique, Alemanha, em 1972, já na versão indoor. O handebol 
feminino, por sua vez, foi incluído nas Olimpíadas de Montreal, 
em 1976. (OLYMPIC STUDIES CENTRE, 2015, tradução nossa) 
O programa olímpico e a participação do número de equipes nas 
Olimpíadas ilustram muito a popularidade e a evolução do esporte. De 
acordo com o Olympic Studies Centre (2015), a evolução no número 
das equipes ocorre da seguinte maneira:
O canal Esporte Inte-
rativo disponibilizou os 
melhores momentos 
da final histórica entre 
Brasil e Sérvia no Mundial 
Feminino de Handebol 
de 2013.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=ZqAGMod28vU. Acesso 
em: 23 nov. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=ZqAGMod28vU
https://www.youtube.com/watch?v=ZqAGMod28vU
https://www.youtube.com/watch?v=ZqAGMod28vU
Histórico e evolução do handebol 35
2008-2016 
24 equipes (12 
masculinas e 
12 femininas)
1936 
6 times 
(masculinos)
1972 
16 times 
(masculinos)
1976 
17 equipes 
(11 masculinas 
e 6 femininas) 1980-1984 
18 equipes 
(12 masculinas e 
6 femininas)
1988-1996 
20 equipes (12 
masculinas e 8 
femininas) 2000-2004
 22 equipes (12 
masculinas e 
10 femininas)
Am
m
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hu
tte
rs
to
ck
A participação do handebol no programa olímpico é relativamente 
recente e é retomada pela consolidação do handebol no formato indoor 
e pela popularização e consolidação do esporte em outros continentes 
além da Europa. Apenas em 2008 o número de equipes femininas foi o 
mesmo das equipes masculinas.
2.3.1 Seleção brasileira campeã do Campeonato 
Mundial de Handebol Feminino
Diante de inúmeras dificuldades encontradas, o que parecia impos-
sível aconteceu: a seleção brasileira feminina consagrou-se campeã do 
Campeonato Mundial de Handebol, que aconteceu na Sérvia em 2013. O 
feito foi tão incrível que os únicos países de fora da Europa que conquis-
taram o título mundial de handebol foram Brasil e Coreia do Sul.
A seleção brasileira apresentava atuações convincentes no hande-
bol, porém resultados decepcionantes. Nas Olimpíadas de Londres, em 
2012, ficou bem colocada, apesar de não ser campeã; já no campeona-
to mundial, fez uma excelente campanha na fase de grupo e conquis-
tou uma vitória extraordinária contra a Holanda nas oitavas de final. A 
barreira a ser superada eram quartas de final, pois os traumas recentes 
do Brasil eram em eliminações justamente nessa fase da competição.
Figura 2
Quadra de handebol nos Jogos Olímpicos de 2012
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O jogo completo das 
quartas de final entre 
Brasil e Noruega pode 
ser assistido na íntegra 
no canal oficial dos Jogos 
Olímpicos.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=LeRgNOPCtIk. Acesso em: 
23 nov. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=LeRgNOPCtIk
https://www.youtube.com/watch?v=LeRgNOPCtIk
https://www.youtube.com/watch?v=LeRgNOPCtIk
36 Metodologia do ensino de handebol
As mulheres do Brasil derrotaram a Hungria por 33 x 31, vence-
ram a Dinamarca por 27 x 21 e se classificaram para final (inédita) do 
Campeonato Mundial contra a equipe do país-sede dos jogos, a Sérvia. 
O dia 22 de dezembro de 2013 foi, sem dúvidas, o dia mais importante 
da história do handebol brasileiro. O Brasil superou os mais de 20 mil 
torcedores sérvios para conquistar o título. O placar final da partida foi 
de 22 x 20 para o Brasil.
Os nomes que participaram da conquista podem ser visualizados 
no quadro a seguir.
Quadro 4
Quadro de atletas e comissão técnica brasileira para o Campeonato Mundial de 2013
Comissão Técnica
Técnico: Morten Soubak
Assistente técnico: Alex Aprile
Supervisora: Rita Orsi
Médico: Leandro Gregorut Lima
Fisioterapeuta: Marina Gonçalves Calister
Nutricionista: Júlia do Valle Bargieri
Psicóloga: Alessandra Dutra
Massoterapeuta: Aparecida da Rocha Pereira Alves
Atletas
Alexandra Priscila do Nascimento 
Elaine Barbosa
Amanda Andrade
Fabiana Diniz
Ana Paula Belo
Fernanda Silva
Bárbara Arenhart
Mariana Costa
Daniela Piedade
Karoline de Souza
Deborah Nunes
Mayara Moura
Denise Cavaleiro
Mayssa Pessoa
Eduarda Amorim
Samira Rocha
Fonte: Elaborado pelo autor.
As mulheres brasileiras derem uma alegria inesperada, inédita e 
emocionante para o esporte nacional. Elas ajudaram significativamente 
a popularizar e a legitimar o papel das mulheres no esporte.
2.3.3 Curiosidades do handebol
O handebol, ao adequar as suas regras e estruturas ao longo 
da história, criou particularidades, mudou o seu espaço de jogo 
e criou modalidades e formas de jogar. As curiosidades vão desde as 
diferenças entre as bolas até a criação de uma adaptação do jogo para 
ser jogado na areia.
As bolas de handebol não são todas iguais, existem três tamanhos 
de bola regulamentados pela Federação Internacional de Handebol: 
H3, H2 e H1. Para facilitar a aderência da bola com a mão, os jogadores 
usam uma cola (específica da modalidade e permitida pela regra) na 
ponta dos dedos para facilitar o manejo e o controle da bola.
Quadro 5
Especificaçõesdas bolas de handebol
Bola Categoria Medidas
H3
Masculina adulto e jovens (acima 
de 16 anos)
58 a 60 cm de circunferência 
e 425 a 475g
H2
Feminina adulta e meninas jo-
vens (acima de 14 anos); meni-
nos (12 a 16 anos)
54 a 56cm de circunferência e 
325 a 375g
H1
Meninas (8 a 14 anos) e meninos 
(8 a 12 anos)
50 a 52cm de circunferência e 
290 a 330g.
Em uma reportagem da revista Superinteressante (OLIVEIRA; CLE-
TO; GUSMAN, 2017) foi observado que a bola é o embrião dos espor-
tes coletivos e está no contexto dos esportes, jogos e ritos há mais 
de 12 mil anos. As bolas sempre tiveram particularidades culturais. 
Dziurek/Shutterstock
Histórico e evolução do handebol 37
38 Metodologia do ensino de handebol
Há registros de bolas feitas de crânios revestidos de pele, palha, cipó e 
até de bexiga de animais. No obscurantismo da nossa história há relato 
inclusive de práticas de decapitação humana de guerreiros contra seus 
adversários como símbolo de triunfo.
Já as vestimentas esportivas são adventos mais recentes, jogava-se 
com roupas do dia a dia e na década de 1960 as vestimentas eram 
feitas principalmente de algodão; o grande problema é que quando 
eram molhadas dificultavam a prática do esporte. No século XXI os 
uniformes e vestimentas são carregados de tecnologias, oferecendo 
conforto, vantagem mecânica e promovendo o marketing esportivo.
Dz
iu
re
k/
Sh
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te
rs
to
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Em 2019, o Campeonato Mundial de Handebol Masculino quebrou 
vários recordes, incluindo o maior número de espectadores e audiência 
global de televisão cumulativa, cerca de 2 bilhões de público cumulativos 
da televisão. O handebol é um esporte dominado pelos países europeus, 
tanto no masculino como no feminino, o maior destaque do Brasil foi nos 
anos de 2012 e 2014 com jogadoras eleitas melhores do mundo: Alexan-
dra Nascimento (Alê) e Eduarda (Duda) Amorim, respectivamente.
Nos últimos anos franceses e norueguesas dominaram o handebol. 
As norueguesas conquistaram a medalha de ouro tanto em Pequim, 
2008, quanto em Londres, 2012, consagrando-se bicampeões olímpi-
cos. Os franceses são hexacampeões mundiais e conquistaram esse 
feito jogando em casa contra a talentosa seleção da Noruega em 2017, 
Conheça um pouco dos 
arremessos precisos e 
potentes da atleta Duda 
no vídeo Eduarda Amorim 
is power & precision! | Se-
mi-final | DELO WOMEN’S 
EHF FINAL4, publicado 
pelo canal The Home of 
Handball. O vídeo apre-
senta um apanhado de 
movimentos da atleta.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?list=RDCMU-
C5F7T3y7PF_1A3JvHfgm5rQ&v=-
Ditky8LxyOE&feature=emb_rel_
end. Acesso em: 18 nov. 2020.
Vídeo
Em 2013, as mulheres do Brasil 
conseguiram um feito inédito 
para o handebol e conquistaram 
o título do campeonato mundial 
de handebol feminino. A partir 
do que foi trabalhado, como o 
Brasil se posiciona em relação 
às outras equipes, em termos 
de conquistas e destaque 
internacional? 
Atividade 3
https://www.youtube.com/watch?list=RDCMUC5F7T3y7PF_1A3JvHfgm5rQ&v=Ditky8LxyOE&feature=emb_rel_end
https://www.youtube.com/watch?list=RDCMUC5F7T3y7PF_1A3JvHfgm5rQ&v=Ditky8LxyOE&feature=emb_rel_end
https://www.youtube.com/watch?list=RDCMUC5F7T3y7PF_1A3JvHfgm5rQ&v=Ditky8LxyOE&feature=emb_rel_end
https://www.youtube.com/watch?list=RDCMUC5F7T3y7PF_1A3JvHfgm5rQ&v=Ditky8LxyOE&feature=emb_rel_end
https://www.youtube.com/watch?list=RDCMUC5F7T3y7PF_1A3JvHfgm5rQ&v=Ditky8LxyOE&feature=emb_rel_end
Histórico e evolução do handebol 39
vencendo a partida por 33 a 26 e, assim, consolidando grande prestígio 
mundial. As norueguesas são tricampeãs mundiais, vencendo a Holan-
da em 2015. A seguir, veja mais algumas curiosidades do handebol.
 O Brasil nunca ganhou uma medalha olímpica no handebol.
 O primeiro curso internacional de árbitros da IHF aconteceu em 1947.
 O segundo Campeonato Mundial de Handebol Masculino foi disputado na França 
em 1948, sendo o primeiro organizado pela IHF.
 O primeiro Campeonato Mundial de Handebol Feminino foi disputado em 
Budapeste, na Hungria, em 1949, na versão de campo.
 O primeiro Campeonato Mundial de Handebol Feminino de quadra foi disputado 
em 1957 na Iugoslávia.
 Em 1969 foi confirmado o fim do handebol de campo, devido à impossibilidade de 
organizar competições internacionais pela falta de equipes.
 O primeiro prêmio IHF de Jogador do ano foi conferido em 1988. Dois iugoslavos 
venceram a premiação: Svetlana Kitić (mulheres) e Veselin Vujović (homens).
 O handebol brasileiro estreou nas Olimpíadas somente em 1992, durante os Jogos 
Olímpicos de Barcelona (Espanha).
 Apenas nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, o número de equipes masculinas 
e femininas foram as mesmas (12 cada) nas competições de handebol.
 A modalidade de praia do handebol (beach handball, handebol de areia) estreou 
nos Jogo Mundiais da Colômbia em 2013.
 Em 2018 o handebol de areia estreou no programa dos Jogos Olímpicos da Juven-
tude em Buenos Aires, Argentina.
As curiosidades do handebol mostram uma história dinâmica, com 
fatos que ilustram uma modalidade ainda jovem, mas bastante sólida 
na construção da sua identidade. A história do mundo, as glórias e as 
tragédias da humanidade perpassam as histórias dos esportes.
Assista à final eletrizante 
entre Brasil e Croácia 
do Mundial de Beach 
Handball de 2014 no 
Recife. 
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=WjrzeH-
01WOs&pbjreload=101 . Acesso 
em: 23 nov. 2020.
Curiosidade
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste capítulo que o handebol tem suas raízes na Euro-
pa e surgiu, evolui e se espalhou pelo mundo sob a luz das tensões 
das grandes guerras. A história desse esporte tem como marco os 
https://www.youtube.com/watch?v=WjrzeH01WOs&pbjreload=101
https://www.youtube.com/watch?v=WjrzeH01WOs&pbjreload=101
https://www.youtube.com/watch?v=WjrzeH01WOs&pbjreload=101
40 Metodologia do ensino de handebol
Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, no qual a modalidade fez sua 
aparição mundial. O handebol deixa o campo aberto e as amarras 
do futebol, passando a ser jogado nas quadras, em espaço coberto. 
Os sete jogadores em cada lado da quadra fazem do handebol atual 
um esporte dinâmico, divertido de jogar e de assistir.
REFERÊNCIAS
LIMA, P. Versão Brasileira. Confederação brasileira de handebol, 17 mar. 2019. Disponível 
em: https://cbhb.org.br/v1/colunas/time-out/12858/versao-brasileira. Acesso em: 23 nov. 
2020.
OLIVEIRA, L. H. de; CLETO, P; GUSMAN, S. Quem inventou a bola? Superinteressante, 18 jan. 
2017. Disponível em: https://super.abril.com.br/saude/historia-dos-esportes-olha-a-bola/. 
Acesso em: 23 nov. 2020.
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OLYMPIC STUDIES CENTRE. Handball: history of handball at the OLYMPIC COMMITTEE. 
2015. Disponível em: https://stillmed.olympic.org/AssetsDocs/OSC%20Section/pdf/QR_
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SAAVEDRA, J. M. Handball Research: state of the art. Journal of Human Kinetics, v. 63, p. 5-8, 
2018. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/327864133_Handball_
Research_State_of_the_Art. Acesso em: 23 nov. 2020.
GABARITO
1. Porque a origem do handebol está atrelada e contextualizada no bojo das grandes 
guerras. As mulheres nos períodos de guerra passaram a exercer o trabalho pesado 
nas fábricas alemãs, então, como forma de recreação, para aliviar as tensões e angús-
tias da guerra, foram encorajadas a jogarem handebol.
2. Cada país constrói historicamente costumes, crenças e valores próprios. As pessoas 
desses países, em alguns casos, são motivadas a migrarem para outros lugares por fa-
tores externos, como a guerra. Neste sentido, muitos imigrantes alemães vieram para 
o Brasil e se estabeleceram no estado de São Paulo e lá passaram a reconstruir sua 
cultura, incluindo os jogos. É nesse contexto que o handebol passa a se disseminar 
pelas várias regiões do Brasil.
3. O título mundial da seleção feminina

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