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Análise comparativa entre Max Weber - Karl Marx e Max Weber - Durkheim Max Weber (1864-1920) nasceu em Erfurt, Turíngia, Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Formou-se em Direito e doutorou-se em Economia. Foi nomeado professor de economia da Universidade de Heidelberg. Weber foi um importante sociólogo e destacado economista alemão. Suas grandes obras são, “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” e "Economia e Sociedade". Ele dedicou sua obra a compreender a nova sociedade que se formava a partir da consolidação do capitalismo industrial na Europa e sua propagação pelo planeta. Desenvolveu importantes trabalhos na Sociologia, foi considerado um dos fundadores da Sociologia Moderna, ao lado de Conte, Marx e Durkheim. Sua grande obra chama-se "Economia e Sociedade”, onde traça um quadro do poder e da política, ou seja, das relações de dominação. Defendia a tese de que a forma de legitimação de um poder é decisiva para se compreender que tipo de poder é aquele. Weber afirma que o papel da Sociologia é observar e analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão, é por isso que sua Sociologia recebe o nome de compreensiva. Um dos conceitos principais da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação social. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo comportamento alheio. Esse comportamento só é ação social quando o ator atribui à sua conduta um significado ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras pessoas. O sociólogo também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares sem se perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal instrumento é o tipo ideal, o qual cumpre duas funções principais, a de selecionar http://www.infoescola.com/geografia/europa/ explicitamente a dimensão do objeto a ser analisado e, posteriormente, apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas sutilezas concretas. Karl Marx (1818-1883) nasceu em Trèves, cidade ao sul da Prússia - um dos muitos reinos em que a Alemanha estava fragmentada, no dia 5 de maio de 1818. Ele foi um filósofo e revolucionário socialista alemão. Criou as bases da doutrina comunista, onde criticou o capitalismo. Na base do pensamento de Marx está a ideia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. Para Marx, o conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado. O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central. Para ele, as relações de produção acabam por controlar a distribuição dos produtos e dos meios de produção, e ainda a apropriação do trabalho e de toda essa distribuição. Esse processo acaba resultando que a sociedade se divida. Já o conceito que Marx desenvolveu da Mais-Valia, tinha o objetivo de explicar como o lucro era obtido em um sistema capitalista. Isso porque, o trabalho e a mão de obra acabam gerando certa riqueza, assim, a mais-valia seria o valor restante de uma mercadoria, ou seja, a diferença existente entre o que o empregado recebe e o que ele produz. Estes dois filósofos contribuíram fortemente para a sociologia de várias formas. Uma das mais importantes são suas diferentes abordagens às classes sociais e às desigualdades. Enquanto Karl Marx considerava a divisão social em classes relacionada ao meio de produção, Max Weber considerava que as classes se baseavam em poder, riqueza e prestígio, para ele a sociedade tinha várias camadas que contribuíram além do meio produtivo. Marx trata sobre a questão dialética do conflito entre as classes sociais e à mecânica do funcionamento desses conflitos. A dialética de Marx não aceita o conhecimento espiritual mudando a produção da existência e a vida social, mas sim o contrário, ou seja, com a atividade prática, ocorre a equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social que se transforma também na sua subjetividade. Weber, através de um estudo complexo o sobre o assunto possibilita a compreensão do surgimento e desenvolvimento do domínio que os homens impõem e submetem-se quando em sociedade. Ele destaca que as formas de dominação caracterizadas pela violência considerada legítima, ocorrem através de três vertentes básicas: domínio tradicional, domínio carismático e domínio racional-legal. Émile Durkheim nasceu na França em 1858 e lá viveu até sua morte, em 1917. Diretamente influenciado pelo positivismo de Auguste Comte, dedicou sua trajetória intelectual a elaborar uma ciência que possibilitasse o entendimento dos comportamentos coletivos. Sua grande preocupação era explicar os elementos capazes de manter coesa a nova sociedade que ia se configurando após a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Durkheim determina o fato social como objeto central de investigação deste novo campo científico. Entende-se o fato social como uma “coisa” que exerce força de coerção sobre os sujeitos, independente de sua vontade ou ação individual. O fato social se impõe na direção da sociedade para o indivíduo e se estabelece de forma a homogeneizar e padronizar os comportamentos particulares, garantindo que sejam coletivos. Propositalmente, Durkheim chama o fato social de “coisa” para ressaltar que ele é um objeto no sentido científico, isso é algo que pode ser observado, definido e explicado pelo cientista social. Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração http://www.infoescola.com/sociologia/positivismo/ http://www.infoescola.com/biografias/auguste-comte/ http://www.infoescola.com/historia/revolucao-industrial/ http://www.infoescola.com/historia/revolucao-francesa/ adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida. Nessa concepção durkheimiana - também chamada de funcionalista -, as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo. A principal diferença entre Weber e Durkheim foi a de que Durkheim usou o termo “fato social” para indicar que existiam forças para além do indivíduo que afetam seu comportamento, enquanto Weber afirmava que precisava se compreender o significado que as pessoas atribuem aos seus comportamentos para compreender a sociedade.