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APG - SINDROME DE LOEFFLER

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ESTUDAR A SINDROME DE LOEFFLER, DESTACANDO OS SINAIS CLINICOS. 
VISÃO GERAL: 
A Síndrome de Loeffler é caracterizada por uma pneumonia eosinofílica, causada por 
parasitas intestinais com ciclo pulmonar obrigatório na qual evidencia-se infiltrado pulmonar 
migratório na radiografia de tórax e eosinofilia detectada no hemograma, em pacientes com 
tosse seca, dispnéia, sibilos e febre baixa. Nela há o comprometimento do trato respiratório, 
evidenciado por alterações radiológicas, cuja etiologia está relacionada intimamente com as 
enteroparasitoses, destacando-se a infecção por Ascaris lumbricoides (principal agente 
etiológico) (LUZ, 2017). 
FISIOPATOLOGIA: 
O dano ao tecido pulmonar característico da síndrome está associado a uma resposta 
alérgica mediada por eosinófilos, os quais liberam citocinas, tais como espécies reativas de 
oxigênio (EROs), que lesam o parênquima pulmonar. A eosinofilia característica da síndrome é 
decorrente de um perfil de resposta inflamatória modulada por linfócitos T CD4+ diferenciados na 
forma Th2, a qual medeia aumento dos níveis de Imunoglobulina E; produção de interleucina 13; 
ativação, diferenciação, sobrevivência e migração de mais eosinófilos, através do aumento dos 
níveis de citocinas específicas (IL-4, IL-5), um processo característico de uma reação de 
hipersensibilidade do tipo I (LUZ, 2017). 
MANIFESTAÇÕES CLINICAs: 
Durante o ciclo de Loss, o paciente pode apresentar tosse seca, febre e perda de peso, 
o que define a síndrome de Loeffler. Além disso, em alguns casos também ocorrem: 
broncoespasmo, hemoptise, lesões hepáticas com hiperglobulinemia, elevação das 
transaminases, sinais de pneumonite e eosinofilia aos exames de lavado broncoalveolar ou 
biópsia transbrônquica. Por isso, um diagnóstico diferencial é a pneumonite eosinofílica. Um 
padrão de tosse característico são os acessos de tosse (expelindo o patógeno), que ocorre no 
momento em que o parasita ascende à árvore brônquica para ser deglutido e ter acesso ao trato 
gastrointestinal. Esporadicamente, em casos de elevado número de parasitas, pode haver 
sufocamento e até óbito, como nos casos de bolo de áscaris em crianças. 
EXPLICAR O CICLO DE LOSS E PARASITAS ENVOLVIDOS. 
PRINCIPAIS CAUSADORES: 
 As causas principais da Síndrome de Loeffler são as infecções por helmintos, estas que 
provocam várias formas fisiopatologicamente distintas de eosinofilia pulmonar, dependendo do 
comportamento dos organismos no pulmão e da resposta imune do hospedeiro associada. No 
caso da síndrome de Loffler, ocorre uma passagem transpulmonar das larvas dos helmintos. 
Três tipos de helmintos possuem essa característica: Ascaris (A. lumbricoides), ancilóstomos 
(Ancylostoma duodenale) e Strongyloides stercoralis. Ambos os tipos possuem o denominado 
Ciclo de Loss, em que as larvas infectantes chegam aos pulmões, via a corrente sanguínea, 
penetra nos alvéolos, amadurece e sobe pelas vias aéreas antes de descer pelo trato alimentar 
até o intestino delgado (MURRAY, 2017). 
CICLO DE LOSS: 
Especificamente, o contágio do Ascaris inicia-se com a ingestão de ovos de vermes 
encontrados em água e alimentos contaminados. No intestino delgado, os ovos eclodem em 
larvas que penetram a parede do intestino e migram via circulação porta até o fígado e, em 
seguida, via circulação sistêmica até os pulmões. As larvas introduzem nas paredes alveolares, 
deslocam-se até a garganta e são deglutidas. Posteriormente, retornam ao intestino e se 
transformam em vermes adultos, iniciando a reprodução, reiniciando o processo. Outrossim, o 
desenvolvimento da infecção pelos parasitas dura cerca de 2 a 6 semanas e os sintomas, 
quando presentes, iniciam-se após 7 a 14 dias do contágio. 
 
LISTAR O DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DA SINDROME DE LOEFFLER. 
DIAGNOSTICO: 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Clinicamente a Sindrome de Loeffler pode ser assintomática, mas a 
maioria das vezes é caracterizada por um quadro de dispneia asmatiforme moderada, tosse 
seca, sibilos, desconforto retroesternal e febre baixa. Pode ocorrer também hemoptise, mialgia, 
dor torácica e anorexia. O exame físico geralmente apresenta sibilos e crepitações difusas à 
ausculta pulmonar (KLION, 2021). 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Laboratorialmente, a síndrome é reconhecida por eosinofilia 
em que 500-1.000 células/mm3 (25% a 30%) dos leucócitos sanguíneos são eosinófilos. 
Eosinofilia tecidual também está presente na síndrome, todavia, a biópsia do tecido pulmonar 
não é obrigatória para concluir o diagnóstico. Altas concentrações de Proteína C-reativa e de IgE 
no plasma também são achados laboratoriais comuns. Pode-se também realizar testes de 
imunoensaio como Western Blotting (WB) para detectar antígenos específicos do parasita. O 
exame parasitológico das fezes é importante, contudo, na maioria dos casos ele é inicialmente 
negativo, justamente na fase de infiltrado pulmonar, porque nessa fase (de migração das larvas 
para os pulmões) os parasitas ainda não são adultos e não produzem ovos. O exame de fezes é 
negativo até oito semanas após o início de sintomas pulmonares (MURRAY, 2017). 
DIAGNÓSTICO DE IMAGEM: A radiografia de tórax pode mostrar opacidades redondas ou 
ovais que variam em tamanho de vários milímetros a vários centímetros em ambos os campos 
pulmonares; essas lesões são mais prováveis de estarem presentes quando a eosinofilia 
sanguínea excede 10%. As opacidades são migratórias e podem se tornar confluentes nas áreas 
peri-hilares (figura 1), mas geralmente desaparecem de forma espontânea e completa após 
várias semanas (KLION, 2021). 
 
 
TRATAMENTO: 
Confirmando-se laboratorialmente a Síndrome de Loeffler com etiologia parasitária, é 
prudente utilizar drogas anti-helmínticas até mesmo para evitar manifestações tardias da 
parasitose, tais como diarreia, desnutrição e oclusão intestinal. Dentre essas drogas, destacam-
se duas principais: benzonidazóis e glicocorticoides (LUZ, 2017). 
BENZONIDAZÓIS: Geralmente são administrados medicamentos benzimidazóis, como Alben-
dazol e Mebendazol, os quais podem atuar de duas maneiras: através da ligação seletiva nas 
tubulinas inibindo a tubulina-polimerase, previnindo a formação de microtúbulos e impedindo a 
divisão celular; e, ainda, impedindo a captação de glicose inibindo a formação de ATP que é 
usado como fonte de energia pelo parasita (SPENER, 2019). 
GLICOCORTICOIDES: Os glicocorticoides também podem ser utilizados, e são bastante efetivos 
na diminuição da inflamação celular e da eosinofilia. A droga mais usada é a Prednisona, a qual 
age suprimindo a migração de leucócitos, revertendo o aumento da permeabilidade capilar e 
reduzindo a produção de prostaglandinas por inibir a atividade da enzima fosfolipase-A2. No 
entanto deve-se atentar para o fato de que no cenário de pneumonite grave, corticosteroides 
sistêmicos podem ser administrados, desde que a infecção por Strongyloides tenha sido 
descartada por meio de exame de escarro e fezes para larvas de Strongyloides. Isso ocorre 
porque a administração de corticosteroides no cenário de infecção por Strongyloides pode 
induzir a síndrome de hiperinfecção por Strongyloides (que pode estar associada a disfunção do 
sistema multiorgânico e choque séptico) (MURRAY, 2017). 
REFERÊNCIAS: 
 LUZ, Sávio, et al. Síndrome de Loeffler sob prisma da parasitologia, imunologia e 
bioquímica. II CONBRACIS, 2017. 
 MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S.; PFALLER, Michael A.. Microbiologia 
Médica. 8 ed. Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2017. 
 NAPOLI, Andréia Lívia Gonzalez; NAPOLI, Allan Eurípedes Rezende. SÍNDROME DE 
LOEFFLER: DIAGNÓSTICO E CICLO BIOLÓGICO DO PRINCIPAL PARASITA 
INTESTINAL CAUSADOR DA SÍNDROME. Revista Multidisciplinar em Saúde, v. 2, n. 
1, p. 31-31, 2021.

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