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OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS

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06/07/2022 13:01 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/18
 
 
 
 
 
 
 
 
OFICINAS, LUDICIDADE E JOGOS
COOPERATIVOS
AULA 6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Profª Maria Cristina Trois Dorneles Rau
CONVERSA INICIAL
OFICINAS DE JOGOS E BRINQUEDOS
Olá! Chegamos à aula em que objetivamos apresentar as oficinas lúdicas, os conceitos que se
aproximam dessa abordagem, a organização do espaço e reflexões sobre o papel do educador lúdico.
E, depois de todos os aspectos teóricos que pretendem explicitar o assunto, descreveremos temas que
poderão tornar a prática lúdica divertida, prazerosa e capaz de propiciar aprendizados significativos a
todas as crianças no ambiente escolar ou em outros espaços que se destinem à recreação. Fique
atento(a), articule o conteúdo da aula às suas reflexões e divirta-se enquanto aprende!
TEMA 1 – A LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO
A ludicidade na educação aborda a elaboração de planejamentos e a prática com o brincar como
princípio educativo. Compartilhamos com você aspectos organizacionais das oficinas sem que
tenhamos a pretensão de esgotar o assunto. Isso porque cada grupo de crianças, jovens ou adultos irá
requerer uma dinâmica diferente de oficina e, desse modo, o planejamento consistirá em escolher
estratégias que venham ao encontro dos interesses do grupo a ser atendido. No que se refere à
educação especial, esses interesses precisam ir ao encontro das necessidades educativas dos
estudantes.
1.1 OFICINAS LÚDICAS: CRIATIVIDADE E IMAGINAÇÃO
Aproximar as diversas formas que caracterizam a ludicidade aos diversos tipos de oficinas não é
uma tarefa tão simples. Dizemos isso porque nos referimos aos vários conceitos de oficinas.
As oficinas lúdicas se fundamentam na ideia de prática, interação e proatividade. Rau (2020, p. 47)
esclarece a origem da expressão:
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O termo oficina é de origem latina e originalmente caracteriza um local destinado ao reparo de
produtos industriais como as oficinas mecânica e a marcenaria. Dessa forma, quando se pensa em
oficina espera-se um trabalho prático em que todos participam e constroem alguma coisa. A palavra
ludus, também de origem latina, remete às brincadeiras, aos jogos de regras, recreação, competições
e jogos teatrais.
Com efeito, a oficina lúdica envolve as vivências com os jogos e brincadeiras por meio dos quais a
criança cria e recria suas reflexões, elabora suas estratégias de ação e, dessa forma, se constitui como
protagonista da sua própria história.
Outros conceitos são importantes, nessa abordagem. Entre eles estão as ideias de criatividade e
imaginação. Você já parou para pensar sobre a criatividade? Será que as pessoas já nascem sendo
criativas? E para que serve a criatividade, na vida humana? A criatividade não é uma habilidade inata,
como se pensa; ela surge de forma gradual, desenvolvendo-se conforme cada fase da vida da criança.
Por conseguinte, a criatividade vai se ampliando conforme o repertório cultural e social com que lidam
a criança, o jovem e o adulto.
Vigotski (2014) esclarece que, para se falar de criatividade e imaginação, há de se passar pelos
conceitos de fantasia e realidade. Para o teórico, “a primeira forma de vinculação da fantasia com a
realidade consiste no fato de que qualquer ato imaginativo se compõe sempre de elementos tomados
da realidade e extraídos da experiência humana pregressa” (Vigotski, 2014, p. 10). Nesse sentido,
podemos nos referir às vivências da criança desde seus primeiros anos de vida. Logo que nasce e se
desenvolve, ela já está submetida às diversas formas de interação dos adultos. Por exemplo, a da mãe,
que, afetuosamente, segura seu bebê no colo, enquanto o amamenta. Ela não o faz de forma mecânica,
mas imprime gestos de afeto ao olhar para seu bebê, acarinhar seu corpo e lhe acolher no seu colo. Da
mesma forma, podemos pensar no pai, no avô, no tio ou na tia que anda pela sala com a criança em
seus braços logo que ela termine de ser amamentada. O adulto toca, acarinha, fala, cantarola, ri, olha
para a criança e, dessa maneira, amplia a interação da criança consigo e com o ambiente. “Desse modo,
a fantasia se constrói sempre a partir dos materiais captados do mundo real” (Vigotski, 2014, p. 11).
Mais tarde, quando essa criança estiver na escola de educação infantil ou nos anos iniciais do
ensino fundamental, ela irá dispor dessa experiência afetiva, expondo seus sentimentos em relação às
outras pessoas, espaços e ambiente. O afeto dedicado aos bebês lhes auxilia na construção de seus
vínculos com o ambiente e as pessoas e, dessa forma, se torna primordial para as interações sociais.
Uma criança que se sinta acolhida se sente mais segura para interagir e conhecer outras pessoas e
espaços. Por outro lado, as experiências lúdicas da criança farão com que ela construa um repertório de
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vivências que lhe possibilitam a base do seu desenvolvimento sensorial, motor, cognitivo e social. E,
isso se reflete na imaginação.
Para Vigotski (2014, p. 12), “a atividade criadora da imaginação está relacionada diretamente com a
riqueza e a variedade da experiência acumulada pelo homem, uma vez que essa experiência é a
matéria-prima a partir da qual se elaboram as construções da fantasia”. Contudo, quanto mais ricas
forem as experiências das crianças na escola, na família e em outros contextos, maior será a sua
capacidade de imaginação. Desse modo, conforme vamos nos desenvolvendo, adquirimos mais
experiências e nos tornarmos mais criativos. Como consequência, nos tornamos mais capazes de criar
alternativas para a resolução de problemas, e é desse modo que a criatividade atende à evolução
humana. A criatividade serve para a resolução de problemas.
1.2 OFICINAS: PARA QUEM E POR QUÊ?
As oficinas lúdicas desenvolvem a capacidade reflexiva e crítica dos educandos, além da sua
criatividade, pois lhes propiciam a reflexão sobre as práticas realizadas em jogos e brincadeiras. Apesar
de você ter percebido que o processo do jogo é bem mais significativo para a aprendizagem dos
educandos do que o seu resultado (vencer ou perder), jogar e brincar servem para muitos aprendizados
que certamente transformam o sujeito para toda a sua vida.
O jogo, considerando suas possibilidades de descoberta pelos participantes, evoca a emoção, o
raciocínio e a memória, que contribuem para a resolução de problemas, e isso envolve aprendizados e
transformações sociais. “Brincando, as pessoas se relacionam sem preconceitos nem amarras e se
preparam para encarar aquelas situações vitais que lhes vão permitir definir sua própria identidade”
(Bernabeu, 2012, p. 56).
Desse modo, as vivências lúdicas, por meio de oficinas, facilitam a aprendizagem e o
desenvolvimento, pois contribuem para a estruturação da linguagem e do pensamento. Por meio das
oficinas lúdicas, as crianças resgatam cenas do seu cotidiano e as revivem de maneira livre e
espontânea. E, como esclarece Vigotski (2014), no jogo a criança antecipa situações e resolve possíveis
conflitos emocionais que possam surgir futuramente. Brincando, a criança representa papéis, interpreta
o meio da maneira com que o compreende e o reinventa à sua maneira. Com efeito, as oficinas lúdicas
contribuem para que os educandos, com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento (TGD)
ou não, diminuam a importância de suas dificuldades, mudando a sua percepção sobre o erro,
consequentemente fortalecendo sua resistência à frustração.
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Assim, as oficinas lúdicas são práticas para pessoas de diferentes idades que tenham como
objetivo participar de atividades práticas e coletivas para aprender se divertindo e se divertir
aprendendo. E isso envolve as necessidades educativas das crianças comdeficiências e TGD. “Resgatar a
autoestima dos educandos com necessidades especiais é essencial no processo educacional e os
educadores podem melhorar as condições de aprendizado destas crianças quando criam um ambiente
propício e adequado à inclusão” (Rau, 2020, p. 18). As oficinas lúdicas atendem a quem deseja conhecer
novas formas de se relacionar com o meio, consigo e com os outros, desenvolver habilidades intra e
interpessoais que torne o indivíduo mais flexível diante do erro e estabelecer metas para uma vitória
coletiva e cooperativa.
TEMA 2 – O ESPAÇO DAS OFICINAS LÚDICAS
Será que organizar o espaço faz diferença, na prática das oficinas? Sim, organizar o espaço
contribui para que a brincadeira das crianças ocorra livremente, estimulando a expressão de suas
vivências lúdicas. Muitas vezes, você já deve ter ficado frustrado(a) porque planejou uma aula, uma
oficina ou mesmo uma simples atividade nos mínimos detalhes e, quando a desenvolveu com as
crianças, não obteve o resultado esperado. Por vezes, elas se mostraram agitadas ou apáticas durante a
atividade e você ficou sem saber por quê. Isso pode ter ocorrido pela falta de organização do espaço e
isso não quer dizer que ele não estivesse arrumado, mas que não estava adequado às dimensões
educativas necessária para o desenrolar da atividade. Vamos conhecer mais sobre o espaço das oficinas
lúdicas?
2.1 ESPAÇO FÍSICO
O espaço é um elemento importante para as oficinas lúdicas, para a definição dos seus objetivos, e
isso implicará, também, a sua organização, visto que as necessidades e interesses dos educandos
podem ser mais bem alcançados considerando-se o local escolhido para as práticas. As oficinas lúdicas
podem envolver temas como a literatura, a musicalização, o faz de conta, os brinquedos e os jogos de
mesa e outros itens que poderão ser criados com a ajuda das crianças. Dessa forma, após escolher o
tema que implicará a elaboração de práticas lúdicas, você precisará pensar no espaço que as abrigará.
Se a sua oficina envolver a confecção de brinquedos com materiais alternativos, a sala de artes será
adequada, pois lá o mobiliário conterá mesas ou bancadas, material escolar e das artes visuais. Se a sua
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opção for por jogos motores, o pátio, o bosque e outros espaços amplos poderão melhor atender à
demanda de movimento das crianças.
Como você pode ter compreendido, o espaço precisa atender ao tipo de atividade prática que se
pretende desenvolver. Assim, veja as sugestões de escolha do espaço físico para uma oficina lúdica no
Quadro 1.
Quadro 1 – Espaços físicos para oficinas lúdicas
Oficina lúdica Espaço físico
Faz de conta: dramatização, teatro, fantoches,
fantasias
Sala de aula, auditório (tablado), cozinha, sala de artes, sala de movimento
Musicalização: bandinha rítmica, confecção de
instrumentos musicais com materiais
alternativos, jogos musicais, expressão
corporal
Sala de música, auditório, sala de artes, sala do movimento, espaço com
tablado de madeira emborrachado (com estimulação auditiva para educandos
com deficiência), espaços abertos (bosques, quadras, praças, pátios)
Jogos de regras (jogos com movimentos)
Quadras esportivas, espaços abertos (bosques, quadras, praças, pátios),
parques
Literatura
Biblioteca, sala de aula, sala de artes (para confecção de livros coletivos),
brinquedotecas, bosques
Artes plásticas
Sala de movimento, sala de artes, sala de aula, bosques, parques com areia e
água
Brinquedos com sucata (industrializados ou
naturais)
Sala de artes, pátios, sala de aula, brinquedoteca
Apresentamos, no Quadro 1, algumas sugestões de espaços para as oficinas lúdicas envolvendo
temas comuns; no entanto, outros espaços poderão ser utilizados para os mesmos fins, desde que
comportem as crianças participantes das oficinas com liberdade para o movimento e interações.
2.2 ESPAÇO: FUNCIONAL E RELACIONAL
O item anterior apontou algumas ideias para a organização do espaço físico para as oficinas
lúdicas. No entanto, não é apenas essa dimensão que contribuirá para o sucesso da sua oficina – outros
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dois aspectos ainda são importantes. Observe o exemplo a seguir.
O professor Sérgio atuava com uma turma de primeiro ano do ensino fundamental, na etapa
de alfabetização das crianças. Por volta do terceiro mês de aula, o professor decidiu organizar uma
oficina de alfabetização para seus estudantes. Planejou a oficina por duas semanas, escolheu o
espaço, os recursos, as atividades e tudo o que poderia contribuir para que a prática estimulasse a
aprendizagem dos estudantes. No dia marcado, convidou as crianças para irem à biblioteca
participar da oficina. Lá, ele organizou as mesas unidas, para que pudessem acolher os recursos.
Em uma delas, o professor ofertou livros com histórias infantis, revistas em quadrinhos,
suplementos infantis dos jornais locais, folders de supermercados conhecidos, papéis, lápis e
borrachas. Na outra mesa, o professor distribuiu jogos com o alfabeto, massinha de modelar, lápis,
gizes de cera, canetas coloridas e papéis para desenho e painéis com traços nas linhas horizontal e
vertical. Quando chegou com as crianças, destinou um tempo para que manuseassem os materiais
e depois começou a atividade. Contou uma história de um dos livros e pediu para que usassem os
recursos da segunda mesa para representar, com desenho ou escultura com massinha de modelar,
os personagens que mais achassem interessantes na história lida. Após ouvirem a história, as
crianças fizeram perguntas ao professor e foram elaborar a prática proposta. Uma das crianças
gostava muito de fazer esculturas e apresentava ótima habilidade de manipulação com a massinha
de modelar. Logo terminou seu primeiro personagem e, entusiasmada, disse em tom de voz mais
alto: “Profe, terminei!”. Seus colegas, que estavam na outra mesa, a ouviram e logo correram para
ver o que ela tinha produzido. Foi um alvoroço só, o que é natural para a atividade e a faixa etária
das crianças.
O exemplo descrito demonstra aspectos ligados às interações entre as crianças, e isso é esperado,
de acordo com o tema da oficina. No entanto, a dificuldade em mover-se pelo espaço prejudica as
possibilidades de interação entre as crianças, o que diz respeito ao aspecto relacional do espaço. O
espaço da oficina deverá sempre considerar que as crianças são curiosas e gostam de interagir com os
colegas; dessa forma, sempre precisará propiciar interações.
Existem várias possibilidades de resolver a questão, e uma delas é organizar um ambiente para a
leitura da história na biblioteca e outro para a prática em um espaço mais amplo, em que as crianças
possam circular, interagir e trocar suas experiências: o espaço do pátio coberto, com mesas e cadeiras
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ou colchonetes, por exemplo. Assim, todos poderiam trabalhar de acordo com suas necessidades e
interesses e visualizar as atividades dos colegas, ampliando a sua comunicação e a sua interação.
No que diz respeito ao aspecto funcional, este se refere à utilização de espaços com temas
próprios para determinado tipo de atividade mas que, pela sua funcionalidade, podem se destinar a
outras práticas. Por exemplo, o auditório serve para a apresentação de teatro e palestras; no entanto,
seu palco ou seu espaço para plateia serviriam para uma atividade de contação de história. Os
educandos poderiam se organizar no palco ou mesmo nas cadeiras do auditório, em círculo, enquanto
o professor contasse a história. Isso implica dizer que o espaço das oficinas é físico e, desse modo, tem
uma dimensão difícil de se intervir, já que não se pode quebrar paredes ou ampliar tetos; mas há nele
uma dimensão relacional, que diz respeito ao seu potencial interativo, e outra funcional, que diz
respeito ao seu uso para diferentes funções.
Pensar nessesaspectos propiciará que a oficina tenha maior chance de sucesso, já que o espaço é
um dos elementos dinamizadores de uma prática lúdica organizada e significativa para os educandos.
TEMA 3 – O ASPECTO LÚDICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO
O brincar como princípio educativo está presente na prática pedagógica dos professores na
educação infantil e no ensino fundamental. Nessa perspectiva, a mediação docente entre as ações
lúdicas da criança possibilita diversas vivências inclusivas para as crianças, no ambiente escolar ou
recreativo. Desse modo, as interações e brincadeiras das crianças dependem das condições que
encontram para brincar na escola e em espaços recreativos. Se a escola não oferecer tempo, espaço,
brinquedos e recursos para as crianças brincarem, a brincadeira provavelmente se desenvolverá de
maneira precária.
Os brinquedos confeccionados com sucata ou mesmo os industrializados incitam as interações.
Existe uma infinidade de brinquedos e recursos lúdicos que poderão estar à disposição das crianças,
desde brinquedos confeccionados com materiais alternativos ou industrializados, como jogos de
tabuleiro, petecas, bonecos, carrinhos, bilboquês e outros. Com efeito, a prática lúdica com crianças e
jovens com deficiências ou TGD favorecerá o processo de desenvolvimento e aprendizagem, a
socialização e a inclusão de todos.
3.1 COMO O BRINCAR SE RELACIONA COM A EDUCAÇÃO NA ESCOLA?
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As crianças sentem-se motivadas a brincar quando têm acesso a brinquedos e recursos lúdicos de
qualidade; no entanto, a possibilidade de criar e desempenhar papéis nas brincadeiras é um aspecto
que lhes chama a atenção. Por conseguinte, quando as crianças se interessam por fantasias e se vestem
de maneira a incorporarem os personagens das histórias infantis, por exemplo, logo se imaginam
atrizes e atores. Isso é importante para o desenvolvimento afetivo e social das crianças, já que imitar,
fazer de conta que é outra pessoa possibilita que as crianças e jovens resgatem as vivências sociais da
sua própria existência, refazendo a sua realidade.
Desse modo, crianças com deficiências, TGD, dificuldades relacionais e de aprendizagem podem se
beneficiar da prática lúdica, o que, por conseguinte, irá propiciar que aprendam a utilizar outros tipos
de linguagem além das habituais. Referenciando-se à vida dos personagens das histórias, contos e
lendas, elas desenvolvem o pensamento, organizam os fatos e criam novas sequências. E isso
contribuirá para a aprendizagem de todos os componentes curriculares: para a construção da noção de
tempo e espaço, na história e na geografia; para o desenvolvimento do raciocínio lógico, na
matemática; da expressão, nas artes, na língua portuguesa e na estrangeira; da expressão corporal, na
educação física; da percepção, na música; e de várias outras habilidades importantes para o processo
de aprendizado escolar. “Com a evolução do autocontrole entre os 6 a 8 anos, a maioria das crianças
passa a se manter mais atenta em sala de aula e a ser capaz de ignorar a maioria dos estímulos
distratores” (Jacowski et al., 2014). No entanto, as crianças com deficiências e TGD podem apresentar
dificuldades nessa habilidade, o que requer maior atenção dos professores para auxiliá-las nas
atividades.
O brincar educativo promove uma intersecção entre o brincar e as outras atividades realizadas na
escola. Com efeito, desenvolver propostas lúdicas na escola faz com que se perceba a importância da
brincadeira e das interações nas ações das crianças. As experiências criativas e de expressão, as
situações que envolvem as relações sociais e culturais, a apreciação estética, o movimento, a escrita, o
desenho, a dramatização e a criação de brinquedos promovem condições para que as crianças ampliem
seu conhecimento sobre o meio e o mundo.
3.2 QUAL A FUNÇÃO DOS PROFESSORES NAS BRINCADEIRAS?
Os professores e todos os profissionais da educação que fizerem uso do brincar como princípio
educativo precisarão inicialmente conhecer como elaborar a organização do espaço, das atividades e
dos recursos que promovam a vivência dos papéis assumidos pelas crianças em uma brincadeira. Outro
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aspecto importante é a observação das crianças em situações lúdicas, e claro que isso se refere aos
diversos tempos e espaços escolares em que as crianças brincam. Ao observar as crianças brincando, os
adultos percebem as suas dimensões relacionais que, na maioria das vezes, são camufladas pelas
atividades tradicionais de ensino. Por exemplo, uma criança que não consegue armar uma conta de
adição corretamente pode saber somar, classificar, seriar, mas apresentar dificuldades na compreensão
do que é unidade, dezena e centena ou mesmo na organização espacial, uma habilidade psicomotora
importante para o processo de aprendizagem da matemática. Veja o exemplo a seguir.
Calcule a soma: 23 + 42 = __. A armação correta da soma seria:
Assim, o resultado correto é 65. No entanto, uma criança com dificuldades como as apontadas
anteriormente poderá armar a conta de outra maneira:
Como você pode perceber, o resultado não está correto pois a ordem dos números está posta de
forma equivocada. Os professores de matemática poderiam fazer a correção de forma a não perceber
que essa criança sabe somar, mas não conhece a ordem e o lugar da unidade e da dezena. Já se isso
ocorrer por meio de um jogo em que a criança precise somar objetos ou brinquedos, isso seria avaliado
de outra forma. Desse modo, brincar como princípio educativo requer habilidades e conhecimentos,
dos professores, que vão além da prática de jogos e brincadeiras.
Tudo isso diz respeito a questionamentos que você deverá fazer ao propor brincar como princípio
educativo. Observe atentamente as crianças: como são suas ações sobre os objetos? Quais papéis elas
expressam e como lidam com as relações que são estabelecidas por meio da sua expressão corporal?
Como lidam com as regras, com as suas intencionalidades e os seus comportamentos nas brincadeiras
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coletivas? Elas possuem iniciativa e autonomia? Essas observações possibilitarão a percepção de como
as crianças pequenas e as maiores brincam e se relacionam com os objetos e com os outros.
Também será fundamental que você conheça as abordagens sobre o desenvolvimento e a
aprendizagem infantis. Por exemplo, nas brincadeiras de casinha, as crianças pequenas brincam
explorando os objetos e não se preocupam com a continuidade das ações. Dessa forma, podem
acomodar a boneca, dar-lhes alimento e logo levá-las para a escola. Enquanto que as crianças maiores
já desenvolvem ações mais elaboradas, como as do seu cotidiano doméstico, por meio da brincadeira.
Assim, por meio da imitação, podem organizar a louça, alimentar as bonecas e as levar para a escola, e
todas essas ações serão representadas como se as crianças fossem seus pais, diferentemente das
crianças menores, que apenas reproduzirão as ações dos adultos.
Por conseguinte, o professor estimulará a vivência de papéis na brincadeira de maneira mais rica,
se intervindo nos processos cognitivos, motores e psicológicos das crianças: organizar o espaço e o
tempo (onde brincar), os objetos e brinquedos (com o que brincar), as relações (com quem brincar)
promove uma ação educativa para todos os estudantes.
TEMA 4 – A BRINQUEDOTECA E AS BRINCADEIRAS NA ESCOLA
A metodologia lúdica e as oficinas na escola podem proporcionar a interação entre todos os
estudantes, sejam eles com ou sem deficiências ou TGD. Isso ocorre porque, entre vários aspectos, no
mesmo espaço poderão brincar estudantes com idades, interesses e necessidades diferentes. Contudo,
você deve ter visto que as relações entre as pessoas, na sociedade atual, são diversas e, dessa forma,
existem muitos obstáculos para as brincadeiras, como a falta deespaço público para que as crianças
possam brincar umas com as outras, a violência urbana, que inibe a liberdade das brincadeiras fora do
espaço doméstico, o processo de escolarização de modo precoce etc. Perante esse contexto, as oficinas
lúdicas são um meio de favorecer as brincadeiras integradas ao aprendizado escolar.
4.1 A BRINQUEDOTECA NA ESCOLA: ESPAÇO DE EDUCAÇÃO LÚDICA
A brinquedoteca comumente tem jogos, brinquedos e recursos lúdicos confeccionados com
materiais alternativos, materiais escolares e jogos e brinquedos industrializados. Estes ainda podem se
dividir em estruturados ou não estruturados. Os primeiros dizem respeito aos brinquedos com formas e
que comumente remetem a temas para as brincadeiras; já os segundos se referem aos materiais sem
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formas definidas e que suscitam vários tipos de brincadeiras, sem necessariamente estarem ligados à
sua função como objetos. Você também poderá organizar um espaço lúdico ou uma brinquedoteca na
sua escola e, para isso, contar com a colaboração da equipe pedagógica, dos professores das diversas
áreas e de todas as pessoas que acreditarem na prática lúdica como ação educativa e inclusiva para os
estudantes.
De acordo com Cunha (2007, p. 13), “a brinquedoteca é um espaço onde as crianças (e os adultos)
brincam livremente, com todo o estímulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades
lúdicas”. A autora esclarece que a prática lúdica na brinquedoteca vem ao encontro das necessidades e
interesses elaborados pelas crianças. Quando a criança brinca livremente, tem maior e melhor
possibilidade de desenvolver a sua autoconfiança, pois ela se sente mais à vontade para criar suas
brincadeiras, suas regras e dar vida aos brinquedos.
A brinquedoteca pode ser organizada em cantos temáticos. Nesse sentido, sugerimos que haja
espaços temáticos como o canto dos jogos educativos, o canto da música, o canto da literatura, o
canto do mercadinho, o canto do teatro, o canto da cozinha e o canto do movimento. Mas, não se
preocupe se não conseguir criar todos os espaços sugeridos: você poderá iniciar sua organização com a
criação de um espaço temático que seja do interesse das crianças.
Lembre-se do conceito de espaço físico: sua rigidez torna mais difícil realizar nele uma
modificação, a não ser que se faça uma reforma do prédio em que se situa a escola. Porém, isso é bem
mais difícil de acontecer na escola. Embora o espaço físico seja importante para a brinquedoteca, de
nada adiantará ele existir se não houver nele pessoas para brincar e, claro, brincadeiras. O espaço físico
é rígido, mas o ambiente não. O ambiente é flexível e pode se tornar funcional e, para que isso
aconteça, podemos modificá-lo de acordo com os objetivos das brincadeiras ou dos jogos, decorá-lo e
transformá-lo em um espaço rico e desafiador para as brincadeiras infantis.
Na brinquedoteca, uma das principais características e objetivos deve ser propiciar momentos de
diversão e alegria. E, para isso, você poderá decorar as paredes, o chão e os móveis da brinquedoteca
para que fiquem bem coloridos e incitem a criatividade das crianças. Quanto ao aspecto desafiador
das brincadeiras, você precisará organizar o espaço, o ambiente e os recursos lúdicos de modo que
despertem a vontade de resolver problemas, dispondo, por exemplo, uma peça do jogo de tabuleiro
fora do lugar; uma boneca com suas roupas ao lado; ou fantasias penduradas em uma arara perto de
chapéus coloridos. Muitas vezes, deixamos um carrinho fora da pista ou até um bambolê no chão para
que as crianças se aproximem, por iniciativa própria, e comecem a brincar. Você também poderá
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desenhar, no espaço, jogos como a amarelinha ou trilhas pelo chão, como convites à brincadeira e ao
movimento.
Por tudo isso, o espaço e o ambiente da brinquedoteca, para as oficinas lúdicas, precisam ser
pensados e refletidos no sentido de estimularem as crianças a criarem suas brincadeiras e serem
protagonistas de suas ações.
4.2 AS REGRAS DA BRINQUEDOTECA
Na brinquedoteca, a escolha das brincadeiras é livre: quem escolhe com o que, de que e com
quem deseja brincar é a criança. O adulto cria e organiza o espaço, mas não interfere diretamente nas
brincadeiras e interações das crianças. Assim, ao organizar um canto, pense inicialmente no objetivo
para que você o planejou; porém, o roteiro das brincadeiras e as regras dos jogos são as crianças que
desenvolvem. Assim, antes de levar uma turma para a brinquedoteca, você irá lhe explicar o que
significa esse espaço, para que ele serve e o que poderá ser feito nele.
E, claro, não é porque se trata a brinquedoteca de um espaço de brincadeiras que não existem
regras para se estar nela. Assim, sempre que um grupo de crianças entre para brincar naquele espaço,
as regras devem lhes ser passadas.
Saiba mais
Veja algumas dessas possíveis regras para a utilização da brinquedoteca:
Respeitar as brincadeiras dos amigos;
Ouvir as explicações dos professores ou quando outras pessoas estiverem falando ou lendo;
Lavar as mãos antes de entrar no espaço da brinquedoteca;
Guardar as bolsas e mochilas na estante disponível na entrada da brinquedoteca
Não entrar com alimentos ou bebidas no espaço da brinquedoteca;
Conservar os brinquedos, os jogos e os recursos lúdicos existentes na brinquedoteca;
Mover-se com cautela, andando;
Não utilizar a voz em tom alto.
A brinquedoteca, como nos esclarece Cunha (2013), é um espaço que favorece as ações do brincar
de maneira livre, com todo o estímulo à interiorização e à expressão de vivências por meio do jogo.
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Contudo, as regras propiciam limites para que as crianças saibam por onde andar e como agir nesse
espaço. Assim, é importante que você esclareça as regras da brinquedoteca às crianças logo no início
das oficinas lúdicas.
TEMA 5 – OS JOGOS DE REGRAS
Os jogos de regras fazem parte do repertório tradicional das práticas lúdicas. Existem vários tipos
de jogos de regras e todos eles desenvolvem as habilidades motoras, cognitivas e socioafetivas. Assim,
quando uma criança participa do jogo – queimada ou caçador, por exemplo –, ela exercita todas as
suas habilidades ao mesmo tempo. Desse modo, esse tipo de jogo amplia suas habilidades e
competências no sentido da integralidade do seu desenvolvimento. Vale lembrar que as crianças
passam grande parte do seu dia na escola e, por isso, as brincadeiras precisam fazer parte da rotina
escolar tanto na educação infantil quanto no ensino fundamental. Com efeito, para propor espaços e
práticas lúdicas de qualidade, é essencial a valorização do lugar do brincar na escola, sobretudo na
escola inclusiva.
5.1 AMBIENTES AFETIVOS NA BRINQUEDOTECA
Brincando, as crianças expressam sua percepção sobre o mundo e, por meio das brincadeiras de
casinha ou de profissões, elas mostram aos adultos como os veem interagindo com o meio. O
acolhimento dos adultos, professores responsáveis pela brinquedoteca, propicia segurança e afeto às
crianças. Assim, sempre receba as crianças, na brinquedoteca, com atenção e carinho. Caso alguma
delas lhe peça para brincar junto, atenda-a. No entanto, fique ali apenas por um momento e, logo que
considerar adequado, deixe que ela continue a brincar sozinha ou com as outras crianças.
Você observará que algumas vezes elas demonstrarão suas emoções e desafetos por meio das
brincadeiras. Em outras, se mostrarão zangadas por terem perdido em uma partida de xadrez ou
damas. Dessa forma, as vivências lúdicas também propiciam situações em que elas sentem medo e
insegurança. “Ansiedade é um termo amplo que descreve um estado de preocupação para enfrentar
situações de perigo” (Sousa et al., 2014, p. 101).
O brincar é importante para o desenvolvimento afetivo das crianças, pois, brincando ou recriando
suas experiências,elas aprendem a lidar com as relações sociais e isso será muito significativo para a
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formação da sua identidade, ao mesmo tempo que elas irão transpor essas situações para outras que
enfrentarão futuramente.
Por meio de práticas e oficinas lúdicas na brinquedoteca, as crianças demonstram como vivem fora
da escola e, infelizmente, você verá que nem sempre essas vivências são bem entendidas por elas, o
que pode causar angústia, medo e ansiedade. Desse modo, os cantos temáticos propiciam que as
crianças reorganizem os seus sentimentos e emoções sobre essas vivências e passem a representar
outras ações que gostariam de viver. Sugerimos que você preste bastante atenção a esses momentos,
pois, mesmo sendo muito pequenas e ainda não compreendendo certas interações, as crianças sabem
o que lhes dá alegria, segurança e aconchego.
Com efeito, o canto da casinha e da dramatização contribui para ampliar, nas crianças, as suas
possibilidades comunicativas e de resolução de conflitos. A imaginação, como habilidade importante
para o desenvolvimento afeito das crianças, se desenvolve por meio das brincadeiras e produz
criatividade. “A imaginação, como todas as funções do conhecimento, surge da ação” (Negrine, 2014, p.
46). Interagir com os brinquedos e brincadeiras na brinquedoteca, conhecer as regras, inventar,
imaginar, raciocinar e se movimentar consistem em uma proposta diferente para as crianças e, por isso,
conduzem ao aperfeiçoamento de sua expressividade e criatividade.
5.2 SUGESTÕES DE JOGOS DE REGRAS
Tendo em vista que os jogos de regras propiciam avanços significativos às crianças com
deficiências e TGD na escola, apresentamos algumas sugestões para sua prática pedagógica, com o
brincar como princípio educativo, na brinquedoteca e nas oficinas. Considere-a sob uma perspectiva
inclusiva; desse modo, os jogos poderão ser adaptados e serem revisados em suas regras de acordo
com as necessidades e interesses de todos os educandos. Divirta-se! Eis as atividades sugeridas:
Tapete da imaginação: convide as crianças a brincar no pátio coberto da escola ou no espaço
recreativo. Caso a escola não possua um espaço assim, você poderá afastar os móveis da sala e
realizar o jogo nesse espaço. Utilize três tapetes de cores diferentes e os coloque no chão. Peça
para que as crianças visualizem os tapetes e escolham o que mais gostaram. Em seguida, oriente-
as para que se acomodem em pé sobre o tapete escolhido. Caso a turma seja muito grande,
selecione um número maior de tapetes. Explique que o(s) tapete(s) selecionado(s) é(são) uma
espécie de tapete da imaginação e que as crianças precisam pensar que estão voando sobre
ele(s). Brinque com as crianças explorando o equilíbrio, peça para que abram os braços, levantem
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uma das pernas, para estimular a expressão corporal. Em seguida, explique-lhes que aquilo será
um jogo e que tem como regra manter os dois pés em cima do tapete. Escolha algumas músicas
em diferentes ritmos e as ponha em execução para que as crianças movimentem o corpo. Deixe
claro que quem colocar o pé para fora do tapete irá sair do jogo até que reste apenas uma
criança – essa será a vencedora da brincadeira.
Escravos de Jó: convide as crianças a formar um círculo e peça para que todas se sentem no
chão. Essa atividade poderá ser feita sobre um espaço gramado ou você poderá oferecer tapetes
pequenos para que elas se sentem sobre eles. Cada criança deverá ter à mão um objeto, que
poderá ser uma caixa de fósforos vazia e encapada com papéis coloridos, confeccionada pelas
próprias crianças. Em seguida, ensine-lhes a música: “Os escravos de Jó / jogavam cachangá / tira,
bota, dei xa o Zé Pereira ficar / guerreiros com guerreiros / fazem zigue, zigue, zá”.  Explique-lhes
que, para jogar, a música terá três associações de movimentos, de acordo com a letra:
1. as caixinhas serão passadas aos colegas da direita, conforme a cadência da música;
2. na parte da letra que diz “tira, bota, deixa o Zé Pereira ficar”, a caixinha deverá ser suspensa e, na
sequência, largada no chão;
3. na parte que diz “zigue, zigue, zá”, a caixinha deverá ser mantida pelo jogador, no entanto indo,
voltando, indo...
Jogue várias vezes com as crianças. Se o grupo for muito grande, você poderá dividi-lo em equipes
de até cinco crianças para melhor aprenderem a música e os movimentos. Variações: a música pode ser
cantada com lalalás, em forma de assobios ou mesmo em silêncio, apenas com os gestos.
Jogo de leitura: esse jogo tem como regra realizar-se uma leitura de acordo com a emoção
apresentada. Veja o encaminhamento a seguir. Forme um círculo com as crianças em pé, na sala
de aula. O objetivo do jogo será praticar leituras dramáticas com sentidos diversos. Você poderá
utilizar os textos que estão sendo trabalhados nos componentes curriculares ou uma letra de
música. Nesse último caso, imprima as letras da música escolhida ou use gadgets (dispositivos
eletrônicos portáteis) para que as crianças conheçam a letra e a cantem. Para a prática do jogo, o
professor colocará a música para tocar, para que todos possam cantá-la, enquanto uma caixinha-
surpresa passará de mão em mão. A música será interrompida repentinamente e a criança que
ficar com a caixinha na mão tirará um papel. Nele estará escrito o nome de uma emoção. Munida
dessa emoção, ela terá que ler a letra da música. Você poderá trabalhar palavras como: paixão,
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indiferença, raiva, alegria, choro, tristeza, entre outras. A criança fará a leitura dramática para
alguém da turma e os demais tentarão adivinhar a emoção transmitida.
NA PRÁTICA
Os jogos de regras são importantes para o aprendizado das crianças e isso envolve os seus
aspectos motores e socioafetivos. Nesse sentido, grande parte desses jogos tem um caráter
competitivo. Faça a leitura do jogo do tapete da imaginação, descrito no item anterior. Como você faria
a adaptação das regras do jogo para que não houvesse a exclusão da criança que colocar o pé no
chão? Defina como se dará a discussão das regras no coletivo, os objetivos e a prática lúdica do jogo.
FINALIZANDO
As novas maneiras de se relacionar e aprender na educação escolar necessitam de reflexões sobre
a prática pedagógica dos professores. Dessa forma, a valorização do protagonismo infantil, a definição
de um currículo diferenciado e a inserção das brincadeiras e jogos como princípio educativo
contribuem para o processo de ensino e aprendizagem. Contudo, é necessário que os professores se
empenhem em valorizar os elementos relacionais e funcionais do espaço e do ambiente escolhidos
para a prática das brincadeiras, na escola.
Nesse sentido, e pensando em uma abordagem inclusiva de ensino e aprendizagem na escola, não
há espaço para resultados predeterminados, mas sim para uma nova perspectiva, que inclua as
crianças, suas ações, gestos, expressões e ações, reafirmando uma prática eminentemente social e
cultural dentro das escolas. Esse processo precisa fazer parte da rotina da escola e se mostrar presente
nas oficinas lúdicas na brinquedoteca, nos diversos espaços e ambientes de forma flexível, rompendo-
se com práticas que engessam e limitam a imaginação e a criatividade das crianças.
REFERÊNCIAS
BERNABEU, N. A brincadeira como ferramenta pedagógica. São Paulo: Paulinas, 2012.
CUNHA, N. H. S. A brinquedoteca brasileira. In: SANTOS, S. M. P. dos. (Org.). Brinquedoteca: o
lúdico em diferentes contextos. Petrópolis: Vozes, 2013.
_____. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Aquariana, 2007.
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JACOWSKI, A. P. et al. Desenvolvimento normal no período escolar. In: BRESSAN, R. A.;
ESTANISLAU, G. M. (Org.). Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber. Porto Alegre:Artmed, 2014. p. 86-97.
NEGRINE, A. Brinquedoteca: teoria e prática – dilemas da formação do brinquedista. In: SANTOS, S.
M. P. dos. Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis: Vozes, 2013. p. 44-54.
RAU, M. C. T. D. Educação especial: eu também quero brincar. Curitiba: InterSaberes, 2020.
VIGOTSKI, L. S. Imaginação e criatividade na infância. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

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