Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO Thais Leme Dias R.A 2014831 RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Valinhos - SP 2022 UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO Educação Infantil (Gestão) Relatório desenvolvido como requisito para aprovação no componente curricular Estágio Curricular Obrigatório no curso de Licenciatura em Pedagogia. Módulo 6: Estágio Supervisionado em Educação Infantil- Gestão, na Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Valinhos - SP 2022 FOLHA DE APRESENTAÇÃO - Módulo 6: Estágio Supervisionado em Educação Infantil – Gestão. - Dias, Thais Leme; R.A. 2014831. - Licenciatura em Pedagogia - Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). - CEI Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues Rua Professora Ruth Oliveira Silveira Belo, n°100, Jardim do Lago-Cont. CEP:13.051-063; Campinas/S.P; Telefone(s): (19)32276319/(19)32276182. - Diretora: Teixeira, Aurora da Silva. - cei.mariarodrigues@educa.campinas.sp.gov.br - Período em que o estágio foi realizado: 25/02/2022 a 28/03/2022. - Carga horária de estágio realizado: 100h. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 1 2. APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO ESCOLAR .............................................................. 2 3. REFLEXÃO SOBRE AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................... 4 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.......................................................................... 14 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 16 ANEXOS ................................................................................................................................... 17 Anexo A: Ficha de Presença.......................................................................................... 17 Anexo B: Controle de Carga Horária ........................................................................... 23 1 1. INTRODUÇÃO Inicio descrevendo a importância do Estágio Obrigatório para a formação acadêmica do professor com simples palavras: momento único cheio de oportunidades enriquecedoras para unir a teoria aprendida na Universidade com a prática exercida na realidade vivida, essencial para a prática profissional. A principal tarefa do estagiário é observar com olhar curioso e reflexivo sobre cotidiano escolar, lembrando assim de toda teoria estudada previamente. A LDB n°9394/96 em seu artigo n°61 prevê que a teoria deve ser conectada à vivência empírica através dos estágios supervisionados: “A formação de profissionais da educação, de modo a atender os objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço.” (BRASIL, 1996). Buscarei exemplificar alguns pilares da gestão democrática, como: recursos humanos e comunicação, recursos materiais, físicos da instituição, bem como a gestão pedagógica que por si só ocupa um espaço de prioridade pois tem a função de planejamento e organização do sistema educacional, e também implementação de projetos e melhorias das práticas educacionais com o auxílio do controle acadêmico (matrículas dos alunos, frequência, carga horária, diária dos professores, etc.). A presente reflexão tem o intuito de trazer para o leitor as experiências vivenciadas ao longo do Estágio Supervisionado em Educação Infantil – Gestão, tentarei descrever com precisão todos os afazeres que envolvem a administração escolar e suas funcionalidades. 2 2. APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO ESCOLAR A creche acolhedora foi o CEI Profa. Maria Isabel Baltar da Rocha Rodrigues, inaugurada em Marco de 2009, e leva em seu nome a homenagem a patronesse professora e sociologa feminista conhecida como “Bel Baltar”, muito querida por todos na comunidade por seu comprometimento com a saude da mulher e varias outras causas relativas ao direitos reprodutivos da mulheres, Bel Baltar faleceu repentinamente aos 61 anos em um acidente de carro em 2008. A equipe gestora é composta por uma experiente Diretora e um Vice- Diretor, que trabalham sem Coordenação Pedagógica, e sem assistentes administrativos na Secretaria. Sobrecarregados trabalham em período integral, e assumiram juntos o CEI João Batista Nardi Neto, localizado no Jardim Stella em Campinas – SP. A maneira dialógica e respeitosa como a gestão se configura nesta unidade escolar traça o sucesso das relações entre os atores. A gestão pretendida é a democrática, todos aqui tem voz para se expressar e opinar sobre as questões da escola. Apesar de as funções de diretoria serem mais focadas no administrativo, a perspectiva das práticas são de educar e ensinar para o exercício da cidadania com finalidade emancipatória e de forma equitativa. Dentro desta ótica, a gestão está presente nos espaços coletivos da creche, onde são realizados as reuniões formativas de Conselhos de Escola, TDCs (Trabalho docente Coletivo), HFAMs (Horário de Formação Agentes e Monitores), FCs (Formação Continuada) e RPAIs (Reunião Pedagógica de Avaliação Institucional), e que são de extrema importância e de cooperação sobre os processos pedagógicos e administrativos. Assim, a equipe gestora sendo articuladora fundamental das ações pedagógicas, conta com ajuda de toda comunidade escolar e almejam juntos a formação integral dos seus alunos. 3 Para isso, elaboram instrumentos diagnósticos de análise da realidade escolar, e com estes indicadores elaboram metas em conjunto com a CPA (Comissão Própria de Avaliação- aprovada pela Secretaria Municipal de Educação 14/2014) para atender o que foi proposto coletivamente em prol da qualidade de educação para a sua comunidade. Durante o processo, as ações vão sendo avaliadas constantemente para correção de rotas e para sucesso de ações futuras. 4 3. REFLEXÃO SOBRE AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O estágio supervisionado foi cumprido por meio de observação, e todas as atividades foram desenvolvidas perante acompanhamento da diretora Aurora da Silva Teixeira, com quem pude contar com apoio e acolhimento. 3.1. Cartografia socio-pedagógica O CEI Bel Baltar, assim conhecido por todos na comunidade, fica na região sul do município de Campinas, e atende crianças de zero a cinco anos que habitam em bairros próximos como o Jardim Icaraí, Gleba B, Oziel, e outros. Esta escola municipal se localiza no bairro do Jardim do Lago, area carente da cidade de Campinas - SP, onde tive o privilégio de completar 100 horas necessárias para a finalização deste módulo. Seu horário de funcionamento é das sete horas da manhã às dezoito horas da tarde. O atendimento é feito em turnos: manhã, tarde e período integral. O bairro do Jardim do Lago, de fácil acesso ao centro da cidade, é uma benção na vida da comunidade, pois não possui muitos comércios e indústrias no seu entorno, estes se desenvolvem lentamente naárea. A creche conta com um espaço físico amplo. Possui oito salas de aula (duas delas com banheiro e chuveiro para o agrupamento dos pequenos - 1A e 1B). O refeitório é relativamente pequeno e necessita de ampliação para acomodar os alunos. São duas cozinhas, uma para o preparo da merenda dos alunos e outra para os demais funcionários da escola. Contém um total de seis banheiros, dois para o agrupamento das crianças maiores, dois para gestão e secretaria, dois para os outros colaboradores e funcionários. Também possui, secretaria, almoxarifado, sala multi-uso para diversas reuniões (usada também para dar aulas), pátio, parque, horta, casinha de boneca, e um pátio coberto. 5 Quanto aos materiais e equipamentos da equipe gestora: 4 computadores com internet, 6 mesas/ escrivaninha com 3 cadeiras de fórmica dívidas entre diretoria e secretaria; 6 estantes de aço; 1 mesa de fórmica oval na sala multiuso com 6 cadeiras de fórmica; 2 telefones; 2 impressoras a laser; 1 projetor; 1 notebook; 2 televisões; 1 caixa de som; 3 ventiladores; 1 microfone. Esta unidade escolar atende um grande número de crianças, chegando a um total de 360 atendimentos ao ano. Atende portanto às seguintes etapas educacionais multi- etárias divididas em: Agrupamentos I, II e III- em turmas subdivididas (A a H) entre os períodos de atendimento. As crianças do Agrupamento III são atendidas pelo transporte escolar da prefeitura de Campinas, e dos agrupamentos I e II recebem o passe escolar para sua locomoção. O corpo docente é formado por um total de treze professores (nove professores no período da manhã e quatro professores no período da tarde). Conta também com o auxílio de vinte e quatro agentes educacionais, também dividido entre os períodos. O quadro de funcionários está escasso, e se mostram exaustos fazendo inúmeras dobras para suprir a demanda e não prejudicar o funcionamento da creche. O quadro de funcionários também conta com cinco terceirizados da equipe de limpeza e quatro da cozinha, uma estagiária contratada pelo Estado de São Paulo, três cuidadoras de pessoas com deficiência e dois zeladores da portaria. Visando compreender os aspectos socioeconômicos e culturais da comunidade a qual a escola atende, a equipe gestora criou um questionário de preenchimento simplificado a fim de indicar e refletir sobre: escolaridade dos pais, renda familiar, se estão exercendo atividade remunerada, se possuem computador e/ou acesso a internet, se reciclam o lixo, e principalmente com quem a criança permanece no período oposto ao das aulas. 6 3.2. Observação Aurora da Silva Teixeira, dirigente da Unidade Escolar CEI Bel Baltar nos conta em rápida entrevista que se formou professora pelo antigo Magistério em 1996, mesmo ano que o governo federal instituiu a LDB n°9394/96, trazendo mudanças significativas para a formação docente como a extinção do curso de Magistério e responsabilidade do jovem de custear a sua própria formação no Ensino Superior. Foi durante os estágios que conheceu o verso e reverso da educação pública, e nessa época iniciava-se uma curiosidade por Emília Ferreiro e Ana Teberosky com o livro a Psicogênese da Língua Escrita. Concluiu graduação em Pedagogia pela Unicamp em 2002, com pesquisas relacionadas à formação docente nas licenciaturas dentro da própria universidade. Se especializou em Psicopedagogia Institucional - Docência do Ensino Superior- com trabalho de conclusão de curso intitulado As Nuances da Inclusão no Brasil. É também especialista em Gestão Educacional pela Faculdade Anhembi/Morumbi, com TCC intitulado A Indisciplina na Escola. Se tornou gestora enfrentando diversas adversidades no sistema educacional, mas se sente realizada por saber que faz o melhor que pode ser feito pelos alunos e comunidade. Ingressou no Mestrado em 2013, pelo CEGE/ Unicamp (curso de especialização em gestão escolar) e concomitantemente foi diretora provisória no Centro Educacional Municipal de Educação Infantil na Prefeitura Municipal de Campinas. Já com efetivação do cargo escolheu a EMEF Pres. Humberto Alencar Castelo Branco e posteriormente transferida para o CEI Bel Baltar em conjunto com o CEI João Batista Nardi Neto, que se tornaram sua paixão. A diretora relata que uma de suas preocupações é com a evasão escolar, pois o Brasil ainda apresenta elevados índices apesar dos avanços nas últimas décadas. Acredita no trabalho da inclusão escolar, e reflete profundamente sobre a importância da formação continuada dos professores. 7 Além disso, existe uma aflição por sua parte de apesar da Prefeitura de Campinas (com suas parcerias) oferecer cursos de formação continuada para os docentes, onde são convidados a participar, muitos não têm interesse e não frequentam. A gestão escolar impacta o ensino e a aprendizagem no momento de se pensar o planejamento pedagógico, analisar e refletir sobre as necessidades da UE, e também na realização do debate sobre a avaliação e suas implicações no cotidiano escolar. Sistematizando o planejamento de ensino, objetivos, conteúdos, recursos e procedimentos, isso tudo considerando a história da escola e seu fazer pedagógico (história-cultura-social). Há no CEI, a proposta de registro das atividades escolares - que pode conter fotos, vídeos e trabalhos feitos em sala de aula - traz a prática na perspectiva das ações de identidades escolares, refletindo sobre a aprendizagem com o auxílio dos próprios alunos e a participação da família, identificando os avanços e desafios, até possíveis intervenções de acordo com cada criança. Esta UE está em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais e também com as Diretrizes Curriculares para Educação Infantil de Campinas que entende: “o conjunto de práticas que buscam articular experiências e os saberes das crianças com conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico". Prioriza o desenvolvimento cognitivo do aluno por meio da interação social, predominantemente seguindo a linha pedagógica Vygotskiana. As principais dificuldades da escola são de conseguir políticas públicas eficazes para o sucesso do funcionamento escolar, e de ter o currículo coeso e coerente, que trabalhe a interdisciplinaridade na aprendizagem. A escola precisa considerar o aluno como premissa para elaboração do Projeto Político Pedagógico. O CEI almeja uma educação melhor no futuro, trabalhando em conjunto com redes educativas, mobilizando a comunidade para exijam seus direitos sociais e educacionais. Aurora concorda e cita Aguilar (1997), onde diz: 8 “(...) os problemas educacionais não dependem somente de controle de qualidade nem de gerenciamento correto, estão, sim, ligados a uma diversidade social econômica, cultural e histórica estrutural e conjuntural que determina os limites objetivos da ação dos dirigentes educacionais.” (AGUILAR, 1997, p. 01). O município de Campinas sempre investiu em tecnologia, e quase todo o trabalho da gestão escolar é focado online através de programas e sistemas. Acredita-se ser um investimento seguro capaz de incentivar e organizar melhor os processos gestores escolares no cotidiano, como as questões burocráticas e de gerenciamento de recursos, matrículas e pagamentos, feitos na sua maioria pela secretaria. Por um lado, realmente agiliza e automatiza a demanda, e também com o uso dos dados auxilia na tomada de decisões, mas em contrapartida diminui a produtividade de funcionários que têm dificuldades para entender essa nova forma de trabalho e se adaptar. Neste estágio em gestão na Educação Infantil, apesar de poder somente observar, devo confessar que tive dificuldades de acesso a certas informações por conta de sigilo e restriçõesimpostos pela diretora. Houve também um desajuste na conciliação de tempo para explanação sobre o serviço em si no computador e o trabalho de gestor, pois a diretora se desdobra e se dedica a duas unidades durante o decorrer da semana. Descrevo brevemente todas as atividades da gestão em que pude participar. Todos os dias, antes de começar o expediente, diretora, funcionários da secretaria e estagiários, fazem a recepção de pais e alunos, a segurança dessas crianças é primordial para esta equipe, querem sempre saber quem traz a crianca para a escola e quem leva para a casa. A seguir é feito a frequência diária de assiduidade escolar, informações importantes para sabermos sobre alunos faltosos e com problemas graves que possam levar principalmente a evasão escolar. E a contagem nutricional, pois a creche é a responsável pelo fornecimento da maioria das refeições diárias e zela pela saúde infantil (dietas particulares, alergias, intolerâncias alimentares, distúrbios da alimentação, e outros.), sendo que todas essas informações são passadas para a nutricionista que elabora o cardápio da merenda. 9 Além de todos os funcionários assinarem o livro ponto na hora do ingresso do trabalho, a Prefeitura exige que se preencha o “Quadro de Horários Professores, Agentes e Gestores” em seu Sistema Integre/ Portal Educa Campinas, por que considera fundamental para a organização do ambiente escolar, possibilitando que a gestão tenha um visão geral para evitar sobrecarga dos docentes na instituição pois muitos funcionários fazem dobras, incluindo a planilha de horas extras executadas por todos para facilitar a gestão na hora de realizar a Folha de Pagamento. Quase que diariamente se localiza, e se faz a atualização dos prontuários de matrícula (estado de demanda/matrícula) devido a grande demanda de novos alunos de todos os agrupamentos, transferências para outras unidades e também cancelamentos. Na secretaria se faz um controle acirrado desses documentos garantindo a segurança dos dados pessoais dos pais e alunos, esta é a parte burocrática de junção de documentação que acompanha a versão digital do Sistema Integre que pude participar. Foi me permitido realizar a congruência das matrículas do Sistema Integre de Campinas ao SED (Secretaria Escolar Digital) - que pertence ao Estado de São Paulo e tem o intuito de juntar dados escolares da rede pública, integrando escolas estaduais e municipais, evitando conflitos de informações providenciando vários tipos de serviços para alunos e professores. Observei como é feita a atualização da lista ônibus escolar, e a inserção ou troca de número de cartão passe no sistema de transporte, pois os alunos dos agrupamentos 1 e 2 recebem passe escolar e os do agrupamento 3 vem para escola de ônibus fretado. Acompanhei a diretora na visita da Guarda Municipal ao prédio escolar, onde se apresentou o Supervisor da Guarda na área de Educação, essa iniciativa traz a comunidade segurança e paz despertando nos moradores e funcionários o sentimento de cuidado com a escola e com o bem público. Houve também a oportunidade de preenchimento de encaminhamento posto de saúde suspeita covid-19 e Pediatria, pois ainda há nessa comunidade muitos casos 10 positivos e crianças com outras doenças respiratórias, sempre seguindo o protocolo de orientação da Vigilância Sanitária- DEVISA. Acompanhei a gestão no acolhimento de aluno ingressante com deficiência diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA). Aparentemente permanece junto ao grupo e participa das propostas, arrisca a falar frases, mas fala pouco. Tem dificuldade de explicar coisas mais extensas e se frustra facilmente. Se alimenta pouco também necessitando de estímulos. Para que a escola funcione da melhor maneira possível, é feita a Reunião de Organização Funcional da Secretaria as segunda - feiras, na qual participei observando, têm o intuito de evitar que o ambiente se torne caótico, para que todos estejam na seguindo o plano traçados em conjunto para a semana, divisão de tarefas para os funcionários é feita pela diretora, priorizando as matrículas e os cadastros dos alunos. Tive o consentimento da gestão para entrar em contato CGP (Coordenadoria de Gestão de Pessoas) e RH (Recursos Humanos), na tentativa de reagendar convocação de reunião de integração de novos professores e gestores da rede, pedi a troca de horários de formação pois não temos funcionários substitutos a reunião precisaria ser feita no contraturno da unidade. Com isso percebi a quantidade de dobras, acúmulos de funções e adoecimentos vêm sendo uma constante nesta unidade escolar. Demandas importantes são as vezes deixadas de lado para poderem ajudar os colegas às vezes até em outros setores, considerado como desvio de função. Acredito na necessidade de ações inovadoras e de novas contratações para cobrir a escassez. A reunião do Trabalho Docente Coletivo (TDC) realizou-se em um único horário entre dois turnos do CEI. É um espaço de formação e troca de experiências entre os professores com a participação da equipe gestora e demais funcionários. 11 Estavam presentes dez docentes e a diretora para a reflexão da ação pedagógica à luz dos conhecimentos teóricos. Foi dialogada sobre a próxima reunião com as famílias no próximo mês, onde cada turma terá a sua reunião particular com entregas de atividades, portfólios relatórios individuais disponibilizados somente para a leitura e assinatura no local. Os relatórios individuais são impressos através do Sistema Integre. Também foi discutida a organização futura do RPAI, para preenchimento e apresentação das avaliações institucionais. Ficou combinado que a escola terá apresentação cultural para pais e alunos, ao final da reunião os familiares serão encaminhados para o pátio. O tema ficou em aberto, a ser decidido nos próximos dias. O HFAM (Horário de Formação de Agentes e Monitores), neste espaço pude observar a realização da tematização da prática pedagógica, a socialização das situações propostas para realização com as crianças. A formação proposta intitulada “Por uma Educacao Infantil Antirracista”, trouxe temas para discussao como o racismo sutil por tras das palavras e as possibilidades de trabalho com as criancas. A confecção de bonecas de pano étnicas e os livros de Bell Hooks que enaltecem os fenotipos negros foram sugeridos nesta reunião. Altenfelder (2004, pg.151) observa que: “...a formação continuada de professores deve se concentrar no trabalho docente e nas relações que se estabelecem na escola, o que resgata o próprio espaço escolar como lócus importante de formação continuada”. Altenfelder (2004, pg.151). Salienta que o trabalho coletivo é essencial para que os professores possam prevalecer sobre os desafios encontrados na educação brasileira, e adverte para que haja avanços nas relações interpessoais de toda a equipe escolar no trabalho coletivo Altenfelder (2004, pg.152). 12 Observando a reunião de CPA (Comissão Própria de Avaliação), percebi a participação generosa entre todos os envolvidos nesta unidade escolar, e também a dedicação desta equipe para conscientizar a comunidade escolar sobre a qualidade da Educação Infantil e melhorias no serviço prestado em conjunto com o poder público. Foi discutida a urgência de se eleger novos candidatos à Comissão de Avaliação deste ano, registro e oficialização de ATA e a realização mensal desta reunião entre as professoras articuladoras. Para finalizar, entre muitos projetos e programas do CEI Bel Baltar participei da reunião do Projeto Horta. Esta proposta de trabalho visa a criação de um ambiente favorável à multidisciplinaridade como agente de inserção de conhecimentos aos alunos.O alimento produzido complementa a merenda escolar, incentiva hábitos alimentares saudáveis, e a preservação do meio ambiente, este último sendo tema central da proposta pedagógica na UE. O projeto é gerido pela Comissão de Jardins dos Agentes de Educação Infantil e Monitores, que acompanham as podas de plantas, o plantio de árvores e as solicitações no setor de parques e jardins da cidade de Campinas. 13 3.3. Leitura do PPP Mediante a leitura do Projeto Político Pedagógico percebi que esta unidade escolar tem como objetivo garantir às crianças o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito a proteção, respeito, saúde, brincadeira e interações com outros atores envolvidos interna e externamente ao ambiente escolar. Sendo assim, escolheram como tema norteador “Diversidade Cultural e Ambiente”, onde desenvolvem em sua proposta curricular, um trabalho integrado sobre as múltiplas linguagens (música, teatro, letramento, etc.) tornando o ambiente mais acolhedor, diverso e estimulante. Em conversa com a equipe gestora, há uma constante fundamental de ação- reflexão-ação no que diz respeito a alcance de planos e metas da escola, todas essas reflexões baseadas na Constituição Federal de 1988, pautadas no desenvolvimento pleno do sujeito, no preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho digno e não alienante. Há a preocupação em manter o direito à educação, acesso e permanência na escola, e todas as dimensões envolvidas no âmbito educacional, desde a pluralidade de diferentes concepções pedagógicas até a importância com as diversidades e valorização cultural brasileira (indigena e afrodescendente). A equipe gestora do CEI Bel Baltar, apesar de inúmeras dificuldades enfrentadas pela escassez de Coordenação Pedagógica, se empenha constantemente para o fortalecimento das ações que visem a melhoria da qualidade de educação oferecida com princípios da igualdade, pluralidade e diversidade. 14 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Com o conhecimento adquirido através da observação do trabalho gestor, percebi que somente a formação inicial não é o suficiente para se formar um docente ideal, completo. É necessário o contato que o estágio supervisionado provém para a vida profissional deste, e também a continuação desta formação sempre visando aperfeiçoamento pessoal e profissional. Por mais experiências administrativas que obtive ao longo da vida em gestão e processos gerenciais, entendo agora que não basta ser administrador- gerenciador quando se trata de ambiente escolar. É imprescindível que a pessoa que deseja se tornar um dirigente escolar tenha em mente a necessidade de se tornar professor, ou que se especialize na área de Educação - Gestão Escolar para poder compreender todos os mecanismos gigantescos desta esfera. Não basta somente inserir dados em computador, fazer planilhas e prestar contas, há de se mergulhar neste universo de constante tomada de decisões, mas estar sempre ciente das necessidades educacionais, do bom trabalho com poder público para trazer políticas públicas eficazes e que beneficiem sua comunidade. Em tão complexa realidade da sociedade atual, há a necessidade de criar uma cultura de gestão escolar capaz de otimizar os serviços mas também de garantir o enfoque nas áreas pedagógicas que são de suma importância, inovando e buscando garantir a qualidade da proposta pedagógica no dia a dia. Concordo com Libâneo(2001), quando diz que: “A concepção democrática-participativa baseia-se na relação orgânica entre a direção e a participação do pessoal da escola. Acentua a importância da busca de objetivos comuns assumidos por todos...”. 15 “...o modelo democrático-participativo tem sido influenciado por uma corrente teórica que compreende a organização escolar como cultura. Esta corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente objetiva, mensurável, independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito das experiências subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou seja, dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto significados socialmente produzidos e mantidos. Em outras palavras, dizer que a organização é uma cultura significa que ela é construída pelos seus próprios membros.” Nesse sentido não podemos esquecer de tentar transformar a gestão escolar para se tornar cada vez mais democrática- participativa, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases n 9394/96, onde há um espaço de troca e interação e todos os atores têm voz e seus direitos ouvidos e respeitados, compartilhando deveres e responsabilidades a fim de que se possa alcançar um ideal de qualidade educacional sem fracassos, mas com vitórias no final. 16 REFERÊNCIAS AGUILAR, Luiz Enrique. A Gestão da Educação: seu significado a partir de propostas pedagógicas institucionais - Exerto de texto apresentado no III Congresso Latino Americano de Administração da Educação, julho de 1997- Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: https://scholar.google.com/citations?user=CFTGaxkAAAAJ&hl=pt-BR. Acesso em 20 de mar. de 2022. ALTENFELDER, Anna Helena. Formação Continuada: os sentidos atribuídos na voz do professor. São Paulo: PUCSP (Dissertação de mestrado), 2004. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16351. Acesso em 21 de mar. de 2022. BARBOSA, Ivone Garcia; ALVES, Nancy Nonato de Lima. Gestão Democrática na Educação Infantil e Participação da Família: Possibilidades e Limites.-FE/UFG. Disponível em: https://www.anpae.org.br/simposio2009/138.pdf. Acesso em 03 de mar. de 2022. BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm . Acesso em 26 de fev. de 2022. GODOY, Heliton Leite de. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para a Educação Infantil: Um Processo Contínuo de Reflexão e Ação. Disponível em: https://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/educacao/04_diretrizes_infantil.pdf. Acesso em 20 de mar. de 2022. LIBANEO, José Carlos. Práticas de Organização e Gestão da Escola. Objetivos e Formas de Funcionamento a serviço da Aprendizagem de Professores e Alunos. (*). Disponível em: http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/11022015_jose_carlos_libaneo_i.pdf. Acesso em 03 de mar. de 2022. https://scholar.google.com/citations?user=CFTGaxkAAAAJ&hl=pt-BR https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16351 https://www.anpae.org.br/simposio2009/138.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm https://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/educacao/04_diretrizes_infantil.pdf http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/11022015_jose_carlos_libaneo_i.pdf 17 ANEXOS Anexo A: Ficha de Presença 18 19 20 21 22 23 Anexo B: Controle de Carga Horária 24 1. INTRODUÇÃO 2. APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO ESCOLAR 3. REFLEXÃO SOBRE AS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS LIBANEO, José Carlos. Práticas de Organização e Gestão da Escola. Objetivos e Formas de Funcionamento a serviço da Aprendizagem de Professores e Alunos. (*). Disponível em: http://www.cascavel.pr.gov.br/arquivos/11022015_jose_carlos_libaneo_i.pdf. A... ANEXOS
Compartilhar