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Construcao de Texto Dissertativo Argumentativo

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Construção de Texto Dissertativo Argumentativo
E.E.M. Gov. Ildo Meneghetti
Prof. Thales Ribeiro de Souza
3° anos
Língua Portuguesa e Literatura / Leitura e Escrita
Construção de Texto Dissertativo Argumentativo
O texto dissertativo-argumentativo é um gênero discursivo muito comum em provas de vestibular e no Enem. Em resumo, trata-se de uma produção em que um autor defende seu ponto de vista por meio de argumentos. No caso específico do Exame Nacional do Ensino Médio, exige-se, também, que se apresentem propostas de solução para os problemas levantados.
Características
O texto dissertativo-argumentativo - ou apenas dissertação - é um tipo de texto que discute assuntos socialmente relevantes. No caso específico do Enem, questões que envolvem o Brasil e seus principais problemas costumam aparecer como tema da redação. Além disso, esse tipo de texto é reconhecido por ter uma estrutura bastante rígida, dividida em três partes fundamentais: introdução, argumentação e conclusão os na argumentação.
Características
Para produzir um bom texto dissertativo-argumentativo, é necessário estar atento para as exigências que cada parte do texto - introdução, desenvolvimento e conclusão, é importante lembrar:
Do uso da norma-padrão da língua portuguesa;
De fundamentar os argumentos a partir de conhecimentos de diversas áreas;
Apresentar domínio dos elementos de coesão e coerência da língua;
Respeitar os direitos humanos, estabelecidos na Declaração Universal redigida pela ONU.
Esqueleto da redação
O esqueleto para produção de redação nada mais é do que a organização do seu texto em ideias — ou seja, a definição dos tópicos que serão abordados — antes mesmo de começar a escrevê-lo. 
Você pode realizá-lo de diferentes formas: lista, esquema ou definição de frases que resumem as ideias que serão escritas, por exemplo.
Vamos pensar, por exemplo, no Enem. Nessa prova, o gênero textual cobrado é o dissertativo-argumentativo. Logo, o esperado é que a sua redação seja dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Sendo assim, você deverá introduzir o tema da redação, apresentar a sua tese, defendê-la com argumentos pertinentes e apresentar propostas de intervenção que possam ser colocadas em prática, de fato.    
Então, com tanta coisa para fazer em um único texto, é preciso se organizar antes para não se perder enquanto escreve. 
Imagine só começar a escrever e, lá no meio da produção, lembrar de um argumento ótimo, mas que não cabe mais no texto. Seria bem frustrante, certo? Ou então, já pensou se os seus argumentos começam a se contradizer e você só percebe isso depois que revisar o seu texto? Com o tempo apertado do Enem, é muito importante evitar reescritas, além da falta de espaço para escrever demais.
Além de evitar que situações desse tipo aconteçam, o esqueleto para produção de redação irá te ajudar a otimizar o seu tempo e a conectar melhor as ideias do texto. Isso porque, sabendo os tópicos abordados, você terá uma ideia do todo antes mesmo de iniciar a escrita. Assim, fica muito mais fácil produzir uma redação coesa!
Introdução
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Resgate histórico
O resgate histórico é uma das melhores formas de fazer a introdução, pois dá conta de contextualizar o assunto e ainda te ajuda a demonstrar repertório.
Para fazer uma introdução assim, destaque pontos da história em que houve a situação abordada no tema. Tome cuidado, sempre, para não fugir do tema. Cuidado, também, para não usar mais do que 3 ou 4 linhas para o resgate histórico, pois você ainda terá que apresentar a sua tese na introdução. 
Ao lado há um exemplo. Note como a autora conseguiu destacar, brevemente, alguns momentos históricos para, em seguida, mostrar como o problema ainda está presente na nossa sociedade e lançar a sua tese (de que as raízes do machismo, a insuficiência das leis e a lenta mudança de mentalidade fazem com que o problema persista e precise ser enfrentado).
Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, na Era Vargas. Mas o voto e as conquistas das últimas décadas não eliminaram o problema da violência de gênero. As raízes profundas do machismo, junto da insuficiência das leis e da lenta mudança de mentalidade, fazem com que o problema ainda precise ser seriamente enfrentado pelo poder público e pela sociedade.
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Narração não-ficcional
Sabe quando você lê a proposta da redação e pensa logo em um caso famoso que tem a ver com aquele assunto? Pois é. Narrar esse caso pode ser uma boa opção para a introdução.
Você pode trazer uma notícia que leu nos jornais, um episódio da política ou até uma descoberta da Ciência. É importante garantir que a história seja verificável, pois o corretor precisa saber que o fato aconteceu ou, ao menos, encontrar facilmente na internet. Portanto, evite situações que aconteceram no seu bairro ou na sua família.
Ao fazer uma narração não-ficcional, você também mostrará o seu repertório de atualidades e ganhará pontos nesse item. No exemplo ao lado note que a autora trouxe uma notícia de bastante repercussão para mostrar que a intolerância religiosa persiste no país.
Em 2014, no Guarujá, litoral paulista, uma mulher foi amarrada, espancada e morta na rua por dezenas de pessoas que, após lerem boatos na internet, a acusavam de utilizar crianças em rituais de magia negra. Essa história, assim como inúmeras outras semelhantes, são resultado da persistência da intolerância religiosa na sociedade brasileira.
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Narração ficcional
Aqui o seu repertório da Netflix pode entrar em ação!
Escolha uma situação de um livro, filme ou série que esteja relacionada ao tema apresentado na proposta e, a partir daí, mostre como a vida imita a arte e vice-versa. Ou seja, você precisa trazer a situação ficcional para a realidade. Veja no exemplo (1) ao lado o que a autora faz na introdução.
Veja como o trecho “Já na realidade brasileira” serve para conectar a parte ficcional à parte sobre realidade brasileira. Esse ponto é importante, pois a proposta da redação trata da realidade brasileira e você não pode fugir do tema. É preciso deixar bem clara a relação entre o ficcional e o real.
Para garantir coerência à sua redação, é interessante resgatar, lá na conclusão, alguma referência à ficção mencionada na introdução. Observe este ponte no exemplo (2) ao lado.
No seriado "Orange is the New Black", as detentas da prisão Lichfield organizaram uma rebelião para melhorar as condições de educação, alimentação e outros serviços prestados na instituição e obtiveram relativo sucesso em suas demandas. Já na realidade brasileira, rebeliões em presídios não costumam acabar bem. No conhecido episódio do Carandiru, em 1992, a rebelião resultou em um massacre que vitimou 111 presos. Em 2017, durante as várias rebeliões ocorridas por todo o Brasil, o número de mortos foi ainda maior.
Para que a lei seja cumprida e a qualidade dos serviços básicos seja garantida como na ficção da Netflix, é preciso que a sociedade e o Estado brasileiro passem a entender o sistema prisional como uma instituição voltada para a recuperação dos indivíduos que ali cumprem pena. Só com essa visão será possível promover mudanças capazes de impactar a vida das pessoas.
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Citação
Uma das formas mais conhecidas (e talvez a mais clichê) de fazer a introdução é utilizando uma citação. Por isso, muito cuidado! 
Tente fugir das frases mais conhecidas e garanta que a citação escolhida tenha relação direta com o tema proposto. É importante que a ideia da citação esteja alinhada ao raciocínio que você vai desenvolver e à tese que vocêvai defender.
Uma boa citação não é, necessariamente, a frase de um filósofo. Pode ser a fala de um político, de um artista ou até um trecho de música. Veja a introdução ao lado, retirada de uma redação sobre o problema da saúde pública no Brasil.
Começar o texto com uma citação também é uma forma de mostrar repertório. Mais do que isso: se usar a frase de alguém bastante reconhecido, você terá o que chamamos de “argumento de autoridade”. Ou seja, você não está sozinho afirmando determinada coisa; alguém reconhecido concorda com você.
Mas tome cuidado para que a citação não seja muito longa, ofuscando o seu próprio texto. Afinal, os corretores também valorizam o que chamamos de “autonomia”, que é a capacidade de mostrar ideias próprias.
Ah! Um detalhe: ao fazer a citação, você pode utilizar o discurso direto (quando você escreve a frase exata, entre aspas, assim como a frase do Criolo no exemplo ao lado) ou o discurso indireto (quando você escreve com as suas palavras e não usa aspas). Se você não se lembrar da frase exata, cite de forma indireta, mas nunca se esqueça de indicar o autor.
“Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente”. O trecho da música “Boca de Lobo”, do rapper Criolo, mostra o drama da saúde pública no Brasil. Enquanto os ministros, senadores e membros do alto escalão do governo usufruem, junto da elite, de hospitais particulares reconhecidos internacionalmente, a população fica à mercê de um sistema de saúde lento e sobrecarregado. Enquanto a classe política não precisar usar os serviços do SUS, ela continuará a negligenciá-lo.
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Comparação
A comparação pode ser com outro país, época ou civilização. Ou seja, vamos recorrer mais uma vez às aulas de História e Geografia! Você pode, por exemplo, mostrar como o Brasil poderia se inspirar no modelo de outro país para caminhar com alguma questão aqui. Mas vamos tomar alguns cuidados: 
- Primeiro, lembre-se que o que funciona em outro lugar pode não funcionar aqui, pois há características sociais distintas;
- Além disso, cuidado com a síndrome do vira-lata. Certo país pode ter encontrado uma forma interessante de lidar com um problema, mas isso não significa que tal país é mais adiantado” do que nós. Vamos abandonar a concepção de países desenvolvidos e subdesenvolvidos para passar a falar de ideias, experiências, propostas.
- Outro ponto importante: respeite a Constituição Brasileira e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma comparação com povos da antiguidade que lidavam de forma diferente com a justiça (que permitiam a justiça com as próprias mãos, por exemplo) pode ser descabida e tirar pontos da sua redação.
Enquanto países como Israel, Finlândia, Suécia e Japão investem entre 3 e 4 por cento do PIB em pesquisa e desenvolvimento, esse número no Brasil é de 1,3 por cento. Não à toa, enquanto esses países exportam tecnologia e produtos de alto valor agregado, o Brasil continua em sua posição de exportador de commodities.
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Contextualização
É uma das formas mais comuns de fazer a introdução, mas nem por isso é uma forma ruim. Dê um panorama sobre a temática no Brasil atual, mostre que o problema é importante e que ele precisa ser enfrentado.
Procure trazer dados estatísticos ou informações de fontes confiáveis que possam enriquecer a sua contextualização. Você pode usar, inclusive, os dados apresentados pela proposta de redação. Claro, você não deve simplesmente copiá-los, mas sim usá-los de forma que faça sentido para o texto que você vai construir. Veja um exemplo ao lado, novamente sobre o tema da violência contra a mulher.
Nesse caso, o autor usou adequadamente um dado que estava na proposta de redação do Enem. Se você se lembrar de outros dados que sejam relevantes para o tema, você ganha ainda mais pontos no quesito repertório.
Os índices de violência contra a mulher na sociedade brasileira são estarrecedores. Segundo o Mapa da Violência, mais de 43 mil mulheres foram assassinadas no Brasil só na última década. Os dados revelam não só os níveis de violência em si, mas também o quanto existe de preconceito, segregação e machismo no Brasil. 
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Questionamento
Já reparou que muitos youtubers começam os seus vídeos fazendo perguntas e especulações sobre um tema? A intenção é despertar a curiosidade e fazer com que o público veja o vídeo até o final.
A ideia aqui é parecida: levantar questões que gerem discussão e interesse sobre o tema que será desenvolvido na redação.
Mas você precisa tomar muito cuidado com uma coisa. Qual seria a sua reação se o youtuber fizer várias perguntas no início do vídeo e depois ficar 20 minutos enrolando, sem responder tudo o que foi questionado? Provavelmente ele vai ganhar um deslike.
Pois é, para não ganhar um deslike do corretor, você precisará responder, ao longo do texto, todas as perguntas que fizer no início da sua redação! Portanto, procure focar em problemas mais específicos, não seja muito amplo ao fazer o questionamento. Veja um exemplo de introdução desse tipo ao lado:
Aqui o autor optou por trazer apenas um questionamento e, na sequência, fazer uma contextualização com dados que corroboram a sua tese. É um bom caminho. Mas, se você preferir, também pode construir uma introdução com mais questionamentos. Nesse caso, deixe para apresentar os dados nos parágrafos argumentativos.
Será que o Brasil está caminhando para melhorar a qualidade de vida de sua população? Dados da Receita Federal mostram que apenas 1% da população concentra 30% de toda a riqueza declarada em bens e ativos financeiros no país, o que mostra que ainda há uma grande desigualdade social, mesmo que tenham sido implantados, nas últimas décadas, uma série de programas assistenciais e de geração de renda. É evidente, portanto, que o país ainda tem um longo caminho a percorrer.
Formas de fazer a introdução da redação do Enem e de outros vestibulares
Conceituação
Uma introdução com conceituação é aquela em que o estudante explica um conceito que seja central para o tema proposto. Nesse caso, além de apresentar o conceito, procure mostrar porque ele é importante para o tema que será abordado. Veja o exemplo ao lado onde a aluna explica o conceito de isonomia.
Nesta redação, cujo tema é a desigualdade social, temos uma junção de conceituação com citação e questionamento. Note que é possível utilizar separadamente cada forma de fazer a introdução que mostramos aqui, mas também é comum os estudantes juntarem duas ou mais formas.
Isonomia é a noção, em lei, de que todos são iguais. Ruy Barbosa, uma vez, definiu o conceito da seguinte forma: "tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades". As leis, portanto, devem seguir essa diretriz e ser aplicadas de acordo com as transgressões. Mas será possível aos desiguais se tornarem iguais?
Desenvolvimento 
Desenvolvimento
Essa parte da estrutura de uma redação pode ser resumida em duas palavras: argumentação e exemplificação. É aqui que as informações mais polêmicas devem aparecer. Nesse espaço, você também pode dar voz a visões opostas sobre o assunto. Tudo o que foi levantado na introdução deve ser discutido aqui e lembre-se de desenvolver uma ideia diferente para cada parágrafo.
Mas, como conseguir fazer isso na prática? O primeiro passo é relembrar a tese ou objetivo que você criou na introdução. Por exemplo: numa redação sobre agrotóxicos, você pode estabelecer como objetivo mostrar que os agrotóxicos são um retrocesso para a saúde e para a agricultura.
Então, você deve desmembrar esse objetivo em dois: um para o primeiro parágrafo de desenvolvimento e outro para o segundo. No caso do exemplo anterior, você poderia escrever um parágrafo sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde e outro na agricultura.
Se você tiver dificuldades para estabelecer os objetivos dos parágrafos, pode olhar para sua tese ese perguntar “por que eu acho isso?”. A partir da resposta, você deve formular duas ideias diferentes e explicar melhor cada uma delas em um parágrafo do desenvolvimento da redação.
Desenvolvimento
Depois de estabelecidos os objetivos dos parágrafos, você vai precisar de 4 elementos para construir cada um dos seus parágrafos de desenvolvimento: afirmação, explicação, exemplificação e conclusão.
Afirmação ou tópico frasal
O primeiro elemento do parágrafo deve ser uma afirmação do seu objetivo. Essa frase vai dizer o que você vai abordar naquele parágrafo. Por exemplo: “Os agrotóxicos têm como um de seus prejuízos a relação com a saúde brasileira”.
Explicação
Em seguida, você vai explicar a afirmação. Ou seja, vai explicar como os agrotóxicos interferem na saúde.
Exemplificação
Também é importante dar exemplos para enriquecer a sua argumentação. É nesse momento que você deve utilizar o seu repertório sociocultural, citando uma atualidade, um livro, um filme, uma fala de alguém, um estudo, uma música, etc.
Conclusão
Por fim, é importante concluir o parágrafo e mostrar  como a explicação e os exemplos fizeram você encontrar o seu objetivo. No nosso exemplo, a conclusão deveria mostrar como a explicação e os exemplos mostraram que agrotóxicos fazem mal à saúde.
Desenvolvimento
Veja um exemplo de um parágrafo de desenvolvimento:
“No contexto relativo à manipulação do comportamento do usuário, pode-se citar que no século XX, a Escola de Frankfurt já abordava sobre a “ilusão de liberdade do mundo contemporâneo”, afirmando que as pessoas eram controladas pela “indústria cultural”, disseminada pelos meios de comunicação de massa. Atualmente, é possível traçar um paralelo com essa realidade, visto que milhões de pessoas no mundo são influenciadas e, até mesmo, manipuladas, todos os dias pelo meio virtual, por meio de sistemas de busca ou de redes sociais, sendo direcionadas a produtos específicos, o que aumenta, de maneira significativa, o consumismo exacerbado. Isso é intensificado devido à carência de políticas públicas efetivas que auxiliem o indivíduo a “navegar” corretamente na internet, explicando-lhe sobre o posicionamento do controle de dados e ensinando-lhe sobre como ser um consumidor consciente”.
O que não fazer no desenvolvimento
Como os parágrafos de desenvolvimento são mais longos, se você não estiver atento, corre o risco de repetir informações – o que acarreta na perda de pontos. O mesmo erro pode ocorrer na ânsia em convencer o leitor sobre os seus argumentos.
Outro cuidado importante é em relação aos exemplos. Eles devem ser bastante representativos para situar o leitor e estabelecer a comunicação. Imagine que seus exemplos são uma espécie de pontos luminosos do seu texto. Eles devem ser claros o bastante para dar ainda mais legitimidade aos seus argumentos dentro da estrutura da redação.
Não use: Todo mundo sabe; Todo mundo tem; Ninguém faz isso; Ninguém tem isso; Ninguém pensa assim; É impossível; É óbvio; Nunca; Sempre.
Conclusão
Proposta de Intervenção
Conclusão
Uma boa redação possui de quatro a cinco parágrafos. Um para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para concluir. Esse último não pode ser desprezado ou feito de qualquer jeito. Precisa de uma atenção bem especial.
Nesse caso, a conclusão do texto dissertativo argumentativo deve apresentar o resumo dos argumentos trabalhados e também uma solução para o problema em questão. Isso é o que chamamos de síntese e de proposta de intervenção.
Além de fazer conclusão na redação com síntese e com proposta de intervenção, é possível escrever a conclusão por dedução. Ela aponta uma consequência futura do que foi dito.
Conclusão por síntese
Isso nada mais é do que resumir. Escrever o mesmo conteúdo de forma reduzida ou sintetizada. Pense que deve ser possível a pessoa ler sua conclusão e se lembrar de todo o texto. Uma boa conclusão é memorizável, no sentido de que a pessoa memoriza o seu conteúdo e consegue se recordar de todo o restante.
Nesse fechamento, você retoma as teses que apresentou na introdução e que desenvolveu nos parágrafos de argumentação. O objetivo da conclusão é reafirmar a tese, fechar o ciclo do texto e mantê-lo coerente.  
A função da conclusão de síntese na redação é relembrar o conteúdo, o ponto de vista tratado e convencer melhor o leitor.
Conclusão por solução
Esse tipo já existia, mas se popularizou com o Enem. Essa é a famosa proposta de intervenção, que nada mais é do que uma conclusão de redação com uma possível solução para o problema discutido no texto.
Na conclusão da redação Enem, para uma nota 1000, devem estar presentes quatro elementos. Eles servem de guia.
Responda a essas quatro perguntas no seu parágrafo final e você estará fazendo uma excelente conclusão por solução:
O que é necessário para resolver o problema? (Explicação e Ação)
Quem deve resolver o problema? (Agente social)
Como o problema deve ser resolvido? (Meio ou modo)
O que será conquistado com o fim do problema? (Finalidade)
Além disso, detalhe sua proposta, explique-a bem. Lembre-se, esse formato de conclusão serve apenas para as redações onde um problema foi debatido. Se não há um problema, porque haveria uma solução?
Conclusão por dedução
Ela é o oposto do primeiro tipo, que faz uma síntese. Ela não retoma as ideias anteriores, ela elabora uma consequência, a partir de tudo o que já foi dito. Deduzir é extrair. É um modelo mais difícil de se acertar, porque não pode deixar de fechar o texto e ainda mostra novas perspectivas para o futuro.
Ela é uma inferência também, afinal é o resultado do que vinha sendo construído. A partir das ideias e argumentos, tem-se um produto final: conclusão.
Não se trata de apresentar ideias novas, mas de usando as mesmas ideias já tratadas, apontar, por dedução, o que pode acontecer se as coisas não mudarem ou se mudarem. 
De qualquer forma, o papel de uma conclusão é sempre melhorar a estratégia de convencimento do leitor. Deve sempre ser convincente e coerente. 
Exemplo de redação nota 1000
No Brasil, o início do processo de educação de surdos remonta ao Segundo Reinado. No entanto, esse ato não se configurou como inclusivo, já que se caracterizou pelo estabelecimento de um “apartheid” educacional, ou seja, uma escola exclusiva para tal público, segregando-o dos que seriam considerados “normais” pela população.
Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com dificuldade auditiva, seja por estereotipação da sociedade civil, seja por passividade governamental.
Portanto, haja vista que a educação é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do referido público e, logo, da nação, ela deve ser efetivada aos surdos pelos agentes adequados, a partir da resolução dos entraves vinculados a ela.
Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse direito, reconhecido por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte da sociedade, inclusive dos próprios responsáveis por essas pessoas com limitação.
Isso pode ser explicado segundo o sociólogo Talcot Parsons, o qual diz que a família é uma máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a ideia de que o preconceito por parte de muitos pais dificulta o acesso à educação pelos surdos.
Tal estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência e é procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que deficientes eram deixados para morrer por serem tratados como insignificantes, o que dificulta, ainda hoje, seu pleno desenvolvimento e sua autonomia.
Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público abordado ao sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua secundária oficial e ao incluí-la, no mínimo, à grade curricular pública. Contudo, devido à falta de fiscalização e de políticas públicas ostensivas por parte de algumas gestões, isso não é bem efetivado.
Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com deficiência auditiva vem diminuindo tanto em escolas inclusivas– ou bilíngues – como em exclusivas, a exemplo daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta está relacionada à inexistência ou à incipiência de professores que dominem a Libras e à carência de aulas proficientes, inclusivas e proativas, o que deveria ser atenuado por meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito escolar.
Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, para que a sociedade civil, em especial os pais de surdos, não seja complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos difundida socialmente.
Outrossim, o próprio público deficiente deve alertar a outra parte da população sobre seus direitos e suas possibilidades no Estado civil a partir da realização de dias de conscientização na urbe e da divulgação de textos proativos em páginas virtuais, como “Quebrando Tabu”.
Por fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria de Educação, pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada, com o fito de incentivá-los a profissionalizarem adequadamente os professores – para que todos saibam, no mínimo, o básico em Libras – e a efetivarem o estudo da Língua Brasileira de Sinais, por meio da disponibilização de verbas e da criação de políticas públicas convenientes, contrariando a teórica inclusão da primeira escola de surdos brasileira.
O que acontece se eu zerar a redação do Enem?
Caso zere a redação do Enem, você não poderá concorrer às vagas disponíveis nos programas governamentais: Sisu, Fies e ProUni.
Além disso, você também terá a sua média no Exame muito impactada. Ainda que a sua nota nas provas objetivas tenha sido alta, ter a redação Enem zerada irá diminuir e muito a sua média, podendo comprometê-la seriamente. 
Isso é muito sério, já que ainda que algumas universidades, como a UNB, concedam vagas pela nota do Enem utilizando um sistema de seleção próprio, elas avaliarão a sua média geral e há uma nota de corte mínima para acessar os cursos.
Quais as circunstâncias podem zerar minha redação?
A redação com até 7 linhas será considerada “texto insuficiente” e receberá nota zero;
Também é atribuída nota zero à redação que: 
Fuja ao tema ou à tipologia textual, isto é, que não seja um texto dissertativo-argumentativo. 
Desrespeite a seriedade do exame. 
Apresente cópia integral de texto(s) da Prova de Redação e/ou do Caderno de Questões. 
Apresente impropérios, desenhos e/ou outras formas propositais de anulação em qualquer parte da folha de redação; parte deliberadamente desconectada do tema proposto; assinatura, nome, apelido, codinome ou rubrica fora do local devidamente designado para a assinatura do participante. 
Seja escrito predominantemente em língua estrangeira.

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