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3 Salgueiro - PE 2021 ENFERMAGEM COMO A PANDEMIA DO COVID 19 TEM AFETADO OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. 4 Salgueiro - PE 2021 COMO A PANDEMIA DO COVID 19 TEM AFETADO OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. Trabalho apresentado em requisito a produção Textual de Grupo relativos ao 1° Semestre,portfólio 1 para as disciplinas de: Pensamento Científico Prof.ª Fabiane Tais Muzardo Psicologia Aplicada a saúde, Prof.ª Mayra Campos Francica dos Santos Sociedade Brasileira e cidadania Prof.ª Stefany Ferreira Feniman Gestão, Qualidade e Segurança do Paciente Prof.ª Leandro Vaz Toffoli Orientador: Prof. Ana Paula Agustini 5 6 7 INTRODUÇÃO No dia 11 de março de 2020 a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou estado de pandemia (COVID 19), e recomendou medidas de proteção, para tentar reduzir a curva de crescimento. Rotulada inicialmente como 2019-nCoV ou Covid-19 (Doença por Coronavírus 2019), posteriormente passou a ser denominada SARS-CoV-2 pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (CLELAND et al., 2020). Essa não é a primeira pandemia, relatos históricos consta que ouve outros casos de pandemia bem antes do século XX e já trouxe preocupação à humanidade há dois mil anos. (Schueler, 2020). É possível observar que o COVID 19 requer diversos profissionais de saúde, são esses que estão na linha de frente do cuidado prestado, sendo assim são os mais vulneráveis de contaminação. São esses profissionais que, fazem a recepção de pacientes contaminados pela COVID 19 sendo assim a carga viral recebida é alta durante a sua jornada de trabalho. A atual pandemia têm impactado bastante esses profissionais, diante desse cenário caótico os mais diversos sentimentos florescem; as constantes mortes de pacientes, estresse, angustia, insegurança, medo, cargas horárias exaustivas, medo de contaminação e de levar a doença aos familiares, tudo isso requer dos profissionais cautelas, tantos nos procedimentos, quanto no processo de paramentação e desparamentação dos EPI’S. Todo esse medo, insegurança expõe o profissional ao adoecimento mental e físico, levando assim ao afastamento de suas atividades. Durante surtos e pandemias é comum que profissionais de saúde trabalhem muitas horas, sem pausas e sobre grande pressão, levando-os a fadiga e exaustão (Schwartz e Yen, 2020). Contudo, longas jornadas reduzem o nível de atenção e rebaixam a capacidade de resposta, interferindo na qualidade do cuidado em saúde (Silva, Rotemberg e Fischer, 2011). Esses pacientes acometidos pela COVID 19 em ambientes hospitalares, são pacientes que requerem dos profissionais de saúde tomadas de decisões rápidas e acertadas, sendo assim eles precisam estar com sua capacidade plena para prestar um bom atendimento. Os profissionais necessitam de um repouso suficiente para sua recuperação. Esse portfólio tem como objetivo refletir sobre a saúde física, mental e psicológica dos profissionais de saúde no contexto da pandemia COVID 19. Discorreu-se sobre algumas temáticas: ética, cuidar do cuidador, a exposição dos profissionais de saúde frente à COVID 19, as condições de trabalho, a sobrecarga de trabalho, a segurança do paciente, as doenças físicas, mentais e psicológicas decorrentes dessa pandemia aos profissionais de saúde. 8 DESENVOLVIMENTO Diante do cenário pandêmico decorrente do vírus: Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-Cov2), conhecido popularmente por coronavírus ou Covid 19. Os profissionais de saúde como médicos (as), enfermeiras (os), fisioterapeutas, técnicos (as) agentes comunitários (as) de saúde, pessoal da limpeza, porteiros (as) e atendentes de serviços de saúde têm atuado na linha de frente nessa pandemia, pois são eles que têm o maior contato com as pessoas infectadas, sendo assim eles estão mais expostos a se contaminarem; para muitos o local de trabalho virou um local apavorante, pois muitos trabalham sobre pressão com extensas jornadas de trabalho em um ritmo intenso, e sem falar na desvalorização profissional; falta de insumos para os funcionários e pacientes, como foi o caso de Manaus onde viveu um colapso no sistema de saúde em decorrência da falta do insumo essencial para tratar casos graves de COVID 19. Diversos pacientes vieram a óbito por falta de oxigênio nos dias 14 e 15 de janeiro de 2021; nesses dois dias essa falta de oxigênio levou a cidade a um cenário de caos, a cidade precisou enviar seus pacientes para outros estados, parentes de pessoas internadas tiveram que comprar os cilindros de oxigênio para seus familiares. Desde o inicio dessa crise sanitária os profissionais de saúde que estão na linha de frente dessa pandemia tem enfrentado dilemas éticos, devido ao número alto de internamentos os profissionais da linha de frente tiveram que tomar decisões difíceis, devido ao numero reduzidos de equipamento, insumos, medicações, leitos e EPI’S. No inicio da pandemia o numero de respiradores era inferior ao número de internados, todo esse cenário de calamidade exige do profissional fazer escolhas difíceis do ponto de vista ético e moral, sendo assim são responsáveis por suas próprias escolhas que foram estipuladas previamente no mundo político e econômico. Para o neurocirurgião Eduardo Jucá, Professor de Medicina da UNIFOR e conselheiro do CREMEC: A pandemia de Covid-19 tem imposto grandes dilemas éticos e levado os profissionais de saúde a situações extremas em que a reflexão e o retorno aos princípios bioéticos têm sido extremamente necessários, enfatiza. Diante de escassez de condições, que grupos devem prioritariamente ter acesso aos recursos de saúde? Em situações de calamidade sanitária, qual o nível de evidência científica necessária para o emprego de uma medicação? Em que ponto é possível reduzir a autonomia e a liberdade de deslocamento dos indivíduos em nome da contenção da disseminação do vírus e da preservação da saúde da 9 comunidade?, pontua o Dr. Eduardo. Há mais de um ano atuando na linha de frente contra a Covid-19, os profissionais da área da Saúde estão esgotados fisicamente e psicologicamente. E este esgotamento decorre não só da proximidade com o elevado número de casos e mortes de pacientes, colegas de profissão e familiares, como também das alterações significativas que a pandemia vem provocando em seu bem-estar pessoal e vida profissional. De acordo uma pesquisa realizada pela Fiocruz em todo o território, a pandemia alterou de modo significativo a vida de 95% dos profissionais da saúde. Os dados da pesquisa revelam, ainda, que quase 50% admitiram excesso de trabalho ao longo desta crise mundial de saúde, com jornadas para além das 40 horas semanais, e um elevado percentual (45%) deles necessita de mais de um emprego para sobreviver. As condições de trabalho dos profissionais de saúde desde o início da pandemia alteraram o ambiente e a jornada de trabalho, o vínculo com a instituição, a vida do profissional no pré-pandemia e as consequências do atual processo de trabalho envolvendo aspectos físicos, emocionais e psíquicos desse contingente profissional. Após um ano de caos sanitário os profissionais que atuam na linha de frente, dão sinais de esgotamento físico e metal decorrente da dor, sofrimento e tristeza em vivenciar tantas mortes e desesperos dos pacientes. Laboram em ambientes de forma extenuante, sobrecarregados para compensar o elevado absenteísmo. O medo da contaminação e da morte iminente acompanham seu dia a dia, em gestões marcadas pelo risco de confisco da cidadania do trabalhador (perdas dos direitos trabalhistas, terceirizações, desemprego, perda de renda, salários baixos,gastos extras com compras de EPIs, transporte alternativo e alimentação). A pesquisa realizada pela FIOCRUZ revela que 43,2% dos profissionais de saúde não se sentem protegidos no trabalho de enfrentamento da Covid-19, e o principal motivo, para 23% deles, está relacionado à falta, à escassez e à inadequação do uso de EPIs (64% revelaram a necessidade de improvisar equipamentos). Os participantes da pesquisa também relataram o medo generalizado de se contaminar no trabalho (18%), a ausência de estrutura adequada para realização da atividade (15%), além de fluxos de internação ineficientes (12,3%). O despreparo técnico dos profissionais para atuar na pandemia foi citado por 11,8%, enquanto 10,4% denunciaram a insensibilidade de gestores para suas necessidades profissionais. A pesquisa também constata as graves e prejudiciais consequências à saúde mental daqueles que atuam na assistência aos pacientes infectados foram também detectadas. De a pesquisa, as alterações mais comuns em seu cotidiano, citadas pelos profissionais, foram perturbação do sono, irritabilidade/choro frequente/distúrbios em geral, incapacidade de relaxar/estresse, dificuldade de concentração ou pensamento lento, perda de satisfação na carreira ou na vida/tristeza/apatia, sensação negativa do futuro/pensamento negativo, suicida e alteração no apetite/alteração do peso. Essas transformações são consequências de decorrem de vários fatores, como por exemplo, a falta de apoio institucional, a desvalorização pela própria chefia, a grande ocorrência de episódios de violência e discriminação, pois as pessoas consideram que o trabalhador transporta o vírus, e, portanto, ele é um risco a falta de reconhecimento por parte da população usuária. Se não bastasse esse este caos social, esses profissionais de saúde experienciam a privação do convívio social entre colegas de trabalho, a privação da liberdade de ir e vir, o convívio social e a privação do convívio familiar. Portanto as 10 relações mais hibridas entre trabalho e a vida estão interligados campos sociais que antes eram separados, atualmente é mais comum que as pessoas misturem a sua vida pessoal com a sua vida profissional, e isso afeta toda a nossa vida, principalmente nos casos dos profissionais da saúde. Estes profissionais transformaram o seu trabalho a sua própria vida pessoal, acabaram de apegando muito mais aos pacientes, se sentindo responsáveis de alguma forma por não conseguir salva a vida deles, ou diminuir suas dores e sofrimento, assumindo uma carga emocional que não deveriam carregar, levam para casa o trabalho em suas mentes, não tendo folga e descanso nem quando, raramente, conseguem dormir em pé ou sentado nas cadeiras do próprio ambiente de trabalho. Nesse contexto, o estresse, a sobrecarga e a culpa acabam se desenvolvendo no profissional da saúde e, isso, somado aos dados expostos acima que evidenciam que estes profissionais algumas vezes negligenciam a própria saúde, pode se tornar um inconveniente maior ainda, uma vez que pode levar a uma situação de desgaste físico e emocional extremo – que vai exigir que eles se afastem de suas funções para ter que lidar com a sua própria saúde. Sendo assim é essencial que o profissional da saúde, médicos e enfermeiros, por exemplo, tomem algumas medidas, como por exemplo, necessidade de ajuda, saúde física e mental, para que com isso, se evite chegar nesse estágio. 11 CONCLUSÃO Com esse trabalho abordamos a importância dos profissionais de saúde na pandemia COVID 19, que não se deve apenas olhar para o risco de contaminação dos mesmos, mais também olhar para os fatores psicossociais que estes trabalhadores estão enfrentando. Além de uma boa qualidade de condições de trabalhos, os profissionais também devem ter apoio psicossocial, para assim dar uma melhor qualidade no cuidado. 12 REFERÊNCIAS Schueler, J. P. (14 de outubro de 2020). Fio Cruz. Acesso em 21 de abril de 2021, disponível em https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1763-o-que-e-uma- pandemia#:~:text=Segundo%20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%2C%20pande mia%20%C3%A9,sustentada%20de%20pessoa%20para%20pessoa. UNA SUS. (2020). Fonte: https://www.unasus.gov.br/noticia/organizacao-mundial-de- saude-declara-pandemia-de-coronavirus SCHWARTZ, Jonathan; KING, Chwan-Chuen; YEN, Muh-Yong. Protecting healthcare workers during the coronavirus disease 2019 (COVID19) outbreak: lessons from Taiwan’s Severe Acute Respiratory Syndrome Response. Clinical Infectious Di seases, New York, ciaa255, p. 1-3, 2020. DOI: 10.1093/cid/ciaa255. SILVA, Amanda A.; ROTEMBERG, Lúcia; FISCHER, Frida M. Jornadas de trabalho na enfermagem: entre necessidades individuais e condições de trabalho. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 45, n. 6, p. 1117-1126, 2011. DOI: 10.1590/S0034- 89102011000600014. Editorial. COVID-19: protecting health-care workers. The Lancet [Internet]. 2020 [acesso em 27abr 2021]; 395. Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30644-9. XIANG, Yu-Tao et al. Timely mental health care for the 2019 novel coronavirus outbreak is urgently needed. The Lancet Psychiatry, London, v. 7, n. 3, p. 228-229, 2020. DOI: 10.1016/S2215-0366(20)30046-8. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30644-9
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