Petição Inicial

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Petição Inicial 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
 
Princípio do dispositivo, da demanda ou da inércia 
 
 
 
 
Petição Inicial 
 
A petição inicial trata-se de uma peça formal (forma prescrita em lei) pela qual o autor 
provoca a jurisdição e veicula sua pretensão. 
➔ Peça formal – art. 319, CPC. Possui forma prescrita em lei. Caso não sejam 
respeitados os requisitos, a petição é inapta. 
➔ Provoca a jurisdição – relaciona-se com o principio da demanda. 
➔ Veicula sua pretensão – fazer pedido. 
 
Quanto a sua natureza jurídica: É pressuposto de existência do processo. Sem petição 
inicial o processo não existe. 
A petição inicial não está sozinha, também é necessário Jurisdição e Citação para que o 
processo exista. Apenas existe processo se houver uma relação processual triangularizada 
composta pelo autor, réu e estado-juiz. 
 
O fundamento legal da petição inicial está disposto no art. 319 e seguintes do CPC. 
 
É importante ressaltar também as funções da petição inicial, sendo elas: 
1. Local de formulação dos pedidos (Do pedido); 
2. Identificação da causa de pedir; 
3. Limitação da atividade jurisdicional: subjetivos e objetivos: estabelece os limites 
do juiz, sendo ele objetivo ou subjetivo. O juiz não está livre para julgar como 
bem entender. Os limites objetivos se referem aos fatos e aos pedidos. Os limites 
subjetivos relaciona-se as partes, juiz apenas pode decidir em relação as partes. 
4. Definição do contraditório (defesa do réu): assim o réu sabe sobre o que está 
sendo acusado – define o contraditório já que por meio da petição inicial, o 
réu montará sua defesa. 
 
 
Os requisitos da petição inicial, são: 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
Art. 2º, NCPC -O processo começa por e se desenvolve 
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
 
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Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
 (Endereçamento – as regras de competência estão nos art. 46,47, 53 – “Ao juízo da Vara 
de Família e Sucessões”) 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
 (Preâmbulo – qualificação das partes) 
Envolve a legitimidade ativa – autor (ele é o titular do direito material postulado e 
legitimidade passiva - réu (para ser réu do processo precisa demonstrar que existe uma 
relação jurídica entre as partes) 
No CPC de 73 não havia menção a união estável. Mas, como foi equiparada ao 
casamento, isto gera reflexo patrimonial, é necessário inserir na petição. 
A respeito do endereço destaca-se o art. 246 do CPC (determina as formas de citação) – 
citação será feita preferencialmente em meio eletrônico (caso seja colocado o e-mail 
na petição inicial). Neste contexto, surgiu um debate sobre citação por whatsapp, o TJSP 
e STJ já se manifestaram aceitar a citação por wpp desde que comprove a citação no 
processo e tem que ser possível a identificação do réu. 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
 (Causa de Pedir) 
IV - o pedido com as suas especificações; 
 (Pedido) 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
(Protesto por Provas) 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
(Audiência de Conciliação/Mediação) – quem cala consente- se não se manifestar 
entende-se que deseja a audiência. 
 
Caso esquecer algum requisito: 
• Inciso I a VI – art. 321 – emenda a petição no prazo de 15 dias. 
• Inciso VII – no caso de omissão ao requisito quanto a menção a audiência de 
conciliação, é tida como interesse. 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de 
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, 
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
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CPC/73 NOVO CPC 
I.Juiz (Juízo) ou Tribunal a que é dirigida: 
Endereçamento. 
 
II. Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu: 
Qualificação das partes. 
 
 
III. O fato e o fundamento jurídico do pedido. 
 
IV. O pedido, com as suas especificações. 
V- O valor da causa. 
 
VI -As provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados. 
VII. O requerimento para a citação do 
réu. 
 
I – o juízo a que é dirigida; 
 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional 
da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, 
o domicílio e a residência do autor e do réu; 
 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do 
pedido; 
 
IV – o pedido com as suas especificações; 
 
V – o valor da causa; 
 
VI – as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
 
VII – a opção do autor pela realização ou 
não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
 
 
Inovações do CPC 
Pelo Novo CPC, a Petição Inicial deve indicar a 
qualificação do autor e do réu, inclusive com o respectivo endereço eletrônico, o 
domicílio e o endereço da residência. 
 
 
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• Não sendo disponíveis tais informações, poderá o autor, na própria petição inicial, 
requerer ao juiz que sejam deferidas diligências para a obtenção das mesmas (art. 
319,§1º,CPC); 
 
 
 
• De qualquer modo, a petição inicial não será indeferida por insuficiência dos dados 
pessoais exigidos, desde que possível a citação do réu. 
• A P.I não será indeferida se a obtenção prévia de tais informações "tornar impossível 
ou excessivamente oneroso o acesso à justiça". 
 
A petição inicial deverá também conter, a 
expressa disposição do demandante à realização ou não de audiência de conciliação 
ou de mediação (Art. 319, VII, CPC); A consequência de caso não contar com esta 
disposição, o Juiz irá considerar que há interesse na audiência – quem cala, consente. 
 
A rejeição da petição inicial é expressamente prevista nas hipóteses 
arroladas no artigo 330, CPC: 
A. Inépcia; 
B. Ilegitimidade de parte; 
C. Ausência de interesse processual; 
D. Incompatibilidade de pedidos. 
Verificada qualquer uma destas situações anormais, quando possível, o juiz determinará 
que o autor, no prazo de 15 dias, supra o defeito, sob pena de indeferimento (artigo 321 
e parágrafo único). 
 
Ademais, vale lembrar que, dentre os requisitos da PI no CPC, não está mais 
prevista a necessidade de requerimento para citação do réu (trata-se de uma 
consequência lógica do ajuizamento). 
Ocorreu uma alteração recente no ano de 2021 a respeito da citação. O art. 246 do CPC 
foi alterado pela Lei 14.195 de 2021. O antigo 246 trazia as modalidades de citações 
existentes no ordenamento jurídico. Com a alteração, passa-se a ser feita a citação 
preferencialmente por meio eletrônico (regra), caso for frustrada, o Juiz ordenará outras 
modalidades de citação. 
 
Requisitos da petição 
1-) JUÍZO A QUEM É DIRIGIDA (ENDEREÇAMENTO): 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __VARA _____ DA COMARCA DE____ 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no 
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao 
juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
 
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AO JUÍZO DA __VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___ 
2-) QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: 
a) Nome eprenome; 
b) Estado civil (existência de U.E); 
c) Profissão; 
d) CPF ou CNPJ; 
e) Endereço eletrônico; 
f) Domicílio e residência. 
→ Preâmbulo! 
 
3-) Causa de pedir 
 
 
CAUSA DE PEDIR REMOTA: fatos 
CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA: fundamentos jurídicos (são as consequências jurídicas que 
derivam diretamente dos fatos narrados, previstas no ordenamento jurídico – lei, 
entendimentos doutrinários e jurisprudenciais). 
➔ Memorizar isto é importante. Os fatos estão longes do Juiz, por isso remoto (distante), 
já os fundamentos jurídicos estão próximos dele. 
 
Cabe ressaltar que fundamento jurídico é diferente de fundamento legal (este trata-se 
do artigo citado). 
❖ EXEMPLO DE ACIDENTE DE TRÂNSITO: 
• FATOS: João em alta velocidade e ultrapassando o sinal vermelho, veio a colidir o 
seu veículo no veículo de Maria; Causando-lhe danos materiais. 
• FUNDAMENTOS JURÍDICOS: Todo aquele que causa dano a outrem tem o dever de 
reparar; 
• FUNDAMENTOS LEGAIS: Art. 186, CC; Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral, comete ato ilícito. 
• PEDIDO: Diante disso, requer-se a condenação do requerente ao pagamento de 
danos materiais. 
 
Teoria da substanciação 
O que vincula o juiz são os fatos. O juiz não está obrigado a reconhecer os fundamentos jurídicos 
e legais apenas porque foram alegados na petição inicial, com base no princípio do 
convencimento motivado. 
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Documentos indispensáveis 
 
 
 
 
O procedimento comum é formado por quatro fases (postulatória, saneamento, 
instrutória e decisória). A petição inicial cairá no colo do juiz que irá fazer o juízo de 
admissibilidade, se tudo estiver correto será proferida uma decisão positiva ordenando a 
citação do réu (chamado de despacho, mas, cabe ressaltar que “despacho” é um ato 
de mero impulsionamento do processo, portanto, a nomenclatura “despacho” não é 
adequada neste caso, haja vista que tem caráter decisório. 
O art. 320 estabelece que os documentos indispensáveis a ação devem ser juntados na 
petição inicial. O juiz analisará no momento do juízo de inadmissibilidade se foram juntados 
tais documentos imprescindíveis. 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os 
documentos indispensáveis à propositura da 
ação.