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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Arte nA educAção
Profª. Cristiane Kreisch de Andrade
Profª. Elisiane Souza Saiber Lopes
Prof. Leomar Peruzzo 
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª. Cristiane Kreisch de Andrade
Profª. Elisiane Souza Saiber Lopes
Prof. Leomar Peruzzo
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
A553a
 Andrade, Cristiane Kreisch de
 Arte na educação. / Cristiane Kreisch de Andrade; Elisiane Souza 
Saiber Lopes; Leomar Peruzzo. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 242 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-153-0
 ISBN Digital 978-65-5663-154-7
 1. Arte na educação. - Brasil. I. Andrade, Cristiane Kreisch de. II. 
Lopes, Elisiane Souza Saiber. III. Peruzzo, Leomar. IV. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 707
ApresentAção
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Arte na 
Educação. Esta é uma disciplina muito importante para a formação da 
docência, pois ela possui uma dimensão formativa que possibilita que 
as pessoas possam se transformar, bem como, transformar o que está 
ao seu redor. Vamos refletir e adentrar no contexto da arte e, conhecer e 
contextualizar acerca dessa expressão artística na atualidade frente a uma 
dimensão educacional e social.
Na primeira unidade será analisado o conceito de arte e, para isso, 
vamos refletir sobre o artista, a obra e o espectador. Vamos conhecer também, 
os diferentes campos que podemos encontrar na arte. Abordaremos a arte 
como conhecimento e sua relação com o contexto social, com a cultura, com 
a política, com o meio ambiente e com a tecnologia.
Na segunda unidade será possível compreender a arte no contexto 
educacional. Será analisada a importância do ensino de arte no currículo 
escolar nacional e a reflexão sobre as práticas pedagógicas dos professores 
em diferentes contextos. Esta unidade é um convite à reflexão sobre os 
processos de ensino e aprendizagem de acordo com a Base Nacional Comum 
Curricular – BNCC, fazendo com que você analise o papel do ensino de arte 
e do professor no contexto de educação escolar atual.
Na terceira unidade vamos estudar alguns dos principais autores 
sobre arte na educação que buscaram pesquisar as dimensões estéticas, 
processos de ensino e aprendizagem da arte e o papel da cultura e da arte na 
educação. Após a apresentação dos pesquisadores e suas teorias, a unidade 
adentrará ao projeto de pesquisa, sua elaboração e as devidas partes que 
o compõem. Ao final desta unidade, você, acadêmico, poderá ter recursos 
teóricos e conceituais para compor uma pesquisa em arte. 
Bons estudos, esperamos que você possa construir saberes para 
compor sua caminhada!
Walter Marcos Knaesel Birkner
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE .......................................... 1
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE .................................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 FUNÇÃO PRAGMÁTICA ................................................................................................................. 6
3 FUNÇÃO NATURALISTA ................................................................................................................. 8
4 FUNÇÃO FORMALISTA ................................................................................................................. 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 13
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 14
TÓPICO 2 — PENSADO SOBRE A ARTE ...................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15
2 O QUE É ARTE? ................................................................................................................................. 15
2.1 O ARTISTA .................................................................................................................................... 19
2.2 A OBRA DE ARTE ........................................................................................................................ 26
2.3 O ESPECTADOR ........................................................................................................................... 29
3 CRÍTICA DE ARTE .......................................................................................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 — ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL .................................. 45
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 45
2 ARTE COMO CONHECIMENTO .................................................................................................. 45
3 ARTE E A SOCIEDADE ................................................................................................................... 47 
4 ARTE E A CULTURA ........................................................................................................................ 49
5 ARTE E POLÍTICA ............................................................................................................................51
6 ARTE E O MEIO AMBIENTE .......................................................................................................... 54
7 ARTE E TECNOLOGIA .................................................................................................................... 60
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 63
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 67
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 68
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 70
UNIDADE 2 — ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR ..................................................................... 75
TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR E APRENDER ARTE NO BRASIL ............. 77
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 77
2 O PAPEL DA ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR ...................................................................... 78
3 REALIDADE E EXPECTATIVAS FUTURAS DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL ........... 81
4 PRÁTICA REFLEXIVA ..................................................................................................................... 85
4.1 REFLEXÃO NA AÇÃO ................................................................................................................ 87
4.2 REFLEXÃO SOBRE A AÇÃO ..................................................................................................... 88
4.3 REFLEXÃO SOBRE A REFLEXÃO NA AÇÃO ....................................................................... 88
5 PROFESSOR EMANCIPADOR E ALUNO EMANCIPADO .................................................... 90
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 92
TÓPICO 2 — CONHECENDO AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL 
COMUM CURRICULAR (BNCC) ..................................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 EDUCAÇÃO INTEGRAL ................................................................................................................. 94
2.1 INÍCIO DE CONVERSA PARA COMPREENDER A BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR (BNCC) ................................................................................................................ 94
3 AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR 
(BNCC) .................................................................................................................................................... 98
4 EDUCAÇÃO PELA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................ 105
4.1.1 O eu, o outro e o nós .......................................................................................................... 108
4.1.2 Corpo, gestos e movimentos ............................................................................................ 109
4.1.3 Traços, sons, cores e formas ............................................................................................. 110
4.1.4 Escuta, fala, pensamento e imaginação ......................................................................... 111
4.1.5 Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações .......................................... 112
4.2 ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................... 113
4.2.1 BEBÊS (zero a 1 ano e 6 meses) ........................................................................................ 117
4.2.2 CRIANÇAS BEM PEQUENAS (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) ...................... 118
4.2.3 CRIANÇAS PEQUENAS (4 anos a 5 anos e 11 meses) ................................................ 118
5 EDUCAÇÃO PELA ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL .................................................. 119
6 EDUCAÇÃO PELA ARTE NO ENSINO MÉDIO ..................................................................... 122
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 127
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 129
TÓPICO 3 — PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM EM ARTE DE ACORDO COM 
A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ........................................................... 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 DIMENSÕES DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM ARTE NA BASE 
NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ........................................................................... 132
2.1 CRIAÇÃO .................................................................................................................................... 132
2.2 CRÍTICA ....................................................................................................................................... 133
2.3 ESTESIA ....................................................................................................................................... 134
2.4 EXPRESSÃO ................................................................................................................................ 135
2.5 FRUIÇÃO ..................................................................................................................................... 136
2.6 REFLEXÃO .................................................................................................................................. 136
3 COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E OBJETOS DE CONHECIMENTO EM ARTES 
VISUAIS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC ..................................... 137
4 ARTES INTEGRADAS NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC ......... 144
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 148
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 154
UNIDADE 3 — PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO........................................................... 157
TÓPICO 1 — TEÓRICOS DA ARTE NA EDUCAÇÃO .............................................................. 159
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159
2 ANA MAE BARBOSA .................................................................................................................... 160
3 JOÃO FRANCISCO DUARTE JÚNIOR ..................................................................................... 163
4 FERNANDO HERNÀNDEZ .......................................................................................................... 167
5 MIRIAN CELESTE MARTINS ..................................................................................................... 170
6 SUSANA RANGEL VIEIRA DA CUNHA .................................................................................. 172
RESUMODO TÓPICO 1................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 176
TÓPICO 2 — TEORIA E MÉTODOS DE PESQUISA EM ARTE E
EM ARTE NA EDUCAÇÃO .............................................................................................................. 179
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 179
2 PESQUISA EDUCACIONAL BASEADA EM ARTE (PEBA) .................................................. 180
2.1 A/R/TOGRAFIA .......................................................................................................................... 182
3 METODOLOGIA(S) DE PESQUISA EM ARTE NA EDUCAÇÃO ....................................... 185
4 INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA EM EDUCAÇÃO .............................................................. 187
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 192
TÓPICO 3 — PROJETO DE PESQUISA ........................................................................................ 195
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 195
2 REFLEXÕES SOBRE O PROJETO DE PESQUISA ................................................................... 196
2.1 PESQUISAS DE CONCLUSÃO DE CURSO .......................................................................... 197
3 ORGANIZAÇÃO E ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA ................................... 198
3.1 ESTRUTURA DA PESQUISA ................................................................................................... 199
3.2 TEMA ............................................................................................................................................ 200
3.3 PROBLEMÁTICA ....................................................................................................................... 201
3.4 OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS ..................................................................................... 202
3.5 CAMINHOS METODOLÓGICOS ........................................................................................... 203
3.6 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 204
3.7 ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 206
4 A PROBLEMATIZAÇÃO DA ARTE EM DIFERENTES CONTEXTOS DE ESTUDO ...... 209
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 212
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 215
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 216
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 218
1
UNIDADE 1 — 
O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM 
DA ARTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o que é arte e suas diferentes funções;
• entender a relação existente entre artista, obra e espectador;
• conhecer a crítica da arte;
• compreender as linguagens artísticas como objeto de conhecimento;
• analisar a relação da arte com o contexto social, cultural, político, am-
biental e com a tecnologia.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – A FUNÇÃO DA ARTE
TÓPICO 2 – PENSADO SOBRE A ARTE
TÓPICO 3 – ARTE E CONHECIMENTO SENSÍVEL E INTELIGÍVEL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
A FUNÇÃO DA ARTE
1 INTRODUÇÃO
Desde o início dos tempos, o ser humano busca um espaço para expressar 
suas ideias, sentimentos e emoções. Compreendemos então, que a preocupação 
com a “arte” já ocorre desde a antiguidade, pois conforme menciona Azevedo 
Junior (2007) em cada sociedade a arte é vista de modo peculiar, pois considerando 
que cada sociedade possui sua própria cultura, influenciada por diversos valores, 
como religiosos e ou artísticos. A arte, então, é representada, a partir das vivências, 
valores e crenças dos seres humanos, sendo que cada grupo social a identifica de 
modo diferenciado, segundo cada qual com a sua função. Será que a arte tem uma 
função? E qual seria a sua função na sociedade? 
Vamos compreender essa relação acerca da função da Arte? Por exemplo: 
ao observarmos uma pintura realizada entre os séculos XIV e XVIII, podemos 
perceber que há uma história contida na obra. Para entender melhor o contexto 
da pintura, vamos rapidamente recordar como foi a arte nesse período. 
A pintura surgiu há milhares de anos, por meio da expressividade 
dos homens pré-históricos. Essas pinturas foram encontradas em diversas 
cavernas que, retratavam as caçadas realizadas, os animais capturados, bem 
como a vida cotidiana. Na Idade Média, na Europa, passaram a pintar imagens 
religiosas em painéis de madeira. No final da Idade Média, os artistas europeus 
começaram a utilizar cavaletes para pintar telas e, dessa maneira, as pinturas se 
tornaram portáteis, podendo ser utilizadas para decoração em parede (ESCOLA 
BRITANNICA, c2020).
No Renascimento, período que ocorreu entre os séculos XIV e XVI, a arte 
avançou muito, pois houve inúmeras transformações e inovações. A pintura 
tornou-se mais realista, pois os artistas observavam tudo que o rodeavam. E 
desenvolveram muitas técnicas que criavam ilusão de um mundo tridimensional 
em superfícies planas. Nessa época, Leonardo da Vinci, considerado o precursor 
desse período, criou algumas técnicas, como os efeitos de luz e sombra (ESCOLA 
BRITANNICA, c2020).
No século XVII, iniciou na Europa um novo estilo artístico, as pinturas 
barrocas que enfatizavam as cores vivas, efeitos de luz e sombra para reluzir 
fortes emoções. Já no século XVIII, surgiu um estilo de pintura mais rebuscado, 
que retrata paisagens suaves e delicadas, sendo cenas com pessoas elegantemente 
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
4
vestidas. Como podemos observar na obra “O Balanço”, do artista Jean-Honoré 
Fragonard (1732-1806) – uma obra cheia de rebuscamentos, onde as vestimentas 
parecem ter movimentos, requinte nos detalhes da obra (BERNARDES, c2020).
FIGURA 1 – OBRA “O BALANÇO” – JEAN-HONORÉ FRAGONARD – 1767
FONTE: <https://www.todoestudo.com.br/artes/rococo>. Acesso em: 5 abr. 2020.
Para finalizar o século XVIII, os artistas em reação ao Rococó, criaram 
um estilo que retratou cenas do mundo clássico, com linhas simplificadas e sem 
muitos detalhes, surge, então, o Neoclassicismo.
Agora, que já compreendemos o contexto histórico da pintura entre os 
séculos XIV e XVIII, vamos ao questionamento anterior: ao observar uma pintura, 
por exemplo, realizada entre os séculos XIV e XVIII, podemos perceber que há 
uma história presente na obra, isso porque em cada sociedade existe um modo 
peculiar de ver a arte, a partir das ações socialmente constituídas, e, desse modo, 
podemos inferir que a arte pode ter uma finalidade dentro do contexto cultural.
Vamos compreender esse contexto acerca da função da obra. A obra do 
artista Fragonard, mencionada anteriormente, que foi pintada naEuropa, possui 
um mesmo valor artístico para a cultura europeia, porém para uma comunidade 
indígena, por exemplo, que conservam outros valores e tradições culturais, o 
valor não será o mesmo. Para os indígenas a arte não é separada do seu cotidiano 
e, sim presente, pois faz parte de seu dia a dia, estando apresentada nas suas 
vestimentas, nos seus adereços, nas suas peças de cerâmica, nas cestarias, nas 
pinturas corporais e entre outros artefatos e produções artísticas produzidos e 
manifestados por eles.
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
5
Se a arte é considerada universal, por que isso pode acontecer? Para os grupos 
étnicos o significado da arte é diferente, pois não pertencem ao mesmo contexto no 
qual vivem, pois no convívio social em que vivem, não a separam do seu dia a dia. 
Podemos compreender, então, que a arte tem uma função, porém é diferente em cada 
sociedade, pois isso depende da tradição e da cultura de cada povo.
A preocupação com a arte é algo que já ocorre desde a Antiguidade, 
como vimos anteriormente, porém a partir do século XX, a arte começou a ser 
reconhecida e valorizada, sendo considerada como um objeto que possibilita uma 
experiência de conhecimento estético por seus valores inerentes. Vamos observar 
a charge a seguir:
FIGURA 2 – AS VANGUARDAS – CHARGE DO ILUSTRADOR MARCO MARILUNGO
FONTE: <https://bit.ly/31DP9T1>. Acesso em: 5 abr. 2020.
IMPRESSIONISMO
ESPRESSIONISMO
SUPREMATISMO METAFÍSICA
MINIMALISMO CONCETTUALE
SURREALISMO
CUBISMO
DADAISMODADAISMODADAISMODADAISMODADAISMO
INFORMALE POP-ART
FUTURISMO ASTRATTISMO
FAUVES ART NOUVEAUREALISMO
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
6
A charge do ilustrador italiano Marco Malungo (nascido em 1971) 
representa a evolução da arte no contexto social. Podemos perceber que a cada 
período ela se transforma, evolui conforme o contexto social de cada época. Dessa 
maneira, podemos apontar que a arte possibilita a transformação do contexto 
social que está inserida, ou seja, ela tem uma função para aquela sociedade. 
Afinal, qual é a função da arte?
Como vimos, ela possui muitas funções. As funções que a arte apresenta, 
corrobora em demonstrar para que o objeto artístico serve, como vimos 
anteriormente, depende do período histórico, da região geográfica, bem como, 
dos aspectos relacionados a cultura de cada povo. Para entender melhor a função 
que ela possui, foi necessário dividir em três perspectivas: pragmática ou utilitária, 
naturalista e formalista. Vamos entender melhor cada função da arte.
2 FUNÇÃO PRAGMÁTICA
Uma pessoa pragmática pode ser considerada como uma pessoa prática, 
ou seja, uma pessoa objetiva que procura solucionar seus problemas e conflitos, 
com soluções simples e práticas para a sua vida. E assim é a arte também, na 
função pragmática, é utilizada como um meio para conseguir alcançar um fim 
que não é considerado artístico, ou seja, não é valorizada pelo que o objeto é, 
e sim, pela finalidade que possui (EDUCAR BRASIL, c2020). Vamos entender 
melhor a partir da observação da imagem a seguir:
FIGURA 3 – VASO DE CERÂMICA DA CULTURA MARAJOARA
FONTE: <http://www.acasacomarte.com.br/peca.asp?ID=535334>. Acesso em: 7 abr. 2020.
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
7
O vaso de cerâmica Marajoara representa um artefato produzido pelas 
tribos indígenas que moravam na ilha de Marajó durante o período pré-colonial 
de 400 a 1400, situada no estado do Pará, próximo a foz do Rio Amazonas:
Em seu apogeu, a ilha de Marajó pode ter tido mais de 100 mil habitantes. 
Entre eles havia diversos artistas, que fabricavam objetos cerâmicos ricamente 
decorados, vasilhas. Estatuetas, urnas funerárias e adornos. [...] Os objetos 
produzidos pelas culturas antigas estavam, muitas vezes, associados a rituais 
que eram verdadeiros espetáculos artísticos, pois reuniam todas as manifestações 
(música dança, adereços, vasos) (GARCEZ; OLIVEIRA, 2004, p. 15-16).
Conforme mencionam Garcez e Oliveira (2004), nós podemos perceber 
que eles fabricavam seus vasos, urnas funerárias entre outros artefatos para uma 
finalidade, para uso próprio e ou do cotidiano, pois a criação dessas peças de 
cerâmicas estava ligada aos rituais. Dessa maneira, eles não criavam as peças de 
cerâmica para se tornarem objetos artísticos, mas sim, para ter uma utilidade no 
contexto social em que viviam. A sociedade atual, após a descoberta da origem 
desse povo indígena, acabou considerando as peças como artísticas, devido ao 
seu valor cultural e social.
Na função pragmática, o objeto artístico pode ser considerado bom, 
quando ele se torna útil, ou seja, quando tem uma utilidade. Conforme, 
mencionamos anteriormente, na cultura marajoara os objetos eram criados para 
serem utilizados em determinadas finalidades, por exemplo, as urnas funerárias 
para armazenar os restos mortais.
Por isso que na função pragmática a arte pode servir para fins práticos, 
religiosos e ou políticos, porém não se questiona a perspectiva estética das peças, 
somente a sua utilidade, ou seja, para que fim é determinada. Outro exemplo 
de arte pragmática é percebido na Arte Egípcia, quando seus artesões criavam 
muitas peças para serem utilizadas pelas pessoas no seu cotidiano, como é o 
caso dos sarcófagos, vasos e jarros para armazenamento de alimentos e bebidas. 
Também foi um povo que criou adereços, adornos, peças de cerâmicas e pinturas 
em geral. Vamos visualizar um exemplo:
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
8
FIGURA 4 – SARCÓFAGO EGÍPCIO
FONTE: <https://www.pinterest.com.mx/pin/771593348631568988/>. Acesso em: 10 abr. 2020.
O sarcófago atualmente é considerado uma obra de arte, com um requinte 
em detalhes de pintura e escultura, porém para os egípcios, esse objeto tinha 
outra finalidade, ou seja, tinha uma função específica, como uma urna funerária. 
Desse modo, compreendemos que a função pragmática da arte se refere acerca 
da finalidade da obra, ou seja, para o que ela vai ser utilizada. A seguir vamos 
conhecer outra função da arte conhecida como naturalista. 
3 FUNÇÃO NATURALISTA
Na função naturalista, a arte é apresentada por meio do conteúdo que 
a obra aborda. O principal objetivo dessa função é apresentar, como realmente 
ela é, ou seja, o mais próximo da realidade. A obra torna-se tão simplória 
que o espectador, não tem muitas dificuldades para compreendê-la. Vamos 
compreender melhor essa função, observando a obra a seguir:
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
9
FIGURA 5 – OBRA: D. PEDRO I. ARTISTA: SIMPLÍCIO RODRIGUES DE SÁ. OBRA CRIADA EM 
1830
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/historiab/dom-pedro.htm>. Acesso em: 10 abr. 2020.
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/historiab/dom-pedro.htm>. Acesso em: 10 abr. 2020.
Podemos observar no retrato de D. Pedro I, que esta obra trata de uma 
pintura realista, que apresenta o imperador do Brasil com uma riqueza em 
detalhes, sendo uma obra que tinha como objetivo servir aos propósitos do 
governo. Para o espectador que observar a obra, reconhecerá logo que se trata de 
um retrato de D. Pedro I. Essa é a função naturalista da arte, ou seja, apresentar 
de forma mais natural possível, sendo uma representação da realidade e da 
imaginação, de modo que o espectador ao fruir, logo compreenda seu significado. 
Vamos conhecer outro exemplo:
FIGURA 6 – OBRA: INDEPENDÊNCIA OU MORTE. ARTISTA: PEDRO AMÉRICO DE FIGUEIREDO 
E MELO. OBRA CRIADA EM 1886
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
10
Se observarmos a obra denominada por Pedro Américo de “Independência 
ou Morte”, na qual configura a representação famosa que ocorreu em 7 de 
setembro de 1822 sobre a independência do Brasil, podemos perceber, que se 
trata de uma obra de arte que apresenta um fato histórico ocorrido pela corte, 
ou seja, pelo governo. Utilizando a estética clássica, a pintura aborda de modo 
naturalista e idealista. Isso é perceptível pela representação ser de forma realista, 
onde o artista apresenta seu líder em um ato heroico (EDUCAR BRASIL, c2020).
 
Podemosconsiderar que as pinturas clássicas buscam pela perfeição 
estética, porém o seu entendimento é representar o mais natural possível a 
sua finalidade. Também podemos analisar uma obra de arte pela sua forma e 
elementos básicos que apresenta, a essa função denominamos de formalista. A 
seguir, vamos conhecer melhor as características dessa função.
4 FUNÇÃO FORMALISTA
Na função formalista, a preocupação é voltada para a forma e, considera 
os elementos básicos da visualidade como cor, ponto, linha e textura, importantes 
aspectos a serem considerados na elaboração da obra. A função formalista da arte 
considera na produção artística a estrutura intrínseca existente na composição, 
atribuindo mais valor na forma de apresentação da obra de arte. Com isso, sua 
preocupação está direcionada para os valores, significados, bem como, pelos 
motivos estéticos existentes na obra (EDUCAR BRASIL, c2020).
 
A arte na função formalista, preocupa-se com os aspectos estéticos existentes 
na obra e com a sua organização, ou seja, elementos e a composição e, com o seu 
significado. Vamos entender melhor essa função, analisando uma obra de arte.
FIGURA 7 – OBRA: O ABAPORU. ARTISTA: TARSILA DO AMARAL. OBRA CRIADA EM 1928
FONTE: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-47808327>. Acesso em: 12 abr. 2020.
TÓPICO 1 — A FUNÇÃO DA ARTE
11
O Abaporu, criada pela artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) 
foi pintada para presentear seu marido Oswald de Andrade (1890-1954) no seu 
aniversário. Em conversa com o poeta Raul Bopp (1898-1984) e, analisando a 
pintura, enxergaram ali além de uma figura enigmática, mas também, um homem 
antropófago, ou seja, aquele que estava pronto para devorar a cultura para 
depois reinventá-la. A partir dessa conversa, Tarsila procurou num dicionário 
tupi-guarani o significado de homem que come, e, daí, surgiu a palavra Abaporu 
(VEIGA, 2019).
 
Podemos perceber, nessa obra modernista, que as figuras são estilizadas 
e distorcidas, com predominância de cores vivas. A figura retratada não tem 
a preocupação de atentar com a anatomia real humana, mas com a forma de 
apresentação estética da arte em si. A arte na função formalista, portanto, 
preocupa-se com os aspectos estéticos existentes e com a organização da obra, ou 
seja, elementos e a composição e, com o seu significado.
Vamos verificar a função formalista, em outra obra de arte.
FIGURA 8 – OBRA: ARLEQUIM COM GUITARRA. ARTISTA: JUAN GRIS. OBRA CRIADA EM 1917
FONTE: <https://bit.ly/3mjWezU>. Acesso em: 18 jul. 2020.
Juan Gris (1887-1927) é um famoso pintor e escultor da arte cubista, ele é 
considerado um expoente do cubismo sintético. Faleceu muito cedo com apenas 
40 anos de idade, porém deixou um acervo referente a obras cubistas, inicialmente 
analítico e mais tarde enfatizou o cubismo sintético. Numa viagem para Paris 
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
12
em 1906, conheceu Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963) e foi 
por influência desses artistas que Juan adotou como estilo de pintura o cubismo 
(FRAZÃO, 2018).
O cubismo foi um movimento que revolucionou as artes no início do 
século XX, com influência de Pablo Picasso e Georges Braque, quando para 
retratar uma paisagem utilizavam-se formas geométricas, sem qualquer intenção 
de representar a realidade.
Uma obra cubista abandona as noções tradicionais de perspectiva, a 
busca pela perfeição ao retratar a realidade, tendo como principal objetivo de 
demonstrar que um objeto pode ser analisado por diversos ângulos, em um único 
plano (GESTÃO c2020). A abstração é um tipo artístico bem peculiar da arte 
formalista, pois nessas obras se anula a temática, destacando-se a forma. 
Nesse tópico conhecemos as funções da arte pragmática, naturalista e 
formalista, bem como suas características. No próximo tópico, vamos conhecer 
o conceito de arte, bem como, a relação existente entre artista, obra e espectador.
13
Neste tópico, você aprendeu que:
• As obras de arte, desde a antiguidade até os dias de hoje, nem sempre tiveram 
a mesma função. Ora serviam para contar uma história, ora para rememorar 
um acontecimento importante, ora para despertar o sentimento religioso ou 
cívico, portanto, a arte é dividida em três funções: pragmática, naturalista e 
formalista.
• Na função pragmática, o objeto artístico é criado para ser utilizado e ter uma 
determinada utilidade.
• Na função naturalista, a arte é apresentada por meio do conteúdo que a obra 
aborda. O principal objetivo dessa função é apresentar, como realmente ela 
é, ou seja, o mais próximo da realidade. A obra torna-se tão simplória que o 
espectador, não tem muitas dificuldades para compreendê-la.
• A função formalista da arte considera a estrutura intrínseca existente na 
composição, atribuindo mais valor na forma de apresentação da obra. Com 
isso, sua preocupação está direcionada para os valores, significados, bem 
como, com motivos estéticos existentes.
• Foi só neste século que a obra de arte passou a ser pensada como um objeto 
desvinculado de funções para propiciar experiência estética por seus valores 
íntimos.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
1 Dependendo do propósito e do tipo de interesse com que alguém se 
aproxima de uma obra de arte, podemos distinguir ela em três funções 
principais: naturalista, pragmática e formalista. Analise as alternativas a 
seguir e assinale (V) para verdadeiras e (F) para falsa sobre o significado de 
cada uma das funções da arte:
FONTE: <https://www.historiadasartes.com/olho-vivo/pra-que-serve-a-arte/. Acesso em: 29 
maio 2020.
( ) A função naturalista investiga a natureza existente na obra de arte.
( ) A função pragmática valoriza apenas os elementos da visualidade na obra 
de arte.
( ) A função formalista se preocupa com as formas considerando os elementos 
básicos.
Assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) F – F – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – F – F.
d) ( ) V – F – V.
2 A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato 
pelo qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria 
beleza ao se esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial 
que o inspira. Partindo desse pressuposto, escolha uma obra de arte que 
tem como característica a função naturalista da arte e explane sobre ela. 
Socialize com sua turma:
FONTE: <https://www.significados.com.br/arte/>. Acesso em: 29 maio 2020.
3 Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita 
por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de 
estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e 
cada obra de arte possui um significado único e diferente. Partindo desse 
pressuposto, escolha uma obra de arte que tem como característica a função 
formalista da arte e explane sobre ela. Socialize com sua turma:
FONTE: <https://www.significados.com.br/arte/>. Acesso em: 29 maio 2020.
AUTOATIVIDADE
15
TÓPICO 2 — UNIDADE 1
PENSADO SOBRE A ARTE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós vamos refletir acerca da arte. Você, acadêmico, sabe 
o que é arte e qual seu sentido para a vida do ser humano? Neste estudo, 
compreendemos que a arte é conhecimento, pois é uma linguagem que possibilita 
às pessoas interpretarem o contexto no qual estão inseridos de forma a relacionar 
as percepções sensíveis e os saberes inteligíveis. Essa linguagem expressiva, 
possibilita o desenvolvimento da consciência, da emoção, da criatividade, da 
percepção, da imaginação e do conhecimento. 
 
Desse modo, vamos conhecer que a arte contribui para que o ser humano 
possa vivenciar experiências significativas, desenvolvendo sua expressividade 
criativa e o pensamento visual, sonoro e tátil por meio da sua relação com o 
mundo e da realidade no qual está inserido. Nesse contexto acerca da arte, vamos 
conhecer e estudar a relação existente entre artista, obra e público.
2 O QUE É ARTE?
 Vamos parar um pouco nossa vida corrida e, imaginar sobre o que 
podemos observar ao nosso redor.Você consegue listar o que você imaginou e, é 
possível relacionar com a arte? Agora, pense em alguns móveis que você tem na 
sua casa, os espaços que eles ocupam, como são? E as roupas que você escolhe 
para utilizar? Que tipo de estampas as vestimentas possuem? Pense também 
em revistas, livros, histórias em quadrinhos, utensílios domésticos, objetos 
decorativos, enfim, verifique tudo o que circundam você. As placas, os outdoors, 
panfletos, imagens e vídeos divulgados em redes sociais e nas diversas mídias. E 
os filmes a que assistimos? E as músicas que ouvimos? Você já parou para pensar 
que tudo isso é uma expressão e manifestação artística?
 
Afinal, o que é arte? Você sabe o que podemos afirmar como arte? Como 
se aprende e se ensina arte? Vamos entender esse contexto. Podemos afirmar que 
o universo da arte é muito amplo, pois envolve diversas linguagens artísticas. 
Ponderamos que ela pode ser representada muito além das pinturas, desenhos, 
esculturas, músicas, peças teatrais, entre outras linguagens. Hoje, a arte, por 
meio da criação estética, está envolvida com muitas áreas do conhecimento 
que socialmente se apresentam pela arquitetura, designer, moda, publicidade, 
produção cultural, eventos, turismo etc.
16
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
A arte tem origem da necessidade do ser humano em se expressar, em 
deixar transparecer seus sentimentos e emoções, tornando uma prática social 
resultante em vivências sócio-histórico-culturais. Para Martins e Picosque (2012, 
p. 115), “[...] arte... essa linguagem de força estranha que ousa, se aventura a falar 
de tudo, do desconhecido, daquilo que é percebido pelos sentidos, materializando 
os sentidos humanos ou os diferentes olhares que o ser humano pousa sobre 
as coisas”. Ao refletirmos sobre a arte e, considerando-a como uma linguagem 
universal intrínseca a vida social e, analisando-a como conteúdo, podemos 
representar a arte, como um dos trabalhos realizados pelo ser humano. 
 
Compreendemos que a arte, segundo Vygotsky (1999), “é o social em nós”, 
ou ainda, podemos mencionar que a arte é uma linguagem da expressividade, 
que contribui para o desenvolvimento da consciência, dos sentimentos, da 
criação, da percepção, da criação imagética. Desse modo, a arte possibilita que 
os conhecimentos adquiridos sejam agregados nas experiências, por meio de 
suas emoções, por meio da abstração, das percepções sobre o contexto e, pela 
imaginação mediante a relação social com o meio. Para Hans-Georg Gadamer a 
experiência na arte é entendida como:
[...] ver a experiência da arte de tal maneira que venha a ser entendida 
como experiência. A experiência da arte não deve ser falsificada como 
um fragmento da formação estética que está na sua posse e, com isso 
não deve ter neutralizada sua reivindicação própria. Veremos que 
nisso reside uma consequência hermenêutica de longo alcance, na 
medida em que todo encontro com a linguagem da arte é um encontro 
com um acontecimento não acabado e, ela mesma, uma parte desse 
acontecimento (GADAMER, 1999, p. 171).
Ao ver, ouvir e sentir uma obra de arte, pode ser compreendido como 
um encontro, mas para o filósofo Gadamer, nem sempre esse encontro significa 
uma experiência, mas o acontecimento que reverbera no encontro por meio das 
sensações provocadas é que ocasiona a experiência;
[...] compreender o que a obra de arte diz a alguém é certamente um 
encontro consigo mesmo. Como um encontro com o que é propriamente, 
porém, como uma familiaridade que encerra com exceder-se a si 
mesmo, a experiência da arte é experiência em um sentido autêntico 
e sempre tem de dominar novamente a tarefa apresentada pela 
experiência: integrá-la no todo da própria orientação pelo mundo e 
da própria autocompreensão. Justamente isso constitui a linguagem 
da arte, o fato de sua fala alcançar a própria autocompreensão de cada 
um – e ela faz isso como uma arte respectivamente atual e por meio de 
sua própria atualidade (GADAMER, 2010, p. 7). 
A experiência, nesse sentido, não é apenas vivenciar algo, fazer alguma 
coisa, mas é no sentido subjetivo e intersubjetivo que se apresenta como aquilo 
que nos traz significados, percepções, memórias, afetos e encantamentos, acerca 
da compreensão da arte mediante a fruição, produção e contextualização.
 
TÓPICO 2 — PENSADO SOBRE A ARTE
17
Compreendemos que a arte vai se modificando com o passar dos 
tempos, ou seja, que passa por algumas transformações devido às concepções 
contemporâneas dos artistas; por influências da sociedade, por meio das 
manifestações culturais das pessoas, que agregam influências do meio em que 
vivem e vão modificando sua maneira de agir ou pensar, e deste modo, reflete em 
sua forma de ver e sentir tudo que está ao seu redor. 
 
Assim, é importante que os sujeitos passem por vivências que auxiliam e 
ampliem sua visão de mundo. As experiências com a arte podem ser vivenciadas 
a partir do contato com espaços formais de ensino, que é o caso de instituições 
escolares, como espaços não formais que é o caso de museus, galerias, teatros, 
shows musicais, espetáculos etc. Todos esses espaços possibilitam fazer com que 
as pessoas expressem suas emoções, percepções, sentimentos, criatividade de 
diferentes maneiras, contribuindo assim, para a sua formação humana.
Para Martins e Picosque (2012) a arte é percebida enquanto território de 
invenção, ou seja, é um devir que nos coloca em movimento, em mudança de 
velocidades, dimensões e direções, desvios de trajetórias e esperas. Para essas 
autoras a criação artística é contaminada pela vida e da mesma forma a arte 
contamina a vida, quando somos envolvidos no processo estético, portanto, a 
arte propicia ao ser humano o desenvolvimento da expressividade, por meio de 
suas emoções em relação ao mundo em que está inserido. Segundo Pillotto (2008), 
tão importante quanto os conhecimentos adquiridos sobre a arte, as informações 
históricas, as produções e experiências artísticas, é construirmos relações de 
sentidos naquilo que realizamos, lemos sobre nós e sobre o mundo que nos rodeia. 
 
Deste modo, a arte possibilita aos sujeitos que seus conhecimentos e 
emoções sejam conectados de tal forma que o encontro com a arte se transforme 
em experiência, explorando as percepções reais e imaginárias, materiais e 
imateriais, concretas e abstratas para provocar sentimentos. 
 
Compreendemos que ao passar por uma experiência, esta é única, 
pois jamais poderemos vivenciar outra igual, da mesma maneira, na mesma 
intensidade, no mesmo lugar e, do mesmo modo. Sempre haverá algo de diferente 
para agregar emoções as nossas experiências. O ser humano tem a capacidade de 
transformar a arte de acordo com o cotidiano, com a sua vida, portanto, por meio 
da arte, as pessoas expressam percepções sensíveis e inteligíveis.
Segundo Barbosa (2012, p. 4), a “arte [...] exercita nossa habilidade de 
julgar e de formular significados que excedem nossa capacidade de dizer em 
palavras”. Deste modo, existem coisas que não precisamos nos expressar através 
das palavras, às vezes, uma imagem é o suficiente para representar o que estamos 
pensando ou sentindo.
 
Para tanto, os sujeitos precisam estar “livres para” e “prontos para fruir” 
inter-relacionando a arte com o seu meio social, ou seja, inter-relacionando o 
objeto de arte ao meio social e interagindo com ele, mudando assim, seu modo de 
18
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
ver e sentir as coisas ao seu redor. Umberto Eco (1991, p. 40) apresenta o seguinte 
conceito de fruição de obra de arte: “[...] cada fruição é, assim, uma interpretação 
e uma execução, pois em cada fruição a obra revive dentro de uma perspectiva 
original. O filósofo explica que a ação fruitiva é relativa aos estímulos onde o 
possível fruidor possa recompreender por meio da sensibilidade e da inteligência 
numa perspectiva individual.
 
Já a realização da contextualização de uma obra de arte, seja elaconcebida 
por uma imagem, por um vídeo, por um objeto, pelo som, por uma performance, 
ou mesmo pelo silêncio e ausência do objeto, como é o caso de algumas obras 
de arte contemporâneas, não é apenas fazer observações acerca da biografia do 
artista, apesar de também ser importante, mas contextualizar e analisar aquele 
projeto ao ponto de produzir um sentido na vida dos sujeitos/espectadores 
envolvidos. É fundamental situar a arte no tempo e no espaço e estabelecer 
relações com diferentes campos de conhecimento, seja com a história, sociologia, 
antropologia etc. 
Compreendemos até aqui a importância que a arte tem para a formação 
humana, porém, para a arte existir, é necessária a sua criação que depende do 
projeto artístico desenvolvido pelo artista e pela fruição do espectador:
A arte contemporânea, não estando mais preocupada com a beleza do 
objeto, nem exclusivamente com sua forma, mas com os significados 
que os objetos e os materiais podem produzir no observador, ou ao se 
propor como reflexão sobre o homem e o seu tempo, não permite uma 
contemplação rápida e inconsciente (BINI, 2018, p. 76).
A arte contemporânea está preocupada em incorporar a vida cotidiana 
ao universo artístico, sendo uma arte que uni diferentes linguagens. Atualmente, 
utiliza-se a tecnologia, bem como, os meios digitais como fortes aliados na arte 
contemporânea, com o objetivo de provocar questionamentos e experiências 
significativas e inovadoras, tanto para o artista quanto para o espectador (AIDAR, 
2010).
A arte contemporânea valoriza as ideias e o processo artístico em 
detrimento da forma final ou do objeto, ou seja, os artistas buscam estímulos 
para refletir acerca do mundo, bem como, da sua própria arte. Ademais, a 
intencionalidade do artista é quebrar as barreiras acerca das linguagens artísticas 
tradicionais, bem como, unir diversos tipos de fazeres artísticos em sua criação, 
abandonando os suportes convencionais (AIDAR, 2010).
Essa tendência propicia a valorização da aproximação entre a arte e a 
vida, trazendo reflexões sobre o âmbito coletivo, aliando política e imaterialidade, 
apresentando novas temáticas e assuntos da atualidade, como exemplo, a questão 
racial, patriarcado, questões de sexualidade e gênero, desigualdades entre outros 
temas (AIDAR, 2010).
TÓPICO 2 — PENSADO SOBRE A ARTE
19
Outra característica fundamental da arte contemporânea é a valorização 
da interação entre o espectador com a obra de arte, muitos artistas buscam 
proporcionar experiências únicas quando as pessoas têm contato com a sua 
criação (AIDAR, 2010).
 
FIGURA 9 – OBRA: LÍMITE DE UNA PROYECCIÓN I. ARTISTA: DAVID LAMELAS. OBRA CRIADA 
EM 1967
FONTE: <https://bit.ly/2FSfLYK>. Acesso em: 18 jun. 2020.
Na obra intitulada de “Limite de uma projeção”, o artista David Lamelas 
(nascido em 1946) busca a realização do exercício de atenção que envolve a 
imaterialidade de uma luz projetada com a espacialidade que ela constrói. A 
obra apresenta um foco de luz emitido do teto e projetado no chão, em um espaço 
totalmente escuro, da qual produz um círculo claro de luz branca. Contemplar tal 
situação de extrema essencialidade espacial nos permite vivenciar uma expansão 
do ato perceptivo e descobrir a materialidade com a qual a arte é construída. O 
conteúdo artístico é algo que surge ao interagir com a obra é, como uma imagem, 
precisa ser construído e não encontrado. 
Afinal! Qual é o papel do artista frente ao desenvolvimento de uma obra 
de arte? Nesse sentido, iremos analisar e reconhecer a relação do artista para a 
execução e para a efetivação do projeto artístico criado.
2.1 O ARTISTA
O artista é considerado como tal, devido à arte que produziu. Assim, o 
artista é aquele que transmite sua ideia por meio da criação que está implícita em 
sua obra de arte. Para compreender quem é e, como surgiu o artista, precisamos 
voltar um pouco no tempo.
20
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
O reconhecimento do artista como um profissional, nunca foi tão fácil e, 
passou por um longo e lento processo histórico. Segundo Costa (2004), na Grécia, 
lugar considerado o berço da criação da estética e da consciência do belo, o artista 
que muito se dedicava para criar suas magníficas obras, não era considerado 
como um profissional.
Conforme postula Costa (2004, p. 43), nem mesmo “Platão, um dos mais 
importantes filósofos, ao conceber a sociedade perfeita, a República, dela excluía 
o artista, que segundo ele, era uma espécie de imitador”. Em diversos povos 
antigos, o artista também era tratado em diferentes posições sociais.
Na Idade Média, na Europa, a valorização do artista era considerada igual 
ao de um artesão, ou seja, segundo Costa (2004), a produção artística desenvolveu 
seguindo os padrões das corporações de ofícios, que eram responsáveis por toda 
a produção artesanal daquele período.
Os artistas, então, se submetiam às rígidas regras de produção e, de 
mercado em oficinas familiares, pois somente tinham campo de trabalhos os 
artistas que vinham de famílias de ourives, escultores e ou fundidores. Foi no 
Renascimento, entre os séculos XIV e XVI que a produção artística se intensificou: 
Devido ao desenvolvimento do comércio e a formação dos estados 
nacionais, que os artistas começaram a se tornar independentes das guildas 
medievais, tendo por clientes os comerciantes enriquecidos e a nobreza. A 
arquitetura, o teatro e a literatura se desenvolveram como nunca; e os artistas, 
mantidos pelos reis, pelos papas e nobres, tornaram-se independentes das 
corporações de ofício (COSTA, 2004, p. 43).
No século XV, a sociedade burguesa em Paris, ou seja, a corte europeia, 
solicitava a presença dos artistas, que eram responsáveis pelo embelezamento 
das cidades, da construção dos castelos e dos jardins. A sociedade europeia que 
primava pela aparência e, considerava a etiqueta como os princípios de distinção, 
tornava cada vez mais o artista visível numa sociedade que seguia padrões 
estéticos, artísticos e culturais.
Desse modo, a corte precisava dos artistas, que passaram a ser contratados, 
para “emprestar seu brilho” (COSTA, 2004, p. 44) aos mecenas. Foi nesse momento, 
que os artistas passaram a viver na corte, colocando-se à disposição dos nobres, 
emprestando, um tom humanista e intelectual ao reinado. 
Conforme postula Costa (2004, p. 44), “os artistas eram sustentados por 
eles, vivendo, na maioria das vezes, junto a seus mecenas, gozando de uma 
proximidade inédita com o poder. Para isso, eram homenageados com títulos de 
nobreza que lhes facultava o acesso à intimidade real”.
No século XVI, a corte dava aos artistas título denominado de “condes 
palatinos”, pintores como Ticiano Vecellio (1490-1576) e Giuseppe Arcimboldo 
(1526-1593) receberam esses títulos.
TÓPICO 2 — PENSADO SOBRE A ARTE
21
FIGURA 10 – OBRA: RETRATO DE ISABEL DE PORTUGAL. ARTISTA: TICIANO VECELLIO. OBRA 
CRIADA EM 1548
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Retrato_de_Isabel_de_Portugal_(Ticiano)>. Acesso em: 
20 abr. 2020.
 
Ticiano realizou a pintura renascentista do quadro da Imperatriz 
Isabel (1503-1539), a pedido do rei Carlos V, pois após a morte da imperatriz. Para 
criar o retrato da Imperatriz, Ticiano se baseou nas feições existe numa máscara 
mortuária, que naquela época, era comum a criação das máscaras de cera das 
pessoas ilustres. O pintor Ticiano era considerado um exímio artista pela corte 
europeia, suas obras baseavam-se em retratos dos nobres da corte, bem como, 
paisagens e temas religiosos.
Já o artista Arcimboldo ficou famoso pelas suas obras de retrato, na qual 
utilizava frutas, vegetais, flores, animais, entre outras figuras para representar.
22
UNIDADE 1 — O MODO DE PENSAR A LINGUAGEM DA ARTE
FIGURA 11 – OBRA: A PRIMAVERA. ARTISTA: GIUSEPPE ARCIMBOLDO. OBRA CRIADA EM 1563
FONTE: <https://bit.ly/3mhk0Nb>. Acesso em: 20 abr. 2020.
Após a coroação do Rei Maximiliano II, Arcimboldo foi contratado para 
realizar as pinturas na corte e organizar festase bailes, o que lhe deu muita 
popularidade. Podemos perceber pelos artistas mencionados, que essa valorização 
pela corte, contribuía para o benefício do reconhecimento que, segundo Costa 
(2004), acerca do exercício da arte era vista como uma virtude, pois exigia do 
artista o uso de sua inteligência e principalmente de sua criatividade. Dessa 
maneira, “a arte deixava de ser um trabalho físico e artesanal para ascender ao 
estatuto de atividade de espírito” (COSTA, 2004, p. 44).
É nesse momento, do século XVI que a arte deixava a posição subalterna, 
para disputar lado a lado com a filosofia e com a ciência as atividades do 
conhecimento:
 
O artista foi ganhando autonomia e importância dentro da sociedade 
e seu trabalho deixou de se confundir com o do artesão, cuja produção 
obedecia aos modelos tradicionais de uma cultura e região. Ao 
contrário, o artista era estimulado à criação inovadora, à expressão 
individual e à produção de obras originais, capazes não só de distingui-
lo como de notabilizar seu mecenas (COSTA, 2004, p. 45).
No Renascimento, os reis emprestavam seus pintores e arquitetos a outros 
reinos, para estabelecer uma boa aliança entre eles. Dessa maneira, os padrões 
estéticos e estilos artísticos passavam a ser disseminados por toda Europa 
(COSTA, 2004). Com a revolução estética que emergiu com o Renascimento, 
23
surgiu também a criação de muitas academias e conservatórios, que contribuíam 
para institucionalizar a prática, bem como, organizar o campo artístico. Costa 
(2004) aborda que com uma rigorosa metodologia e intensos trabalhos técnicos, 
os artistas eram instruídos acerca dos conceitos referentes à estética clássica, à 
filosofia e à história, consideradas muito importantes para o desenvolvimento 
interior do artista. 
 
Foi com essa expansão que as artes chegaram no final do século XVI, na 
qual começavam a se diferenciar das demais áreas de conhecimento, adquirindo 
seu próprio espaço de atuação. Conforme postula Costa (2004), no século XV, os 
artistas, como Leonardo da Vinci, eram além de pintores, escultores, desenhistas, 
filósofos, matemáticos, arquitetos, engenheiros e cientistas. Já os considerados 
artistas modernos se especializavam somente em sua área de atuação, ou seja, 
eram pintores.
 
Nessa nova configuração do campo artístico, era necessário o 
estabelecimento e organização dos mercados, ou seja, a rivalidade que existia 
entre as famílias mais abastadas no século XVII, contribuiu para a ascensão dos 
artistas, que agora, elaboravam contratos comerciais autônomos. Desse modo, 
todos os artistas tinham campo de trabalho, quem não estava a serviço da corte ou 
das famílias mais ricas, já podia oferecer seus serviços a outra classe em ascensão, 
como militares, professores, prefeitos e demais burocratas (COSTA, 2004).
 
Para Costa (2004), no século XVIII, os contratos com os artistas já elegiam 
como objeto no documento o que consideravam o talento do artista, dessa maneira, 
essa atitude contribuiu para o desenvolvimento da consciência referente ao fazer 
artístico e de sua especificidade. Assim, a arte passou a ser vista pela sociedade 
como uma atividade de espírito e o artista recebia um salário por sua produção, 
pela matéria-prima, bem como pelos auxiliares para realizar tal feito o tempo que 
fosse considerado necessário.
 
Ainda no século XVIII, os artistas passaram por outro e grande desafio, 
que foi a criação da indústria cultural. Conforme corrobora Costa (2004, p. 46), 
a “produção em série de bens culturais realizada através de tecnologia e por 
iniciativa de um empresário”. Essa nova visão que emergia no contexto social 
daquele século, fez com que os artistas competissem com a era industrial, 
porém toda essa mudança se opunha a visão renascentista que os artistas tanto 
defendiam, pautada na independência, na autoria reconhecida e na valorização 
da criatividade individual.
24
A indústria cultural é aquela que produz em série e por meio de máquinas bens 
culturais e artísticos. Confira a charge denominada “Indústria Cultural e Indústria de Massa”:
Quem estimula mais o cérebro: a televisão ou o livro?
DICAS
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/industria-cultural/>. Acesso em: 20 abr. 2020.
 Desse modo, muitos artistas tiveram que empregar-se na nascente 
indústria cultural, pois para muitos artistas a indústria possibilitou à população 
a alfabetização cultural, que por meio da leitura dos jornais e folhetins sabiam 
o que acorria na via pública. Conforme podemos observar no cartaz a seguir 
de “Henri Toulouse – Lautrec de 1896, que foi realizado para um fabricante de 
tintas de imprensa, que recorre à utilização de conceitos tradicionais da imagem 
publicitária da época” (COSTA, 2004, p. 47).
25
FIGURA 12 – NO CONCERTO. ARTISTA: TOULOUSE – LAUTREC. IMAGEM CRIADA EM 1896
FONTE: <https://www.meisterdrucke.pt/impressoes-artisticas-sofisticadas/Henri-de-Toulouse-
-Lautrec/198498/No-concerto,-1896-(zincograph).html>. Acesso em: 20 abr. 2020.
Conforme menciona Costa (2004), a indústria cultural promoveu um 
novo ritmo à produção cultural, além de tê-la popularizado para um público 
que é considerado fiel e cativo, também contribuiu para o sucesso da produção 
editorial, pois novos empresários sempre estavam em busca de novos autores 
para testarem diferentes conceitos estéticos:
Artistas desconhecidos puderam criar de maneira independente e livre 
de grilhões tanto das corporações como da elite econômica, por vezes, bastante 
conservadora. Dessa forma, a indústria cultural apoiou as vanguardas artísticas 
que tiveram espaço para propor novos caminhos para a arte, acelerando ainda 
mais o dinamismo próprio da produção artística (COSTA, 2004, p. 47).
Devido a essas mudanças, Costa (2004) menciona que o campo das artes 
ficou ainda mais complexo, pois trabalhavam lado a lado, o artista considerado 
erudito que servia as classes abastadas, o artista popular que era contratado pela 
indústria e o artista independente, que realizava suas criações em seu ateliê, e 
assim, podia realizar experimentos acerca de novas possibilidades estéticas, 
porém, também tinha aquele artista que desempenha todos esses papéis.
 
O artista também teve que se adaptar às mudanças que ocorreram na 
passagem dos séculos XVIII para o século XIX, conforme infere Costa (2004), a 
instauração da República e do povo. Sendo o artista considerado um protagonista 
26
nessa sociedade republicana, ao contrário que previu Platão em “A República” 
(379 a.C.), sua relação com o público tornou-se cada vez mais distante, pois havia 
uma crescente proliferação de manifestações artísticas, bem como a inserção de 
novos artistas no contexto social.
Devido ao avanço da tecnologia, tornando o trabalho artesanal obsoleto, o 
artista procurou novos consumidores, porém com o valor de novos produtos cada 
vez menos artesanais, bem como, pela mobilidade social que teve avanço com os 
meios de comunicação de massa e de transporte, o artista precisou do auxílio 
dos críticos de arte, para se manterem na sociedade, inclusive nos tempos atuais. 
Como podemos observar o artista na atualidade? Nesse contexto social atual, o 
artista busca agregar na sua criação suas vontades, seus sonhos, suas fantasias, 
seus devaneios, com o intuito de proporcionar ao espectador a participação na 
construção de sua obra de arte. Desse modo, a obra pode não ser concluída, pois 
a cada nova interação surge outra criação. 
Desta forma, conhecemos a trajetória e importância que o artista teve no 
desenvolvimento da sociedade, porém temos que reconhecer que a sua criação, 
ou seja, a obra de arte é resultado de toda a sua pesquisa e seu trabalho. Desse 
modo, vamos adentrar no contexto do valor que a obra de arte tem na sociedade 
e no âmbito da educação humana.
2.2 A OBRA DE ARTE
Quantas vezes ao ver uma obra de arte, nos interrogamos sobre o que faz 
dela uma obra de arte? Podemos considerar a obra a seguir como arte? 
27
FIGURA 13 – OBRA: A CONDIÇÃOHUMANA. ARTISTA: RENÉ FRANÇOIS GHISLAIN MAGRITTE. 
OBRA CRIADA EM 1933
FONTE: <https://citaliarestauro.com/o-que-e-uma-obra-de-arte/>. Acesso em: 21 abr. 2020.
 
Podemos observar na obra de René Magritte (1868-1967) uma cena um 
tanto inusitada, pois mostra um cavalete que foi colocado numa sala e na frente 
de uma janela. Nesse cavalete podemos observar uma tela com uma pintura de 
uma paisagem, que apresenta todos os detalhes da paisagem vista fora da janela.
 
Primeiramente, o espectador pode considerar a pintura no cavalete 
como parte da paisagem que está fora da janela. Após refletir acerca da pintura, 
percebe-se que essa suposição se baseia num questionamento falso, ou seja, que 
as imagens acerca da pintura são reais, enquanto a paisagem pintada na tela na 
verdade são uma representação da realidade, porém, podemos inferir que não há 
diferença nas paisagens, pois fazem parte da mesma pintura. Refletindo acerca 
dessa pintura, o espectador pode acreditar que uma paisagem seja real e a outra 
uma representação, sem perceber que se trata de um mesmo contexto.
Na verdade, é necessário refletir acerca de diversos aspectos, que vão 
muito além do que propriamente o objeto físico em questão. Ao refletirmos acerca 
do conceito de beleza, em relação à estética, podemos percepcionar a relação de 
troca existente entre a obra e o espectador. Essa troca está baseada em informações 
carregadas de sentidos e significados, que possibilitam a transformação da obra 
de arte num testemunho acerca de um contexto histórico/artístico/ cultural e 
social.
28
Quando o espectador apreciar uma obra de arte, possibilita a ampliação 
da análise, acerca dos elementos visuais presentes na obra, bem como, é possível 
refletir sobre os elementos intrínsecos e extrínsecos. Desse modo, contribuirá para 
o espectador compreender melhor a obra de arte e aquilo que o artista pretende 
transmitir. 
Podemos considerar como obra de arte toda e qualquer criação realizada 
por um artista, que é fruto de sua imaginação e criatividade, e expressada por meio 
de uma manifestação emocional e ou sensível. Dessa maneira, compreendemos que 
a obra de arte é uma criação e, que fica visivelmente evidente a intencionalidade 
do artista.
A obra de arte é considerada com um objeto artístico que é produzido 
pelo artista. Isso é um fato! Sabemos que todo artista transborda sua criativida-
de na realização de sua obra de arte. Segundo Silva (2009), existe um grande va-
lor acerca da realização do trabalho de uma artista, porém muitas obras de artes 
impõem-se por si mesma. Isso advém, porque muitas obras enfatizam a capa-
cidade de falar sobre si mesma, ou seja, pronunciam algo além da sua própria 
época, apresentando inspiração e significados que perpassam pelos tempos.
 
Já Osborne (1970) aborda que o conceito e a função da obra de arte, durante 
a história da evolução da arte, passaram por grandes mudanças, pois as obras 
de artes eram consideradas como artefatos, sendo fabricadas para promover 
algum valor imediato, porém, hoje, é feita propriamente para serem obras de arte 
e, apreciadas esteticamente. No contexto atual, a interação e a participação do 
espectador se tornam uma ação fundamental para ressignificar a arte.
 
No século XVI, na Renascença, a obra de arte se destacou devido ao 
surgimento do que foi considerado como obra-prima, sendo que os trabalhos 
eram submetidos às academias e ou corporação profissional, para que fossem 
avaliados, para comprovar que o artista realmente, dominava as habilidades 
e técnicas necessárias. Dessa maneira, o artista era avaliado pelas qualidades 
referente ao intelecto e à imaginação.
Por volta do século XVIII e adentrando no século XIX e, com o 
desenvolvimento do comércio da arte, as encomendas para elaborar uma obra 
de arte, era realizada por um patrono. O patrono determina como queria a obra, 
ou seja, as condições, para definir o tema e qual a aparência a obra deveria ter. 
Segundo Silva (2009), os maiores patrocinadores eram as igrejas católicas, bem 
como, as cortes de reis europeias. Para Coli (1995) o conceito referente à arte, 
está intrínseca na obra de arte, todavia estritamente ligado a tudo que envolve 
esse objeto artístico, como: a temática, o discurso, as atitudes de admiração, o 
virtuosismo técnico, o mercado, biografia do artista etc.
Desse modo, podemos inferir que a arte pode ser considerada como um 
elemento fundamentalmente cultural. O conceito de arte está intrinsecamente 
associado com as obras de arte, apesar de ser produzida por um artista, que 
29
possui um entendimento, uma interpretação, que por meio de suas sensações 
e sentimentos transborda sua criatividade na criação de sua obra de arte que 
atualmente, pode ser compreendida como projeto artístico. 
Isso porque a arte na atualidade é entendida como uma possibilidade de 
reflexão, de liberdade de criação, de provocação do sensível e se configura em um 
trabalho de memória da própria arte, com uma concepção de estética que rompe 
com paradigmas tradicionais para se situar além do belo e do feio. Uma arte que 
busca atrair o público para estimular a interação e a descoberta. Neste sentido, a 
arte atual considera a interpretação:
[...] a obra de arte diz algo a alguém, e isso não apenas como um 
documento histórico diz algo ao historiador – ela diz algo a cada 
um como se isso fosse dito expressamente a ele, enquanto algo atual 
e simultâneo. Desse modo, vem à tona a tarefa de compreender o 
sentido daquilo que ela diz e de torná-lo compreensível – para si e 
para os outros (GADAMER, 2010, p. 6).
 
Para Gadamer (1999), obra de arte carrega a possibilidade de se tornar 
uma experiência que irá transformar aquele que experimenta. O “sujeito” da 
experiência da arte, o que fica e persevera, não é a subjetividade de quem a 
experimenta, mas a própria obra de arte, portanto, é perceptível a importância 
da compreensão da arte que é revelada pela experiência estética apresentada 
pela criação do artista na atualidade. Essa compreensão se dá pela provocação 
causada mediante o encontro com o projeto artístico, que propõe a participação 
ativa do espectador. Mas quem é o espectador nesse contexto social atual? Qual 
é a importância do espectador diante das obras de arte? Na sequência, vamos 
conhecer e refletir acerca da relação entre o espectador e a arte.
2.3 O ESPECTADOR
 
Acerca da relação existente entre o espectador e a obra de arte, diversas 
áreas de estudos, como a antropologia, e ou sociologia já realizaram estudos 
enfatizando a pesquisa ao espectador. Segundo Ramaldes (2016), um dos motivos 
do estudo dessa relação é que o espectador é considerado como uma figura 
fundamental para que a obra de arte se concretize.
Conforme corrobora o educador Dewey (2010, p. 182), “a ciência afirma 
significados; a arte os expressa”. Vamos compreender esse contexto! Por meio 
da ciência que nos apresenta a resolução de significados, nos faz compreender 
que uma verdade está constituída. Até que seja provado o contrário, a verdade 
apresentada é absoluta, já que para a ciência todo conhecimento deve ser testado 
para comprovar os fatos. Já a arte, não comprova fatos e, sim, expressa significados. 
Dessa maneira, a arte nos possibilita diversas interpretações para uma mesma 
obra de arte, ou seja, a arte não termina em apenas um significado, porém 
isso vai depender da leitura realizada pelo espectador porque a arte envolve a 
subjetividade tanto do artista como do espectador para que seja efetivada. 
30
 Para Dewey (2010, p. 215) “a obra de arte só é completa na medida 
em que funciona na experiência de outros que não aquele que a criou”. Por 
meio de Dewey, podemos compreender a importância do espectador diante da 
expressividade da obra de arte, pois a relação que é estabelecida entre a obra de 
arte com o espectador, essa experiência somente ocorre uma única vez porque 
cada espectador diante da obra de arte apresenta uma vivência diferente e única, 
poisnunca será a mesma sensação para os demais que observam a obra também.
Dessa maneira, compreendemos que sem o espectador uma obra de 
arte não faz sentido, pois o artista produz a obra de arte para que as pessoas 
possam fruir, vivenciar e ou experimentar. No caso das artes, essa relação com o 
espectador é intrínseca, pois é desse modo que ele se aproxima da obra de arte e 
nela adentra.
 
Para Costa (2004, p. 129) “esse movimento sensível do público para o 
interior da obra é chamado de projeção e é responsável pelos sentimentos que 
a arte nos desperta e pela possibilidade de nos identificarmos com aquilo que 
está acontecendo na tela ou no palco”. Para que isso ocorra, é necessário que 
o espectador se provoque a experienciar a arte, ou seja, deixar transparecer 
seus sentimentos, suas emoções, suas angústias, seus anseios para fruir, sentir, 
descobrir e, portanto, vivenciar aquele momento. 
A relação do espectador com a obra no século XXI, mudou consideravelmente, 
pois nesse momento o espectador torna-se ativo e participativo das obras de arte, 
relação esta que nos séculos passados não acontecia. Segundo Costa (2004), o 
comportamento formal e introspectivo do espectador que costumava haver 
diante de uma obra de arte no passado, mudou muito devido ao aparecimento de 
novos gêneros e formas artísticas. Surge apresentações rápidas e curtas como as 
performances, mais informais como os happenings, ou ainda, a arte que faz uso 
da tecnologia. Essas alterações permitem que o espectador mude suas atitudes 
contemplativas para agir e participar das obras de artes, que, em muitos projetos 
artísticos contemporâneos, o público faz parte da própria obra, pois, nesses casos, 
a proposta somente é concretizada com a participação do espectador, podendo 
ser ele também coautor da obra:
Percebemos, assim, que não é só a arte que está em constante sintonia 
com o seu tempo. Também o público, parte necessária da obra, adapta seu 
comportamento e sua sensibilidade de acordo com a dinâmica da arte. É no 
convívio com ela que vamos nos tornando sensíveis a seus significados e à sua 
forma peculiar de se apresentar (COSTA, 2004, p. 131).
Costa (2004) acrescenta que o papel do artista é tão importante, pois ele 
consegue mudar o olhar do espectador diante daquilo que o cerca a sua volta, 
“sem o público que percebe sua beleza e a transpõe para o seu cotidiano, a obra 
de arte também não existiria” (2004, p. 132). Desse modo, podemos compreender 
a importância para o artista, de quando apresenta sua obra de arte ao público, 
ou seja, para perceber a reação do espectador diante da sua obra, ou seja, para a 
participação do espectador na ressignificação de sua obra:
31
[...] interrompe seu ato criativo, distancia-se do seu trabalho e o olha, 
examina, lê ou ouve como se nunca a tivesse visto ou ouvido antes. 
Podemos dizer que, ao criar, o artista realiza um movimento que vai 
do seu interior para fora, exteriorizando uma ideia ou um sentimento. 
Quando o público frui a obra, realiza o movimento inverso – de fora 
para dentro, interiorizando-a (COSTA, 2004, p. 132).
Podemos compreender que o papel do espectador é fundamental para 
o artista, pois é ele, o espectador que frui o trabalho criativo. Lembrando que 
cada espectador que contemplar a obra irá fruir de uma maneira diferente, 
tendo sensações distintas e única. Assim, percebe-se que a arte pode ser criada 
coletivamente, mas a experiência é individual.
Desse modo, para Costa (2004), a obra de arte só ocorre por intermédio 
da fruição do espectador, cuja intensidade depende de alguns fatores como, a 
subjetividade, a constituição emocional do público acerca dos hábitos artísticos 
e da competência dos artistas para direcionar o olhar do espectador para a obra 
de arte.
O filósofo Umberto Eco (1993) ao analisar a relação artista – espectador, 
cria o conceito que denominou de “obra aberta”, para definir a relação existente 
entre obra de arte e espectador, buscando verificar as diversas interpretações. 
Para Costa (2004), acerca do que Umberto Eco mencionou, ele corrobora que seja 
o artista que cria a sua obra, carregada de uma série de significados, porém é 
na interação com o público que ela se realiza, ou seja, é o espectador que cria o 
universo de possibilidades e adquire sentido. 
FIGURA 14 – OBRA: PISCINA. ARTISTA: JORGE MACCHI. OBRA CRIADA EM 2009
FONTE: <https://www.inhotim.org.br/inhotim/arte-contemporanea/obras/piscina/>. Acesso em: 
18 jun. 2020.
32
Na obra intitulada “Piscina”, do artista Jorge Macchi (nascido em 1963), 
em que suas produções artísticas se baseiam em aquarelas desenvolvidas num 
suporte bidimensional e transformam-se em esculturas tridimensionais, trata-se 
de uma obra, porém, também é uma piscina em funcionamento. Desta forma, 
a obra apresentada pelo artista, possibilita uma experiência que vai além da 
visualização, para um contato de diferentes percepções sensíveis que o público 
está provocado a experienciar.
Segundo Costa (2004, p. 133), “essa qualidade interpretativa, essa 
flexibilidade e essa inteligibilidade caracterizam a obra aberta, sempre pronta 
para novos sentidos a cada novo observador”. Essa consciência acerca do papel 
do espectador é considerada fundamental, porém foi se desenvolvendo aos 
poucos no contexto social.
Conforme menciona Costa, com o desenvolvimento do mercado da arte, 
bem como, com a inserção da indústria cultural, possibilitou um grande acesso à 
produção da arte simbólica, porém isso exigiu novos critérios dos trabalhos dos 
artistas. Para Costa “comunicar-se com esse público e fazer-se compreender por 
ele passou a ser fundamental para o desenvolvimento artístico” (2004, p. 133).
O teórico Jacques Rancière (2019) propõe um estudo dedicado sobre o 
papel do espectador em meio ao contexto artístico atual. Ele busca discutir 
a relação existente entre artista, obra e espectador, para ampliar o conceito de 
espectador embrutecido para “espectador emancipado”, uma vez que a arte 
contemporânea exige uma postura que vai além da neutralidade de quem aprecia 
a arte. Para ele, “o espectador deve ser retirado da posição de observador que 
examina calmamente o espetáculo que lhe é oferecido” (JACQUES RANCIÈRE, 
2019, p. 10). Neste estudo, Rancière enfatiza a necessidade de o artista provocar 
o espectador a ver aquilo que ele não quer ver ou a compreender aquilo que 
ele não consegue compreender. Assim, o espectador avança para o processo de 
emancipação quando ele se propõe a participar do que o autor chama de jogo, 
ou seja, quando ele se envolve na observação, na seleção, na comparação, no 
questionamento e na interpretação da arte. 
Para conhecer mais sobre a obra “Piscina”, de Jorge Macchi e outras obras de 
arte contemporânea, conheça o Instituto Inhotim, localizado na cidade de Brumadinho, em 
Minas Gerias. Acesse o site do Instituto pelo link: https://www.inhotim.org.br/visite/como-
chegar.
DICAS
33
Com essa nova proposta de espectador, que estimula a sua criatividade à 
medida que vai participando, surge a ideia de arte interativa, que é um modo de 
arte que convida o espectador a fazer parte da proposta artística, ou seja, a arte 
interativa envolve o espectador a participar da obra.
FIGURA 15 – OBRA – VIEWING MACHINE. ARTISTA: OLAFUR ELIASSON. OBRA CRIADA EM 
2002-2008
FONTE: <https://www.inhotim.org.br/inhotim/arte-contemporanea/obras/viewing-machine/>. 
Acesso em:18 jun. 2020.
A obra de Olafur Eliasson (nascido em 1967), reinterpreta um caleidoscópio 
em que o espectador é convidado a participar, posicionando a máquina para um 
ponto de seu interesse, seja dentro da galeria ou observar algo fora no local. Para 
o artista, o espectador passa pela experiência e desenvolve o processo perceptivo. 
A escultura possibilita ampliar nossa visão de mundo, bem como, proporciona 
um prazer lúdico de sentir, de vivenciar e de perceber a nós mesmos. 
Leia o livro “O espectador emancipado”, do filósofo francês Jacques Rancière e 
conheça mais sobre a sua

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